Denver, Colorado

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Tirei uns dias de férias e fui encontrar com o Uriel em Denver, no Colorado, onde ele foi atender a um congresso. Foi uma oportunidade de conhecer um outro estado deste enorme país. Meu marido tinha ido pra China e, no esquemão que pra ele é super normal, chegou do outro lado do mundo direto para outra maratona de trabalho. Segundo ele, as 15 horas de diferença de fuso horário não foram problema. O jet lag também nem fez cosquinhas. Mas ele trouxe um vírus chinês na bagagem, que nos pegou de jeito. Eu ainda estou me recuperando. Such is life.

Quanto a Denver, fiquei um pouco decepcionada, pois não vi muito o que fazer por lá. O hotel em que ficamos, num centro tecnológico, ficava bem longe de downtown. Peguei o trem e no primeiro dia sofri muitíssimo com os 37ºC que assolaram a cidade. Estou acostumada com verões tórridos, mas eu não fico andando pelas ruas quando está super quente. E lá eu andei. Primeiro explorei a rua que é um mall—quilometros de lojas e restaurantes, que pra mim não foi a grande pedida. A rua tem um serviço de ônibus grátis bem eficiente, pra você se locomover mais rapidamente por ela. Também gostei dos pianos coloridos instalados em toda a extensão da rua e onde as pessoas que passam podem parar e exercitar os dedos musicais. Vi muita gente tocando e achei bacanérrimo. No primeiro dia camelei absurdamente e fui visitar a casa da Molly Brown, a ricaça da cidade que foi sobrevivente do Titanic e que se tornou uma ativista política. Adorei a casa, totalmente preservada, onde podemos visitar todos os cômodos restaurados exatamente como era quando ela e a família moraram lá, inclusive a cozinha! Uma pena que não podia fotografar.

No dia seguinte o calor aplacou consideravelmente e pude passear mais tranquila. Fui ao Museu de Arte de Denver, que achei muito bom. Vi a exposição do Tutankamon. No dia seguinte, o Uriel se desvencilhou do congresso, alugamos um carro e fizemos um rolê pelas lindas montanhas do Colorado. Foi uma viagem curta, mas deu pra sair um pouco da rotina.

gazpacho cremoso com alho

Depois de um par de dias altamente agradáveis, estamos novamente surfando uma ondaça de calor—wwoooooooaaaahh, pés firmes na prancha garota! Nesses dias tórridos, só a comida fria salva. Por isso meu jantar foi apenas este gazpacho laçado do jornal NYTimes. creamy-tomatoPara fazer os crocantes de queijo nem precisa ligar o forno. Faz numa frigideira anti-aderente num instantinho sem necessidade de esquentar a cozinha. O jantar ficou pronto numa piscada e ohmaigudiness que delícia! Troquei o leite de cabra ou iogurte integral por kefir de leite de cabra. E troquei o queijo pecorino por parmesão, ralado na hora, bem fininho. Você acha que dois pratos desse gazpacho daria pra te satisfazer? Pra mim não deu. Comi três pratões e nem tenho vergonha de admitir.

garlicky tomato gazpacho with crunchy pecorino
faz quatro porções
6 colheres de sopa de queijo pecorino Romano
[*usei o parmigiano Reggiano]
Meio quilo de tomates orgânicos bem maduros sem sementes
[2 tomates grandes ou 4 médios]
1 1/2 xícara de leite de cabra ou iogurte integral
[*usei kefir de leite de cabra]
1/4 xícara de azeite [mais para servir, se quiser]
12 folhas de manjericão fresco
2 dentes de alho picados
2 cubos de gelo
1 3/4 de sal kosher ou marinho
1 1/2 colher de chá de vinagre de vinho
1 pitada de pimenta cayenne

Numa frigideira sobre fogo médio, espalhe 2 colheres de sopa do queijo ralado, formando uma camada fina. Deixe derreter e quando as bordas começarem a ficar douradas, vire o queijo derretido e deixe cozinhar do outro lado. Transfira para um prato coberto com papel toalha. Faça os outros crocantes de queijo da mesma maneira. Reserve.

Coloque todos os outros ingredientes no liquidificador ou processador. Bata bem até obter um purê. Acerte o sal, se necessário. Coloque nos pratos de sopa, decore com folhas de manjericão, um fio de azeite se quiser e sirva acompanhado dos crocantes de queijo.

chowder de milho & abobrinha

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Me inspirei numa receita que vi na revista Cooking Light e dalí zarpei para fazer do meu jeito. Milho e abobrinhas também são protagonistas do nosso verão. Milho é um legume que eu sempre adorei, mas nunca pensei que um dia eu fosse ficar feliz por ter uma abundância de abobrinhas na gaveta da minha geladeira. Pois acreditem, eu fico! Não sei se já tinha, alguma vez, misturado esses dois ingredientes. Uma chowder de legumes foi muito bem-vinda. Servi morninha, mas você pode servir fumegante ou mesmo gelada.

2 espigas de milho amarelo
2 abobrinhas — usei uma amarela e outra verde
1/2 cebola
5 fatias de bacon [*uso sempre o do Niman Ranch]
1 1/2 xícara de leite
1/2 xícara de água
Queijo cheddar ralado [*usei o cheddar branco]
Sal a gosto
Uma pitada de pimenta cayenne
Ciboulettes picadinhas para servir

Frite o bacon numa panela robusta. Quando eles ficarem bem crocantes, remova da panela e coloque sobre folhas de papel toalha [*pode fazer no microondas também, daí adiciona um pouco de óleo na panela para refogar os legumes].

Bata 2/3 do milho no liquidificador com o leite. Na mesma panela que fritou o bacon, refogue a cebola na gordura, adicione as abobrinhas raladas e o 1/3 do milho. Refogue até os legumes ficarem bem macios. Junte o creme de milho com leite e a água. Refogue por uns 10 minutos, mexendo de vez em quando. Tempere com o sal e a pimenta cayenne. Desligue o fogo. Sirva a seguir ou deixe esfriar. Coloque a sopa nos pratos e salpique com um punhado de queijo cheddar ralado, um punhado do bacon frito e um pouquinho de ciboulette picada.

crisp de tomates

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Vamos aos tomates, então? Inaugurando a temporada dos tomates frescos, afanei essa receita bacaninha da Elvira, que fiz com algumas adaptações. Ela serviu como acompanhamento, mas pra nós foi o prato principal no jantar e as sobras eu devorei sozinha no dia seguinte. Ficou muito bom. A Elvira usou os tomates cerejas e eu usei uns maiores e mais compridos. Mas todos locais e orgânicos, isso é o que realmente importa. Pisc!

faz 4 porções
2 fatias de pão de forma integral [*usei essas chips de milho]
1/4 xícara de queijo ralado [*usei parmesão]
2 colheres sopa de folhas de salsa fresca [*usei manjericão]
1 colher sopa de azeite
1 dente de alho picado
sal e pimenta moída na hora a gosto
700 g de tomates orgânicos

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 200ºC. Corte as fatias de pão em pedaços e coloque no processador [*usei as chips de azeitonas da marca Food Should Taste Good]. Junte o queijo ralado, as folhas de salsa [*usei manjericão], o azeite e o alho picado. Tempere a gosto com sal e pimenta.

Triture até o pão ficar bem esmigalhado e os ingredientes bem misturados. Reserve.
Corte os tomates ao meio e coloque em uma única camada numa assadeira. Espalhe a mistura de pão por cima.

Leve ao forno por 20-25 minutos ou até a farofa de pão ficar bem dourada. Remova a assadeira do forno e sirva em seguida.

parfait de pêssego com creme de mascarpone

Outra sobremesa preparada com fruta fresca da estação, super prática pra se fazer numa pessego-italianodo muito mais interessante. Achei a receita no website do Foster’s Market. Ficou super refrescante e realmente sofisticado. Um dos meninos hospedado aqui em casa experimentou, no inicio meio desconfiado, e simplesmente pirou o cabeção. Conseguir impressionar adolescente com um doce assim tão simples, é um feito para ser adicionado no currículo de vida, né?

faz duas porções
2 pêssegos orgânicos bem maduros
2 colheres de sopa de vin santo ou outro vinho doce de sobremesa
1/2 xícara de creme de leite fresco
1/2 xícara de queijo mascarpone
1/4 xícara de açúcar

Numa vasillha coloque os pêssegos descaroçados e sem pele, cortados em cubinhos e regue com o vin santo ou outro vinho doce da sua preferência. Deixe marinar. Enquanto isso, bata o creme de leite na batedeira até formar picos. Junte o queijo mascarpone e o açúcar e bata até misturar bem. Monte o parfait colocando uma camada de pêssegos, outra de creme, outra de pêssego, outra de creme. A última camada deve ser de creme. Salpique com biscoito de amareto ou de gengibre moído. Eu usei um biscoitinho japonês de chocolate. Se não servir imediatamente, coloque na geladeira.

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Eu espero o ano todo por eles. Daí eles chegam e me dêem licença, porque os tomates serão os astros por aqui durante algum tempo. Pra você pode ser somente um tomate, mas pra mim essa fruta é o símbolo do verão. Ou um pouco mais que isso, pois o tomate é protagonista de algumas histórias e teve um certo impacto na minha vida, desde que vim morar aqui na tomatolândia.

Durante o verão minha cozinha fica tomada e dominada pelos tomates. Eu exagero, na compração e na comilança, porque sei que a temporada é essa. Faço tanta salada, tanta sopa, inovo com algumas receitas, busco novidades, mas confesso que o que mais gosto de fazer é picar uns tomates super maduros, temperar com azeite, sal, vinagre, salpicar com ervinhas frescas e devorar tudo com fatias de pão tostados na frigideira. Também gosto de refogar tomates rapidamente no azeite e jogar por cima do macarrão cozido. Coisas simples da vida, que me dão imenso prazer, acompanhadas de uma taça de vinho tinto ou verde gelado, isso é verão pra mim.

Daí que vou ao Farmers Market e não compro apenas um montão de tomates frescos, locais e orgânicos que pretendo comer. Compro belezuras que quero fotografar, enfeitar a cozinha, arranjados numa travessa bonita. Tomates são charmosos, tomates são fotogênicos, tomates são bonitos, tomates são gostosos. Você não concorda?
»só não guarde tomates na geladeira porque eles perdem todo o seu delicioso sabor. essas bonitezas posando na foto são tomates heirloom.

picolé de damasco & gengibre

Estou virando uma pushover, sempre tentando convencer todos que vejo pela frente a consumir as sobremesas que preparo. No momento, picole-damascome concentro na divulgação dos meus picolés. Qualquer um que apareça na minha cozinha escuta a mesma lenga-lenga—quer provar um picolé? pega ai um picolé! experimenta meu picolé. que tal um picolé? picolés são ótimos para dar uma refrescada no calor. picolé everybody? picolé anyone?

Desovei esses picolés nos meus hóspedes, que aguentaram o ardor do gengibre até certo ponto. Eu avisei antecipadamente que adoro gengibre e portanto peso um pouco a mão. A mistura doce picante agradou mais ao Uriel e ao Gabriel. Eu já tinha feito essa experiência com o damasco e o gengibre antes. Desta vez fiz no palito e ficou simply outstanding!

1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de iogurte integral
1 xícara de damascos frescos descaroçados
1 colher de sopa [ou mais se quiser ousar] de gengibre fresco ralado
[*use o microplane pra ralar o gengibre, se você tiver um]
Mel a gosto pra adoçar
1 colher de chá de licor [*usei o Grand Marnier]

Bater todos os ingredientes no liquidificador e colocar nas forminhas ou copinhos. Se for usar copinhos, cubra cada um com um pedaço de filme plástico bem esticado, daí coloque os palitos, furando o plástico. Assim eles congelam retinhos.

torta de morango & blueberry

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Para o Fourth of July comprei morangos e blueberries que usei para fazer uns picolés patrióticos—vermelho e azul, misturados com creme de leite e iogurte [infelizmente sem fotos]. Com as sobras das frutas fiz uma torta, que servi no almoço do dia seguinte. Tirei a receita da massa do livro Seasonal Fruit Desserts da Deborah Madison. Já tinha preparado essa mesma massa para fazer uma torta de cerejas que também levou uma camada de frangipane na base. A combinação de frutas e o creme de amêndoas é realmente fenomenal. Essa versão com morangos e blueberries ganhou nota dez.

massa [tart dough]
faz uma torta de 22cm/ 9inch
1 xícara de farinha de trigo
[ou 3/4 xícara de farinha branca e 1/4 xícara de farinha integral]
1 colher de sopa de açúcar mascavo orgânico [escuro ou claro—usei o escuro]
1/4 colher de chá de sal
1 colher de sopa de casca ralada de limão, laranja ou tangerina
1 tablete/ 113 gr de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
1 colher de sopa de água gelada misturada com 1/2 colher de chá de extrato de baunilha [ou 1/4 colher de chá de extrato de amêndoa]

Coloque a farinha, açúcar, sal e raspas da casca da fruta escolhida [*usei limão] no processador. Pulse. Adicione a manteiga em cubinhos e vá pulsando até obter uma farofa grossa. Adicione a água misturada com a baunilha [ou amêndoa] e pulse até obter uma massa.
Remova a massa do processador e embrulhe numa folha de filme plástico formando um disco e leve à geladeira por 30 minutos.
Essa massa pode ser colocada na forma pressionando pedaços dela com dos dedos. Ou pode-se abrir com o rolo, tendo o cuidado de enfarinhar bem a superfície e o topo da massa. Como decidi fazer uma torta tipo galette, abri a massa sobre uma folha de papel vegetal e coloquei sobre a assadeira.

Sobre a massa aberta espalhe uma receita de frangipane e depois cubra com as frutas. Salpique as frutas com açúcar [*usei o demerara]. Dobre as bordas sobre o recheio, pincele as bordas com creme de leite e salpique com mais açúcar. Leve ao forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC e asse até as bordas da torta ficarem bem douradas e o recheio borbulhar dos lados. Remova a torta do forno e deixe esfriar.

Sirva morna ou fria, com sorvete, chantilly ou apenas creme de leite fresco, que foi como nós fizemos.

frangipane
1/2 xícara de amêndoa moída ou farinha de amêndoa
1/4 xícara de açúcar
1 ovo
3 colheres de sopa de manteiga amolecida
3/4 colher de chá de extrato de baunilha
1 colher de sopa de farinha de trigo

Coloque todos os ingredientes num processador [ou mini-processador] e misture tudo até formar uma pasta cremosa. Use em seguida ou guarde na geladeira em recipiente de vidro com tampa. Antes de usar remova da geladeira e deixe ficar em temperatura ambiente. Essa receita é o suficiente para forrar a base de uma torta grande.