mini abobrinhas [e flores]

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Eles são um casalzinho provavelmente nos seus setenta anos. Às vezes percebo que eles são meio espaçados—dão troco de mais ou de menos, esquecem de te dar o produto ou te dão em dobro. Mas o que me atraí na banca deles no Farmers Market é que tudo parece ter vindo de um quintalzinho ou talvez um pequeno sítio. Os produtos não são bonitos, muito menos abundantes. É um pouquinho disso, outro pouquinho daquilo, gosto sempre de parar lá e comprar coisinhas. No ano passado virei freguesa das mini abobrinhas que eles tinham sempre numa cestinha. Neste ano elas já chegaram e como resistir à essas pequenuchas com flores? Comprei todas, infelizmente não eram muitas.

Passei cinco dias sozinha, então para o almoço de um deles fiz as abobrinhas na churrasqueira, só pra mim. Cortei todas ao meio, temperei com um pouquinho de sal de limão e alecrim caseiro [na mesma receita deste de laranja] e azeite. Grelhei dentro de um envelope de papel alumínio grosso e servi com umas bolinhas de queijo de cabra misturado com folhas de salsinha fresca e pingos de suco de limão.

Como não consegui comer todas as abobrinhas sozinhas, porque para aquele almoço solitário também grelhei um maço de brócolis fininhos, comprados na banquinha do casalzinho, e fiz uma quinoa com cogumelos. Mas guardei as sobras, que viraram uma deliciosa sopa fria no dia seguinte. Apenas bati as abobrinhas no liquidificador com um pouco de água, um pouco de kefir, um fio de azeite e um pouquinho de salsinha fresca. Ficou super saboroso e refrescante.

gelatina de vinho com frutas

gelatina_vinhoNesta época não tem jeito, tudo gira em torno das frutas por aqui. E eu adoro! Por isso estou com o novo livro da Deborah Madison, Seasonal Fruit Desserts pra lá e pra cá, abrindo e fechando, marcando páginas e sofrendo com ansiedade por não poder por todas as receitas em prática de uma só vez. Aos pouquinhos, vou testando. E essa com gelatina já brilhou no palco iluminado, exatamente como deveria. Ela recomenda um vinho doce ou espumante. Eu usei um Sauvignon Blanc e achei que ficou perfeito. As frutas ficam a critério de cada um. Eu usei cerejas rainier, pêssegos e blueberries. A autora avisa que por causa do álcool essa gelatina demora mais para solidificar e é isso mesmo. Planeje fazer de um dia para o outro. E lembre-se que essa sobremesa é só para maiores de 18 anos—ou de 21, dependendo do país onde você estiver! [Pisc!]

1 pacotinho [8 gr ou 1 e 1/8 de colher de sopa] de gelatina em pó sem sabor
1/3 xícara de açúcar orgânico
1/2 xícara de vinho [ou água, eu usei vinho]
1 1/2 xícara de vinho
2 colheres de sopa de suco de limão
1 1/2 xícara de frutas frescas cortadas em pedaços pequenos [ se quiser salpique com um pouquinho de açúcar e pingue suco de limão]

Numa vasilha pequena coloque 1/4 xícara de água ou vinho [usei vinho] e polvilhe a gelatina por cima. Reserve.

Numa panela misture 1/2 xícara de vinho com o açúcar e leve ao fogo, mexendo bem com um batedor de arame até o açúcar dissolver completamente. Remova do fogo e junte a mistura de gelatina. Mexa bem e adicione o resto do vinho e o suco de limão. Coloque num refratário molhado e leve à geladeira até a gelatina ficar firme—pelo menos umas 6 horas. Corte a gelatina em cubos com uma faca, coloque em copos ou taças alternando com a fruta picada. Sirva imediatamente.

compras verdes

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Uma tábua de pia feita com embalagens de alimentos reciclados, produto dos EUA [nada de made in China] e muito anatômica. Da mesma marca que faz minha escova de dentes. Eu fujo dos plásticos, mas abracei essa idéia!

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Na mesma loja onde comprei as forminhas para picolé, também encontrei a solução que buscava para guardar legumes e verduras na geladeira. Ficava incomodada com o tanto de ziploc que gastava, mesmo tentando ao máximo reusá-los. Esses, laváveis, não só guardam os produtos na geladeira, mas podem ser levados ao supermercado e feira, para colocar as compras neles. Ao invés de pegar outro saquinho, leva o seu, reusa, lava, reusa. Adorei a idéia e aprovei a qualidade, pois meus legumes e verduras ficaram muito bem conservados na geladeira. Comprei quatro pacotinhos, cada um contendo dois sacos grandes e um pequeno e custando dez patacas.

sopa fria de favas verdes

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Tudo tem seu tempo na parada sazonal dos ingredientes—a natureza é quem manda. As favas verdes, tão frescas e tenras durante o inicio e pico da estação, vão mudando quando a temporada se encerra. Comprei algumas já no finzinho e quando cozinhei percebi que elas estavam muito mais farinhentas do que as que preparei semanas antes. Li que isso é normal, pois elas vão ficando maduras. Por isso os meus planos de salada se transformaram numa sopa. Das frias. E que ficou uma das melhores que já fiz.
Corte 1 alho-poró grande [ou dois pequenos] ao meio, embrulhe em papel alumínio grosso, salpique com sal e um fio de azeite e asse até ele ficar bem tenro. Eu fiz isso na churrasqueira. Enquanto isso debulhe as vagens, cozinhe as favas em água e escorra. Despele as favas e reserve. No liquidificador coloque as favas cozidas [mais ou menos 1 xícara e 1/2] e despeladas, o alho-poró e água fria o suficiente para bater um creme. Comece com pouco e vá adicionando maios até obter a consistência desejada. Não deixe muito grosso, nem muito ralo. Acerte o sal e adicione adicione pimenta do reino moída na hora e um fio extra de azeite. Coloque numa sopeira ou jarra e leve à geladeira até a hora de servir.

chegaram os picolés!

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Nos últimos dois verões estive olhando casualmente pelas lojas, procurando um molde legal para fazer picolés. Nunca vi nada exatamente do jeito que eu queria, pois tudo é meio focado para fazer sorvetes pra criançada. Até que chegou o último número da revista da Heleninha—Martha Stewart Living, onde ela matou a cobra e mostrou o pau. Deu idéias de picolés ultra-bacanas e ainda indicou o endereço online de onde comprar o molde. Corri lá e comprei os meus moldes, exatamente como eu queria. E agora vamos ao que interessa!

Já fiz duas receitas, na primeira vez coloquei os pauzinhos muito fundo, ficou difícil de segurar, mas mesmo assim os primeiríssimos picolés foram inteiramente devorados e receberam ovação em pé com dois polegares em sinal de positivo do crítico da casa. Bati no liquidificador iogurte orgânico natural, cerejas orgânicas inteiras descaroçadas, um pouquinho de concentrado de maracujá e mel. Coloca nas forminhas, cobre com a tampa que ajuda os palitos a ficarem retinhos e coloca no congelador por algumas horas. Pra desenformar é só deixar uns minutinhos em água corrente.

A segunda leva de picolés foi mais ou menos a réplica daquele pudim [haaalp, tô obcecada!!]. Misturei morangos orgânicos picadinhos, iogurte orgânico natural, água de rosas e mel. Embora o crítico tenha preferido a primeira receita, com cerejas, eu adorei essa versão com os morangos pedaçudos. Agora que tenho meus moldes, aguardem um desembestamento de picolés por aqui.

cobbler de pêssego & gengibre

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Continuando a saga dos pêssegos, outros tantos viraram um cobbler. Usei duas receitas diferentes—pro recheio esta do blog The Kitchn e para a massa uma de shortcake tirada do livro Everyday Greens da Annie Somerville. Sobrou massa e eu fiz shortcakes extras, que comemos com geléia. Essa mistura de pêssego com gengibre ficou algo especial—vai pra categoria de O Fino da Bossa!

recheio
6 pêssegos orgânicos despelados e cortados em cubos
3 colheres de sopa de suco de limão
3 colheres de sopa de açúcar
1 pitada de sal
1/2 colher de chá de gengibre fresco ralado [*use o microplane fino, se tiver]
2 colheres de sopa de polvilho doce [tapioca flour]
2 colheres de sopa de creme de leite fresco

Misture todos os ingredientes, deixe descansar uns minutos [enquanto prepara a massa], e coloque numa forma funda de torta.

shortcake
2 xícaras de farinha de trigo
1/4 xícara de açúcar
1 colher de sopa de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
1/2 xícara de pecans tostadas e moídas [*usei farinha de amêndoas]
6 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
1 xícara de creme de leite fresco gelado

Na batedeira, misture a farinha, o açúcar, o fermento, o sal e as pecans [*usei amêndoas] e misture usando a pá. Junte a manteiga e vá misturando com a pá até ficar uma farofa [você pode fazer isso usando um garfo de massa—pastry blender]. Desligue a batedeira e com uma espátula junte o creme de leite delicadamente, incorporando sem trabalhar muito a massa. Embrulhe a massa em plástico formando um disco e leve à geladeira por 15/20 minutos. Abra a massa numa superficie enfarinhada com uma espessura de uns 2 cm e corte em rodelas com um cortador de biscoitos ou boca de uma xícara. Cubra o recheio com as rodelas, pincele com uma mistura de 1 gema e 1 colher de sopa de água e salpique com açúcar. Se sobrar massa, corte mais rodelas e faça uns biscoitos extras. Leve ao forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC até a massa ficar dourada e o recheio borbulhar dos lados. Remova o cobbler do forno, deixe esfriar e sirva.

pudim de creme & pêssegos

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Chegou a hora do pêssego. Como sempre exagerei na aquisição da frutinha. Comprei uma tonelada dos amarelos, que eu gosto muito mais do que dos brancos. Daí desembestei a fazer receitas, porque muitos deles já estavam bem maduros. Um conselho meu quando for fazer qualquer coisa com frutas—sempre separe uma parte extra para ir comendo enquanto prepara a receita!

Com parte dos pêssegos resolvi replicar aquele sensacional pudim de morangos e substituir a água de rosas pela água de flor de laranjeira. Esse aroma casa muito bem com os pêssegos—como já foi previamente testado nesta receita maravilhosa. O resultado da empreitada virou um blockbuster, sucesso absoluto de público e crítica.

*lembrete importante: pêssegos [como morangos] precisam ser orgânicos, pois esta fruta lidera a lista das mais contaminadas por agrotóxicos.

1 xícara de pêssegos orgânicos picadinhos
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa de água de flor de laranjeira
[orange blossom water]
Retire a pele e pique os pêssegos, misture com o açúcar e a água de flor de laranjeira e distribua pelos potinhos. Reserve.
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
3 colheres de sopa de açúcar
1 pacotinho de 4gr [1 colher sopa] de agar-agar
2 colheres de sopa de água de flor de laranjeira

Numa panela, coloque o creme de leite e o açúcar e mexa bem com um batedor de arame até o açúcar dissolver bem. Adicione o agar-agar e leve ao fogo médio, até o creme ferver. Remova do fogo. Adicione o leite e a água de flor de laranjeira, mexa bem para incorporar e distribua o creme pelos potes com os pêssegos picados no fundo. Leve à geladeira até firmar.