Gabe com nove meses e sua mami descabelada |
Já escrevi tanta coisa sobre os aniversários do meu filho.
Cada ano era uma coisa diferente: festa toda encomendada, bolo de chocolate despencado e derretido feito por mim, bolo em forma de cometa, churrasco no clube, pizza com os amigos, velinhas em cima do muffin, muitos aniversários sem bolo, muitas comemorações em restaurantes, bolo de chocolate de caixinha feito pela Marianne, muitos aniversários me esqueci o que fizemos, como comemoramos, afinal são vinte e cinco anos.
Lembro do ano 17, quando pela manhã eu tive essa idéia que achei sensacional. Saí do trabalho na hora do almoço e invés de ir almoçar, fui até o supermercado e comprei mil coisinhas, bolinho, vela em formato de Um e Sete, bexigas, serpentinas de papel crepe, confetes pra espalhar na mesa—fui pra casa e preparei uma festa surpresa diferente. Quando ele chegasse da escola, iria encontrar a mesa posta como se fosse uma festa, instruções escritas para fazer coisas, tudo paramentado. Passei a tarde rindo sozinha, pensando na cara de bocó dele, quando chegasse e visse a minha surpresa. Às seis da tarde corri embora, entrei em casa e ele estava vendo tevê. Abraços, beijos, feliz aniversário, tárará e a pergunta ansiosa de mãe, então, gostou da surpresa que eu fiz pra você? E ele com aquela cara blasé de dezessete anos:
—aanh, achei meio jeca tatu, mas gostei…