gelado de framboesa
[ com manjericão ]

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Estavam lá as framboesas e estava cá o vaso com um maço de manjericão fresco, então foi só colocar as frutinhas no liquidificador, adicionar 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral, nectar de agave a gosto e—plic-plic-plic—um punhado de folhinhas da erva fresquinha, bater tudo bem batido, adicionar a vodka invisível se quiser [eu até esqueci], jogar tudo na sorveteira e cataplum, colheres avancarão em ritmo alucinante, sem moderação e muito menos bons modos.

—preparei esse sorvete antes do jantar pra servir de sobremesa e, sem exagero algum, nós não conseguíamos parar de comê-lo. muito bom, muitooo booom, muiiiiiiitooooo boooooooooooom!!

—tenho recebido toda semana um maço gigantesco de manjericão e mesmo depois de dividir com a Marianne ainda sobra uma quantia absurda, então eu resolvi ao invés de embrulhar os galhos numa folha de papel toalha e guardar na geladeira, colocar o maço inteiro num vaso com água, porque achei que assim as folhas duram mais e me deixam com mais tempo para gastá-las.
—estou completamente ciente de que esses sorvetes só entram aqui por causa das suas cores e das fotos bacanas que eles geram, porque as receitas, eu admito gentê, não são nada mais que o básicão de sempre.

—o manjericão, que abunda durante o nosso verão seco e quente, já foi coadjuvante de uma outra fruta, nessa minha maratona sazonal dos sorvetes. a mistura do morango com essa erva perfumadíssima foi um blockbuster na parada de sucessos gelados ano passado.

olha, chegou a cesta!

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Toda semana é essa mesma cena, que tem se reproduzido por anos e anos. Quando chega a cesta—que na verdade não chega sozinha, pois eu tenho que ir buscar—os gatos fazem a inspeção geral, cheirando cada micro centímetro e o Roux, quem mais, mordisca o que estiver mais apetitoso. No verão ele ataca a palha do milho. Depois do cheira aqui, cheira acolá, morde aqui, morde acolá, eles seguem com o que estavam fazendo, o que geralmente envolve dormir, comer, usar o banheiro e para o Roux, quem mais, perseguir o Misty ou pinotear pela casa atrás de um rato de pano.

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Muito antes de iniciar o Chucrute com Salsicha eu já era adepta dos orgânicos e falava deles no meu outro jurássico blog. E muitos anos antes de aportar aqui na Califórnia, eu já tinha minhas idéias naturebas, que aqui pude por quase cem por cento em prática. Nasci com essa tendência, então nada mais natural do que divulgar o que eu acredito e pratico. Vivo citando essa minha cesta orgânica, pois é ela que me traz a materia prima para os meus almoços e jantares. O centro é a cesta e o resto é acréscimo, que eu faço questão de que seja também orgânico. E não só orgânico, mas sazonal, local e sustentável. E o que não for local que seja pelo menos fair trade. E o que for do reino animal que seja produzido sem antibióticos e principalmente que não envolva nenhum tipo de confinamento torturante e crueldade. Esse é o meu moto, meu mantra.

Nesta cesta chegaram muitos tomates de três variedades, abobrinhas de duas variedades, pimentões verdes de duas variedades, pimenta jalapeño, pepinos, espigas de milho, um maço gigante de manjericão, batatas, rainbow chard, cebola amarela e roxa, alho, um repolho roxo, tomatillos, dois melões e um pacote de damascos. Tava pesada pacas, viu?

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A minha cesta é uma CSA da fazenda dos estudantes da Universidade da Califórnia, campus Davis. Se você, como muitos outros visitantes do Chucrute com Salsicha, estiver pensando em adotar os alimentos orgânicos, sazonais, locais e sustentáveis e quiser saber se tem algo do gênero na sua cidade ou região, dá uma olhada nesta página de links que eu organizei um tempo atrás. Pode ser que você encontre o que está procurando. E se souber de algo legal que não esteja lá, me avisa que eu adiciono.

salada de grão-de-bico, limão & parmesão

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Essa receita de chickpea salad with lemon and parmesan da Molly do blog Orangette estava na minha lista de receitas por fazer há não sei quanto tempo. Finalmente e felizmente coloquei ela em prática. É simples de fazer, que é o fator principal para uma receita me interessar, e fica deliciosa e chique. Eu cozinhei o grão-de-bico numa panela de terracotta, mas a própria Molly usa os de lata, que são realmente uma mão na massa. Mas como ela mesmo diz lá no Orangette, é muito importante que os ingredientes sejam da melhor qualidade. E eu repito aqui, melhor qualidade dos ingredientes, melhor resultado na receita.
para duas pessoas:
1 lata ou 1 xícara de grão-de-bico cozido e escorrido
1 colher de sopa de suco de limão
1 1/2 colher de sopa de azeite de oliva
Sal a gosto [*usei a flor de sal]
1/4 xícara de queijo parmesão ralado na hora
Misture todos os ingredientes. Sirva imediatamente ou guarde num recipiente com tampa na geladeira até a hora de servir. Essa salada conserva-se bem por dias na geladeira.

molho de pimentão [da Maria]

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Atéquenfim os pimentões locais chegaram e assim eu pude colocar em prática o molho que a Maria serviu no jantar que ela nos ofereceu lá em Milão. É absurdamente fácil de fazer e fica muito saboroso. A Maria me passou a receita sem medidas super exatas, pois ela faz esse molho sempre. Eu servi com raviolis recheados com alcachofras assadas e queijo. Aqui está a receita, a moda da Maria:

Para 2 pessoas:
2 pimentões vermelhos
1 latinha de tomate pelado
Alho
Azeite de oliva extra virgem
Sal
Aceto balsâmico

Remova a pele do pimentão com o descascador de batatas e corte em tirinhas finas. Em uma panela coloque o azeite de oliva, o alho e deixe refogar, mas cuidado para não queimar o alho. Depois acrescente o pimentão, sal e deixe refogar até praticamente desmanchar. Nesse ponto acrescente o aceto balsâmico [não coloque muito e não precisa ser aquele super caro]. Quando evaporar o aceto, coloque o tomate e deixe cozinhando até notar que toda a água do molho evaporou. Corrija o sal, se quiser pode colocar pimenta também, vai do gosto pessoal [*eu não coloquei]. Pode usar esse molho para temperar praticamente todo tipo de pasta.

para comer [flores]

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É difícil resistir quando vejo as flores de abobrinha pra vender no mercado. Já tinha feito omeletes com elas várias vezes, mas desta vez decidi que iria fazer algo diferente. Lembro que minha mãe fazia as flores recheadas e fritas ou empanadas e fritas. Arrisquei numa invencionice ousada. Recheei as flores com queijo de cabra temperado com ciboulettes, pimenta do reino moída e azeite. E fiz na churrasqueira. Foram alguns minutos, virando as flores no meio tempo com muito cuidado e delicadeza. E elas ficaram deliciosas. Vou repetir a dose assim que puder.

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bolo de iogurte & semolina

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Este bolo saiu do livro Falling Cloudberries da Tessa Kiros. Segundo ela, é um bolo típico Cipriota que pode ser feito com água de rosas, limão, baunilha ou água de flor de laranjeira. Eu achei que tinha água de rosas, mas não consegui achar, então concluí que não tinha mais [ou minha gaveta de condimentos está prá lá de Marraquesh de bagunçada] e decidi substituir por limão. Achei que valeu a pena, mas ainda vou tentar fazer esse bolo com a água de rosas. Como a Tessa diz na receita que esse bolo fica bem doce, eliminei o xarope e pro meu gosto ele ficou perfeito. Nós adoramos e devoramos tudo, não sobrou nem farelo.

125 gr [4 1/2 oz] de manteiga amolecida
1 xícara de açúcar super fino
1 xícara de iogurte natural [nem muito grosso, nem muito fino]
1 colher de sopa de água de rosas * usei suco de limão
3 ovos, claras e gemas separadas
1/2 colher de chá de raspas da casca de um limão verde *usei o amarelo
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de semolina fina
2 colheres de chá de fermento em pó
1/2 xícara de amêndoa moída
xarope de rosas * não fiz
1 xícara de açúcar super fino
1 colher de chá de água de rosas

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 180ºC. Unte com manteiga uma forma quadrada de mais ou menos 22 cm. Na batedeira, coloque a manteiga e o açúcar e bata até ficar cremoso. Junte o iogurte, as gemas dos ovos, a água de rosas e as raspas de limão verde *usei o suco e as raspas do limão amarelo, e bata até incorporar. Misture as amêndoas moídas. Numa outra vasilha peneire juntos a farinha, a semolina e o fermento. Junte essa mistura ao creme de manteiga e ovos. Numa outra vasilha bata as claras em neve e junte a outra massa, delicadamente usando uma espátula, ate as claras se incorporarem bem à massa. Coloque tudo na forma untada e leve ao forno por 45 minutos. Deixe esfriar e se quiser faça o xarope misturando o açúcar, a água de rosas [ou limão, se fizer com limão] e 1 xícara de água numa panela e deixar ferver por 5 minutos. Jogue o xarope sobre o bolo.

frogurt de pêssego e tomilho

frogurt_pessegoAs idéias vão surgindo e eu vou colocando tudo em prática, sendo que algumas vezes os resultados obtidos são ótimos e noutras não ficam aquela maravilha. Mas todas as vezes os sorvetes ficam bem gostosos, pois nada que leve tantos ingredientes de tão boa qualidade pode ficar ruim, não é? E esse frogurt ficou bem interessante. O sabor do pêssego dominou, embora perceba-se aqui e ali a discreta presença do tomilho. Os ingredientes usados foram iogurte natural, pêssegos [*dê preferência aos orgânicos, pois essa fruta está na top list das mais pulverizadas com pesticidas e outros químicos], folhinhas de tomilho fresco, mel a gosto e uma pequena dose da vodka invisível.

não é por falta de espelho

Não tem sempre um dia em que você se veste pela manhã e tudo que escolheu pra usar combina, está lindo e garboso? E então você saí feliz da vida, garantida, se achando super criativa, bem vestida, sempre com um certo charme especial. Mas de repente, lá pelo meio do dia, acontece uma transmutação e a sujeita elegante e rock ‘n’ roll de horas atrás se transforma numa verdadeira palhaça, com sapatos enormes, roupas de cores berrantes descombinando, parecendo um saco de batatas psicodélico. E daí é aquele sofrimento atroz—passar o resto do dia se vendo refletida em toda porta ou janela de vidro pela qual você é obrigada a passar incontáveis vezes. Todo mundo tem um dia assim, não tem? Um dia bozó.

frutas com calda de mel

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A revista Food & Wine do mês de agosto de 2009 trouxe uma matéria muito linda com o chef belga Alain Coumont que me encantou—desde as fotos de um jantar com os amigos na sua casa perto de Montpellier, no sul da França, como as receitas dos pratos servidos, todas vegetarianas com legumes, verduras e frutas locais, orgânicos e sazonais. Não foi por menos que eu marquei absolutamente todas as receitas publicadas pela revista para tentar reproduzir na minha cozinha, pois além de tudo elas apelam pela simplicidade. Quando temos os melhores ingredientes à nossa disposição, podemos nos dar ao luxo de não complicar.

A primeira receita que fiz foi essa sobremesa com frutas da estação com uma calda feita com mel, limão e lavanda. Coumont dá a opção de trocar a lavanda por tomilho e de usar outras frutas, como morango, ameixas, pêssegos ou framboesas. Eu preparei duas levas, uma regada com o molho de mel, limão e lavanda e a outra com o molho de mel, limão e tomilho. As duas versões ficaram deliciosas. Agora preciso testar com outras frutas.

Numa panela coloque 1/2 xícara de mel, 2 1/2 colheres de sopa de suco de limão e 1/4 de colher de chá de flores de lavanda secas [ou tomilho]. Deixe ferver e cozinhe por um minuto. Desligue o fogo e deixe o molho esfriar. Enquanto isso coloque figos e damascos [ou outra fruta que escolher] cortados ao meio com a parte da polpa para baixo sobre uma frigideira. Deixe cozinhar em fogo alto por uns 2 minutos. Vire as frutas com cuidado e deixe cozinhar por mais 1 minuto. É jogo rapidíssimo, não descuide, porque as frutas cozinham realmente em poucos minutos. Remova as frutas e coloque em pratos individuais ou numa travessa e regue com o molho de mel. Pode também acompanhar com sorvete de baunilha ou crème fraîche.

sopa fria de cenoura

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Outra sopa fria que entrou na roda e já tenho outras na fila, esperando para serem testadas e provadas. Essa saiu da revista Martha Stewart Living junho de 2009, onde tem uma matéria inteira somente com sopa frias. Muitas outras ainda ainda vão aparecer por aqui, aguardem. Essa foi a primeira sopa fria que eu fiz cozinhando antes de gelar. Eu preferiria a facilidade de um gazpacho ou salmorejo, onde tudo vai no liquidificador, pápum, tá servido. Mas a vantagem dessa sopa é que como ela é cozida, dá também para servir quente, conforme a estação. E a farofinha que acompanha é a cereja no topo do bolo. De-lí-cia!

Numa panela derreta 2 colheres de sopa de manteiga e adicione 1/4 de cebola picadinha. Cozinhe até a cebola ficar macia. Acrescente 1 quilo de cenouras cortadas em fatias e cozinhe por uns minutos, mexendo de vez em quando. Adicione 5 1/2 xícaras de água e deixe ferver. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 20 minutos. Espere esfriar um pouco e bata no liquidificador [com MUITO cuidado] ou passe pelo food mill, que foi o que eu fiz. Tempere a sopa com 1 colher de sopa de mel, sal e pimenta do reino moída a gosto. Coloque numa sopeira e leve à geladeira por pelo menos 3 horas ou de um dia para o outro. Antes de servir, prepare uma farofinha, colocando numa frigideira 2 colheres de sopa de azeite de oliva sobre fogo médio. Junte 1/2 xícara de farinha de rosca [farinha de pão—de preferência feita em casa, com pão velho ou bolachas integrais] e vá mexendo com uma espátula até a farinha ficar bem tostada, por mais ou menos 2 minutos. Transfira para uma vasilha pequena e deixe esfriar. Daí junte 2 colheres de sopa de salsinha fresca picadinha, tempere com sal e pimenta do reino a gosto e sirva por cima da sopa gelada.