the white sangria

outono outono
outono outono

Essa receita aconteceu em setembro, quando ainda havia figos e nectarinas, antes da minha viagem de férias pro Brasil. Foi a bebida do final de semana, que foi bem quente. E me deixou aproveitar sobras de vinho branco. Aqui sempre sobra vinho porque eu sou a única que bebo. Mas dessa vez não sobrou nada. Fiz uma mistura no olhômetro, mais ou menos assim—bastante vinho branco, uma outra quantidade de suco de uva branca, uma lata de ginger ale, suco de um ou dois limões verdes espremidos na hora, duas nectarinas picadas em cubinhos minúsculos. Cubos de gelo nos copos e servir.

salada de tomate & romã

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Lá vou eu toda contentona mergulhar numa nova aventura culinária com a chegada auspiciosa do novo livro do Yotam Ottolenghi—Plenty More. Eu fiz a pré-encomenda antes do livro ser lançado aqui nos EUA e esperei pacientemente por meses. No dia 15 de outubro ele chegou, juntamente com o autor que está numa turnê pelo país. Essa é mais uma empreitada vegetariana, uma sequência do livro Plenty lançado em 2011. Depois do furacão que foi Jerusalem, eu realmente não esperava que o Plenty More fosse trazer tantas surpresas boas. Fiquei novamente encantada. Ottolenghi é um mestre nas misturas inusitadas de ingredientes e sabores. Quando que eu imaginaria misturar tomates com romãs? Acho que nunca. No final de outubro ainda estava recebendo alguns tomates na cesta orgânica e as romãs já estão abundantes. Simplifiquei a salada usando apenas um tipo de tomate, por razões óbvias. Essa salada é perfeita para o finalzinho do verão, quando ainda podemos ostentar tomates em variedades. Eu preparei a receita um pouco tarde, mas mesmo assim achei que valeu a pena.

400gr de tomates maduros [variados, se tiver]
1 pimentão vermelho cortado em cubos
1 cebola roxa pequena picadinha
2 dentes de alho esmagados [*omiti]
1/2 colher de chá de pimenta da Jamaica
2 colheres de chá de vinagre de vinho branco
1 e 1/2 colher de sopa de melaço de romã
60 ml de azeite
Sementes removidas de 1 romã
1 colher de sopa de folhas pequenas de orégano fresco para decorar
Sal e pimenta do reino moída na hora

Numa tigela grande, misture o tomate, pimentão e cebola e reserve. Numa tigela pequena misture o alho, a pimenta da Jamaica, o vinagre, o melaço de romã, o azeite e 1/3 colher de chá de sal e mexa bem até ficar bem combinado. Despeje esse molho sobre os tomates e misture suavemente. Coloque tudo numa travessa. Adicione as sementes de romã e as folhas de orégano, tempere com pimenta do reino moída na hora e regue com um fiozinho de azeite. Sirva em seguida.

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※ nove anos ※

nove anos! nove anos! nove anos!
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Hoje, primeiro de novembro de 2014, este blog completa nove anos ininterruptos no ar. Nove anos de histórias, imagens, receitas, conversas. Quis marcar esta data com algo especial, mas não consegui. Queria ter selecionado uma foto de cada ano, mas acabei só conseguindo fazer este patchwork de imagens que resumem um pouco da minha vida hoje—nove anos depois do entusiasmado e ingênuo inicio deste meu pequeno espaço virtual. Nove anos atrás eu vivia em outra cidade, outra casa, tinha uma vida um pouquinho diferente de hoje. Continuo a mesma pessoa, acreditando nas mesmas coisas, mas acho que amadureci e cresci bastante em todos os aspectos da minha vida.

Nos últimos anos, com mudanças de cidade, casa, desafios imensos no meu emprego, houve também uma mudança de prioridades pra mim. O Chucrute com Salsicha continua sendo um instrumento de comunicação e um exercício de criatividade, um hobby que eu adoro, um espaço que eu tenho prazer em desenvolver e manter. Ele só não tem mais foco central na minha vida. E não acho isso ruim, porque o que não é obrigação, fica muito mais gostoso.

Em resumo quero dizer que continuo a mesma evangelista dos orgânicos de sempre e estou mais locavore do que nunca, amo minha vida na roça e todas as vantagens que isso me traz. Agradeço imensamente a todos que visitam este espaço, regularmente ou nem tanto, participando com comentários ou apenas lendo em silencio. Chegamos até aqui e vamos em frente, né? Pois nove anos pode parecer muito tempo, mas eu sempre tenho a impressão que estou apenas começando.

abobrinha com manteiga & aliche

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Essa receita tão simplezinha veio a calhar numa semana em que eu tinha muitas abobrinhas magrelas acumuladas na geladeira. É muito fácil de fazer e fica uma delícia. Vai bastante manteiga, mas vale a pena!

250 gr de abobrinhas bem pequenas, inteiras, mas com as pontas aparadas
6 colheres de sopa de manteiga
6 filés de aliche [anchova], picados
2 pitadas de flocos de pimenta vermelha
Sal a gosto

Cozinhar as abobrinhas em uma panela média com água salgada fervente em fogo médio-alto até elas ficarem cozidas mas não molengas, por cerca de 8 minutos. Escorra as abobrinhas e reserve. Retorne a mesma panela para o fogão. Reduza o fogo para médio-baixo. Derreta a manteiga na panela. Adicione os filés de aliche e os flocos de pimenta vermelha. Adicione as abobrinhas e dê uma sacudida na panela pra manteiga cobrir todas elas. Tempere com um pouco de sal se quiser e sirva imediatamente.

Off The Grid

Off The Grid
Off The Grid Off The Grid
Off The Grid Off The Grid
Off The Grid Off The Grid
Off The Grid Off The Grid
Off The Grid Off The Grid

Picnic é sempre uma boa ideia. Food trucks também são uma boa ideia. Passar o domingo em San Francisco é uma excelente ideia. Um picnic com food trucks na região do Presidio, com sua história, belas áreas verdes e proximidade do oceano, é a epítome da boa ideia. Fomos ao Off The Grid num domingo de julho pela manhã e como a função começa às 11 am tivemos tempo de sobra pra chegar, estacionar, achar uma área no gramado pra estender meu famigerado quilt de picnic e ainda comprar as comidas sem muita fila. Esse picnic no Presidio é a versão hipster do picnic hiponga que acontece no Farmers Market de Davis durante o verão. Tinha até música, só que não eram aquelas bandas hillbillies com em Davis, mas um DJ bem do modernoso. Nós comemos empanadas argentinas, sanduiches vietnamitas, noodle tailandês, bebemos drinks com champagne e vodka e dividimos um creme brulée de sobremesa. O lugar estava bem animado, cheio de famílias bem jovens, cachorros, crianças e muitos, muitos tipos siliconvalleanos, que eu identifico de uma só piscada [tem asiáticos, wasps e indianos no mesmo grupo, são eles!]. Nós não ficamos muito tempo depois do rango, pois decidimos entrar no Museu do Walt Disney e assim como quem não quer nem esperava nada, ficamos três horas lá dentro. Quando saimos o Off The Grid já estava se desmanchando. Na próxima vez ficaremos mais. Esse picnic acontece todos os domingos, até novembro.

bolo de chocolate com sal

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Esse foi um bolinho que fiz como sobremesa para um jantar italiano que ofereci para uns amigos espanhóis. Parece meio incoerente, mas essa sobremesa foi perfeita, servida com sorvete de baunilha, para encerrar um festim de macarronada com porpeta e vinho. A receita faz um bolo grande.

bolo:
1 xícara [2 tabletes de 113 gr cada] de manteiga sem sal cortada em pedaços
2 xícaras de farinha de trigo
1/4 de xícara de cacau em pó sem açúcar
2 xícaras de açúcar
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de sal kosher
2 ovos caipiras grandes
1/2 xícara de buttermilk [*usei kefir]
1 colher de chá de essência de baunilha
cobertura:
1/4 xícara [meio tablete] de manteiga sem sal
3 colheres de sopa de leite integral
2 colheres de sopa de cacau em pó sem açúcar
1 e 1/2 xícaras de açúcar de confeiteiro
1 colher de chá de essência de baunilha
1/2 xícara de pistachio torrado
1 colher de chá de sal marinho em flocos [como o Maldon]

Preaqueça o forno a 350°F/ 176ºC. Unte uma assadeira grande retangular [33 X 22 cm / 13 X 9 inch] com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Numa panela pequena coloque o cacau em pó, 1 xícara de manteiga e 1 xícara de água e leve ao fogo até ferver. Retire do fogo e reserve.

Misture o açúcar, o bicarbonato, o sal e 2 xícaras de farinha de trigo em uma tigela média. Faça um buraco no centro e adicione os ovos, o buttermilk [ou kefir] e baunilha. Vá misturando com um garfo, e incorpore gradualmente os ingredientes secos. Adicione a mistura de manteiga e cacau e bata até ficar uma massa homogênea. Coloque a massa na assadeira preparada e leve ao forno. Asse até que o bolo começa a se afastar das bordas da assadeira e um testador inserido no centro saia limpo, uns 35-40 minutos. Remover do forno.

Um pouco antes do bolo terminar de assar, aqueça a manteiga, o leite e o cacau em pó em uma panela média em fogo baixo mexendo ocasionalmente até a manteiga derreter e mistura ficar lisa [não deixe ferver]. Retire do fogo e misture o açúcar de confeiteiro e a baunilha. Despeje essa calda sobre o bolo ainda quente espalhando com uma espátula. Cubra o bolo com os pistachios e salpique com o sal marinho. Sirva morno ou temperatura ambiente.

salada de abóbora assada e mussarela fresca

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Refiz essa salada no sábado passado pela terceira vez e então me toquei que nunca tinha colocado ela aqui. Talvez porque a foto não tenha ficado bonita. Mas deixa eu dizer que essa salada fica BOA PRA BURRO! Quando começam a chegar as abóboras eu dou pulos de alegria pelas butternut squash, mas a delicata squash nunca tinha me entusiasmado muito. Até eu achar essa receita no blog da Heidi. Fiz com rúcula e com alface e as duas versões ficam gostosa. O importante mesmo é a abóbora. E não omitam a pimenta vermelha. Desconsiderem a foto insípida, confiem na minha palavra, sigam nessa direção e deleitem-se—bon appétit!

2 abóboras [delicata squash] médias
3 colheres de sopa de azeite de oliva extra- virgem
2 dentes de alho médios descascados e esmagados
2 pimentas secas [*eu usei vermelha em floco]
2 ramos de tomilho fresco
Sal marinho a gosto
Uma bola de mussarela de búfala
4 xícaras de rúcula [ou outra folha verde]

Pré-aqueça o forno a 400ºF/205ºC com a grade no centro. Corte a abóbora ao meio e depois em fatias crescentes. Não é necessário descascar, mas a delicata tem uma casca fina. Numa tigela misture as fatias de abóbora com o azeite, o alho, a pimenta seca esmigalhada, o tomilho e o sal. Arrume em uma assadeira em uma única camada. Asse por 20 a 30 minutos. Mexa a abóbora uma vez para dourar dos dois lados. Remova a assadeira do forno e deixe esfriar por alguns minutos.

Na hora de servir misture a rúcula com a abóbora assada e um pouco de azeite. Rasgue a bola de mussarela e coloque sobre a salada. Tempere com mais sal se precisar. Pode acrescentar cebolinha picada por cima, se quiser.

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macarrão com tomate assado

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Esse macarrão foi feito rapidinho pro almoço do sábado do primeiro final de semana da minha volta de viagem. Os tomatinhos estavam maduros demais e resolvi usar tudo de uma vez, assando para fazer um molho. Só precisa espalhar os tomates numa assadeira forrada com papel vegetal ou alumínio, salpicar com lascas de alho, sal, pimenta, umas folhas de manjericão fresco e regar com azeite. Vai no forno alto—uns 400ºF/205ºC. Assa por uns 20 minutos até que os tomates fiquem bem molinhos e soltem bastante líquido. Depois é só cozinhar o macarrão e jogar esse molho por cima, direto da forma para a travessa. Servir com queijo parmesão ralado na hora. Eu fiz o macarrão em casa, mas fi-lo porque qui-lo, não é obrigatório. Mas ver a cara de felicidade do meu marido comendo comida caseira e fresquinha depois de duas semanas improvisando e comendo comida comprada, valeu o trabalho de fazer a massa. Saber cozinhar é bom, não é?

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salada de alface & vagem
[com ovos e vinagrete de avelã]

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A primeira coisa que preparei na minha cozinha assim que voltei de viagem foi uma salada. Uma salada de alface. Quando viajei o meu farmers market estava abarrotado com produtos de verão. Duas semanas ausente e sou recepcionada por um cenário um pouco diferente. Primeiro que metade dos fazendeiros já fecharam a barraca e só voltarão no próximo ano. Esse mercado é sazonal e o que acontece no final da estação é que vão acabando os legumes, frutas e verduras. E como o mercado não abre pro outono e inverno, poucos são os vendedores com produtos pra vender até o final. Mas a moça da minha fazenda orgânica favorita estava lá, com muitas alfaces, de diferentes variedades, todas fresquíssimas colhidas naquela manhã pelo marido dela. Foi uma alegria encontrar aquelas alfaces vistosas e garbosas, quase perfeitas. Levei um mação e fiz essa salada, que também usou um maço de vagens que tinha sobrado da ultima edição da cesta orgânica. A inspiração veio de uma receita que estava mofando nos meus alfarrábios. Eu mudei as nozes pra avelãs e tive a oportunidade de usar mais uma vez o verjuice, mas se você não tiver use suco de limão.

Um maço de alface
Um maço de vagens
3 ovos caipiras
1/2 xícara de avelãs tostadas
1/4 de verjuice [*ou suco de limão]
1/4 de óleo de avelã [*ou de nozes]
2 colheres de chá de mostarda Dijon
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Cozinhe as vagens rapidamente no vapor ou diretamente num dedo de água fervendo. Não deixe amolecer demais, apenas cozinhar levemente. Eu piquei em pedacinhos, mas pode deixar inteiras se quiser. Cozinhe os ovos. Lave e seque bem as folhas de alface. Coloque sobre uma saladeira ou travessa e salpique com as vagens, as avelãs torradas e os ovos cortados ao meio. Numa vasilha pequena misture bem o verjuice com o óleo e a mostarda. Tempere com sal e pimenta e regue sobre a salada. Sirva imediatamente.

a galinha dos ovos

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Cheguei de viagem e a geladeira estava vazia, não tinha nem um ovinho, pois o Uriel cozinhou todos. No sábado fui ao Farmers Market e comprei duas dúzias. Os ovos vem sorteados—uns são azulados, outros acinzentados, outros são marrom claro, outros cor de pele clarinhos, com pintinhas ou esbranquiçados, um lá vem com uma pluminha colada. Pra mim esses ovos são de ouro.