gratinado de batata doce

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Me apaixonei por esse gratinado. Foi assim curto e simples. Embora não dê pra colocá-lo no clube das comidas salgadas nem no das doces, esse prato é um excelente acompanhamento para qualquer tipo de refeição. Eu nunca tinha feito manteiga clarificada e segui mais ou menos as instruções que achei na internetesfera. Apenas cozinhei a manteiga em fogo baixo e fui retirando a espuma que ia formando. Mas acho que dá pra arriscar fazer usando apenas a manteiga derretida.

5 ou 6 batatas doces
230 gr de manteiga
1 xícara de vinho Porto
10 ameixas secas sem caroço

Derreta a manteiga e clarifique. Aqueça o Porto e coloque as ameixas de molho nele, por pelo menos 20 minutos. Escorra e pique as ameixas. Pré-aqueça o forno em 450ºF/ 232ºC. Unte uma forma redonda de 8 cm com um pouco de manteiga. Corte as batatas doces em fatias finas. Use um mandoline, se tiver. Forre a forma com uma camada de fatias de batata, sobrepondo uma sobre a outra. Pincele com a manteiga. Vá colocando as camadas, temperando cada uma com um pouquinho de sal e pimenta do reino moída na hora e pincelando com mais manteiga. Coloque as ameixas mais ou menos sobre duas das camadas centrais. Termina com a última camada de batata pincelada com mais manteiga. Leve ao forno por mais ou menos 1 hora, até as batatas ficarem macias e um pouco crocantes dos lados. Remova do forno, deixe esfriar uns minutos, inverta num prato e sirva.

torta grega de verdura

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Eu adoro essa época do ano—as cores, o clima, os ingredientes. Mas confesso que fico um pouco exasperada quando a minha cesta orgânica fica monocromática, dominada pelas folhas verdes. E elas estão chegando cada vez mais vitaminadas, espessas, largas e longas, realmente temerosas. Como não posso mudar o desenvolvimento natural das plantas na horta, o jeito é enfrentar os monstros verdes com receitas criativas. E essa é uma. Não só criativa, mas deliciosa e usa um montão de folhas. Dei cabo de dois maços ridiculamente gigantes de Carinata kale. Mas essa torta pode ser feita com qualquer outro tipo de verdura. Eu simplifiquei um pouco, eliminando as ervas. Faça como quiser, pois de qualquer jeito tenho certeza que ficará muito bom.

1 quilo de folhas verdes lavadas
1 cebola média picada
1/4 xícara de endro fresco [*omiti]
1/4 xícara de hortelã fresco picado [*omiti]
1/4 xícara de salsinha picada [*omiti]
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
150 gr de queijo feta picado com as mãos
1/4 xícara de azeite extra virgem
1 xícara de cornmeal [ou farinha de polenta]
2 xícaras de leite
1 xícara de água

Numa panela coloque 1 colher de sopa de azeite e refogue a cebola. Junte as folhas verdes lavadas, escorridas e picadas e refogue até elas ficarem bem macias. Tempere com sal e pimenta do reino, junte o queijo feta e reserve.

Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 200ºC. Unte uma forma ou refratário de 25 cm com azeite e reserve. Numa panela misture o leite com 1/2 xícara de água e leve ao fogo. Quando ferver, adicione um pouco de sal e vai colocando o cornmeal ou polenta bem devagar, enquanto mexe vigorosamente com um batedor de arame. Quando a mistura ficar bem grossa, como numa receita de polenta, desligue o fogo. Coloque metade dessa massa na forma untada. Espalhe bem usando uma espátula ou as mãos molhadas. Coloque as folhas cozidas sobre a massa. Dissolva a outra metade na massa com um pouco de água, até ficar numa consistência de areia molhada. Acrescente o restante do azeite e coloque essa massa mole por cima da verdura refogada. Espalhe bem com uma colher. Leve ao forno e asse por 45 minutos à 1 hora. Remova do forno e deixe esfriar e descansar por 30 antes de cortar e servir.

molho de abóbora & espinafre
[servido com capeleti]

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Desta vez pude falar de boca cheia—Uriel, esta receita foi inventada! Porque foi mesmo e não posso nem me gabar, porque não foi nenhuma idéia brilhante. Apenas substituí o tomate pela abóbora e fiz o molho para temperar uns capeletis recheados com espinafre, que comprei pronto. Usei cubos de abóbora previamente assados. Bata os cubos com caldo de cogumelos [use de legumes ou de frango se quiser] no liquidificador. Numa panela refogue uns dentes de alho no azeite e jogue o molho de abóbora por cima. Tempere com sal e pimenta do reino moída na hora a gosto. Deixe engrossar e no último minuto jogue folhas de espinafre picadas grosseiramente no molho. Despeje sobre os capeletis cozidos al dente em bastante água com sal e sirva, polvilhando queijo parmesão ralado por cima.

o que comeu-se

perabalsamico

salada de pera & queijo cabra

pizza-abobora

pizza de abóbora & sálvia

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salada de rabanete & coentro

marmelada

marmelada pedaçuda

Durante o final de semana eu cozinho bastante, mas não faço nada excepcional e não tenho mais a menor vontade de fotografar tudo o que faço. Uso o instagram no iphone pra registrar uma coisa ou outra e se o resultado ficar legal, publico aqui. Esses foram os rangos brejeiros que ganharam destaque.

Salada de pera asiática fatiada bem fininha, temperada com balsâmico de fruta e acompanhada de queijo de cabra envelhecido.

Pizza de abóbora e sálvia. A butternut squash foi fatiada no mandoline, temperada com sal, pimenta e azeite e assada por 15 minutos. Cobre-se a massa de pizza pré-assada com um queijo cremoso [ricota, cream cheese ou queijo de cabra] espalha as fatias de abóbora, salpica com queijo parmesão ralado e leva ao forno por uns minutos. Na hora de servir espalha por cima folhinhas de sálvia que foram previamente fritas em óleo bem quente.

Salada de rabanetes e coentros, que neste momento abundam na cesta orgânica. Fatia-se os rabanetes usando o mandoline, tempera com sal, pimenta do reino moída na hora, azeite, suco de limão e balsâmico de pêssego. Salpica com as folhas de coentro fresco e serve. Fica muito bom, bem refrescante.

E finalmente a marmelada, que é só marmelo descascado e cortado em pedaços, suco de limão, um pouco de água e açúcar mascavo. E cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, mexendo vez ou outra, com a panela semi-tampada e sempre em fogo baixo. Fiz sem medida. Quem descasca os marmelos é sempre o Uriel. Salva de palmas pra ele, pois descascar e limpar marmelo não é fácil!

berinjela assada
[com molho de buttermilk]

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Essa receita é a foto da capa do lindíssimo livro PLENTY do chef Yotam Ottolenghi. E foi a primeira que fiz, porque era essa que tinha que ser feita. Fomos à Napa num sábado e pegamos o último dia do Farmers Market da cidade, que é sazonal como o de Woodland. Lá eu arrebatei um montão de berinjelas pequenas. A receita recomenda que elas sejam grandes, mas eu desobedeci. Fiz como prato principal e comemos até dizer chega e ainda sobrou pra marmitinha do nosso almoço.

para as berinjelas:
2 beringelas grandes
1/3 xícara de azeite de oliva
1 e 1/2 colheres de chá de folhas tomilho limão [ou tomilho comum]
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
Sementes de uma romã
1 colher de chá de za’atar
para o molho:
9 colheres de sopa de buttermilk
1/2 xícara de iogurte grego
1 e 1/2 colheres de sopa de azeite de oliva
1 dente de alho amassado [*omiti]
1 pitada de sal

Pré-aqueça o forno em 350°F/ 176ºC. Corte as berinjelas ao meio e com uma faca pequena e afiada faça cortes no meio da polpa da berinjela, primeiro paralelos, depois transversais, tomando cuidado para não perfurar a casca.

Coloque as metades das berinjelas numa assadeira forrada com papel vegetal, pincele cada uma com azeite [ou apenas regue uma por uma com um fio de azeite] e salpique com o sal, pimenta do reino e folhas de tomilho. Leve ao forno por uns 30-40 minutos, até que as berinjelas estejam bem molinhas e cozidas. Remova do forno e deixe esfriar completamente.
Enquanto as berinjelas assam, faça o molho misturando o buttermilk, o iogurte grego, o azeite, o alho [se quiser, eu não quis] e o sal. Na hora de servir, coloque o molho sobre as fatias de berinjela assadas, salpique com o za’atar e as sementes, enfeite com folhinhas de tomilho fresco e regue com mais um fio de azeite, se quiser. Sirva.

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feijão branco com abóbora

Inspirada neste post sobre a abóbora no Come-se da Neide Rigo, fui dar cabo da primeira butternut squash que chegou na cesta orgânica neste inicio de outono. Quis também usar uns feijões brancos que estavam na minha despensa. Procuro não deixar os feijões guardados por muito tempo, feijao-aboborapois acho que feijão velho não cozinha muito bem. Deixei os feijões de molho de um dia para o outro, troquei a água e cozinhei em fogo baixo numa panela de terracotta com um raminho de alecrim dentro. Faço feijão sempre assim, deixando de molho antes e cozinhando na panela de terracotta. Tem uns que ficam macios com apenas trinta minutos de fogo. Não precisa de panela de pressão. Geralmente cozinho num dia para usar no outro, não tenho pressa. Pode colocar na água de cozimento, um raminho de alecrim, ou folhinhas de sálvia, ou uma folha de louro, ou um raminho de tomilho, ou um dente de alho, se quiser acrescentar um sabor extra ao feijão.

Com o feijão já cozido, refogue umas fatias de bacon [da melhor qualidade, s’il vous plaît—eu uso os do Niman Ranch] numa panela de ferro ou outra similar, mas bem robusta. Quando o bacon fritar, jogue cubinhos de abóbora [usei a butternut squash] e refogue até ficarem cozidas. Jogue então o feijão já cozido e tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Deixa cozinhar até o caldo engrossar, não deixe secar muito. Sirva.

empanadas de verdura

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Me meti novamente a fazer empanadas, não porque seja fanzoca desses pastelzinhos, mas porque fiquei encantada com a foto ilustrando a receita na revista Food & Wine e porque achei o recheio o fino da bossa. Nem preciso dizer que as minhas empanadas não ficaram iguais às da foto da revista, né? Mas pra isso eu tenho uma excelente teoria, que é também um dos meus pet peeves. Eu tenho certeza absoluta de que receita de chef não funciona perfeitamente nas nossas cozinhas comuns, porque os bacaninhas não fazem as adaptações necessárias para isso. Neste caso, das empanadas do chef argentino Mauricio Couly, está bem notável que elas foram assadas num forno à lenha. No meu forno elétrico comunzão elas não ficaram tão bonitas e provavelmente não tão saborosas. E a receita não diz honestamente que o chefe assou no forno à lenha mas que poderemos fazer assim assados num forno comum. Isso é um grande gerador de decepções. Mas felizmente, as empanadinhas mesmo pálidas ficaram gostosas. Essa receita tem também a vantagem de se poder fazer a massa e o recheio com antecedência, que foi exatamente o meu procedimento. Preparei tudo numa noite e finalizei as empanadas na noite seguinte. Só omiti as favas/lima beans. A massa é muito boa, bem macia e maleável, não deu nenhum trabalho pra abrir. Esse fato me deixou imensamente feliz. E ainda gastei um maço enorme de komatsuna, uma verdura bem escura que faz parte das novidades da estação na cesta orgânica semanal. Outono, seja bem-vindo, seu lindo!

massa:
1 e 1/2 xícaras de água
1 colher de sopa de sal kosher
3 colheres de sopa de manteiga sem sal
2 colheres de chá de páprica doce defumada
[sweet smoked paprika -pimentón de la Vera]
3 e 3/4 xícaras de farinha de trigo

recheio:
300gr [1 e 1/4 xícara] de folhas de espinafre [*usei komatsuna]
1/2 xicara de favas ou lima beans descongeladas [*omiti]
150 gr de vagens
1 xícara de ervilhas descongeladas
5 colheres de sopa de azeite
1 cebola média picadinha
2 dentes de alho picados
2 colheres de sopa de folhas frescas de hortelã
1 colher de sopa de folhas de tomilho fresco
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

para fazer a massa: Numa panela pequena coloque a água, o sal, a manteiga e a paprica e leve ao fogo médio. Quando ferver, desligue o fogo e coloque a mistura numa vasilha grande e deixe esfriar completamente até ficar na temperatura ambiente. Então junte a farinha e misture bem para formar a massa. Numa superfície enfarinhada, sove a massa delicadamente até ela ficar bem macia. Embrulhe numa folha de plástico e leve à geladeira por uma hora ou de um dia para o outro.

para fazer o recheio: Numa panela grande coloque bastante água com sal e leve ao fogo Quando ferver jogue as folhas de espinafre [ou outra verdura que for usar] e deixe cozinhar por 1 minuto. Retire tudo com uma escumadeira e reserve. Na mesma água adiciona as vagens e cozinhe por 4 minutos. Retire e reserve. Se for usar as favas ou lima beans, cozinhe elas também na água fervendo por 1 minuto. As favas precisarão ainda ser despeladas.

Esprema bem o espinafre cozido e pique com uma faca. Pique também as vagens. Numa panela coloque o azeite e refogue a cebola até ela ficar macia. Junte o alho e refogue rapidamente. Coloque o espinafre, as vagens, as ervilhas descongeladas e escorridas e as favas ou lima beans [se for usar, eu não usei]. Cozinhe tudo por 2 minutos, tempere com as folhas de hortelã e de tomilho, e com sal e pimenta do reino moída.

Pré-aqueça o forno em 350°F/ 176ºC. Unte com azeite ou forre com papel vegetal duas assadeiras grandes. Numa superfície enfarinhada, abra a massa o mais fino que puder e corte rodelas com um cortador. Molhe as bordas das rodelas de massa com água, coloque 1 colher de sopa do recheio numa metade e feche bem como se fossem pastelzinhos. Coloque as empanadas nas formas untadas ou forradas e leve ao forno por 30 minutos. Remova do forno e sirva as empanadas mornas ou em temperatura ambiente.

curry de legumes

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Fiz esse curry pela primeira vez quando me deparei com um surplus de berinjelas e quiabos nas gavetas da minha geladeira. Refiz ainda algumas vezes, adicionando ou mudando alguns dos ingredientes. Usei tanto o curry tailandês verde, como o vermelho. Em todas as vezes ficou muito bom. Eu intencionava fotografar e publicar aqui, só que na correria do dia a dia acabei nunca fazendo. Mas desta vez foi! Refiz o curry mais uma vez e consegui finalmente tirar uma foto. Os melhores são os que levam quiabo—legume que eu adoro. Mas sem quiabo também fica muito bom. Esse curry é facílimo de fazer e é também uma excelente maneira de gastar um monte de legumes numa só tacada. Pode ser feito grelhando ou apenas refogando os legumes. Ele guarda bem na geladeira e faz uma excelente marmitinha pra levar no trabalho, sozinho ou acompanhado de arroz.

Berinjelas picadas em tiras ou cubinhos [usei a comum e a japonesa]
Quiabos cortados em rodelas [neste da foto não tem quiabo]
Pimentões de todas as cores
Pimenta vermelha e jalapeño [uma unidade de cada]
Vagens verdes e vagens chinesas [as bem longas]
Tomatillos
Cebola roxa cortada em fatias
Folhas frescas de manjericão e de coentro
1 lata de leite de coco
2 colheres de sopa de curry tailandês verde ou vermelho [em pó]
Sal a gosto
Suco de 1 limão verde [lime]
Azeite, óleo vegetal ou de coco para refogar

Numa panela bem grande coloque o óleo e refogue a cebola cortada em tiras. Junte os outros legumes e refogue bem [pode grelhar os legumes antes, que fica muito bom]. Quando os legumes estiverem bem cozidos, junte sal a gosto, o curry em pó e misture bem. Despeje o leite de coco, deixe ferver e desligue o fogo. Junte o suco do limão verde e as folhas de manjericão e coentro frescos. Sirva acompanhado de arroz, se quiser.