sopa de lentilha com limão

frenchgreenlentils.JPG

lentilhas da região de Auvergne, na França
chamadas de green lentils of puy ou poor man’s caviar

Não lembro onde encontrei essa receita. Com certeza fazendo uma busca pela internet. Achei bem simples, como toda sopa de lentilha, mas gostei mesmo da adição do limão, que dá um toque e sabor especial à essas lentilhas ultra-saborosas.

Lave uma xícara de lentilhas verdes. Numa panela coloque 1 colher de sopa de azeite de oliva. Refogue as lentilhas no azeite, acrescente meia cebola picadinha e um dente de alho. Continue refogando. Jogue duas cenouras pequenas cortadas em rodelas.

Refogue mais um pouco, acrescente 3 xícaras de caldo de legumes, 1 folha de louro, 1 colher de chá de cominho, 2 colheres de chá de páprica húngara. Cozinhe até as lentilhas ficarem molinhas, tempere com sal e pimenta e 1 colher de sopa de suco de limão. Sirva bem quente com pão fresco.

*Se não tiver ou achar a lentilha verde, faça com qualquer lentilha.

A desova de inverno

Não sei por que nunca coloquei essa histórinha no Chucrute. É uma prática muito comum por aqui, a desova dos legumes, verduras e frutas. Acontece muito mais frequentemente no verão, mas por incrível que pareça, a turma do dedo verde é tão prolifica que temos a desova de inverno também. Hoje tivemos uma de limões—a variedade meyer de casca amarela, que é uma preciosidade! Quem trouxe foi um dos programadores com quem eu trabalho, e uma das escritoras do programa já passou por e-mail uma receita da tia dela, que vou tentar fazer amanhã e pedir permissão pra colocar aqui, caso dê certo. Mas hoje, já tinha engatilhada uma receita pra fazer com limão. Então fiz.

limoesdoed.JPG

Pescada com limão
da revista Real Simple de maio/2006
1/4 xícara de farinha de trigo [usei integral]
4 filés de peixe [Pescada/Sole]
1/2 colher de chá de sal kosher
4 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal
2 limões amarelos
2 colheres de sopa de alcaparras

Tempere os filés de peixe com o sal. Num prato coloque a farinha e passe os filés por el,a cobrindo os dois lados. Reserve. Numa frigideira grande derreta 1 colher da manteiga e frite o limão cortado em rodelas. Separe. Frite o peixe, vá acrescentando mais manteiga. Retire. No final coloque o que sobrou de manteiga na frigideira, mais os limões e a alcaparra. Retorne os peixes e sirva quente.

macarrão integral com limão, rúcula e pistacho

Fui imediatamente fisgada por essa receita da edição de janeiro de 2007 da revista Martha Stewart Living. Estamos na temporada desses limões deliciosos e rúcula e pistachos são ingredientes fabulosos. Decidi fazer esse macarrão para o jantar do dia seguinte ao Natal. Até as minhas sobrinhas comeram. Meu irmão comentou que essa receita ficaria ótima num dia de verão—pena que no verão é difícil achar meyer lemon e rúcula, mas ele tem razão, o prato é leve e refrescante e por isso ficou perfeito depois da comilança do peru.

Whole-wheat spaghetti with meyer lemon, arugula, and pistachios
Sal marinho ou grosso
1/2 xícara de pistachos descascados e torrados
1 enchalota [shallot] pequena cortada em pedaços
1 limão meyer [ou o siciliano] cortado em fatias e sem sementes
3 colheres de sopa de azeite aromatizado com limão, ou o comum extra-virgem
300 gr de spaghetti integral
2 xícaras de rúcula
Pimenta do reino moída na hora

Numa panela grande, ferva bastante água com sal. Enquanto isso pulse os pistachos e a enchalota no processador até ficarem bem moídas. Retire para uma vasilha. Moa o limão no processador e coloque o limão moído na mistura de pistacho e enchalota. Coloque 2 colheres de sopa de azeite. Cozinhe o macarrão al dente. Escorra e reserve 1/2 xícara da água do cozimento. Misture o macarrão com a mistura de pistacho, adicione a água do cozimento, para o tempero se espalhar por igual. Coloque a rúcula, 1/2 colher de chá de sal, o resto do azeite e tempere com pimenta do reino a gosto. Sirva imediatamente.

Meyer Lemon Pots de Crème

MeyerLemonPotsdeCreme.JPG

Como decidi sabiamente não fazer o peru com all the trimmings, pude me dedicar às sobremesas. Fiz três—duas para o nosso almoço e uma para o jantar que fomos na casa de uma amiga. Essa de potinhos com creme de limão Meyer ficou incrívelmente deliciosa – very lemony, como eu imaginava que ficaria. Não sei de onde peguei essa receita, provavelmente de algum website, pois ela estava no meu mailbox. Simples e deliciosa!

Meyer Lemon Pots de Crème
2/3 xícara de açúcar
1 ovo inteiro
4 gemas
1 1/4 xícara de creme de leite fresco [heavy cream]
1 colher de chá de raspas da casca do limão Meyer
1/2 xícara de suco do limão Meyer
Pre-aqueça o forno à 325ºF/162ºC
Bata bem o suco do limão, o açúcar, o ovo e gemas. Adicione o creme e bata bem. Passe a mistura por uma peneira [esqueci de fazer esse passo…]. Acrescente as raspas de limão.

Coloque o creme em seis* potinhos para suflê ou custard numa forma larga e funda. Divida a mistura uniformemente entre os potinhos. Coloque água fervendo na forma até a metade dos potinhos. Cubra com papel alumínio e leve ao forno por 35 minutos. Deixe esfriar e coloque na geladeira por algumas horas antes de servir.

*deu para encher cinco potinhos. mas uns ficaram mais cheios que outros, então calculo que se caprichar pra encher igualmente dá pra seis.

Salada de quinoa com limão e tomate

Finalmente arrumei ânimo para sair do ‘feijão-com-arroz’ de sempre e tentei uma receita nova. Usei esta receita do blog 101 Cookbooks como base e a partir dela fui modificando uma coisa aqui, outra ali. Eu queria fazer algo com quinoa. Fiz uma pesquisazinha e aprendi algumas coisas úteis: primeiro deixar a quinoa de molho por uma meia hora, depois lavá-la bem pra tirar qualquer resquícito da cobertura de saponin dos grãos que dá à quinoa um sabor amargo, e por último uma dica que eu achei muito importante, que é guardar a quinoa sempre na geladeira, pois ela se deteriora facilmente mesmo não estando cozida – bem diferente de outros grãos que dá pra guardar por anos no armário.

Fiz então a minha salada de quinoa. Deixei 1 xícara de molho por meia hora. Lavei bem, enxaguei, enxaguei, peneirei. Coloquei a quinoa numa panela de ferro com 2 xícaras de água. Quando ferveu, abaixei o fogo e deixei cozinhar com a panela tampada por uns 15 minutos. Mexi com o garfo pra misturar, coloquei numa vasilha e deixei esfriar.

Numa vasilha maior preparei o molho. Misturei 1 colher de chá de tahini com raspas e suco de um limão verde. Coloquei bastante azeite, sal e pimenta do reino moída a gosto e um punhado de coentro picadinho. Misturei bem com o batedor de arame. Piquei três tomates sem sementes em cubinhos pequenos. Misturei ao molho. Na hora de servir, adicionei a quinoa cozida e deixei macerar por uns minutos.

salada de tomate com limão em conserva

Ainda estou colhendo muitos tomates, então resolvi fazer uma receita que vi num livro bonito que eu tenho de culinária do Marrocos. Gostei da idéia de misturar o tomate com o limão em conserva. É uma salada simples e fácil de fazer, mas tem um sabor bem especial. Foi aprovada!

Tire as sementes e corte uns quatro tomates grandes em fatias finas. Corte um limão em conserva no meio, tire a polpa e jogue fora, corte a casca em fatias finas. Misture com os tomates e acrescente um punhado de salsinha e outro de coentro picadinhos. Prepare o molho com o suco de meio limão, uma pitada de sal, uma colherzinha de chá de páprica doce e azeite. Misture bem e tempere a salada.
O limão em conserva é um ingrediente típico da cozinha marroquina e pode ser encontrado pronto em vidros. Mas pra quem não conseguir achar, há a opção de fazer em casa numa receita facílima que me foi passada pela Gisa:

confit de citron – preserved lemon – limão em conserva – Coloque o limão lavado e cortado em quatro no sentido longitudinal sem separar (fica como uma flor de 4 pétalas). Coloque num pote de conserva com tampa hermética e coloque um colher de chá de sal pra cada limão que couber no pote. Preencha com água fervente e feche. Leve o pote para uma panela grande cheia de água e deixe ferver 5 minutos. Depois de frio guarde o pote em local fresco e escuro. Depois de aberto deve ser conservado em geladeira.

Bolo rápido de polenta com limão e tomilho

Estava com essa receita engatilhada desde que recebi a edição de setembro da revista Martha Stewart Living. De hoje não podia passar, então me meti a assar um bolo, mesmo estando meio cansada e pensando em ir logo pra cama ver filmes e [tentar] ler um pouquinho da minha pilha de livros. O título da receita em inglês diz pão, mas o resultado é um bolo bem compacto com uma textura bem leve e úmida. O sabor dominante é de limão e o cornmeal contribui com a crocância. Está difícil parar de comer!

bolopolentalimao.JPG

Polenta quick bread with lemon and thyme
3/4 xícara [1 1/2 tabletes] de manteiga sem sal amolecida
1/3 xícara de farinha de trigo
3/4 xícara de açúcar
1 colher de sopa de raspas de limão [amarelo]
2 colheres de sopa do suco de um limão [amarelo]
3 ovos grandes
1 colher de sopa da tomilho fresco
1 xícara de cornmeal [um fubá um pouco mais grosso – mas acho que fubá funciona bem]
1 colher de chá de fermento em pó
3/4 colher de chá de sal grosso
1/4 xícara de pine nuts [pinoles] tostados

Pré-aqueça o forno em 325ºF/165ºC. Unte buma forma de pão com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Na batedeira coloque a manteiga e o açücar e bata em velocidade média por 3 minutos, até formar um creme bem claro. Acrescente as raspas do limão e misture por mais um minuto. Vá adicionando os ovos um a um e batendo. Adicione o suco de limão e o tomilho. Adicione a farinha, o cornmeal, o fermento e o sal e misture bem. Coloque 2/3 das pine nuts. Coloque a massa na forma untada, salpique com o resto das pine nuts e asse por 50 minutos. Deixe esfriar numa grade.

os limões que ninguém quer

limaoamarelo1.jpg

Eu sempre chamei esses limões cor-de-laranja de limão vinagre e ele tem outros nomes em português, como limão bravo, rosa, cravo ou china. O Urso que é o entendido em frutas daqui de casa me disse que em inglês eles são chamados de rangpur lime, que eles podem ser um híbrido, uma mistura do limão amarelo com a tangerina e que crescem em pouquíssimas áreas aqui nos EUA.

O nome muda, mas o sabor é o mesmo, que lembra a minha infância e minhas visitas à Querência Echaporã da minha Tia Anah e Tio Gimenez. Eles tinham uma árvore desses limões ao lado da casa. Esses limoeiros parecem que nascem e crescem como se fossem mato, e toda vez que eu ia lá, eu procurava pelo limões e fazia jarras de limonada.

Aqui eu nunca tinha visto desse limão pra vender, até mudar pro Aggie Village e encontrar duas árvores baixinhas, meio arbusto, na divisão entre a vila e o Arboretum. As árvores não pertecem à ninguém e, melhor, parece que essa variedade de limão é detestada e desprezada pela galera cítrica da cidade. Então sobra tudo pra mim, que adoro e não deixo por menos – todo inverno vou até a esquina com a minha cesta, minha tesoura de horta, luvas de pano e cato um monte!! Cato limão até dizer chega, até a árvore ficar vazia, até o inverno acabar. E faço jarras de limonada, como fazia anos atrás no sítio dos meus tios.