pasta com pesto & abobrinha

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Na cartinha da fazenda orgânica daquela semana veio uma receita de pesto zucchini, que eu li por cima e não entendi bem o que realmente era. Anunciei aos quatro ventos que iria fazer o pesto de abobrinha—já pensaram que bacana, pesto de abobrinha! Mas quando li a receita com atenção, caí na real. Era pesto com abobrinha, não pesto de abobrinha. Tudo bem, fazia mais sentido. A abobrinha não iria segurar o pesto e para adicioná-la teria que remover o manjericão? Não, isso não pode!

Apesar da decepção com a pseudo-novidade, fiquei com a idéia na cabeça. Pesto de abobrinha. Resolvi preparar um pesto, que fiz sem medidas, usando bastante folhas de manjericão fresco, queijo parmesão ralado na hora, um dente de alho, um punhadão de sementes de girassol torradas, um pouquinho de sal e muito azeite.

Cozinhei um macarrão integral al dente em bastante água com sal. Cortei abobrinhas e temperei com sal e azeite e grelhei na churrasqueira—pode fazer no forno ou grelha no fogão.

Temperei o macarrão com o pesto. Use um pouco da água do cozimento para dissolver o pesto, se achar necessário. Misturei as abobrinhas grelhadas e servi com bastante queijo parmesão ralado na hora.

polenta com molho de tomate [fresco]

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Estou com dois hóspedes em casa, dois rapazinhos de 16 anos, filhos de duas grandes amigas que já viveram aqui em Davis. Eles estão passando férias, visitando com amigos, relembrando os velhos tempos, comendo todos os rangos que sentiam saudades. Outro dia um deles me disse—Fê, estou louco pra comer sua comida, você tem tanta coisa gostosa na sua cozinha! Então fiz um almoço caprichado pra eles. Como um deles é vegetariano, pensei num prato substancioso, porém agradável para uma refeição de verão. Fiz a polenta no dia anterior e na hora de servir grelhei rapidamente na churrasqueira. Queria servir com um molho, mas não queria nada quente nem pesado. Improvisei um molho feito com tomates crus que ficou simplesmente o fino da bossa. Ficou tão bom, que eu e o Uriel devoramos as sobras com pão no lanche da noite.

Para a polenta, usei os corn grits bem rústicos. Numa panela coloque três xícaras de água, um pouquinho de sal e um pouquinho de azeite e deixe ferver. Jogue 1 xícara de farinha para polenta e deixe cozinhar por uns 5-10 minutos, mexendo de vez em quando. Desligue o fogo, deixe esfriar uns minutos e coloque a polenta numa forma ou refratário. Se fizer de um dia pro outro, como eu fiz, cubra e guarde na geladeira. Minutos antes de servir, corte a polenta em quadrados e grelhe na churrasqueira ou grelha de fogão por alguns minutos de cada lado. Sirva com o molho de tomates crus.

Para o molho e tomate, bata no liquidificador ou processador duas xícaras de tomates orgânicos bem maduros, um punhado de orégano fresco, sal, pimenta do reino moída e azeite. Bata tudo, coloque numa molheira e sirva sobre os quadrados grelhados de polenta.

sanduíche aberto de pepino

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Para um dia quente. Duas palavras: substancioso e refrescante. Pão, queijo, pepino. A receita original, saida da revistinha Everyday Food, era feita com pão francês. Eu usei um pão preto bem robusto. Use o pão que quiser. Prepare uma pasta com queijo feta temperado com suco e raspas da casca de limão e pimenta do reino. Fatie o pepino com um mandoline ou uma faca afiada. Não precisa descascar. Espalhe a pasta de queijo sobre o pão, cubra com fatias de pepino e tempere com uma pitada de pimenta moída na hora e um fio de azeite.

jalapeño poppers

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Nós somos uns frangotes quando se trata de pimenta. Provamos uma micro dose e já saímos despirocados correndo em círculos com cara de desespero—água, água, leite, leite, iogurteeeeee! Todo verão recebo pimentas na cesta orgânica, que mofam, apodrecem, secam, fossilizam e eu não arrumo coragem pra usá-las. Tenho medo delas, assumo! Mas ao mesmo tempo que tenho medo, as pimentas me seduzem. Caso psicótico clássico, né? Vai dai que comecei a ter umas visões perturbadoras. De repente todos os websites norte-americanos de culinária começaram a publicar receitinhas com as maRditas e eu fui ficando com os beiços moles de tanta vontade de provar uma dessas tais de jalapeño poppers.

Cuidadosamente comprei 14 jalapeños e investiguei profundamente todas as receitas disponíveis. Todas eram feitas no forno, mas eu queria fazer na churrasqueira. Quando achei um vídeo de um cara fazendo o que eu queria fazer, com sucesso, fui em frente. Decidi fazer do meu jeito também com o recheio. A maioria das receitas usavam cream cheese, mas eu não tinha. Substituí por mascarpone. Também quis fazer com bacon. Pra quem está acostumado com pimenta, essas poppers serão devoradas como amendoins. Pra nós, foi assim como se pinchar numa grande aventura. A boca ardeu, o olho chorou, o coração disparou, mas foi muito legal!

As poppers feitas na churrasqueira precisam de vigilância. Tem que ficar ali, checando. Molhe os palitos na água antes, pra eles não incendiarem. Se for fazer no forno, não se preocupe.

14 pimentas jalapeños abertas e sem sementes
1/4 xícara de mascarpone
1/4 xícara de queijo de cabra
Um punhadinho de salsinha fresca
7 tiras de bacon [*eu uso os do Niman Ranch]

Com luvas ou com as mãos untadas com óleo vegetal, corte as pimentas e remova as sementes. Misture os dois queijos e a salsinha. Pode fazer no mini processador. Recheie cada jalapeño com a mistura de queijo, enrole metade de uma tira de bacon em cada e prenda com um palito. Coloque numa forma forrada com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido em 400ºF/ 205ºC. Asse até o bacon ficar crocante. Eu fiz na churrasqueira, mas se fizer sem o bacon dá pra cozinhar rapidamente usando o broiler do fogão.

figo assado com pastis e mel

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A visão dos primeiros figos da estação no Farmers Market me fez perder o prumo. Não tenho pudores com relação à essa fruta e compro sempre mais do que consigo carregar ou comer. É vergonhoso! Comprei um montão de figos super roxos e super maduros, fiquei ocupada e distraída com um almoço para umas visitantes e no dia seguinte eles estavam no limite—ou cozinhava ou perdia. Procurei receitas de torta de figo, bolo de figo, sorvete de figo, entrei em parafuso, Descartei qualquer coisa que precisasse de muito tempo no forno por causa do bafão. Quando abri o The Perfect Scoop do David Lebovitz e procurei no index por figo, ficou tudo resolvido e decidido. A palavra Pernod, somada à palavra figo formou a frase perfeita. Fiz os figos assados numa piscada. Usei Pastis no lugar do Pernod. Fiz no forno, mas poderia ter feito na churrasqueira embrulhando as frutas em papel alumínio.

Figos maduros lavados e cortados ao meio
Pernod, Pastis ou qualquer outra bebida à base de anis
Mel

Coloque os figos num refratário, regue com a bebida e com um fio de mel. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC por 20 minutos. Remova e sirva, morno acompanhado de sorvete ou bolo. Guarde numa vasilha de vidro com tampa e coloque na geladeira. Sirva frio com um pingo de creme de leite fresco, que foi o que nós fizemos.

a zilhonésima sopa de tomate

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Foi uma segunda-feira extremamente desgastante. Daquelas que parecem não ter fim. Sem mencionar o fato de que tivemos um dia tórrido, com quarenta graus. Daí chega em casa, pega a cesta orgânica, divide a cesta orgânica, reclama da quantidade de verduras [ainda!] que chegaram, reclama que não veio nenhum tomate, lava, lava, lava. Na hora de preparar o jantar, o desânimo me abateu. Não só pelo cansaço, mas pelo calor que faz mesmo a gente perder um bocado de energia e de apetite. O jantar que ficou decidido na minha cabeça—sopa fria, alright! Usei tomates em lata, os orgânicos e fire roasted da Muir Glen, que eu uso, adoro e recomendo. Usei uma lata de 800gr de tomates inteiros, sem pele.

1 lata de 800gr de tomates fire roasted
[faça os tomates assados ou grelhados para substituir]
1 xícara de água gelada
Um punhado de folhas de manjericão fresco
Suco e raspas da casca de meio limão grande
Sal a gosto
Tabasco para temperar

Bata os tomates, a água e o manjericão no liquidificador. Passe tudo pela peneira e coloque numa sopeira. Tempere com o suco e raspas do limão, sal a gosto e gotas de tabasco [*usei o tabasco verde de jalapeño]. Leve à geladeira para gelaer. Sirva. Essa receita proporciona 4 porções bem generosas. *servi com essas tortillas chips da marca Food Should Taste Good.

picolé de limão

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O verão já estacionou todo malandro por aqui, o que significa que já estamos sendo engolfados pelos temidos “triple digits”—as temperaturas acima dos 100ºF [38ºC]. Não sofremos com esse calorão constantemente, ele vem e vai em ondas. Mas quando uma das ondas chega, nossa rotina muda um pouquinho. É recomendável que se beba muito liquido, de preferência água, que se alimente de maneira leve, se feche as janelas e persianas da casa pela manhã, e que todos mantenham-se em ambientes climatizados. Nos dias do calorão é melhor não planejar picnics, não ligar o forno dentro da cozinha pois a vontade é mesmo só de comer coisas frias. Neste final de semana tivemos nosso primeiro 100ºF e as refeições foram leves, feitas na churrasqueira que fica no quintal. E é claro que as sobremesas foram frutas frescas e sorvete. Fiz mais uma leva de picolés e como sou uma pessoa absolutamente fiel aos sabores cítricos, o sabor escolhido foi o limão.

Ainda tenho limões gigantes pendurados por um fio no meu limoeiro. Vira e mexe um despenca, de tão pesado. Eles são cheios de sumo. E eu aproveito tudo—ralo a casca e seco, espremo o suco até a última gota. Para esse sorvete, usei apenas um limão. Deu 8 picolés.

1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de iogurte integral
Suco e raspas da casca de 1 limão
Mel a gosto
1 colher de chá de licor limoncello

Misture muito bem todos os ingredientes numa jarra comum ou medidora. Assim fica mais fácil colocar o liquido nas formas. Coloque os palitos, cubra, leve ao congelador. Se não tiver o molde e for fazer os picolés com copinhos de papel, plástico ou vidro, cubra cada um com um pedaço de plástico filme bem esticado, daí insira o palito, pra ele congelar retinho e no lugar certo.