comida & vinho [com amigos]

Nossos amigos Heg & Steven [e Penélope] vieram de San Francisco para passar o final de semana aqui na nossa região. No sábado fizemos pizza & vinho em casa e no domingo passeamos na pequena cidade de Winters, onde bebemos vinho das vinícolas locais Berryessa Gap e Turkovich. Depois almoçamos no restaurante Preserve e dirigimos pela região de pomares de amêndoas. nozes e castanhas. Bebemos muito vinho gostoso e tagarelamos demais. A Califórnia tem tantas regiões vinícolas fora do circuitão Napa/Sonoma, a gente só precisa olhar para os lados e experimentar.

Apple Hill — colhemos maçãs

 

colhendo maçãs
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Tanta coisa aconteceu na minha vida em outubro paralelamente com a colheita das maçãs norte da Califórnia, que eu acabei só conseguindo ir até Apple Hill em novembro. Estava até preocupada que não iria ter mais maçãs pra gente colher, mas que nada! Não só ainda tinha maçãs, como a paisagem estava no auge da sua beleza de outono. Tivemos um dia muito produtivo, colhendo deliciosas Granny Smiths, passeando pelas montanhas coloridas pelas cores outonais, comprando geléias e apple turnovers, almoçando com amigos em Placerville, indo provar vinhos na vinícola Boeger e encerrar o passeio devorando fatias enormes das melhores tortas de maçã deste reino encantado. Para nós esse é um passeio curto, que pode ser feito em apenas um dia e, se outono for, vai valer todos os minutos em que houver luz para a gente tirar centenas de fotos magníficas.

when Napa is not available

wines in placer county
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Foi a primeira vez em dezessete anos que eu realmente me organizei para uma visita ao Napa. Peguei uma dica de vinícolas para serem visitadas na revista Food & Wine, fui no website de todas elas, escolhi algumas, coloquei todos os endereços no google maps e avisei o Uriel da minha decisão—marido, desta vez sairemos cedo e não ficaremos zanzando como baratas tontas sem saber onde ir, desta vez eu me organizei!

Isso foi no sábado. No domingo pela manhã quando nos levantamos animados com a perspectiva da jornada vimos a noticia: TERREMOTO NO NAPA!!

You’ve got to be kidding me!

Ainda cogitei não cancelar o passeio, mas quanto mais eu lia sobre os estragos, mais desanimada eu ficava. Quando vi fotos da cidade e tentei fazer reserva num restaurante pela open table e recebi mensagem de que ele estava fora do ar, repensei tudo. Esquece, não vou fazer passeio em panorama pós-terremoto, barris e garrafas de vinho espatifados por todo canto, calçadas rachadas, áreas sem energia elétrica. Botei minha viola no saco e avisei o Uriel da minha decisão—marido, vamos para o lado contrário, vamos para Auburn.

E fomos. Auburn é uma pequena cidade histórica no pé da Sierra Nevada onde já fomos muitas vezes. Ela é uma das muitas cidadezinhas da época corrida do ouro na California. Dali seguimos para duas vinícolas no Placer county. Essa região não tem o mesmo glamour de Napa ou Sonoma, mas tem vinícolas muito boas, fazendo vinhos muito bons. Usamos o Yelp e chegamos na Green Winery na hora do almoço quando estavam todos colhendo uvas. O dono correu abrir um galpão onde pudemos provar os vinhos que a vinícola produz a bater papo. Ele nos recomendou uma outra vinícola que só fazia vinhos com uvas espanholas e seguimos para lá. A Viña Castellano era um pouco mais sofisticada, com um tasting room muito bem instalado numa caverna. Lá dividimos uma bandeja de tapas e eu fiz um flight completo com muitos tempranillos. No meio do nosso tasting a moça veio perguntar se éramos brasileiros.

—somos! como você sabe??
—é que o uncle Charlie da Green Winery me ligou e disse que um casal de brasileiros muito simpáticos tinham passado por lá e estavam vindo pra cá.
—hahaha, deve ser nós mesmos!
—um brinde!

wine country, Oregon

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Saímos de Portland na manhã do 4 de julho porque achamos que não valia a pena ficar na cidade no feriado quando tudo fecha. O Uriel queria conhecer o wine country do Oregon e fomos descendo em direção à California e olhando as vinícolas no Yelp, selecionando as que estavam abertas. O Oregon é bem famoso por produzir excelentes Pinot Gris, um vinho branco bem refrescante. A Oak Knoll foi primeira vinícola que paramos no Willamette Valley. Por uma taxa de $5 pode-se fazer um tasting de seis vinhos, eu escolhi os brancos, todos deliciosos. Seguimos para mais outras vinícolas, na David Hill eu apenas comprei uma taça de pinot gris e fizemos um mini picnic numa das inúmeras mesas espalhadas pelo local. A nossa, sobre a sombra de uma antiga macieira, dava uma vista espetacular das montanhas e do vale. Os caminhos entre uma vinícola e outra eram rusticos e tortuosos. Algumas estavam fechadas, mesmo com indicação de aberto no Yelp. Isso acontece muito. Mas foi um passeio super agradável. A Amity Vineyards, a última vinicola onde paramos, era isolada no alto de um morro, com uma vista encantadora do entardecer. Os oreganians são muito simpáticos e os atendentes de todas as vinícolas nos explicaram muitas coisas sobre as uvas, a produção e os vinhos. Valeu muito a pena o passeio, mesmo num dia em que nem tudo estava aberto. Numa parte do caminho passamos por uma fazenda de berries—o Oregon é bem famoso por suas deliciosas frutinhas silvestres. Paramos para comprar algumas e encaroçar pela lojinha cheia de coisas cheirosas, saborosas e bonitas. Dormimos nossa última noite no Oregon e no dia seguinte fizemos uma boa esticada na estrada, quando vimos já estávamos novamente na Califórnia.

Williams Selyem / Della Fattoria

Williams Selyem Williams Selyem
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Convite dos amigos Heg & Steven para visitar vinícolas é sempre certeza de que beberei bons vinhos e passarei horas gostosas papeando em ótima companhia. Quando visitamos a Williams Selyem no mês passado, foi exatamente o que aconteceu. A vinícola, que fica em Healdsburg no condado de Sonoma, produz as variedades Pinot Noir, Chardonnay [e provamos o unoaked que eu achei muito mais fresco que os envelhecidos no carvalho] e Zinfandel. Eu gostei de tudo o que bebi e olha que eu provei todos os vinhos duas vezes [hihihi!]. A vinícola estava bem movimentada com um evento, que também oferecia pães, queijos, salames e azeites de produtores locais. Terminando a extensa degustação decidimos dirigir até Petaluma e fazer um lanchinho bem tardio no Della Fattoria, um lugar super gostoso que eu não ia desde nossa primeira visita lá em 2007. A cozinha já estava fechando, mas fomos atendidos com a maior gentileza. Pedimos sanduiches, sopa de cenoura, queijo local, o pão servido é feito na padaria deles. Encaroçamos por algumas lojinhas de antiguidades na cidade antes de seguirmos para casa, nós pra Woodland e eles para San Francisco.

Littorai — Forchetta Bastoni

Qualquer convite dos amigos Hegui & Stevie é sempre certeza que vamos nos divertir na companhia deles e descobrir lugares super bacanas, beber bons vinhos e conversar muitos assuntos. Desta vez fomos à um wine tasting na vinícola Littorai, perto de Sebastopol no Sonoma County. Foi a nossa primeira vez, mas o Hegui e o Stevie já estiveram lá outras vezes— para um outro tasting pos-colheita como fizemos no sábado e antes disso para um tour primaveril pela pequena e belíssima vinícola. A Littorai é uma produtora de pinot noirs e chardonnays e usa técnicas de biodinâmica no cultivo das uvas. Enquanto provavamos os nove diferentes tipos de pinots, acompanhados de uns deliciosos acepipes que até incluia um queijo português St. George de Santa Rosa, ouvimos muitas explicações sobre terreno, solo, clima, névoa, sol, variações de temperatura, uvas, eteceterá. Eu consegui provar os nove tipos de vinho, comer um pouquinho e conversar à beça, sem tropeçar, nem derrubar o queijo dentro do copo alheio, nem falar nenhuma gafe. Quando o tasting terminou saimos para dar uma volta pela vinícola, ver os jardins onde eles plantam as flores e ervas que usam no controle das pestes e as casinhas das abelhas que fazem a polinização das videiras.

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Os tastings e tours na Littorai são feitos apenas com reservas. Mesmo para eventos como este que fomos é preciso ser convidado. A vinícola é bem escondida entre muitas curvas tortuosas e não tem placa anunciando no portão de entrada, que aliás só abre com o código que os convidados recebem.
Da vinícola seguimos para o centro da cidade de Sebastopol porque naquela altura precisavamos comer. O Stevie sugeriu um restaurante que acabou nos surpreendendo. No andar de cima o Forchetta Bastoni [Fork Sticks] é um tailandês e no de baixo é um italiano. Nunca tinha visto esse tipo de combinação, que nem pode ser chamada de fusion já que os menus, cozinha e ambientes eram separados.

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No andar tailandês fizemos uma happy hour com drinks e petiscos para acompanhar. O lugar é bem informal, com sofás feitos de caixotes e almofadas, mas nós ficamos nas mesas e cadeiras. Depois descemos para o andar italiano, que é maior e mais bem decorado, com um bar, uma cozinha aberta e um forno a lenha pilotado pelo pizzaiolo mais simpático, fotogênico e charmoso que já conheci. Pedimos vinho, antepasto e prato principal—nós optamos pela pizza que não estava nota dez, mas estava boa. Dividimos algumas garrafas de vinhos locais, dois tintos e um branco. Mas eu bebi somente um sauvignon blanc da vinícola Quivira, outra biodinâmica que faz vinhos deliciosos que eu adoro e que será a próxima que iremos visitar. Pisc!

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the dancing coyote

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Li no jornal que a vinícola que produz um delicioso Alvarinho aqui na Califórnia tinha agora um tasting room aberto para o público. No mesmo minuto mandei um e-mail com o endereço para o Uriel dizendo—quero ir lá! Desde que comprei uma garrafa desse Alvarinho da vinícola Dancing Coyote no inicio do ano passado, que nunca mais achei esse vinho pra vender em lugar nenhum. Voltei no supermercado, fiz mil perguntas, mas ninguém sabia de nada. Depois dessa visita entendi a razão. O pequeno tasting room deles fica no condado de San Joaquin bem próximo da cidade de Lodi, numa área com muitas vinícolas pequenas mas com uma cultura de vinho bem forte. É um pouco mais longe de Clarksburg, no condado de Yolo, onde ficam os vinhedos da Dancing Coyote e onde o vinho é produzido.
Logo que chegamos fomos recebidos por um cachorro que pertence a um artista morador do local. O prédio principal fica numa antiga destilaria de brandy e o tasting room é todo modernizado, você pode sentar nas mesas ou ficar no bar conversando com o bartender, que foi o que fizemos. O dono do cachorro, que é um artista hiponga que trabalha com metal reciclado, nos contou um pouco da história da vinícola, do local e do proprietário que não está interessado em fazer nenhum marketing dos vinhos nesse mercado altamente competitivo. Ele prefere que as pessoas comprem o vinho diretamente deles. Achei super justo. Eles também vendem online. Comprei o Alvarinho que já conhecia e provei o Verdelho, que achei muito bom, o Moscato, que não me entusiasmou e o Gruner Veltliner, que adorei e também comprei umas garrafas. O bartender me disse que esse último, feito com uma variedade de uva austríaca, é o favorito de um dos nossos ex-governadores—adivinha só quem? O Arnold Schwarzenegger.

Napa Valley [express]

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Nossos primos de Atlanta estavam a caminho de férias no Havai e deram uma parada na Califórnia para passar dois dias conosco. Fazia uns três anos que não nos encontrávamos, então gastamos muito tempo conversando. Dividimos o grupo em dois, os adultos na nossa casa em Woodland e os adolescentes na casa do Gabriel em Davis. Na organização do tempo com todo mundo acordando tarde e estendendo a conversa na mesa do café da manhã, mais os banhos e agrupamentos saindo de uma única cidade, acabamos chegando tarde para os nossos dois passeios. O do primeiro dia no Napa Valley, chegamos à uma da tarde e tivemos que condensar a programação ao máximo porque as vinícolas fecham entre 5 e 6 pm. Decidimos visitar apenas duas—a Mondavi, por razões óbvias e a Beringer, porque é uma das mais bonitas e fica bem no centro do vale. Dois clássicos do Napa. Na Mondavi fizemos o tasting dos vinhos vintages e reserve. Na Beringer fizemos o tour com tasting. Para um almoço rápido entre as vinícolas pegamos sanduíches, bebidas e chocolates no Dean & Deluca e depois de visitar a cidadezinha de Calistoga, voltamos para St Helena onde jantamos no Tra Vigne. Fizemos esse passeio com a cachorra Boo que está hospedada neste mês de agosto na casa do meu filho. Na vinícola Mondavi ela teve que ficar no carro, mas na Beringer as moças da recepção ficaram alegremente cuidando dela e no Tra Vigne ela não somente foi bem-vinda como recebeu um pote com água pra se refrescar. Até ela aproveitou muito o nosso passeio expresso.

na vínicola Clos Du Val
[um picnic na chuva]

Quando sugeri um picnic numa vinícola no Napa Valley para um encontro com Maryanne, Heguiberto & Steve, e Priscila, essa pareceu a melhor ideia do mundo já que o tempo estava lindo—florido e ensolarado. Três semanas depois as nuvens se acumulavam assustadoramente no céu do norte da Califórnia. Decidimos seguir em frente com nossos planos, no melhor estilo Keep Calm [Smile] and Carry On. Marcamos um tasting e um picnic na vinícola Clos Du Val para um sábado. No dia amanheceu cinzento e choveu canivetes por muitas horas. Pegamos muita chuva na estrada e apesar da perspectiva desanimadora, eu não esmoreci. Mantive um sorriso na cara e o espirito de antecipação no coração, também porque finalmente eu iria conhecer o Hegui e o Steve, meus vizinhos blogueiros, depois de praticamente três anos de enrolação [da minha parte, admito humildemente].

Fizemos um tasting super animado, mais pro bate-papo do que para o vinho, já que todo mundo queria conversar e se conhecer melhor. Eu escolhi fazer a prova dos brancos e bebi um Sauvignon Blanc, um Rosé de Pinot Noir e dois Chardonnays, um de barril de metal e outro de madeira. Meu favorito foi o Sauvignon e comprei uma garrafa para acompanhar o nosso picnic.

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o tasting

Assim que entrei na vinícola fui olhar a área de picnic—com mesinhas e cadeiras espalhadas sob um pomar de oliveiras. Super lindo! E ali vi um grupo de moças comendo e bebendo, cada uma segurando um guarda-chuva. Fiquei mais conformada, que não éramos os únicos enfrentando bravamente o mau tempo. Quando saímos do tasting, o tempo parecia ter firmado. Arrumamos alegremente nossa mesa, com nossos pratinhos, talheres, toalha, a vinícola emprestou taças par o vinho. No menu tínhamos uma broa de fubá com molho de goiabada e uma salada panzanella de aspargos feitas por mim. o Hegui trouxe uma salada de pasta com broccoli rabe, a Maryanne muitos queijos deliciosos do Cheeseboard, e a Priscila trouxe três caixas de pães maravilhosos, doces e salgados, que ela mesma fez no curso de bakery que ela esta fazendo no SFBI em San Francisco. Um banquete!

Quando a mesa estava pronta, a comida servida, os estômagos roncando, a fome apertando, começou a chover novamente—primeiro de leve, depois no estilo chuveiro. Por uns minutos ficamos lá, de capa e guarda-chuva, tentando comer nos pratos que estavam simplesmente alagando. Tivemos que pensar numa solução rápida e mudamos a mesa para um lugar um pouco mais seco. Nunca fiz um picnic assim tão molhado, mas a comida estava deliciosa, a companhia super agradável, o vinho tem sempre o dom de deixar tudo lindo e a conversa fluiu muito animada. No final parou de chover e voltamos para o pomar de oliveiras, onde comemos a sobremesa e conversamos bastante até a hora de nos despedir, fazendo planos para outros encontros.

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o picnic