sopa fria de abobrinha

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Outra receita do chef belga Alain Coumont que saiu na revista Food & Wine. Numa grande coincidência, na semana que marquei de fazer essa sopa, achei um macinho de purslane no Farmers Market. Eu já tinha recebido essas folhinhas na cesta orgânica. Ela é considerada um mato, pois cresce rasteiro no chão, vai espalhando e ninguém gosta dela. Mas ela é comestível e muito saborosa, como outros matinhos interessantes, entre eles o espinafre selvagem e o dandelion. A sopa ficou bem interessante e como precisa cozinhar antes de gelar, pode ser servida também quente. Ao gosto do freguês.

2 colheres de sopa de azeite e extra para por sobre a sopa pronta
1 cebola pequena picadinha
1 colher de chá de folhas de tomilho fresco
1 folha de louro
1 quilo de abobrinhas pequenas cortadas em cubos
1 abobrinha extra para ser fatiada e decorar a sopa
Sal kosher a gosto
3 xícaras de água
2 colheres de sopa de manjericão fresco picado
Pimenta do reino moída na hora
2 xícaras de purslane ou rúcula

Numa panela grande coloque o azeite e refogue a cebola em fogo médio até ela ficar transparente. Acrescente o tomilho e o louro e cozinhe por 1 minuto. Junte as abobrinhas e o sal. Cozinhe mexendo de vez em quando por uns 10 minutos. Junte a água e deixe ferver. Remova o louro e junte o manjericão. Bata a sopa em partes no liquidificador com cuidado ou passe pelo food mil, que é mais seguro e é como eu faço. Transfira tudo para uma sopeira e leve à geladeira por pelo menos 3 horas. Na hora de servir acerte o sal, tempere com pimenta, decore cada prato com um punhado de purslane e fatias de abobrinha raladas finas. Coloque um fio de azeite por cima e delicie-se. Essa sopa pode ser preparada com antecedência.

gadgets para churrasqueira

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Ainda na primavera eles começam a aparecer e quando chega o verão as lojas já estão lotadas de apetrechos para a churrasqueira. São mil e uma utilidades para facilitar a vida dos amantes das comidas grelhadas. Eu sempre olho todos aqueles cacarecos com imensa desconfiança, pois sei que a maioria deles acaba empoeirando nos armários ou sendo vendidos a preços de banana nas garage sales da próxima estação. Apesar do meu ceticismo, não me livro de cair na tentação de comprar algumas dessas utilidades. Foi o caso desse suporte para espigas de milho, que usei uma ou duas vezes. Mas outro dia cai na tentação novamente, comprando uns espetinhos longos de metal, que já usei algumas vezes e gostei pois acho chato usar palitos de madeira que tem que imergir na água antes e depois vão pro lixo. Também comprei uma forma de pizza para churrasqueira, que não achei nada ruim. Mas o melhor investimento foi nessa frigideira, na qual fiz as flores de abobrinha recheadas de outro dia e esses tomates, que ficaram muito bons. Pra coisas pequenas, especialmente legumes, a churrasqueira é um pouco complicada, pois os pedaços podem cair, grudar, espatifar. Mas assim, com a frigideira—que tem um cabo que pode ficar pra fora ou para dentro—tudo fica facílimo.

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Esses tomatinhos foram recheados com uma mistura de queijo de cabra, ciboulettes picadinhas, pimenta do reino moída na hora e azeite. Cortei a tampa dos tomates, removi as sementes, recheei com o queijo, tampei de volta e eles ficaram uns dez minutos na churrasqueira a 400ºF. Nesse dia também grelhei espigas de milho, mas não usei meu suporte encalhado. Apenas cortei as pontas e abri um pouquinho os sabugos e coloquei na grelha. Esses milhos ficam tão doces e tão bons, que pro meu gosto não precisam de nada extra, mas quem quiser pode salpicar sal ou manteiga ou manteiga com ervas.

gelado de framboesa
[ com manjericão ]

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Estavam lá as framboesas e estava cá o vaso com um maço de manjericão fresco, então foi só colocar as frutinhas no liquidificador, adicionar 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral, nectar de agave a gosto e—plic-plic-plic—um punhado de folhinhas da erva fresquinha, bater tudo bem batido, adicionar a vodka invisível se quiser [eu até esqueci], jogar tudo na sorveteira e cataplum, colheres avancarão em ritmo alucinante, sem moderação e muito menos bons modos.

—preparei esse sorvete antes do jantar pra servir de sobremesa e, sem exagero algum, nós não conseguíamos parar de comê-lo. muito bom, muitooo booom, muiiiiiiitooooo boooooooooooom!!

—tenho recebido toda semana um maço gigantesco de manjericão e mesmo depois de dividir com a Marianne ainda sobra uma quantia absurda, então eu resolvi ao invés de embrulhar os galhos numa folha de papel toalha e guardar na geladeira, colocar o maço inteiro num vaso com água, porque achei que assim as folhas duram mais e me deixam com mais tempo para gastá-las.
—estou completamente ciente de que esses sorvetes só entram aqui por causa das suas cores e das fotos bacanas que eles geram, porque as receitas, eu admito gentê, não são nada mais que o básicão de sempre.

—o manjericão, que abunda durante o nosso verão seco e quente, já foi coadjuvante de uma outra fruta, nessa minha maratona sazonal dos sorvetes. a mistura do morango com essa erva perfumadíssima foi um blockbuster na parada de sucessos gelados ano passado.

olha, chegou a cesta!

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Toda semana é essa mesma cena, que tem se reproduzido por anos e anos. Quando chega a cesta—que na verdade não chega sozinha, pois eu tenho que ir buscar—os gatos fazem a inspeção geral, cheirando cada micro centímetro e o Roux, quem mais, mordisca o que estiver mais apetitoso. No verão ele ataca a palha do milho. Depois do cheira aqui, cheira acolá, morde aqui, morde acolá, eles seguem com o que estavam fazendo, o que geralmente envolve dormir, comer, usar o banheiro e para o Roux, quem mais, perseguir o Misty ou pinotear pela casa atrás de um rato de pano.

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Muito antes de iniciar o Chucrute com Salsicha eu já era adepta dos orgânicos e falava deles no meu outro jurássico blog. E muitos anos antes de aportar aqui na Califórnia, eu já tinha minhas idéias naturebas, que aqui pude por quase cem por cento em prática. Nasci com essa tendência, então nada mais natural do que divulgar o que eu acredito e pratico. Vivo citando essa minha cesta orgânica, pois é ela que me traz a materia prima para os meus almoços e jantares. O centro é a cesta e o resto é acréscimo, que eu faço questão de que seja também orgânico. E não só orgânico, mas sazonal, local e sustentável. E o que não for local que seja pelo menos fair trade. E o que for do reino animal que seja produzido sem antibióticos e principalmente que não envolva nenhum tipo de confinamento torturante e crueldade. Esse é o meu moto, meu mantra.

Nesta cesta chegaram muitos tomates de três variedades, abobrinhas de duas variedades, pimentões verdes de duas variedades, pimenta jalapeño, pepinos, espigas de milho, um maço gigante de manjericão, batatas, rainbow chard, cebola amarela e roxa, alho, um repolho roxo, tomatillos, dois melões e um pacote de damascos. Tava pesada pacas, viu?

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A minha cesta é uma CSA da fazenda dos estudantes da Universidade da Califórnia, campus Davis. Se você, como muitos outros visitantes do Chucrute com Salsicha, estiver pensando em adotar os alimentos orgânicos, sazonais, locais e sustentáveis e quiser saber se tem algo do gênero na sua cidade ou região, dá uma olhada nesta página de links que eu organizei um tempo atrás. Pode ser que você encontre o que está procurando. E se souber de algo legal que não esteja lá, me avisa que eu adiciono.

salada de grão-de-bico, limão & parmesão

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Essa receita de chickpea salad with lemon and parmesan da Molly do blog Orangette estava na minha lista de receitas por fazer há não sei quanto tempo. Finalmente e felizmente coloquei ela em prática. É simples de fazer, que é o fator principal para uma receita me interessar, e fica deliciosa e chique. Eu cozinhei o grão-de-bico numa panela de terracotta, mas a própria Molly usa os de lata, que são realmente uma mão na massa. Mas como ela mesmo diz lá no Orangette, é muito importante que os ingredientes sejam da melhor qualidade. E eu repito aqui, melhor qualidade dos ingredientes, melhor resultado na receita.
para duas pessoas:
1 lata ou 1 xícara de grão-de-bico cozido e escorrido
1 colher de sopa de suco de limão
1 1/2 colher de sopa de azeite de oliva
Sal a gosto [*usei a flor de sal]
1/4 xícara de queijo parmesão ralado na hora
Misture todos os ingredientes. Sirva imediatamente ou guarde num recipiente com tampa na geladeira até a hora de servir. Essa salada conserva-se bem por dias na geladeira.

molho de pimentão [da Maria]

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Atéquenfim os pimentões locais chegaram e assim eu pude colocar em prática o molho que a Maria serviu no jantar que ela nos ofereceu lá em Milão. É absurdamente fácil de fazer e fica muito saboroso. A Maria me passou a receita sem medidas super exatas, pois ela faz esse molho sempre. Eu servi com raviolis recheados com alcachofras assadas e queijo. Aqui está a receita, a moda da Maria:

Para 2 pessoas:
2 pimentões vermelhos
1 latinha de tomate pelado
Alho
Azeite de oliva extra virgem
Sal
Aceto balsâmico

Remova a pele do pimentão com o descascador de batatas e corte em tirinhas finas. Em uma panela coloque o azeite de oliva, o alho e deixe refogar, mas cuidado para não queimar o alho. Depois acrescente o pimentão, sal e deixe refogar até praticamente desmanchar. Nesse ponto acrescente o aceto balsâmico [não coloque muito e não precisa ser aquele super caro]. Quando evaporar o aceto, coloque o tomate e deixe cozinhando até notar que toda a água do molho evaporou. Corrija o sal, se quiser pode colocar pimenta também, vai do gosto pessoal [*eu não coloquei]. Pode usar esse molho para temperar praticamente todo tipo de pasta.

para comer [flores]

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É difícil resistir quando vejo as flores de abobrinha pra vender no mercado. Já tinha feito omeletes com elas várias vezes, mas desta vez decidi que iria fazer algo diferente. Lembro que minha mãe fazia as flores recheadas e fritas ou empanadas e fritas. Arrisquei numa invencionice ousada. Recheei as flores com queijo de cabra temperado com ciboulettes, pimenta do reino moída e azeite. E fiz na churrasqueira. Foram alguns minutos, virando as flores no meio tempo com muito cuidado e delicadeza. E elas ficaram deliciosas. Vou repetir a dose assim que puder.

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bolo de iogurte & semolina

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Este bolo saiu do livro Falling Cloudberries da Tessa Kiros. Segundo ela, é um bolo típico Cipriota que pode ser feito com água de rosas, limão, baunilha ou água de flor de laranjeira. Eu achei que tinha água de rosas, mas não consegui achar, então concluí que não tinha mais [ou minha gaveta de condimentos está prá lá de Marraquesh de bagunçada] e decidi substituir por limão. Achei que valeu a pena, mas ainda vou tentar fazer esse bolo com a água de rosas. Como a Tessa diz na receita que esse bolo fica bem doce, eliminei o xarope e pro meu gosto ele ficou perfeito. Nós adoramos e devoramos tudo, não sobrou nem farelo.

125 gr [4 1/2 oz] de manteiga amolecida
1 xícara de açúcar super fino
1 xícara de iogurte natural [nem muito grosso, nem muito fino]
1 colher de sopa de água de rosas * usei suco de limão
3 ovos, claras e gemas separadas
1/2 colher de chá de raspas da casca de um limão verde *usei o amarelo
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de semolina fina
2 colheres de chá de fermento em pó
1/2 xícara de amêndoa moída
xarope de rosas * não fiz
1 xícara de açúcar super fino
1 colher de chá de água de rosas

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 180ºC. Unte com manteiga uma forma quadrada de mais ou menos 22 cm. Na batedeira, coloque a manteiga e o açúcar e bata até ficar cremoso. Junte o iogurte, as gemas dos ovos, a água de rosas e as raspas de limão verde *usei o suco e as raspas do limão amarelo, e bata até incorporar. Misture as amêndoas moídas. Numa outra vasilha peneire juntos a farinha, a semolina e o fermento. Junte essa mistura ao creme de manteiga e ovos. Numa outra vasilha bata as claras em neve e junte a outra massa, delicadamente usando uma espátula, ate as claras se incorporarem bem à massa. Coloque tudo na forma untada e leve ao forno por 45 minutos. Deixe esfriar e se quiser faça o xarope misturando o açúcar, a água de rosas [ou limão, se fizer com limão] e 1 xícara de água numa panela e deixar ferver por 5 minutos. Jogue o xarope sobre o bolo.