molho romesco

romesco

Na segunda-feira a cesta orgânica estava mezzo final de verão/ mezzo inicio de outono e me trouxe berinjelas [verão] e uma spaghetti squash [outono]. Essa abóbora é aquela que a gente assa, passa o garfo e ela fica toda desfiada, parecendo [se você se esforçar bastante] com espaguete. Então eu assei a squash no forno alto [400ºF/ 205ºC] até ela ficar bem macia. E cortei as berinjelas em rodelas grossas, temperei com sal, pimenta do reino moída na hora e azeite. Grelhei na churrasqueira, mas isso pode ser feito no forno também, ou numa frigideira. Depois fiz esse molho romesco, que eu tinha comido na Espanha servido com vários legumes grelhados. Servi o molho com a abóbora desfiada e as rodelas de berinjela grelhadas. Foi o meu jantar e depois o meu almoço. hmm!

1 pimentão vermelho grande assado [pode ser daqueles em conserva que vem num vidro—ou pode assar o pimentão no forno ou chama do fogão]
1 dente de alho esmagado
1/2 xícara de amêndoas em fatias tostadas rapidamente na frigideira
1/4 xícara extrato de tomate [use orgânico]
2 colheres de sopa de salsinha picadinha
2 colheres de sopa de vinagre Sherry [Xerez]
1 colher de chá de páprica picante defumada
1/2 colher de chá de pimenta vermelha [caiena]
1/2 xícara de azeite extra-virgem
Sal a gosto

Num processador de alimentos pulse os 8 primeiros ingredientes. Com o motor ligado, adicione lentamente azeite e processe até ficar um molho bem homogêneo. Tempere com sal, coloque num frasco e leve à geladeira.

a linda medieval Toledo

Foi uma reação unânime dizer que Toledo era belíssima quando eu mencionava que iríamos até lá. E não era exagero. A cidade é realmente linda, um monumento histórico no topo do morro, cercada por muros. A beleza também está das memórias dos cristãos, judeus e árabes convivendo harmoniosamente no mesmo território e influenciando uns aos outros. Fomos de Madrid para Toledo de trem e caminhamos por lá o dia inteiro. Visitamos a réplica da casa do pintor El Greco, comemos muito marzipã, camelamos subindo e descendo ruelas, voltamos exaustos mas valeu demais a viagem até lá.

me encantó Madrid

A Espanha nunca decepciona. Minha viagem ao sul do país, anos atrás, foi uma das melhores que já fiz. Desta vez pude finalmente conhecer Madrid. Que cidade linda e imponente. E quanta comida gostosa. Não planejei nenhum roteiro gastronômico, mas comemos muito bem por lá, desde tapas [galore!] até lugares onde devoramos postas gigantes de bacalhau. Andamos muito pela cidade, fomos aos museus do Prado e da Reina Sofia, visitamos dois mercados—o de Antón Martín e o maravilhoso San Miguel, bebemos muito vinho, comemos muitos doces com amêndoa, eu até ousei comer ostra [que coragem! hahaha!]. Foi uma visita curta, mas foi maravilhosa.

Lisboa é um sonho

Não estava nos meus planos ir à Portugal, mas o que eu realmente tinha planejado não deu certo e acabei embarcando nos planos de outros. O convite do meu irmão para que eu me juntasse à viagem dele foi totalmente auspicioso. Foi delicioso rever a romântica Lisboa, com suas ladeiras de pedras e os prédios coloniais que me lembram tanto o Brasil. Fiquei apenas dois dias lá, o que realmente não deu pra muitas aventuras, mas deu para matar as saudades. Ficamos hospedados num flat muito bonitinho no Chiado. Caminhamos bastante, subindo e descendo ladeiras. Bebemos uns bons vinhos, comemos uns bons bacalhaus e eu pude rever queridas amigas de longa data, que se prontificaram a nos encontrar no sábado e passear com a brasileirada por toda a tarde. Ficamos sem palavras para agradecer toda a atenção e a gentileza das três queridas—Isabel, Suzana e Manuela, que nos levaram pra almoçar no Palácio do Chiado, nos mostraram outras partes de Lisboa, nos levaram para comer pasteis de nata na Manteigaria e depois de muito sobe e desce, uma paradinha para visitar o Convento dos Cardaes e depois tomar um café na linda praça Principe Real, que eu não conhecia. Partimos de Lisboa para Madrid no dia seguinte. Regressamos por uma noite no final da viagem, para pegarmos nossos aviões de volta pra casa, mas conseguimos fazer um belíssimo jantar no As Salgadeiras, um restaurante muito aconchegante no boêmio Bairro Alto. Foi uma pena o tempo ser tão curto para passear em Lisboa. Ficou a vontade de voltar!

geléia de tomate [a moda marroquina]

No meu trabalho a conversa gira na maioria do tempo em volta do assunto comida. Acabei adquirindo uma falsa reputação que me recuso a aceitar—a de que sou uma foodie, uma gourmet. Tem gente que até diz que sou uma chef, quero desintegrar no ar de tanta vergonha. Tudo isso por causa das minhas marmitas. Noutro dia decidiram ressuscitar um evento dos tempos antigos, uma competição de geléias feitas com as ameixas da árvore abundante do quintal de alguém. A organizadora, que é diretora de um setor de comunicação, veio correndo falar comigo. Eu me recusei a fazer geléia pras pessoas julgarem, porque não tenho esse espirito competitivo, nem tenho experiência suficiente fazendo conservas. Mesmo assim ela não largou do meu pé e eu então me ofereci pra ser juíza. No meio tempo ela apareceu na minha frente com essa geléia de tomate estilo marroquino que ela faz há anos e queria que eu experimentasse e desse a minha opinião. Me deu um vidrinho e eu fui pra casa com aquela infeliz missão, me sentindo um tantinho pressionada. E se eu não gostar? Pior, e se o negócio for uma bomba incomível? Sou dessas criaturas pessimistas. Acabei levando uma rasteira bem dada quando abri o vidro incrivelmente bem selado e espalhei um pouquinho da geléia numa bolacha. Que coisa maravilhosa! Adorei as especiarias e o limão, que eu consegui morder pedacinhos! Voltei pra falar com ela:

—então, o que vai ser? você vai me dar a receita ou me vender mais desses vidros?

Ela se recusou a me passar a receita, fazendo um charme, como se fosse dona do segredo do túmulo do rei Tutankamon. Minha reação foi bem simples—FINE! a internet existe pra isso mesmo, vou achar uma receita parecida e fazer eu mesma!

Coincidentemente apareceram uns tomates heirlooms na cozinha do meu trabalho e eu [obviamente] peguei um montão. A moça da geléia me olhou com ceticismo quando eu disse que iria usar aqueles tomatões. Ela disse, tem que ser com os cerejas, mas eu não quis ouvir. Eu e mais dois colegas fizemos a geléia naquele final de semana. Quando eu coloquei todos os ingredientes na panela entrei meio em pânico, porque os tomatões soltaram MUITA água. Minha geléia cozinhou por muito mais tempo do que o esperado, mas atingiu o ponto. Eu recomendo fortemente que se use o tomate cereja. As geléias dos meus colegas não vingaram. A minha ficou bem parecida com a da moça que não quis passar a receita. Ficou deliciosa! Usei muitos tomates, dobrei a receita. Já comemos dois vidros, congelei outros dois. Ainda não aprendi como selar as conservas do jeito que eles fazem aqui, pra poder guardar fora da geladeira. Um dia chegarei lá.

Essa geléia é picante e doce, com um toque meio acido e vai muito bem com queijos. Comi com diversos tipos, dos cremosos como o de cabra, até os mais duros e fortes como o manchego. Faz um tostex maravilhoso, acompanha lentilha, couscous, frango, o que a imaginação mandar.

120 gr de gengibre fresco descascado
1/2 xícara de vinagre de maçã
1 quilo de tomate cereja
1 xícara de açúcar mascavo
1 limão cortado em fatias finíssimas, depois picado
1 colher de chá de canela em pó
1/2 colher de chá de cravo em pó
1 colher de chá de cominho em pó
1 colher de chá de sal kosher
½ colher de chá de pimenta do reino moída na hora

Coloque o gengibre e vinagre no processador de alimentos e triture bem. Transfira para uma panela robusta. Adicione os tomates, o açúcar e os limões fatiados. Ligue o fogo alto e cozinhe por 15 minutos. Adicione as especiarias, reduza o fogo e deixe cozinhar, mexendo sempre, até a mistura reduzir e engrossar. Quando a geléia estiver pronta, coloque em potes esterilizados e guarde bem fechado na geladeira ou congele.

salmão selvagem a provençal

Meu supermercado manda um e-mail semanal com ofertas para um monte de produtos e uma oferta secreta, que geralmente é algo super bom, digo, com um desconto de cair o queixo. No dia que chegou a oferta secreta pro salmão rei selvagem do Alasca corri lá para aproveitar. Era um desconto incrível, porque esse peixe é bem caro. Comprei duas postas lindas com as quais pude fazer essa receita simplíssima do Mark Bittman. Ficou absolutamente delicioso!

4 filés de salmão selvagem com a pele
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
1 colher de sopa de semente de erva-doce
1 colher de sopa de alecrim fresco picado
1 colher de sopa de raspas da casca de laranja
2 colheres de azeite ou manteiga clarificada

Tempere os filés de ambos os lados com sal e pimenta. Triture as sementes de erva-doce em um moedor de café ou especiarias e misture com o alecrim picado e as raspas de laranja. Pressione esta mistura na parte superior de cada filé. Pré-aqueça o forno a 400ºF/205ºC. Pré-aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto por 3 ou 4 minutos. Adicione o azeite ou manteiga e coloque os filés, lado revestido com as sementes para baixo, na frigideira. Cozinhar por cerca de 1 minuto ou até que a mistura de especiarias forme uma crosta bem dourada. Vire os filés com cuidado e cozinhe por cerca de um minuto mais. Transfira a frigideira para o forno e deixe lá por cerca de 4 minutos a 8 minutos, dependendo do seu gosto para o cozimento. Eu sempre deixo cozinhar completamente, não gosto de nada mal passado. Remova do forno e sirva. Eu servi acompanhado de um purê de lentilhas e salada de agrião.

Salmão provençal Salmão provençal

saí de férias [muito bem merecidas]

spanish_food
gazpacho, lagostim, gambas, almejas & verdejo wine

Fazia um tempinho que eu não saia de férias que não fossem pra visitar a família no Brasil. Desta vez a família saiu do Brasil e fomos todos juntos de férias para a Espanha, com uma paradinha em Portugal. Eu saí de San Francisco, minha mãe de Campinas e meu irmão e minha cunhada de Brasília, nos encontramos em Lisboa, depois fomos para Madrid e finalmente para Mallorca. Foram férias muito bem merecidas, quando pude ter a companhia da minha família por duas semanas. Comemos e bebemos muito e muito bem, revi minhas queridas amigas portuguesas, conheci a belíssima Madrid e caí de amores pela ilha Mallorca. Tenho centenas de fotos, algumas histórias, que vou tentar organizar aos poucos, assim que superar esse maledeto jet lag. Voltei!

bolo de maçã & alecrim

apple-rosemary cake

O moço que vende azeite no Farmers Market de Woodland apareceu num dos sábados vendendo umas maçãs lindas [e depois ele apareceu com figos]. Você acha que eu vou deixar passar frutas que a pessoa que está vendendo disse ter colhido, ela mesma, no dia anterior? Claro que abocanhei um montão, né? Essas maçãs duram muito tempo, ficam enfeitando a sala, não precisa refrigerar. Com algumas delas fiz esse bolo quer ficou bem levinho, um bocadinho mais doce do que eu esperava, mas mesmo assim gostei da delicadeza da massa. Acho que deixei os ovos e o açúcar baterem em creme um pouco mais do que o necessário, mas não foi problema. Adorei mesmo a ideia de misturar as maçãs com o alecrim, que eu tenho plantado no quintal e naquela semana recebi raminhos extras na cesta orgânica. A combinação é deliciosa!

2 e 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida e esfriada
3/4 xícara de açúcar
4 ovos caipiras grandes em temperatura ambiente
1 xícara de farinha de trigo peneirada
1/2 colher de chá de fermento em pó
1 maçã grande descascada e picada em cubinhos
1 colher de chá de alecrim fresco picado
1/2 colher de chá de extrato de laranja

Preaqueça o forno a 350ºF/176ºC. Untar uma forma de pão bem grande com a 1/2 colher de sopa de manteiga. Polvilhe com 1 colher de sopa de açúcar. Coloque os ovos na tigela da batedeira. Adicione o restante do açúcar, bata para combinar e em seguida bater em velocidade alta com o batedor de arame, até que a mistura fique bem leve e aerada, com consistência de um creme bem fofo.

Enquanto isso, peneire a farinha e o fermento em pó e reserve.

Quando a mistura de ovos estiver bem cremosa desligue a batedeira e adicione a mistura da farinha delicadamente a mão, mexendo com uma espátula. Em seguida coloque os cubos de maçã, o alecrim picado, o extrato de laranja e o restante manteiga derretida.

Despeje a massa na forma já preparada, leve ao forno e asse por 40 a 45 minutos, até que o bolo cresça e fique dourado. Remova do fdorno, deixe esfriar completamente e sirva.

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