Mês: abril 2007
cheesecake de pecans
[com caramelo & sal]
Eu ainda tenho muito feijão pra comer no quesito sobremesas, mas tenho tentado receitas novas e até ousado um pouco nas minhas tentativas de reproduzir doces mais sofisticados. Geralmente eu sou atraida por receitas que incluem frutas. Só que desta vez, para a Páscoa, eu quis fazer algo totalmente diferente e acabei gamando nessa receita de Pecan and Salt Caramel Cheesecake que vi no Chow.
Como não tenho prática com sobremesas, nem sou muito organizada, tenho que me concentrar num esforço maior para não me atrapalhar no percurso de preparar uma receita com muitos passos. Fui às compras e acabei esquecendo de comprar as graham cracker, e tive que improvisar com uns biscoitos champagne que tinha na despensa. Esses eram meio chocolate, meio branco e por incrivel que pareça, acabaram fazendo uma massinha super leve e delicada, muito mais discreta que as feitas com os tradicionais crackers.
Fiz uma receita e meia, que rendeu um cheesecake grande e um pequeno. O menor eu levei para um jantar no sábado à noite, quando pudemos testar a gostosura dessa sobremesa. O maior levei para o almoço de Páscoa na casa da sogra do Gabe e até eu me impressionei com o tanto que esse cheesecake ficou saboroso. Quando a sobremesa foi servida, uma onda de murmuros e exclamações de elogios rasgados invadiu a sala de jantar. Até a minha nora elogiou repetidamente e se serviu de duas belas fatias – ela é extremamente sincera, sem hipocrisias ou salamaleques pra agradar, falando sempre gostei/não gostei na buxa, sem medo de ofender ou magoar. Então receber um elogio dela vale muito, pois eu sei que é realmente verdadeiro.
* comece com todos os ingredientes em temperatura ambiente – menos o creme de leite.
ingredientes:
para a massa:
1 1/4 xícaras de graham cracker [biscoito maizena/maria/ eu usei o champagne]
4 colheres de sopa (1/2 tablete) de manteiga sem sal derretida
3 colheres de sopa de açúcar
para o cheesecake:
1 quilo (4 pacotes de 250 gr) de cream cheese
1 xícara de açúcar
1 gema grande
3 ovos grandes inteiros
1 colher de chá de extrato de baunilha
para o caramelo:
1 xícara de açúcar
4 colheres de sopa (1/2 tablete) de manteiga sem sal
1/2 xícara de creme de leite fresco – heavy cream
1 xícara de nozes pecans em pedaços – eu tostei levemente
1 pitada generosa de sal marinho – eu usei a Flor de Sal
modo de fazer:
para a massa:
Pré-aqueça o forno em 350°F/180ºC. Numa vasilha de tamanho médio misture os biscoitos moídos com a manteiga derretida e o açúcar. Misture bem, até ficar uma farofa bem úmida. Pressione essa farofa no fundo de uma forma grande de torta – as de fundo removível.
para o cheesecake:
Na batedeira, bata o cream cheese com o açúcar até ficar bem leve e cremoso. Bata por bastante tempo. Vá adicionando os ovos um a um, sem parar de bater. Adicione a baunilha e bata mais um pouco. Quanto mais tempo bater, mais leve vai ficar o creme. Coloque essa mistura sobre a massa na forma e asse por uns 40 minutos, até a massa ficar bem fiirme – teste com um garfo, como se fosse um bolo. O garfo tem que sair limpo. Deixe esfriar completamente dentro da forma.
para o caramelo:
Numa panela misture o açúcar com 1 colher de sopa de água, mexa bem e leve ao fogo médio. Deixe o açúcar derreter e ferva até o liquido ficar com uma cor de ambar. Adicione a manteiga rapidamente, retire do fogo, mexa bem para incorporar e adicione o creme de leite. Mexa vigorosamente até formar um creme bem liso. Deixe esfriar em temperatura ambiente.
monte o cheesecake:
Retire o cheesecake da forma, coloque numa travessa, jogue o caramelo por cima e salpique com as pecans picadas e espalhe a pitada de sal sobre as pecans. Pode gelar e servir.
os espaçosos
Finlandeses Arabia vintage—nunca vi pratos tão pesados e tão grandes. Muito espaço para a comida. Nada de pratinho todo abarrotado, aquele amontoado de rango se misturando. Mara-valhosos!
No menu super simples—perna de carneiro cozida, purê de batata com alho, brócolis no vapor, salada de tomate e um cozido de legumes com uma farofinha de pão.
Julia comprando verduras
O nome dela é Joanne e ela é amiga antiquíssima da sogra do meu filho. Ela nos recebeu para um thanksgiving na casa dela já faz alguns anos. Naquela ocasião Joanne cozinhou um menu vintage dos anos 50, usando livros da época, que eu folheei numa linda biblioteca que ela tem na cozinha. No papo de hoje, também na cozinha, bebendo champagne e falando de comida, ela começou a contar que o marido tinha sido AMIGO da Julia Child e que tinha TODOS os livros dela. Como ele cozinhava muito e usava os livros o tempo todo, eles estavam todos manchados de vinho, molhos, e começaram a despencar. Ela então descobriu uma pessoa que fazia encadernação e mandou reformar os livros todos. Como surpresa para o marido, ela procurou a Julia Child e pediu que ela autografasse os livros com a dedicatória — “com carinho, para fulano de tal, o melhor cozinheiro do mundo!” e Julia replicou que nem pensar que ela iria escrever “o melhor cozinheiro do mundo”, e escreveu somente “com carinho, para o fulano”, afinal de contas não é qualquer um que pode ter esse título de melhor do mundo, além DELA e mais alguns privilegiados! Joanne também contou que apesar de viver no sul da Califórnia, Julia tinha uma irmã, que ainda está viva, morando em Sausalito e estava sempre aqui pelo norte, onde podia ser vista às vezes comprando legumes e verduras no supermercado local. Joanne também fofocou que Julia bebia, também em cena no seu programa de tevê, por isso ela fazia tanta trapalhice, como derrubar coisas no chão. Eu queria saber mais sobre a Julia Child, mas a conversa rumou pra outras direções, e não consegui mais retornar. Mas depois do almoço eu e a Joanne fomos xeretar a biblioteca da sogra do meu filho, e encontramos muitos exemplares dos livros da Julia, vários deles repetidos, em edições vintage e originais, publicadas nos anos 60, quando ela fazia o seu inovador programa culinário na televisão, The French Chef.
um ovo, dois ovos, três ovos assim
não vai passar em branco
pros adultos.. |
pras crianças.. |
Quando o Gabriel era pequeno, fazíamos alguns rituais de Páscoa, com as pegadas das patinhas do coelhinho feitas de giz, ovinhos e ovões escondidos. Hoje não vejo mais propósito, mas o consumismo me faz comprar algumas coisas nessa época. E como resistir à tanto apelo? Tento escolher o que acho comestível—ou seja, o que eu comeria. Isso incluí basicamente chocolate amargo, que é o que eu gosto. Pra alegria das minhas lombrigas consumistas, meus sobrinhos Fausto e Catarina estão chegando no final do mês, então aproveitei a oportunidade para afogar as saudades de comprar coisinhas pra crianças – coelhinhos, ovinhos e toda a parafernália acompanhante!
PB&J
um clássico |
Amar é…
esperar pacientemente na frente da porta ou já dentro do carro, enquanto ele resolve no último minuto antes de sair dar snack pro gato, pôr as latas de lixo na calçada ou dar uma meditadinha no banheiro.
suportar com firmeza, sem engasgos de vômito, a visão dele passando maionese numa fatia de panetone, devorando um romeu e julieta de goiabada com polenguinho sabor alho, misturando gelatina com sour cream ou sorvete de baunilha com abacate e aveia.
não se irritar quando ele estiver dirigindo e um velhinho passar vocês na freeway, pela direita.
responder novecentas e quarenta e sete vezes a mesma pergunta.
resistir à tentação de atear fogo naquela jaqueta de nylon que ele ganhou quando fez estágio numa empresa em 1983 e que ainda usa.
escrever sobre os defeitos dele, fazendo tudo parecer singelo e simpático.
pudim salgado de aspargos
Como estou recebendo muitos aspargos na cesta orgânica, preciso arrumar maneiras criativas de usá-los. Vi essa receita no 101 Cookbooks da Heidi, que sempre publica coisas legais e simples, que eu adoro. Esse pudim salgado não decepcionou. Reduzi as quantidades para um terço da receita original , pois achei que um prato que serve oito pessoas era muito para o nosso jantar.
Savory Asparagus Bread Pudding
150gr de pão sourdough ou qualquer outro do estilo pesado
1 xícara de leite
1/3 xícara de caldo de legumes [usei de cogumelos]
1 ovo
Sal, pimenta do reino e dried dill a gosto
Um maço de aspargos
1/4 xícara de azeitonas pretas picadas
1 xícara de queijo Gruyere ou suíço ralado [usei provolone defumado]
Pré-aqueça o forno em 400ºF/205ºC. Unte uma forma ou refratário com manteiga. Corte o pão em cubinhos. Numa vasilha misture o leite, caldo, ovo, sal, pimenta e dill e bata com o batedor de arame até ficar bem misturado. Jogue sobre o pão em cubinhos. Adicione os aspargos cortados em em pedaços e as azeitonas. Misture bem para ficar bem incorporado, pão, liquido e legumes. Coloque na forma ou refratário, cubra com o queijo e asse por mais ou menos 40 minutos, até ficar totalmente seco.
salada de erva-doce e salsão
Uma saladinha bem refrescante que eu tirei do Chow e adaptei um pouquinho.
Rale um bulbo de erva-doce e dois talos de salsão em fatias bem finas. Pique bastante salsinha e misture. Corte um limão em conserva, polpa e casca, em pedacinhos. Misture. Tempere com sementes de salsão – eu usei caraway seeds, pimenta do reino e sal. Finalize com um fio de vinagre de laranja ou de maçã e bastante azeite. Na receita original vai azeitona preta, que eu recomendo, mas omiti da minha desta vez. Por causa do limão em conserva, a salada fica meio amarguinha, bem refrescante para acompanhar qualquer prato.
* se não encontrar o limão pronto, dá uma olhada na receita do limão em conserva que me foi dada pela querida Gisa.