nove de fevereiro

um dia em San Francisco
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Fui rapidamente à San Francisco no inicio da semana para resolver negócios burocráticos. Faz um tempo que adotei o hábito de pegar o trem sempre que preciso ir até a cidade durante a semana. Além de evitar o trânsito e o cansaço de dirigir, posso usar meu tempo dentro do trem para trabalhar e não preciso usar muitas horas de férias. Isso tem funcionado muito bem, também por causa da facilidade que é se locomover pela cidade usando os serviços do Uber. Peguei um Uber na estação de ônibus no Financial District e fui até Nob Hill, onde eu tinha hora marcada para entregar papelada. Depois peguei outro Uber até o Mission District, porque queria muito conhecer o Craftsman and Wolves. Sigo a conta de instagram deles há tanto tempo e nunca tinha conseguido dar uma passada por lá. Assim que entrei na lojinha deles na Valencia Street senti o peso do meu librianismo. Não sabia o que pedir, porque eu queria realmente experimentar tudo! O pão japonês, a torta de maracujá, as bolachinhas com pétalas de flores, o biscoito de matcha, os croissants, as baguettes, eteceterá eteceterá eteceterá. Fiz um pedido para viagem, porque ainda queria ir ao Ferry Building Marketplace para almoçar e depois voltar para a estação de trem em Emeryville. Acomodados em caixas delicadas, levei comigo um éclair de pistachio e marmelade de clementine, patês de frutas de cenoura, maracujá e coco, um muffin salgado com queijo, linguiça e um ovo de gema mole dentro [que vem com um tubinho de sal de tabasco!] e um pão sourdough de chocolate valrhona. Tudo absolutamente delicioso! Ainda voltarei com mais calma, pra sentar no café e comer um sanduíche e beber uma taça de vinho.

Bar Agricole — San Francisco

bar agricole bar agricole
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Meu irmão veio para San Francisco a trabalho e fomos encontrá-lo para para jantar num domingo. Eu quis leva-lo num lugar que tivesse a marca registrada da Califórnia—produtos fresquíssimos, sazonais, orgânicos. O Bar Agricole era um pouco mais do que isso, pois eles usam também produtos biodinâmicos de fazendas da região. O restaurante fica numa área meio industrial no SOMA district. Como chegamos cedo, fomos procurar um lugar legal para sentar, conversar e beber cocktails e tivemos que andar bastante. Fiz a reserva pelo Open Table, que avisou que tinha valet parking e até deu um cupom de desconto. Chegamos lá, não tinha valet parking, eles pediram mil desculpas e deixaram a gente estacionar no fundo do restaurante, numa área para os funcionários. Foi muito conveniente. Sentamos no pátio externo na entrada do prédio, onde fica também uma horta urbana com muitas ervas plantadas. Tudo o que comemos estava delicioso. Eram comidas simples, mas com muito sabor. Eu comi codorna com legumes de primavera [leia-se aspargos] e o Uriel e meu irmão pediram o frango com dumplings. Comemos umas coisinhas de entrada, bebemos vinho branco californiano e a sobremesa foi simples, porém extraordinária. Gostei particularmente da minha escolha, bolas de sorvete de cerveja e de bourbon acompanhadas de bolachinhas de manteiga de amendoim.

Off The Grid

Off The Grid
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Picnic é sempre uma boa ideia. Food trucks também são uma boa ideia. Passar o domingo em San Francisco é uma excelente ideia. Um picnic com food trucks na região do Presidio, com sua história, belas áreas verdes e proximidade do oceano, é a epítome da boa ideia. Fomos ao Off The Grid num domingo de julho pela manhã e como a função começa às 11 am tivemos tempo de sobra pra chegar, estacionar, achar uma área no gramado pra estender meu famigerado quilt de picnic e ainda comprar as comidas sem muita fila. Esse picnic no Presidio é a versão hipster do picnic hiponga que acontece no Farmers Market de Davis durante o verão. Tinha até música, só que não eram aquelas bandas hillbillies com em Davis, mas um DJ bem do modernoso. Nós comemos empanadas argentinas, sanduiches vietnamitas, noodle tailandês, bebemos drinks com champagne e vodka e dividimos um creme brulée de sobremesa. O lugar estava bem animado, cheio de famílias bem jovens, cachorros, crianças e muitos, muitos tipos siliconvalleanos, que eu identifico de uma só piscada [tem asiáticos, wasps e indianos no mesmo grupo, são eles!]. Nós não ficamos muito tempo depois do rango, pois decidimos entrar no Museu do Walt Disney e assim como quem não quer nem esperava nada, ficamos três horas lá dentro. Quando saimos o Off The Grid já estava se desmanchando. Na próxima vez ficaremos mais. Esse picnic acontece todos os domingos, até novembro.

Burma Superstar

Adicionei esse restaurante na minha lista de lugares para comer em San Francisco em abril. Como sou atrapalhada, mas nunca desisto de uma missão, conseguimos jantar no Burma Superstar no inicio de dezembro. Valeu a pena esperar tanto tempo? Claro que valeu! Fui buscar o Uriel no aeroporto e na volta entramos na cidade e chegamos na Clement Street às 4:30 da tarde. Era um pouco cedo para jantar, mas lembrei de ter lido sobre as imensas filas para comer nesse lugar. Na hora que chegamos não tinha ninguém, chegamos juntos com dois moços e ficamos ali na frente. Precisei dar um pulo na farmácia e quando voltei a fila já estava virando a esquina. Foi uma alegria saber que éramos os primeirões. O Uriel já tinha ficado amigo dos moços, um deles até falava português aprendido com videos e livros. Às 5 em ponto as portas se abriram, entramos e sentamos na mesa ao lado dos moços amigos da fila. O lugar é bem pequeno, então as mesas são bem juntas [tipo ter que tomar cuidado pra não encostar a bunda no prato de arroz do vizinho ao sair, como eu quase fiz] e ficamos conversando e trocando ideias sobre o cardápio. Em 15 minutos o restaurante já estava completamente lotado e borbulhando com comensais animados e famintos. Do lado de fora a fila se avolumava e um banco estratégicamente instalado para o conforto e um chazinho servido como cortesia ajudava o pessoal aguentar a espera. Fizemos perguntas sobre as opções do cardápio para o atendente e é claro que ele recomendou a salada mais popular, com folhas de chá de Burma, que foi o que pedimos. Além das samosas burmesas, eu pedi uma sangria com lichia, barriga de porco com pickles de folhas de mostrada e o Uriel um camarão com folhas azedas. Acompanhamos tudo com arroz de coco. Estava tudo super gostoso. E diferente. A salada vem com os ingredientes separados, que são misturados com destreza e movimentos acrobáticos na nossa frente. As folhas de chá tem um sabor bem diferente, nós gostamos! Comemos um bolo de chocolate e gengibre de sobremesa, que também estava bom. Recomendei o Burma Superstar para todo mundo no meu círculo de amigos e conhecidos que gosta de comida asiática, mas de vez em quando quer provar algo diferente do tailandês ou do indiano/nepalês. Burma é a nova onda.

Burma Superstar Burma Superstar
Burma Superstar Burma Superstar
Burma Superstar Burma Superstar
Burma Superstar Burma Superstar
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treze de abril

Não nos importamos de dirigir até San Francisco num sábado pela manhã, porque adoramos visitar a cidade e neste dia iríamos reencontrar nossos primos de Atlanta que estavam passando uns dias na Califórnia. Fizemos uma visita à região do Japantown, que naquele final de semana estava em polvorosa por causa do Cherry Blossom Festival. Passeamos pelas ruas movimentadas, encaroçando em lojinhas, assistindo alguns shows e demoramos um pouco para achar um lugarzinho pra comer. Olhamos no Yelp e demos com a cara na porta de um restaurante que parecia muito bom, mas que ao invés de estar servindo comida estava vendendo todas as suas cerâmicas e encerrando suas atividades. Escolhemos então na base do unidunitê, o lugar menos cara de território de turista e entramos. O Juban é um daqueles japoneses-coreanos com uma grelha embutida na mesa pra você mesmo fazer seu ranguinho. Além do mais, assim que chegamos tagarelando em português uma das garçonetes veio se apresentar. Era uma brasileira. Ou melhor, um brasileiro. No restaurante japonês em San Francisco fomos atendidos gentilmente por um travesti paraibano chamado Silva. Eu achei ela muito linda e prestativa, pois ainda nos deu várias dicas valiosas para quem nunca tinha entrado num lugar como aquele. Perguntamos se vinha muita comida e a Silva nos fez gargalhar respondendo com seu sotaque charmoso—aqui tudo é pouco, só o gerente que é muito! [whatever that means, hahaha!] Eu pedi um prato com fatias de carne cortadas super fininhas, que vieram cruas e temperadas com molho, acompanhadas de legumes também crus, arroz branco e vários tipos de pickles e kimchi. Foi divertido cozinhar nossa própria comida na grelha da mesa. E pra completar ainda bebemos uns drinks bem coloridos e refrescantes que vinham num copão torto.

trees of fall trees of fall
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SF in family trees of fall

Depois do almoço fomos, por escolha da nossa prima, visitar um dos landmarks de San Francisco—o Alamo Square, onde ficam as Painted Ladies, as famosas casinhas vitorianas mundialmente conhecidas e amplamente fotografadas. O parque é pequeno, mas muito gostoso pra fazer caminhadas, embora naquele dia o vento estivesse particularmente inclemente. Tiramos as fotos que todos tiram, enquanto muitos grupos faziam picnic no gramado do lado mais popular do parque.

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Como os nossos primos combinaram de encontrar amigos que também moram por aqui, acabamos num grupo relativamente grande para jantar e eu tive um pouco de dificuldade para achar um restaurante bom na cidade que fizesse reserva e acomodasse um número grande de pessoas. Depois de muita buscar por algo no Yelp e no Open Table achei um restaurante turco em Potrero Hill, chamado Pera. O lugar é bem agradável, o serviço atencioso e a comida estava muito boa. Como todo mundo queria conversar com todo mundo, facilitamos pedindo várias bandejonas com diferentes appetizers que dividimos entre nós. Não reparei no que os outros pediram, mas todo mundo elogiou a comida. Eu pedi o especial da noite, que era um filé de habilut. Bebemos um chenin blanc da vinícola Dry Creek em Clarksburg que estava tão bom que acabei bebendo mais do que devia, por isso não tem quase nenhuma foto das comidas, só um clique aqui e outro ali. Uma pena, porque os pratos eram lindos. Finalizamos tudo com chá e café turco. Depois fomos para o hotel beber cocktails e conversar mais. Queremos muito que nossos primos venham para cá mais vezes, porque é sempre muito divertido estar na companhia deles.

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vinte e sete de dezembro

Uriel precisou renovar o passaporte brasileiro e como estávamos em férias, fomos até San Francisco num dia de semana. Aproveitei para dar um rolê pelas lojinhas e fazer umas comprinhas, o que nos dias seguintes ao Natal traduz por pegar muita fila e lojas cheias por causa das liquidações. A cidade é sempre linda, mesmo com hordas de turistas lotando ruas, restaurantes e lojas. E depois de muitos dias de chuva, pegamos um dia maravilhoso de céu azul, até um pouco menos frio do que o de costume.

november november november
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Como fiquei duzentas horas pra decidir minhas compras [incluído horas na fila pra entrar no provador mais horas na fila para pagar—argh!] fizemos um amoço bem tardio. Caminhamos pela região do Financial District procurando por restaurantes que o Yelp tinha nos indicado, mas que estavam fechados. Acabamos na fronteira de Chinatown e eu imediatamente tomei a oportunidade, pois sempre quis comer num restaurante chinês nessa região mas nunca tive coragem de me aventurar, porque tudo lá parece tão perigosamente imundo. O Yelp nos indicou o House of Nanking que é um restaurante ícone no local, sempre lotado de turistas que chegam para provar as delicias que eles preparam lá. E eu agora entendi porque. O lugar tem um menu um pouco diferente dos restaurantes chineses de praxe, embora tenha um ambiente caótico com serviço rude e confuso. Gostei de tudo que comi lá, o pastel de camarão com um molho, a salada de broto de ervilha, o frango com gergelim e batata doce [que é o prato chefe da casa e para o qual abri uma exceção, porque não como carne nunca em restaurante asiático] e a berinjela que foi pedido do Uriel. Até o canecão de chá de flor com goji berry estava diferente. A conta também se distingue dos outros restaurantes chineses, porque é um pouquinho mais salgada.

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Batemos um pouco de perna em Chinatown, que é sempre uma experiência interessante, depois pegamos o carro e fomos dar uma volta para matar hora e não pegar aquele tráfego miseráver na I80 nos dias de semana. Fomos para a região da Union Street que é uma fofura, cheia de lojinhas, restaurantes e cafés. Paramos no La Boulange para beber algo e comer umas gostosuras da padaria francesa. No nosso trajeto de encaroçação entramos numa lojinha cheia de coisas legais e imediatamente a vendedora nos ofereceu uma taça de vinho rosé. O negócio é que ela também estava bebendo [mais do que os clientes] e falava mais que a boca, me explicou mil detalhes de tudo na loja, perguntou de onde estavamos visitando, disse que conhecia Woodland e ainda lascou um—está nevando lá pros lados de Sacramento? —está quase, eu respondi.

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primeiro de setembro

Não sei se vocês sabem, mas eu leio todas as revistas que assino com meses de atraso. A única exceção é a Martha Stewart Living e a Sunset, que adoro e devoro assim que sou avisada que elas estão disponíveis no iPad. Já as outras vou lendo quando posso. Foi por isso que li essa matéria de julho sobre o dogpatch em San Francisco somente noutro dia. É uma área mezzo industrial/mezzo residencial que tem se desenvolvido e se modernizado desde a década de 90.

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A reportagem da revista Bon Appetit deu algumas opções de lugares para comer e eu quis conhecer o restaurante Piccino, instalado numa casa vitoriana amarela numa esquina bem charmosa do bairro. Chegamos sem reserva, o que não é uma coisa que eu arrisco fazer sempre, mas não houve problema. O lugar estava bem cheio, mas nada comparado com as áreas mais turisticas da cidade. Dividimos uma salada de figos, queijo gorgonzola local, rúcula e avelãs. O Uriel pediu um panini de tomate com ragout de cogumelos e eu um gnocco de semolina com vagens francesas e um caldo com pesto saborosissimo. Eu bebi um vermentino de Alta Mesa, California. Não pedimos sobremesa porque eu queria tomar o sorvete da Mr. and Mrs. Miscellaneous, uma lojinha de gostosuras que fica na outra esquina. Escolhi gulosamente dois sabores—azeite e chá preto inglês, que acabou sendo o meu favorito. Meu marido, mais comedido, escolheu somente uma bola de gengibre cristalizado. Os sorvetes deles são muito bons.

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Depois fomos dar uma volta pelas ruas do Mission district, que fazia uma parte coadjuvante na reportagem da Bon Appetit, mas não seguimos nenhuma das dicas. Eu queria mesmo era passar na Tartine Bakery para comprar os famosos pães, que dizem ser uns dos melhores dos EUA. Andamos pela 18th street que estava apinhada de gente. Entrei na fila da Tartine—que me pareceu nunca tem fim, e quando chegou a minha vez fui avisada de que eles só teriam pão depois das 4:30pm. Naquele momento só estavam servindo bolos, tortas, sanduiches. Resolvemos andar pelo bairro, olhar lojinhas de antiguidade, comprei um picolé na esquina, entramos na abarrotada Bi-Rite que vendia tomates, figos [esses um tanto amassados] e outras delicias frescas daqui da nossa região. Demos risada. Voltamos para a Tartine onde finalmente comprei dois pães, que são enormes e estavam quentinhos, crocante por fora, macio por dentro. Atravessamos o Dolores park e voltamos para o carro mastigando nacos de pão pela rua. Não conseguimos evitar!

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Sou daquelas habitante da roça pra quem ir até a beirinha do continente e olhar para o oceano é algo altamente especial. Por isso neste dia aproveitamos para dirigir até a Ocean beach, que não é a praia mais linda da região, mas tem o charme de ter a Cliff House no seu extremo direito. A história dessa casa, que agora hospeda um restaurante e um bar e a do Sutro Baths, a incrível piscina pública que hoje só se pode visitar suas ruínas é absolutamente fascinante. Nessa altura já estava ficando tarde e decidimos jantar em algum lugar por perto. Como sábado pra nós é dia de comer pizza, o Yelp nos indicou a pequena Pizzetta 211 no Richmond district. O lugar é bem pequeno, no estilo da pizzaria Delfina, mas é ambientada como um bistrô francês. Os vinhos são também na maioria franceses, o que eu achei que destoava um pouco de um lugar que servia pizza. Mas deixando de lado os dogmas gastronômicos, bebi um vinho francês, branco e seco, muito gostoso, dividimos uma salada de farro com vagens e tomates e pedimos uma pizza para cada um—uma de berinjela assada, outra com mussarella e anchovas brancas. Voltamos pra casa já estava noite. Foi um dia muito bom.

San Francisco [express]

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No segundo dia do passeio com nossos primos, chegamos ainda mais tarde em San Francisco. Estando na minha companhia não é permitido fazer nada na cidade sem antes passar pelo Ferry Building Marketplace. Aproveitamos para fazer nosso almoço tardio ali mesmo, escolhendo comidas entre o il Cane Rosso e o Gott’s Roadside, lugar de hamburguer que sempre agrada aos mais jovens [e outros nem tanto]. Depois da sobremesa no Miette, atravessamos a rua para pegar o cable car na California Street, a linha que percorre o Financial District, Chinatown, Nob Hill até a Van Ness Avenue. Fomos e voltamos descendo em Chinatown, onde basicamente só caminhamos pelas ruas apinhadas de gente, entrando e saindo de lojinhas—atividade divertida que eu chamo desde sempre de “encaroçar”. De carro fizemos o doloroso e congestionado percurso dos piers até a marina e terminamos o passeio no caminho do Crissy Field, embaixo da Golden Gate bridge. O sol já estava se pondo, por isso decidimos achar um restaurante ali por perto. Os visitantes escolheram jantar comida indiana, então o Yelp me recomendou um lugar no Richmond District chamado India Clay Oven. Um indiano como outro qualquer, nada de cair o queixo, mas estava bom. Deixamos nossos primos num hotel perto do aeroporto de San Francisco e voltamos para casa. Apesar de curto e corrido, eles gostaram muito do nosso passeio expresso.

fotografando com Penny De Los Santos

Passar um dia na companhia da fotógrafa Penny De Los Santos em San Francisco, fotografando e aprendendo, foi uma oportunidade de ouro que eu agarrei rapidinho, dando um salto triplo de ninja. Nunca fui tão rápida tomando uma decisão e me registrando para um evento. Dez minutos depois da Elise Bauer anunciar que a Penny estaria dando um workshop em SF , eu já estava com o meu espaço garantido. E minha rapidez e destreza valeram a pena! Eu já conhecia a Penny, dos seus trabalhos pra revista Saveur, de outros workshops que eu invejei e já era leitora do seu blog Appetite. No dia do evento, sai de Davis super adiantada, porque não queria pagar mico de chegar atrasada e acabei chegando na cidade uma hora e vinte antes do inicio do workshop. Andei pela Castro Street, comi outro breakfast, enrolei ouvindo gospel no rádio do carro , quando vi a Penny chegando com a Tara do blog Tea & Cookies, que a ajudou a organizar o evento. Fui a primeirona a entrar no restaurante Contigo, onde parte do workshop iria acontecer.

Penny é uma simpatia e uma simplicidade. Veio me receber, o que já me fez inaugurar o primeiro mico do dia. Pra quem ainda não sabe, sou a maior produtora de gafes do oeste norte-americano. Aos pouquinhos os outros participantes foram chegando e infelizmente eu não conhecia ninguém, com exceção da Elise. Na primeira fase do evento, Penny contou um pouco da trajetória dela, mostrou muitas fotos, cada uma com uma história bacana, numa aula de fotografia e de vida. Depois tivemos a oportunidade de fotografar a comida preparada pelo time fabuloso do restaurante Contigo. Também ganhamos permissão para comer todos os “modelos”. Durante o workshop Penny circulou pelo restaurante, conversando e dando dicas, dando até pra esquecer por micro segundos que ela era aquela fotografa super fantástica que ilustrava com imagens magnificas as páginas das revistas Saveur e National Geographic.

Na segunda parte do workshop saímos para as ruas da cidade, primeiro para almoçar, o que eu acabei não fazendo. Encontramos com a Penny na esquina da Mission Street, onde faríamos a segunda parte da nossa tarefa fotográfica. Ali mesmo comi o um saquinho de manga fresca, vendida por um mocinho num carrinho que também oferecia abacaxi e papaya. Dali partimos em dois grupos para fotografar perspectivas, pessoas e comida. A parte mais difícil para mim é fotografar pessoas. Pedi, muito sem graça, para fotografar o cachorrinho de uma moça e ela avisou—só o cachorro, pois eu não estou vestida apropriadamente. Tive que obedecer. O Mission District é um gueto latino em San Francisco, cheio de cores e figuras interessantes. Era domingo, então as famílias estavam passeando e almoçando nos inúmeros restaurantes da região. Eu e a Elise entramos num que vendia pupusas e eu pedi licença para fotografar, o dono consentiu, mas a senhora que moldava as pupusas não gostou. Fez cara feia, virou as costas pra mim e ainda reclamou. Tivemos que pedir desculpas e cascar fora.

Depois das duas horas pra cima e pra baixo na Mission, nos encontramos no 18 Reasons, um espaço para eventos relacionados à gastronomia, onde conectamos nossos laptops, escolhemos 12 fotos e fizemos um slide show com fotos de todos os participantes. Me senti invariavelmente frustrada, pois sempre acho que não dei o melhor de mim, que minha timidez é uma pedra no sapato, me atrapalhando muito, eteceterá. Mas minhas fotos não foram vaiadas! Terminando o dia na companhia de uma fotografa tão talentosa e outros vinte e quatro blogueiros, escritores e fotógrafos, me senti flutuando no ar. Como se milhares de portas tivessem sido abertas na minha consciência. A identificação que senti com o trabalho lindo e orgânico da fotografa Penny De Los Santos me deu certeza de que estou no caminho certo. Só falta um pouquinho mais de tempo para fotografar e uma boa dose de coragem e firmeza.

[**fotos dos outros participantes do evento no album do Flickr — Penny in SF]