creme de couve-flor & pinoles

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Eu poderia ter feito uma salada. Também poderia ter feito um risoto. Uma couve-flor, mil possibilidades. Mas neste dia decidi que queria uma sopa. E queria que fosse essa sopa, com couve-flor e pinoles. Até abri alguns livros, procurando por uma receita, mas acabei decidindo fazer sem receita mesmo, do jeito que eu imaginei. Não foi caldo, não foi leite ou creme, não engrossei com nada. Ficou uma sopa sedosa e densa, por causa da adição dos pinoles. Mas acho que essa sopa também funcionaria muito bem com castanha de caju. Tentarei essa mistura numa próxima vez.

1 maço grande de couve-flor
1/2 xícara de pinoles torradas [extra para servir]
1/2 cebola pequena picadinha
Azeite para refogar
Água
Sal e pimenta do reino a gosto
Um punhadinho de salsinha [*opcional]

Coloque a couve flor cortada numa panela e cubra com água. Leve ao fogo e cozinhe até as flores ficarem bem macias. Torre os pinoles rapidamente numa frigideira. Numa outra panela refogue a cebola no azeite. Junte a couve flor cozida, a água do cozimento e os pinoles. Deixe refogar por uns 10 minutos. Desligue o fogo, espere esfriar um pouquinho e bata tudo no liquidificador. Junte um punhado de salsinha fresca se quiser. Volte o creme batido para a panela, tempere com sal e piquenta, deixe cozinhar mais uns minutos, desligue o fogo, coloque numa sopeira ou travessa e sirva, adicionando um pouquinho de pinoles torradas em cada prato. Eu servi a sopa morna e achamos deliciosa.

chá para um

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Adoro misturar as peças que tenho—muitas órfãs ou incompletas, que compro na thrift store. Num pisque, juntei essas três para poder tomar meu chazinho de gengibre enquanto trabalhava no computador. O bule custou três mangos na ponta de estoque, o copinho e o prato que virou bandeja foram adquiridos por centavos na loja de segunda mão. E combinaram tão bem!

Calaveras Big Trees State Park

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Passear por este parque foi uma experiência fenomenal. O lugar é lindo, populado por pinheiros, sequoias, cedars, as famosas árvores vermelhas do norte. Muitas são imensas, largas e altíssimas. Muitas são antiquissimas. Algumas cairam sozinhas—uma delas provocou tamanho estrondo que muitos pensaram ser um terremoto acontecendo. Caminhar por essas árvores é uma experiência sensorial. As cores, as texturas, os cheiros. Me senti um pouco estranha por lá, pois de repente comecei a ter um bocado de raiva do ser humano que se mete em tudo e me vi como uma intrusa ali. Aquele não era o meu lugar, nem o de muitos outros campistas ou picniqueiros do feriado. Apesar do lugar estar muito bem cuidado, não se ver um lixo em nenhum canto, aquela floresta não era nossa, mas sim dos esquilos, das raposas, dos ursos, dos pica-paus, dos coiotes, dos veados, dos porco-espinhos.

Murphys – Calaveras county

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Fazia um tempão que estávamos querendo visitar uma cidadezinha do tempo da corrida do ouro no pé da serra chamada Murphys. Esperamos o inverno terminar, pois tempo de chuva aqui, significa neve por lá e queríamos aproveitar a visita, caminhar, visitar as vinícolas. A primavera foi uma ótima escolha. Aproveitamos o feriado do Memorial Day e zarpamos. O lugar é muito charmoso, como todas as cidades da corrida do ouro, com a rua histórica, os bares, restaurantes, hotel antigo, lojinhas de antiguidades e modernidades e as vinícolas. Comemos em três restaurantes diferentes e achei tudo normal, nada excepcional. Já os vinhos que bebi, da região de Calaveras, foram todos ótimos. Posso dizer que gostei muito de tudo o que bebi e até trouxe uma garrafa de uma variedade que não conhecia—pinotage, uma mistura das uvas pinot noir e cinsaut. Murphys está localizada na parte central da Sierra Nevada, entre Lake Tahoe e o Yosemite National Park. Uma região linda com florestas, muitos rios e lagos. Subimos até o topo da montanha para ver o lago Alpine, que ainda estava congelado. Valeu a pena a viagem na estradinha cheia de curvas ladeada por pinheiros. E no dia seguinte fomos conhecer as Big Trees no Vale dos Ursos, que foi uma experiência fascinante. No caminho entre o parque das árvores e Murphys paramos numa casinha que vendia produtos feitos com maçã. Adoramos tanto, que paramos de novo na volta. Compramos cidra, geléias, tortinhas e donuts, tudo feito ali na hora pela família. Adoro fazer esses passeios bucólicos por essas cidadezinhas californianas, olhar lojinhas de antiguidades, beber vinho, descobrir lindezas da natureza, ziguezaguear por estradinhas e passar horas olhando para paisagens singelas. Mas o mais gostoso é poder fazer tudo isso com a melhor, a mais querida e a mais divertida das companhias—vocês sabem quem!

pudim de coco queimado

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Semanas atrás inventei que iria fazer um bolo de coco de camadas. Comprei os flocos de coco e tudo, mas não fiz bolo nenhum. Estava planejando procurar receitas com coco, quando vi uma garrafa de néctar de coco na prateleira de sucos no Co-op. Pronto, tava resolvida a questão. Ou pelo menos parte dela. Decidi fazer um pudim, no mesmo estilo das outras variações de sobremesa usando a agar-agar. Ficou bem diferente, porque o néctar de coco é muito mais aguado do que o leite. Mas pode-se fazer com leite de coco, misturado com leite integral para uma versão mais robusta.

2 xícaras de nectar de coco
[ou 1 xícara de leite de coco e 1 xícara de leite]
2 colheres de sopa de açúcar mascavo escuro
1/2 xícara de flocos de coco tostados [*fiz na frigideira]
1 saquinho de 4 gr [1 colher de sopa] de agar-agar

Toste os flocos de coco na frigideira ou no forno. Separe. Numa panela coloque as 2 colheres de sopa de açúcar mascavo e leve ao fogo médio, mexendo sempre até o açúcar derreter e formar um caramelo espesso. Cuidado, fique de olho pois o processo é bem rápido e o caramelo pode queimar. Com o açúcar mascavo escuro o caramelo fica cremoso e leitoso. Junte 1 xícara do néctar de coco e mexa bem com um batedor de arame até o caramelo derreter completamente. Junte o agar-agar, deixe ferver, desligue o fogo, adicione a outra xícara de néctar de coco e 1/3 da xícara de flocos de coco. Separe o restante para salpicar sobre os pudins na hora de servir. Coloque o liquido em forminhas molhadas—dá quatro forminhas, e leve à geladeira até firmar. Na hora de servir, desenforme num prato, decore com os flocos de coco e se quiser sirva com frutas frescas.

bolo de vin santo & uvas

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Arrumando minhas revistas por meses, pra ficar mais fácil achar receitas com os ingredientes da época, abri uma Gourmet de janeiro de 2009 e pumba—lá estava a receita que passou na frente de todas as outras, na fila infinita das que quero fazer. A dica era para, se necessário, substituir o Vin Santo por Marsala, Porto ou qualquer outro vinho bem doce. Mas eu fui atrás do original e achei, portanto fiz a receita sem substituições.

Essa foi também uma boa oportunidade de usar umas uvas deliciosas que eu tinha congeladas desde o outono passado. Não consegui parar de comprar as tais e acabei tendo que congelar, pra que não estragassem. Quis saber que tipo de uva era aquela, mas o mocinho da fazenda me disse que as videiras estavam lá, ninguém sabia quem plantou, nem de que variedade eram, mas como estava abundante eles estavam vendendo e eu comprando como louca. Fiquei um pouco preocupada em substituir as uvas frescas pelas congeladas, mas deu tudo certo. Não soltou água, não deixou o bolo encharcado, ficou perfeito. E o aroma desse bolo, como está descrito na receita original, é realmente intoxicante. Vou refazer essa receita, não só porque ela agradou gregos e troianos, mas também porque ainda tenho muitas uvas congeladas e mais da metade da garrafa do Vin Santo.

bolos individuais de vin santo & uvas
faz 6 unidades
1 1/2 xícaras mais 1 colher de sopa de farinha de trigo
1 1/2 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/4 colher de chá de sal
1 tablete [113 gr] de manteiga sem sal amolecida
2/3 xícara mais 2 colheres de sopa de açúcar
2 ovos grandes
1 colher de sopa de raspas da casca de uma laranja
2/3 xícara de Vin Santo [ou Marsala, Porto ou outro vinho doce]
1 1/4 xícara [200gr] de uvas sem sementes cortadas ao meio [*não cortei]

Pé-aqueça o forno em 375°F / 200ºC com a grade no meio. Unte formas de muffin gigantes [jumbo/Texas muffin] com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Numa vasilha misture 1 1/2 xícara de farinha de trigo, fermento, bicarbonato e sal com um batedor de arame.

Na batedeira, bata a manteiga com 2/3 xícara de açúcar em velocidade média, até ficar uma mistura leve e fofa. Adicione os ovos, um por vez batendo bem. Junte as raspas de laranja. Adicione a mistura de farinha alternadamente com o vinho, começando e terminando com a farinha. Misture até a massa ficar bem incorporada.

Misture as uvas com o restante da farinha e junte à massa. Divida a massa entre as formas de muffin. Polvilhe com o restante do açúcar e asse por uns 20 minutos ou até os bolos ficarem bem firmes. Remova do forno, deixe esfriar por 5 minutos e com ajuda de uma faca levante os bolos e remova das formas. Deixe esfriar completamente e sirva.

*Pode usar formas de muffin comuns [fazendo 12 bolos, ao invés de 6] e diminuindo por uns minutos o tempo de forno.

Ciao Bella [sorbet & gelato]

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Estou sempre de olho nas novidades pelas prateleiras e geladeiras do Co-op. Os sorvetes sempre atraem minha atenção, pela variedade de marcas usando ingredientes alternativos e propostas mais naturais. Já estiveram por aqui os feitos com leite de arroz ou de leite de coco. Também já experimentamos o com leite de hemp, que não gostamos e outros mais naturebas ou nem tanto. Os da Ciao Bella nós já tínhamos provado o sorbet de laranja vermelha, que simplesmente não emplacou. Mas dei uma segunda chance para essa marca quando vi as embalagenzinhas indivíduais. A Häagen-Dazs também faz esses mini potinhos, mas vamos combinar que Häagen-Dazs já é carne de vaca e já virou mainstream há tempos, né? Quero coisas diferentes, marcas novas, outras idéias mais coloridas. E desta vez os sorbets e o gelato da Ciao Bella ganharam nossa aprovaçao e simpatia. Feitos somente com ingredientes naturais, purê da fruta e ou leite, açúcar de cana, o sorbet de maracujá agradou muito. O de manga também, assim como o gelato de pistacho. Adorei mesmo as embalagens pequenas, porque muitas vezes quando estou sozinha pego coisas pra comer no supermercado e nem sempre quero comprar um pote inteiro de sorvete só pra mim. Esses potinhos também são ótimos pra comer durante as compras ou pelo caminho. A colher, encaixada na parte superior da tampa, é perfeita para abocanhar o creme e raspar o potinho até o final, sem sujar os dedos.

outro clafoutis de cereja

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Receitas de clafoutis de cereja abundam. E todas são bem fáceis de fazer. Por aqui mesmo uma delas já foi protagonista. Então fazer outra receita de clafoutis de cereja é meio como chover no molhado. Mas como resistir à uma novidade, como essa variação feita com uma camada de massa e apresentado charmosamente numa das páginas com fotos de sobremesas mais lindas que eu já vi. A revista Martha Stewart Living de junho de 2010 traz um desfile de lindas receitas com frutas todas fotografadas sobre pratos bordados em pano pela artista Miyuki Sakai. Marquei muitas delas para fazer, incluindo esta, que já fiz. Achamos que a massa adiciona uma doçura desnecessária às tortinhas, mas de qualquer maneira ficaram bem gostosas. E feitas com cerejas frescas, orgânicas, locais, no ritmo da temporada, não tem nada melhor.

clafoutis de cereja
Faz 6 tortinhas individuais
para a massa:
1 tablete [113gr] de manteiga sem sal e na temperatura ambiente
2/3 xícara de açúcar de confeiteiro
1 ovo grande
1 xícara de farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal grosso

Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar em velocidade média até ficar bem liso. Junte o ovo e continue batendo. Adicione a farinha de trigo e o sal até ficar bem misturado. Forme um disco com a massa, embrulhe em plástico e refrigere por pelo menos 1 hora [pode fazer a massa com até 3 dias de antecedência].

Numa superfície enfarinhada abra a massa e forre 6 forminhas de tortas individuais com o fundo removível. Forre o fundo e os lados apertando com os dedos para não deixar nenhum furo ou espaço. Leve à geladeira por uma hora [ou apresse o processo colocando por 15 minutos no congelador].

Pré-aqueça o forno em 325ºF/ 162ºC. Coloque as forminhas para assar até a massa ficar levemente dourada, por uns 20 minutos. Remova do forno e deixe esfriar um pouco. Enquanto isso prepare o recheio.

para o recheio:
2 ovos grandes
2/3 de creme fraiche ou sour cream [*usei creme fraiche]
1/4 de xícara de açúcar comum
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
1 pitada de sal comum
170 gr [mais ou menos 1 1/4 de xícara] de cerejas sem sementes e cortadas ao meio

Misture todos os ingredientes com um batedor de arame. Suba a temperatura do forno para 375ºF/ 200ºC. Distribua o recheio entre as forminhas e coloque as cerejas mergulhadas no recheio. Leve de volta ao forno e asse por mais uns 20 minutos ou até o recheio ficar firme. Deixe esfriar e sirva.

salada de batata e cenoura com molho de limão

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Isso é tão fácil e óbvio de fazer que parece até que não é receita. Mas surpreenda-se comprando um punhado de batatinhas novas, daquelas primeiras da estação, recém colhidas ainda com cheiro de terra, simplesmente as melhores e as mais saborosas. Compre também cenouras. Lave bem mas não descasque nada. As cenouras podem ser cortadas em diagonal. Coloque batatinhas novas e cenouras numa panela com água e uma pitada de sal. Cozinhe até as batatas amolecerem. Agora espere esfriar um pouco, puxe a pele das batatas com a ponta dos dedos e vupt. Pronto, elas vão com as cenouras pra uma saladeira. Daí é só preparar um molho com um limão grande—a casca ralada e o suco espremido, bastante azeite extra-virgem, um pinguinho de mostarda marrom, um punhadinho de sal [usei Maldon], uma polvilhada com pimenta do reino moída na hora e uns raminhos de ciboulettes [chives] picadinhos. Só isso, misture bem, tempere os legumes, pode deixar marinando uns minutos se quiser e pode servir. Não vai ter sobras!