peixe frito com molho de
abobrinha, manjericão & limão

peixe-abobrinha_1S.jpg

Eu sou daquelas que fica parada no meio da feira ou do supermercado checando o app do Seafood Watch pra me certificar que o peixe que estou querendo comprar é a melhor opção. Como o Rockfish selvagem que eu tinha escolhido estava listado na categoria segura, levei uns filés. Esse é um peixe branco bem macio e carnudo. Depois de cogitar algumas opções de preparo decidi que valia a pena me aventurar a fazê-lo frito. Não me arrependi.

Para fazer o peixe tempere os filés com sal marinho e pimenta do reino moída na hora e passe dos dois lados na farinha de trigo, para quando fritar formar uma casquinha bem fina. Coloque mais ou menos um centímetro de óleo vegetal numa panela larga e funda e coloque os filés quando o óleo estiver bem quente. Frite dos dois lados e escorra para um prato forrado com papel toalha.

Antes de fazer o peixe prepare a abobrinha, picando várias delas em cubinhos bem pequenos. Eu usei algumas amarelas compridas e outras verdes bolotudas. Numa panela coloque um fio de azeite e refogue um pouco de cebola picadinha. Adicione a abobrinha em cubinhos e refogue mais um pouco. Junte um tanto de vinho branco seco e outro de caldo de legumes, tempere com sal e pimenta do reino moída na hora, deixe ferver a abaixe o fogo. Tampe a panela e cozinhe em fogo médio-baixo até formar um caldo mais denso. Para fazer o molho de manjericão coloque um punhado de folhas bem lavadas no processador de alimentos. Junte o suco de um limão espremido e azeite de oliva o quanto baste. Pulse até formar um molho bem grossinho. Coloque mais azeite se precisar.

Na hora de servir coloque a abobrinha com o caldo em pratos individuais ou numa travessa grande, coloque por cima o molho de manjericão e depois os filés de peixe frito. Sirva imediatamente.

float de gengibre

Vi essa ideia numa revista só não me lembro em qual. Prestei atenção justamente porque ainda tinha aquele xarope de gengibre que fiz para o ginger ale. Prestei ginger-floatatenção também porque esses floats—que na minha infância a gente chamava de vaca preta, vaca branca, vaca laranja, dependendo do sabor do refrigerante usado, sempre foram pra mim a epítome da delicia refrescante. Essas vacas foram protagonistas em muitas aventuras de verão que passei com meus irmãos e meus primos. E essa de gengibre fica absolutamente o fino da bossa. Use o xarope de gengibre, que será colocado no fundo de um copo alto. Por cima coloque uma ou duas bolas do melhor sorvete de baunilha que você puder comprar. Eu usei o da Straus Creamery. Depois é só colocar água com gás a vontade por cima, misturar com uma colher e aproveitar.

salada de tomate
com manteiga queimada

tomate-brownbutter_1S.jpg
Essa ideia absolutamente genial eu vi num dos meus blogs favoritos e fiz logo em seguida. É tão simples de preparar e fica muito saboroso! Mas você precisa de tomates madurissimos, imprescindivelmente orgânicos. Eu usei os heirloom pineapple e mortage lifter. Corte os tomates em rodelas grossas e ajeite numa travessa. Numa panelinha coloque bastante manteiga sem sal e deixe derreter em fogo médio. Quando a manteiga estiver completamente derretida abaixe o fogo e deixe cozinhar até ela ficar com uma cor amarronzada e com um cheiro de nozes. Usando uma colher, coloque essa manteiga queimada sobre os tomates, tempere com sal Maldon [ou outro sal flocado] e pimenta do reino moída na hora. Sirva imediatamente.

[ inspiração ]

paletas.jpg

Fazia um tempão que eu não comprava livros de receita. Por meses adicionei novidades na minha lista de desejos, mas não tomei a decisão de comprar nenhum. Até que li a notícia de que finalmente a Amazon começaria a cobrar taxas dos residentes da Califórnia depois de uma longa batalha legal. Essa encomenda foi o último uso dessa nossa regalia, minha despedida da alegria que era não ter despesas extras adicionadas no fechamento da compra. Foi um bom motivo. E os livros são uma verdadeira fonte de ideias e inspiração. O Sweet Cream da Bi-Rite é praticamente um must have, pois essa sorveteria tem sempre filas absurdas na porta, que nunca tive coragem de enfrentar. Um dia terei. Mas até lá já terminarei de ler todas as receitas do livro. O das paletas mexicanas era outro imprescindível, pois sempre tive impressão que as paletas deles são tão boas e criativas quanto os nossos picolés brasileiros. O Pop’s é cheio de ideias funkys e o People’s Pops de misturas coloridas e diferentes. Oficialmente ainda é verão, não é? Então ainda está valendo!

tortilla de batata
com molho romesco

molho-romanesco.jpg

No domingo em que meu filho e minha nora vieram comer conosco, eu improvisei uma quantidade de pratos pequenos e decidi que teríamos um almoço de tapas. Essa receita, que eu tinha marcado de uma reportagem da revista Sunset, foi a primeira que fiz. A tortilla de batatas é figura carimbada na minha cozinha. O molho romesco depois que acompanhou a tortilla serviu de recheio para sanduíches e também de patê para comer com bolachinhas e torradas. Esse molho é outstanding. A foto é meramente ilustrativa, já que apenas registei a dupla antes de ser servida com o celular e não ficou uma imagem memorável.

para a tortilla de batata:
2 batatas médias cortadas em rodelas grossas
5 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
6 ovos caipiras levemente batidos
Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Numa frigideira coloque um pouco de azeite, adicione as batatas, tempere com sal e pimenta e frite até elas ficarem macias [ou cozinhe as batatas em água e sal e pule a fritura tão longa]. Adicione os ovos batidos sobre as batatas cozidas e cozinhe por uns minutinhos no fogo. Transfira a frigideira para o forno e asse até ela ficar bem dourada e firme. Remova do foro, deixe esfriar e transfira para uma travessa. Sirva em temperatura ambiente acompanhada do molho romesco.

para o molho romesco:
1/2 xícara de azeite extra-virgem
1 fatia de pão rustico amanhecido
1/3 xícara de amêndoa Marcona ou de outro tipo
1 e 1/2 xícaras de pimentão vermelho assados, sem sementes e picados
2 dentes de alho
2 colheres de chá de paprica espanhola doce Spanish paprika
3/4 colher de chá de flocos de pimenta vermelha
2 colheres de chá de vinagre jerez [sherry]
2 colheres de sopa de suco de limão
1/2 colher de chá de sal grosso

Numa panela refogue o pão e as amêndoas em uma panela até o põ ficar bem tostado. Junte um pouco de azeite, o alho, pimenta, paprica e pimentões assados. Cozinhe por uns 10 minutos. Coloque tudo num processador de alimentos, junte o restante do azeite, o vinagre o suco de limão e o sal. Pulse até formar um purê. Coloque num recipiente com tampa e guarde na geladeira até a hora de servir.

salada de figo & rúcula

salada-figosrucula_1S.jpg

Na terça-feira passada saí do trabalho e fui direto para o Farmers Market de Woodland. Eu precisava comprar ovos e queria aproveitar os últimos momentos da temporada dos figos. Gastei todo o dinheiro que tinha na carteira com eles. Na banquinha de uma família de fazendeiros mexicanos de Esparto, comprei os figos de casca verde e miolo roxo mais doces que já comi. E de aparência absolutamente impecável, sem manchas, sem amassos, porque tinham sido colhidos naquele mesmo dia. Na mesma banca dos ovos, a moça vendia figos de casca mais verde escura e quando eu agarrei todas as cestinhas disponíveis, ela me disse que a árvore dela continuava frutificando, ela colhia, colhia, e os figos continuavam amadurecendo. Eu então disse alegremente que ela continuasse trazendo os figos pra vender, que eles teriam comprador certo [eu!]. Cada cestinha desses figos locais e fresquíssimos custam três duas e meia patacas no Farmers Market de Woodland. Aproveitando estou, pois boba não sou!

Os figos verdes claros comi todos frescos, abrindo ao meio e abocanhando a maioria com casca e tudo. E com os verdes mais escuros fiz essa salada, tentando imitar a que comi no Piccino cafe em San Francisco.

Você vai precisar de um maço de rúcula, figos frescos, um pedaço de queijo gorgonzola ou blue e avelãs torradas. Eu torro as minhas na frigideira, pois acho mais fácil. Monte a salada e tempere com sal [usei o Maldon], pimenta do reino moída na hora, azeite de oliva extra-virgem e uma redução de vinagre balsâmico. Para fazer a redução é só colocar uma quantidade de vinagre numa panelinha e levar ao fogo baixo até o liquido engrossar, ficar como um xarope. O melhor é temperar a rúcula separadamente numa vasilha com o sal, pimenta e azeite. Colocar a rúcula temperada numa travessa e salpicar com os figos cortados ao meio ou em quatro, as avelãs torradas e pedacinhos de queijo gorgonzola ou blue. No final colocar um pouquinho da redução de balsâmico por cima e servir imediatamente.

salada-figosrucula_2S.jpg

primeiro de setembro

Não sei se vocês sabem, mas eu leio todas as revistas que assino com meses de atraso. A única exceção é a Martha Stewart Living e a Sunset, que adoro e devoro assim que sou avisada que elas estão disponíveis no iPad. Já as outras vou lendo quando posso. Foi por isso que li essa matéria de julho sobre o dogpatch em San Francisco somente noutro dia. É uma área mezzo industrial/mezzo residencial que tem se desenvolvido e se modernizado desde a década de 90.

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

A reportagem da revista Bon Appetit deu algumas opções de lugares para comer e eu quis conhecer o restaurante Piccino, instalado numa casa vitoriana amarela numa esquina bem charmosa do bairro. Chegamos sem reserva, o que não é uma coisa que eu arrisco fazer sempre, mas não houve problema. O lugar estava bem cheio, mas nada comparado com as áreas mais turisticas da cidade. Dividimos uma salada de figos, queijo gorgonzola local, rúcula e avelãs. O Uriel pediu um panini de tomate com ragout de cogumelos e eu um gnocco de semolina com vagens francesas e um caldo com pesto saborosissimo. Eu bebi um vermentino de Alta Mesa, California. Não pedimos sobremesa porque eu queria tomar o sorvete da Mr. and Mrs. Miscellaneous, uma lojinha de gostosuras que fica na outra esquina. Escolhi gulosamente dois sabores—azeite e chá preto inglês, que acabou sendo o meu favorito. Meu marido, mais comedido, escolheu somente uma bola de gengibre cristalizado. Os sorvetes deles são muito bons.

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

Depois fomos dar uma volta pelas ruas do Mission district, que fazia uma parte coadjuvante na reportagem da Bon Appetit, mas não seguimos nenhuma das dicas. Eu queria mesmo era passar na Tartine Bakery para comprar os famosos pães, que dizem ser uns dos melhores dos EUA. Andamos pela 18th street que estava apinhada de gente. Entrei na fila da Tartine—que me pareceu nunca tem fim, e quando chegou a minha vez fui avisada de que eles só teriam pão depois das 4:30pm. Naquele momento só estavam servindo bolos, tortas, sanduiches. Resolvemos andar pelo bairro, olhar lojinhas de antiguidade, comprei um picolé na esquina, entramos na abarrotada Bi-Rite que vendia tomates, figos [esses um tanto amassados] e outras delicias frescas daqui da nossa região. Demos risada. Voltamos para a Tartine onde finalmente comprei dois pães, que são enormes e estavam quentinhos, crocante por fora, macio por dentro. Atravessamos o Dolores park e voltamos para o carro mastigando nacos de pão pela rua. Não conseguimos evitar!

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

Sou daquelas habitante da roça pra quem ir até a beirinha do continente e olhar para o oceano é algo altamente especial. Por isso neste dia aproveitamos para dirigir até a Ocean beach, que não é a praia mais linda da região, mas tem o charme de ter a Cliff House no seu extremo direito. A história dessa casa, que agora hospeda um restaurante e um bar e a do Sutro Baths, a incrível piscina pública que hoje só se pode visitar suas ruínas é absolutamente fascinante. Nessa altura já estava ficando tarde e decidimos jantar em algum lugar por perto. Como sábado pra nós é dia de comer pizza, o Yelp nos indicou a pequena Pizzetta 211 no Richmond district. O lugar é bem pequeno, no estilo da pizzaria Delfina, mas é ambientada como um bistrô francês. Os vinhos são também na maioria franceses, o que eu achei que destoava um pouco de um lugar que servia pizza. Mas deixando de lado os dogmas gastronômicos, bebi um vinho francês, branco e seco, muito gostoso, dividimos uma salada de farro com vagens e tomates e pedimos uma pizza para cada um—uma de berinjela assada, outra com mussarella e anchovas brancas. Voltamos pra casa já estava noite. Foi um dia muito bom.

torta de frutas frescas
[com creme italiano]

torta-fruta_1S.jpg
Essa torta aconteceu por mero acaso, porque minha intenção era mesmo fazer um tipo de trifle com camadas de bolacha, frutas e creme. Mas durante o processo a receita tomou outro rumo e virou torta. Quando é assim, penso que era como deveria mesmo ser. Não imponho nenhuma resistência nem me arrependo. Sem falar que essa torta ficou uma delicia. Eu quis gastar muitas frutas que estavam acumuladas—melão, pêssego, mirtilo e uva. A massa foi aquela feita com bolacha e manteiga, acrescentei também um pouquinho de noz pecan. Fiz no olhão, mas essa mistura não tem muito erro. É bolacha da sua preferência e manteiga. Usei umas bolachinhas de amêndoa. É só pulsar tudo no processador até obter uma farofa bem grossa. Pressionar essa farofa no fundo de uma forma de aro e fundo removível e assar por uns 15 minutos em forno pré-aquecido a 375ºF/ 200ºC. Depois foi só picar e misturar as frutas e fazer o creme. Procurei muito por que não levasse zilhões de gemas de ovos e creme de leite e achei essa receita super fácil e praticamente perfeita. Fiz metade da quantidade, que foi suficiente para cobrir a base da torta. Remova a massa do forno, deixe esfriar, transfira para um prato ou travessa, cubra com o creme italiano, depois com a mistura de frutas e leve à geladeira até a hora de servir.
creme italiano:
1/2 xícara de açúcar
1/4 xícara de farinha de trigo
1/8 colher de chá de sal
1 e 1/2 xícara de leite integral
2 gemas de ovos caipira
1 e 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal
1 colher de chá de estrato puro de baunilha
1/2 colher de sopa de rum
Numa panela sobre fogo médio coloque o açúcar, farinha de trigo, sal e leite aos pouquinhos misturando bem com um batedor de arame até formar um creme. Diminua o fogo e mexa por mais 2 minutos. Adicione as gemas batidas ao creme bem devagar, batendo sempre com o batedor. Adicione a manteiga, a baunilha e o rum e mexa por mais 2 minutos. Desligue o fogo e deixe o creme esfriar totalmente antes de rechear a torta.
torta-fruta_2S.jpg