nhoque de batata azul
[com manteiga queimada & sálvia]

O meu supermercado oferece toda semana cartõezinhos com receitas de comida e bebida. Eles ficam numa caixinha na saída no caixa e eu sempre dou uma olhada neles, porque ás vezes tem coisas bem interessantes. Num dia eu avistei essa receita de nhoque e levei porque tinha certeza que tinha todos os ingredientes em casa e resolvi fazer pro almoço de domingo. No final as batatas da receita eram das doces roxas e as minhas eram comuns, porém da variedade azul. E eu também não tinha a ricota, que substituí receosamente por sour cream. Apesar das adaptações, os nhoques ficaram levinhos e muito saborosos. A massa ficou levemente azulada, mas depois que cozinhou ficou mais pro cinza. Faça com as batatas que tiver, doce ou não.

500 gr de batata azul [ou batata doce roxa]
1/3 xícara de ricota [*usei sour cream]
1/3 xícara de queijo parmesão ralado
1 gema de ovo caipira [*usei de ovo de pata]
1/8 de colher de chá de nos moscada ralada na hora
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de pimenta do reino moída na hora
de 1/2 a 1 xícara de farinha de trigo [*pra mim deu menos de 1 xícara]
4 colheres de sopa de manteiga
6 folhas de sálvia fresca

Asse as batatas em 400ºF/ 205ºC até elas ficarem macias. Ou cozinhe numa panela com água e escorra bem. Passe as batatas cozidas por um espremedor de batatas. Misture a ricota, o parmesão, a gema, a nos moscada e o sal e pimenta na batata espremida. Vá adicionando a farinha, 1/4 de xícara de cada vez, até dar o ponto de massa que possa enrolar. Forme uma bola e divida em 4 partes. Role cada parte numa superfície enfarinhada até obter uma massa bem comprida, então corte em pedacinhos com uma faca. Coloque numa forma polvilhada com farinha ou forrada com papel vegetal. Coloque uma panela com bastante água salgada no fogo e deixe ferver. Assim que ferver vá jogando os nhoques, em partes. Quando cozidos eles sobem para a superfície da panela. Remova com uma escumadeira e coloque numa travessa. Repita até cozinhar todos os nhoques.

Numa panela ou frigideira derreta a manteiga e deixe cozinha em fogo médio até ela começar a ficar dourada. Adicione as folhas de sálvia e cozinhe por 1 minuto. Jogue essa manteiga sobre os nhoques, polvilhe com parmesão ralado e sirva.

salada persa de cenoura [com sementes de gergelim torradas]

persian-carrot-salad

Essa foi outra receita que tirei do livro da Louisa ShafiaThe New Persian Kitchen. Fiz pra levar num picnic que fizemos na praia. Essa salada sobrevive bem, aliás, quanto mais tempo marinar nos temperos, melhor. Simples, saborosa, exótica e bonita. Nós gostamos muito!

1/2 xícara de sementes de gergelim
1 dente de alho picado
2 colheres de sopa de vinagre branco
2 colheres de sopa de vinagre de arroz
1 colher de sopa de mel
1 colher de sopa de óleo de gergelim torrado
1 colher de chá de flocos de pimenta vermelha
700 gr de cenouras, cortadas longitudinalmente em fatias finas
1 xícara de coentro fresco
Sal marinho a gosto

Leve uma frigideira pequena ao fogo médio-alto. Quando estiver bem quente adicione as sementes de gergelim toste, sacudindo a frigideira constantemente. Quando as sementes começam a estalar, transfira para um prato e deixe esfriar à temperatura ambiente. Em uma tigela pequena, misture o alho, os vinagres, o mel, o óleo de gergelim, os flocos de pimenta vermelha, as sementes de gergelim e 1 colher de chá de sal. Despeje esse molho sobre as fatias de cenoura, misture bem. Deixe macerar. Adicione o coentro e sirva.

peixe com creme & salsinha
[e um purê diferente]

peixe-creme-salsinha

Descongelei dois pacotes de filés de peixe que tinha recebido na minha CSF. Achei que teríamos a companhia do Gabriel e da Joy pro almoço, mas não foi possível. Fiquei com um monte de peixe na geladeira e quis fazer uma receita rápida e fácil. Abri o livrinho so Nigel Slater — Eat: The Little Book of Fast Food e achei algo que gostei. Fiz o peixe no creme e um purê de batata, que não está na foto. Esse purê de batata com azeite e limão é simplesmente o fino da bossa. Experimente fazer!

Tempere os filés de peixe com sal e pimenta do reino moída na hora. Frite os filés em manteiga, virando para dourar dos dois lados. Coloque um pouco de vinho branco sobre o peixe e cozinhar por um minuto. Junte um monte de salsinha picada e regue com creme de leite fresco até formar um molho cremoso. Remova do fogo e sirva com um purê de batatas temperado com azeite e suco de limão. Cozinhe as batatas em água e sal, na hora de servir amasse bem [pode usar um mixer de mão] e junte azeite e suco de limão. Fica incrível.

macarrão de arroz integral com curry verde fresco

green-curry

Enlouqueci quando vi essa receita e quis fazê-la na mesma hora. Só não fiz porque faltaram alguns ingredientes, que fui comprar especialmente. Adorei o sabor do curry verde fresco, sem falar que pude gastar parte de um estoque de coentro fresco que não parava de chegar na cesta orgânica e que estava acumulando na geladeira. Eu usei o macarrão de arroz integral, mas não precisa ser exatamente esse. Qualquer macarrão de arroz serve.

4 cebolinhas picadas grosseiramente
4 dentes de alho esmagados
3 pimentas verdes picadas grosseiramente
1 pedaço de 5cm de gengibre fresco picado grosseiramente
2 colheres de chá de pimenta verde em conserva [*se não achar omita, ou use alcaparras]
1/2 colher de chá de cúrcuma em pó
2 xícaras de coentro fresco [*pode adicionar com o caule]
1/3 xícara de folhas de hortelã fresco
1/4 xícara óleo de coco virgem derretido
2 latas de leite de coco
1 colher de sopa de suco de limão fresco
1 talo de raiz de erva-cidreira [capim-santo, lemongrass] as camadas duras removidas, amassado com as costas de uma faca
4 xícaras de folhas verdes [*usei lacinato kale, couve toscana]
1 colher de sopa de açúcar de coco ou mel
Sal Kosher a gosto
250 gr de macarrão de arroz
Fatias de limão para servir

No processador de alimentos pulse a cebolinha, alho, pimentas, gengibre, pimenta verde em conserva, a cúrcuma, 2 xícaras de coentro, ⅓ xícara de hortelã, e 2 colheres de sopa de água. Com o motor ligado, adicione o óleo de coco e processe até ficar uma pasta homogênea. Raspe a pasta com uma espátula para uma panela e cozinhe em fogo médio, mexendo ocasionalmente, até a pasta escurecer ligeiramente e ficar perfumada, cerca de 5 minutos. Adicione o leite de coco, o suco de limão e 2 xícaras de água e leve para ferver. Adicione a raiz de erva-cidreira. Reduza o fogo e deixe cozinhar até o liquido reduzir pela metade, por uns 25 – 30 minutos. Misture as folhas verdes cortadas em tiras. Cozinhe até murchar, cerca de 2 minutos. Misture o açúcar de coco e tempere com sal a gosto. Enquanto isso cozinhe o macarrão de arroz de acordo com as instruções da embalagem. Escorra e dividir entre os pratos. Adicione o curry sobre o macarrão e decore com folhas de coentro e hortelã. Sirva imediatamente acompanhado de fatias de limão.

nhoque de abóbora
[com molho pesto de nozes]

nhoque abóbora

Eu faço massa de macarrão sem problema e dá sempre certo. Nunca tive problema. Mas é só falar a palavra nhoque eu já tremo, porque sei que vai dar xabu. E o pior é que eu A D O R O nhoque, sempre adorei, mas acho que devo ter feito um nhoque excelente umas duas vezes na vida. Isso não quer dizer que eu desisto de tentar, também porque sempre enfrento desafios por mais frustração que eles possam me trazer. Desta vez segui essa receita à risca. A adição da batata ajudou bastante para a consistência mais leve da massa e a abóbora precisa ser drenada muito, muito, muito bem. O resultado foi bom, não vou dizer que ficou ótimo, porque achei que tive colocar mais farinha do que eu imaginava que teria, mas mesmo assim achamos gostoso e comemos tudo. As nozes são locais, daqui da minha região, então estavam fresquinhas. O colheita das nozes e castanhas acabou de acontecer aqui nas imediações. A salsinha veio na cesta orgânica. A abóbora foi o restante daquela que ganhei na loja de antiguidades.

para o pesto
100 gr de nozes
3 colheres de sopa de salsinha picada
1/2 xícara de azeite de oliva
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Coloque todos os ingredientes no liquidificador ou processador de alimentos, pulse até formar uma pasta. Adicione mais azeite se precisar, até o pesto ficar com a consistência desejada.

para o nhoque de abóbora:
600 gr de abóbora cortada em cubos
200 gr de batatas cortada em cubos
2 gemas de ovo caipira
2 colheres de sopa de manteiga
280 gr de farinha de trigo
3 colheres de chá de sal
Noz-moscada ralada a gosto
Pimenta do reino moída na hora a gosto

Cozinhe os cubos de abóbora e batata em uma panela grande com água e sal até ficar macio, cerca de 15 minutos. Escorrer bem, o máximo que puder para remover toda a água. Passe as batatas e abóbora cozidas por um espremedor. Para se certificar que não tem mais água, vire o espremedor ao contrário antes de começar a espremer e se tiver água ela vai sair pelo outro lado. O purê tem que ficar bem firme, não pode ficar aguado. Misture o purê de abóbora e batata ainda quente com as gemas e a manteiga e coloque na geladeira até que fique completamente frio. Coloque uma panela grande com bastante água salgada a leve para ferver. Misture delicadamente a abóbora e batata com a farinha de trigo, o sal, a noz-moscada e a pimenta do reino até ficar uma massa. Se a textura ficar muito pegajosa, misture mais um pouco de farinha de trigo. Polvilhe as mãos com farinha e vá enrolando pequenas quantidades da massa. Faça rolinhos, corte os nhoques em pequenos retangulozinhos e coloque-os em uma assadeira enfarinhada. Jogue os nhoques aos poucos [de 10 em 10] na água fervendo e cozinhe até os nhoques começarem a flutuar na superfície. Remova com uma escumadeira e coloque numa travessa. Repita até que todos os nhoques estejam cozidos. Sirva temperado com o pesto.

bolo de maçã & alecrim

apple-rosemary cake

O moço que vende azeite no Farmers Market de Woodland apareceu num dos sábados vendendo umas maçãs lindas [e depois ele apareceu com figos]. Você acha que eu vou deixar passar frutas que a pessoa que está vendendo disse ter colhido, ela mesma, no dia anterior? Claro que abocanhei um montão, né? Essas maçãs duram muito tempo, ficam enfeitando a sala, não precisa refrigerar. Com algumas delas fiz esse bolo quer ficou bem levinho, um bocadinho mais doce do que eu esperava, mas mesmo assim gostei da delicadeza da massa. Acho que deixei os ovos e o açúcar baterem em creme um pouco mais do que o necessário, mas não foi problema. Adorei mesmo a ideia de misturar as maçãs com o alecrim, que eu tenho plantado no quintal e naquela semana recebi raminhos extras na cesta orgânica. A combinação é deliciosa!

2 e 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida e esfriada
3/4 xícara de açúcar
4 ovos caipiras grandes em temperatura ambiente
1 xícara de farinha de trigo peneirada
1/2 colher de chá de fermento em pó
1 maçã grande descascada e picada em cubinhos
1 colher de chá de alecrim fresco picado
1/2 colher de chá de extrato de laranja

Preaqueça o forno a 350ºF/176ºC. Untar uma forma de pão bem grande com a 1/2 colher de sopa de manteiga. Polvilhe com 1 colher de sopa de açúcar. Coloque os ovos na tigela da batedeira. Adicione o restante do açúcar, bata para combinar e em seguida bater em velocidade alta com o batedor de arame, até que a mistura fique bem leve e aerada, com consistência de um creme bem fofo.

Enquanto isso, peneire a farinha e o fermento em pó e reserve.

Quando a mistura de ovos estiver bem cremosa desligue a batedeira e adicione a mistura da farinha delicadamente a mão, mexendo com uma espátula. Em seguida coloque os cubos de maçã, o alecrim picado, o extrato de laranja e o restante manteiga derretida.

Despeje a massa na forma já preparada, leve ao forno e asse por 40 a 45 minutos, até que o bolo cresça e fique dourado. Remova do fdorno, deixe esfriar completamente e sirva.

apple rosemary cake august16_07 apple rosemary cake august16_07

tomates provençal
[numa outra versão]

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Essa receita pode ser considerada um exemplo de frugalidade. Um resto de baguette ficou dura num tanto que só deu mesmo pra cortar picotando com a ponta da faca. Guardei os pedacinhos, porque pensei que aquilo daria uma ótima farinha de rosca. Na cozinha do meu trabalho há um eterno desovar de produtos, ou dos quintais de colegas que têm hortas e árvores frutíferas, ou dos centros de pesquisa, que têm seus próprio pomares e campos agrícolas. Esses tomates foram desova de um ou de outro. Apareceu uma caixa na cozinha com muitos tomatões e tomatinhos, todos bem imperfeitos, com algumas cicatrizes externas e uma base mais fibrosa. Não estavam bons pra fazer salada, mas deram bons molhos e os últimos viraram esses tomates provençais. No processador transformei o pão duro picotado em farinha, adicionei umas fatias de aliche [anchovas] e bastante ervas frescas—manjericão, cebolinha e salsinha. Cortei os tomates ao meio, removi a polpa [que congelei pra fazer molho]. Deixei escorrer bem de cabeça pra baixo e depois enchi cada metade de tomate com a farofa de aliche e ervas. Ao invés de assar, grelhei na churrasqueira. Ficaram ótimos servidos com uma saladinha verde.

Tenho uma outra receita de tomate provençal mais autêntica aqui no blog, que foi feita com as ervas de Provença na versão seca.

tomatoes-BBQ tomatoes-BBQ

salada de agrião & ervas
[com pistaches e água de flor de laranjeira]

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Agrião me lembra muito meus anos no Brasil fazendo comidinha pro meu filho. Alías, eu cresci comendo saladas de agrião e aqui ele é vendido em maços minúsculos na seção das ervas no supermercado. Nunca entendi por que. E não é sempre que se acha um maço grandinho e bonito. Quando eu acho, eu compro. Usei umas folhinhas pra decorar uns tacos que fiz na sexta-feira à noite, com muitos legumes grelhados, guacamole feita em casa [amasse o abacate com o garfo e tempere] e queijo de cabra. Com as sobras fiz essa salada absolutamente maravilhosa do Ottolenghi. Não precisa usar todas as ervas, mas se tiver todas, melhor. Ficou uma salada muito aromática, leve e refrescante. Acho que nunca tinha usado água de flor de laranjeira dessa maneira e adorei. Vai ter repeteco.

4 colheres de sopa de azeite de oliva
1 e 1/2 colheres de sopa de suco de limão
1 colher de chá de água de flor de laranjeira
sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
3 1/2 xícaras de agrião, os talos mais grossos removidos
1 xícara de folhas de manjericão fresco
1 e 1/2 xícaras folhas de coentro fresco
1/4 xícara de endro fresco
1/4 xícara de folhas de estragão fresco
1/2 xícara pistaches levemente torrado e picado grosseiramente

Em uma tigela pequena misture o azeite de oliva, o suco de limão, a água de flor de laranjeira e o sal e a pimenta. Bata bem com o batedor de arame para emulsificar. Numa travessa coloque o agrião e as ervas. Um pouco antes de servir despeje o molho e os pistaches sobre as folhas e misture delicadamente .

salada de feijão, vagem e limão

salada de feijão e vagem

Adaptei a receita essa salada num prato mais simples, porque eu só queria mesmo era gastar vagens que vieram na cesta orgânica. Como a vagem fica ainda durinha durante o branqueamento e o feijão também não é molengo, essa salada se sustenta por vários dias na geladeira, o que significa ((( M A R M I T A ! ))).

2 xícaras de feijão branco cozido [usei de caixinha]
1 xícara de vagem branqueada [cozida rapidamente em água fervente]
1/4 xícara de salsinha
1/4 xícara de azeite
3 colheres de sopa de cebolinha picado
2 colheres de sopa de alcaparras picadas
1 colher de sopa de raspas da casca de limão
2 colheres de sopa de suco de limão
1/2 colher de chá pimenta de Alepo ou flocos de pimenta vermelha
Sal a gosto

Misture os feijões com a vagem. Junte todos os outros ingredientes e tempere com sal. Sirva.

berinjela grelhada [com alcaparras & balsâmico]

eggplant-caper-balsamico

O que fazer com um monte de berinjelas orgânicas acumulando na geladeira? Receitas não faltam e dessa vez foi essa uma super simples que me salvou. Modifiquei o modo de fazer, trocando a frigideira pela churrasqueira, porque nesta época do ano eu prefiro cozinhar no quintal e não esbaforir e esquentar a cozinha.

1/2 xícara de vinagre balsâmico
1 xícara de azeite de oliva
2 berinjelas cortadas em fatias grossas
Sal kosher e pimenta do reino moída na hora a gosto
2 colheres de sopa de alcaparras
olhas de manjericão fresco

Colocar o vinagre numa panelinha e levar pra ferver em fogo médio até formar um xarope espesso, cerca de 10 minutos. Aquecer metade do azeite em uma panela ou frigideira em fogo médio-alto e fritar as rodelas, virando uma vez, para dourar dos dois lados. Coloque as rodelas fritas sobre folhas de papel para escorrer e tempere com sal e pimenta. Eu fiz essa parte na churrasqueira, grelhando as fatias temperadas com azeite dos dois lados. Arrume as berinjelas numa travessa, regue com o xarope de vinagre balsâmico, decore com alcaparras e folhas de manjericão. Sirva.