Dinner with Georgia O’Keeffe

Tenho comprado muitos livros em versão eletrônica, muito mais do que versões em papel. Mas este tinha que ser adquirido em publicação tradicional, porque pra mim ele equivale a um livro de arte. Depois de publicar o maravilhoso Dinner with Jackson Pollock, a fotógrafa Robyn Lea escolheu Georgia O’Keeffe, outro ícone norte-americano com uma ligação com receitas, ingredientes e cozinha. Eu não conhecia muitos detalhes da vida e obra da Georgia O’Keeffe, mas depois desse livro fui atrás de conhecer tudo. Vi até um filme sobre a relação dela com o marido, o fotógrafo Alfred Stieglitz—com a atriz Joan Allen fazendo a pintora e o Jeremy Irons fazendo o fotógrafo. Que vida maravilhosa, longa e fascinante. As receitas, pescadas do acervo pessoal da artista, são todas simples, coloridas e empolgantes. Já estou animadíssima pra fazer um monte delas. O’Keeffe tinha uma relação espiritual com na natureza e os alimentos. Ela acreditava em alimentação saudável e era adepta de muitas ideias naturalistas. Ela mantinha uma horta, no sítio em que vivia no Novo México, que abastecia a cozinha com ingredientes para as suas receitas. Esse livro é tão lindo e delicado que fui folheando delicadamente, virando as páginas com as pontas dos dedos, tomando cuidado pra não fazer nenhum movimento brusco e perturbar a harmonia das fotos, cores, receitas e histórias.

Dinner with Jackson Pollock

Dinner with Jackson Pollock Dinner with Jackson Pollock
Dinner with Jackson Pollock Dinner with Jackson Pollock
Dinner with Jackson Pollock Dinner with Jackson Pollock
Dinner with Jackson Pollock Dinner with Jackson Pollock
Dinner with Jackson Pollock Dinner with Jackson Pollock

Fazia um tempinho que não investia em livros e comprei esse do Pollock e outro do Monet. O pacote foi entregue na porta da minha casa quando eu estava viajando a trabalho e quando voltei ele não estava mais lá. Foi a primeira vez que tive algo roubado da minha porta, fiquei imensamente chateada. Liguei pra Amazon e eles me perguntaram se eu queria o dinheiro de volta ou que os livros fossem reenviados. Optei pelo reenvio e dois dias depois eles chegaram. O do Monet—bonito, mas com as fotos de sempre, as receitas de sempre. O do Pollock—lindo, criativo, estimulante, muitas histórias sobre ele e a mulher, Lee Krasner, receitas de família, compiladas de recortes e anotações escritas a mão, tudo isso lindamente encadernado em espiral, com fotos históricas, fiquei encantada, não larguei do livro por algumas semanas e fiz algumas das receitas. Com a atual abundância de livros de culinária, onde tudo parece ser feito no mesmo formato, com o mesmo estilo de fotos e layout, esse foi uma exceção muito auspiciosa que me deixou muito feliz!

Mastering the Art of French
Cooking [versão para tablet]

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No dia quinze de agosto o mundo comemorou o aniversário de 100 anos da Julia Child. Homenagens abundaram em sintonia com a amplitude da sua influência. Ninguém pode negar que a magnitude do marco de referência que essa mulher se tornou na cultura gastronômica mundial é algo incomensurável. Eu não vou fazer homenagem, porque nem é necessário. Mas como pessoa totalmente favorável às novas midias, quero contar que a editora Knopf Doubleday/Random House Digital lançou em julho deste ano um app para ipad e nook—Mastering the Art of French Cooking: Selected Recipes. A editora já tem os dois volumes do clássico Mastering the Art of French Cooking em versão e-book. Mas nesse app, que tem apenas uma compilação das receitas mais famosas e algum excertos dos livros, traz umas fotos bem legais, tem lista de ingredientes e equipamentos culinários, um depoimento com a Judith Jones que foi uma grande amiga e a editora da Julia, muitos daqueles vídeos pioneiros com a Julia preparando as receitas e a até audio com pronúncia dela para os nomes dos pratos em francês. Não é comparável ao volume massivo dos dois livros, mas custa apenas $2.99 e é bem divertido.

cogumelos com creme
[à moda de Mary Francis]

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Guardei a reportagem do jornal The Guardian que comentava o livro With Bold Knife And Fork da musa eterna M. F. K. Fisher porque lá no final tinha uma receita. E não apenas uma receita, mas uma receita de uma cozinheira absolutamente descomplicada, como era Mary Francis. Ela recomenda usar qualquer tipo de cogumelo, desde que sejam frescos—usei os hedgehogs. Fiz esse prato só pra mim numa noite de semana, quando a fome estava evidente, mas o cansaço estava persistente. Esse rango tem um jeitão sofisticado, mas é jogo rápido de fazer e fica muito bom!

4 xícaras de cogumelos frescos
4 colheres de sopa de manteiga sem sal
1 e 1/2 xícaras de creme de leite fresco [*usei half and half]
Sal e pimenta moída na hora a gosto
1/4 xícara de suco de limão [ou 1/2 xícara de vinho branco seco]
1 colher de sopa de molho inglês—worcestershire sauce, se quiser
Fatias de pão francês tostados com manteiga

Limpe os cogumelos com um pano ou escova [eu não lavo cogumelos]. Corte em pedaços grandes. Numa panela aqueça a manteiga e refogue os cogumelos mexendo rapidamente com uma colher de pau. Quando os cogumelos estiverem cozidos, junte o creme, sal e pimenta e deixe borbulhar. Adicione o suco de limão [ou vinho, se preferir] e o molho inglês. Coloque sobre a fatia de pão torrado e sirva imediatamente.

Dione Lucas

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Pouca gente sabe, mas antes de Julia Child, a grande musa foi Dione Lucas—a primeira mulher a se graduar pela escola Le Cordon Bleu e a primeira chef a ter um programa de televisão nos EUA. Dione Lucas não era americana, mas sim inglesa. Trabalhou como chef na Europa, abriu o primeiro restaurante e escola Cordon Bleu em New York e foi estrela do primeiro cooking show norte-americano, televisionado entre 1948 e 49 pela rede CBS. Ela também escreveu vários livros sobre culinária francesa e, obviamente, foi uma grande influência e inspiração para a sua mais famosa procedente, Julia Child.