Outra sopinha do livro Moosewood Restaurant Cooks at Home. Bem fácil de fazer e deve ficar boa servida fria, num dia de verão. Mas para um dia de inverno também veio a calhar, especialmente porque eu errei a mão no Tabasco e a pimenta de me deu um suadouro, me fez assoar o nariz e chorar, limpou os poros e os mucos!
2 dentes de alho picadiinho
2 colheres de chá de cominho em pó
1 colher de sopa de azeite ou óleo vegetal
6 xícaras de suco de tomate
2 xícaras de tomate fresco cortado em cubinhos
Suco de um limão grande
3 colheres de sopa de coentro fresco picadinho
Tabasco ou outra pimenta pra temperar
2 xícaras de tortilla chips em pedacinhos
1 xícara de queijo Monterey Jack ralado
Folhas de coentro fresco
Numa panela refogue o alho e o cominho no azeite. Não deixe o alho ficar muito tostado. Junte o suco de tomate,, os tomates em cubinhos, o suco do limão e o coentro fresco picado. Deixe ferver. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns minutos. Tempere com o Tabasco – cuidado! Eu usei um pouquinho de sal.
Para servir, coloque as tortillas chips no prato, cubra com a sopa e decore com o queijo ralado e as folhas de coentro.
Mês: fevereiro 2007
saladoca
No meio do inverno, vejo a salada da Fê e tenho uma epifania – é chegada a hora, irmãos e irmãs! Vamos recomeçar o culto aos frios e crocantes!
Pra essa saladoca colorida usei os ingredientes encontráveis nesta época fria: pepinos japoneses com casca e tudo, cenoura em lascas, figos secos cortados em cubos, uma tangerina cortada em pedacinhos e lâminas de amêndoa tostadas. Temperei com pimenta do reino moída, muito azeite do bão, um pingo – um pingo mesmo – de vinagre de vinho Chianti, uma frescura que não resisti e salpicos de Flor de Sal.
caldo de alho
Fiz um panelão de caldo de legumes, daquele jeito descompromissado que faço – na slow cooker. Então hoje eu tinha muito caldo fresquinho pra usar numa sopinha saborosa e nutritiva. Escolhi uma das muitas sopas que separei no Moosewood Restaurant Cooks at Home. Era a Simple Garlic Broth, que me encantou pela sua simplicidade e possibilidades de variações e sabores. Ela ficou bem interessante e foi acompanhada por uma fatia grossa do pão de azeitonas tostado na frigideira de ferro.
Para 6 porções:
8 xícaras de caldo de legumes
3 colheres de sopa de alho ralado fino em fatias ou picado
2 colheres de sopa de azeite
1/2 colher de chá de paprica [*esquecio de colocar]
1 raminho de sálvia, tomilho e salsinha amarrados juntos
Sal e pimenta do reino a gosto
Numa panela frite o alho no azeite, mas não deixe o alho escurecer muito. Acrescente o caldo de legumes fervendo. Coloque a paprica e o raminho de ervas. Ferva por 15 minutos, ou 30 se quiser um sabor mais acentuado. Remova o bouquet de ervas e tempere com sal e pimenta a gosto.
Eu não tinha as ervas frescas, então coloquei ervas secas numa peneirinha de fazer chá e coloquei dentro da panela, para ferver. No final coloquei uns raminhos de açafrão.
Cake Aux Olives
Esta receita é SEN-SA-CI-O-NAL e eu acho que peguei aqui – não tenho certeza, porque ela estava na minha inbox e eu a encontrei absolutamente por acaso, procurando por uma outra receita. Eu tenho o hábito de enviar para mim mesma receitas que eu ache interessante. Fica mais fácil encontrar no meu inbox fazendo uma busca, do que correr atrás de links e webpages. Bom, essa receita estava guardada há tempos, tinha até me esquecido. Mas que surpresa maravilhosa! Eu adoro tudo o que vai bebida e azeitona. Esse bolo/pão é um “treat”, além de ser facílimo de fazer, fica delicioso! Com certeza vou fazer outras vezes.
Cake Aux Olives
2 xícaras de farinha de trigo
4 ovos
2/3 xícara de azeite
1/3 xícara de vinho branco seco
1/3 xícara de dry vermouth
1/2 colher de sopa de fermento em pó
1 1/2 xícara de queijo gruyere ralado
Sal e pimenta do reino a gosto
7 ozs/ 200 gr de azeitona verde descaroçadas e picadas
7 ozs/ 200 gr de presunto picadinho
Pré-aqueça o forno em 355ºF/180ºC.
Coloque a farinha numa vasilha – eu usei a batedeira com o paddle – faça um buraco no meio e coloque lá os ovos, vinho, vermouth e azeite. Misture bem. Adicione o fermento e o queijo ralado. Tempere com sal e pimenta. Jogue as azeitonas e o presunto. Misture bem e jogue tudo numa forma de pão bem untada com azeite. Asse no forno pré-aquecido por mais ou menos uma hora, ou um pouco mais. Quando o pão ficar dourado e uma faca inserida no centro sair limpa, ele estará pronto. Remova do forno e deixe descansar uns minutos. Retire da forma e deixe esfriar bem antes de fatiar.
o brócolis intergaláctico
Romanesco broccoli – This ancient variety was grown around Rome (hence its name), and then improved and further developed by Dutch agricultural researchers, only appearing in international markets as recently as the early 1990’s. It is also called “Romanesco cauliflower” and can be prepared in any way you’d cook broccoli or cauliflower. It has a delicious nutty flavor, but be careful not to overcook it, as this can result in an unpleasant texture.
sopa de lentilha com limão
lentilhas da região de Auvergne, na França
chamadas de green lentils of puy ou poor man’s caviar
Não lembro onde encontrei essa receita. Com certeza fazendo uma busca pela internet. Achei bem simples, como toda sopa de lentilha, mas gostei mesmo da adição do limão, que dá um toque e sabor especial à essas lentilhas ultra-saborosas.
Lave uma xícara de lentilhas verdes. Numa panela coloque 1 colher de sopa de azeite de oliva. Refogue as lentilhas no azeite, acrescente meia cebola picadinha e um dente de alho. Continue refogando. Jogue duas cenouras pequenas cortadas em rodelas.
Refogue mais um pouco, acrescente 3 xícaras de caldo de legumes, 1 folha de louro, 1 colher de chá de cominho, 2 colheres de chá de páprica húngara. Cozinhe até as lentilhas ficarem molinhas, tempere com sal e pimenta e 1 colher de sopa de suco de limão. Sirva bem quente com pão fresco.
*Se não tiver ou achar a lentilha verde, faça com qualquer lentilha.
Salada marroquina
Do livro Moosewood Restaurant Celebrates, uma salada para o Ramadan. Fiquei encantada à primeira olhada e fiz. Ficou muito boa e vou fazê-la, muitas outras vezes, com certeza, no verão.
Molho:
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de orégano fresco picado
1 colher de sopa de tomilho fresco picado [*omiti]
1 colher de sopa de Sumac em pó
2 ou 3 colheres de chá de suco de limão fresco
Bater bem os ingredientes do molho com um batedor de arame.
Numa vasilha grande misturar:
1 xicara de pepino picado
1 xícara de tomate picado
1 xícara de pimentão vermelho ou amarelo [*omiti]
2 colheres de sopa de scallions picados [*usei cebola roxa]
1/2 colher de chá de sal [*usei o Flor de Sal, of course!]
2 colheres de sopa da casca picada de conserva de limão
Acrescentar o molho bem batido, misturar bem e servir.
Lemon Confit Shortbread Tart
Lemon Confit Shortbread Tart
Receita retirada do jornal The NY Times
massa:
3 xícaras de farinha de trigo
1 colher chá de sal
2 tabletes de manteiga sem sal cortada em pedacinhos
1 1/4 xícara de açúcar
1 ovo grande
1/8 to 1/4 de colher de chá de extrato de amêndoa
2 colheres de sopa de suco de limão
recheio:
8 limões, de preferência os de casca fina – usei os delicados Meyer lemons
3/4 xícara de açúcar
Faça a massa:
Misture a farinha, sal, manteiga e 1 xícara de açúcar numa vasilha. Misture bem com as mãos, até a manteiga se incorporar nos ingredientes secos. Fica bem farinhento. Adicione o ovo, o extrato de amêndoa e o suco de limão. Continue amassando com as mãos. Fica uma massa muito estranha, mas não desanime, não tem nada errado. Ela vai ficar mais macia conforme for amassando. Forme uma bola, envolva em filme plástico e ponha na geladeira por no mínimo meia hora.
Faça o recheio:
Remova a casca e as sementes de 5 limões. Corte em fatias bem finas. Coloque numa vasilha. Remova a casca dos outros 3 limões e pique a casca bem fininho. Acrescente 3/4 xícara de açucar, misture bem e deixe descansar por no mínimo 30 minutos. * Eu fiz um pouco diferente, cortei todos os limões em fatias finérrimas com casca e tudo – sem as sementes. O resultado foi um doce mais amarguinho, mas eu gostei. A casca do Meyer Lemon é macia o suficiente. Se fizer com limão siciliano, talvez seja melhor seguir a receita à risca. Mas às vezes vale a pena experimentar.
Coloque a mistura de limão e açúcar numa panela e deixe ferver. Abaixe o fogo e cozinhe até virar um doce – mais ou menos uns 15 minutos, mexendo de vez em quando. Reduza o liquido até ficar como um xarope grosso. Deixe esfriar.
Retire a massa da geladeira, corte em duas partes. Abra uma parte e forre uma forma redonda [9″/22cm] com ela. Essa massa é super antipática, difícil pacas de abrir com o rolo, pois fica grudenta. Para a parte de baixo tudo bem, pois dá pra ir pressionando com as mãos. Mas para a parte de cima eu passei farinha no rolo, mesmo assim foi duro. Coloque o recheio na forma forrada com massa, cubra com a outra parte e asse em forno pré-aquecido em 350ºF/176ºC por uns 35 minutos. Retire do forno, salpique com açúcar – eu usei o demerara – e recoloque no forno por mais 10 minutos.
Deixe esfriar. Desenforme e sirva. Eu usei uma forma de torta com fundo removível e ficou fácil de tirar a torta.
Comida de sonho e de vida
Acordei de um sonho, no meio da noite, onde eu estava almoçando no Shambhala, um centro de meditação aqui em Davis. Lá não tem almoço e o local do sonho não era o real Shambhala. Mas sonho é sonho, ninguém discute. Mas nele eu colocava arroz e outras preciosidades vegetais numa caneca branca de cerâmica bem comprida e comia com hashis azuis. Acordei com uma sensação incrivelmente boa, e levei um tempo pra pegar no sono novamente. Nesse interim, algumas histórias de comida começaram a pipocar freneticamente na minha mente, como se o sonho tivesse aberto uma gaveta fechada há muitos anos. Tive até que cantar um mantra pra conseguir dormir novamente, tal o estado de animação mental que fiquei.
Fui visitar uma amiga da Etiópia que tinha tido um bebê. Levei presentes, flores e fui recebida com comida. Ela tinha preparado uma carninha desfiada imersa num molho vermelho super apimentado, um refogado de batatas e pão achatado caseiro. Eu fiquei pasma! Ela me disse que era essa a tradição do país dela, a recém-parida servir comida para as visitas. E me ensinou como comer, cortando pedacinhos do pão macio com as mãos e usando para pegar bocados da comida.
Minha amiga indiana cozinhou um festim de comidas típicas para mim. Almoçamos juntas e eu não sabia nem por onde começar – era tudo uma delícia, vários pratos, tudo vegetariano. Comi muito um cozido de grão-de-bico, os pães fritinhos crocantes de lentilhas e as samosas.
Fui com minha amiga chinesa a um templo budista coreano. Era aniversãrio do Buda e após o ritual e celebração da manhã, teve um grande almoço. No fundo do templo armou-se toldos e muitas mesas e cadeiras. A comida era fora desse mundo de deliciosa. Tudo vegetariano. Infelizmente não lembro os detalhes, pois já faz muitos anos, mas lembro de como fiquei encantada com tudo. O detalhe é que eu era a única ocidental no lugar – altona, cara de Ana Magnani, com esse meu jeito típico desengonçado, me sentindo a girafa perdida no reino dos pinguins. Mas minha amiga sorria e dizia, fica tranquila que você é muito bem-vinda aqui.
Tempos depois voltei a esse templo com a minha mãe – as duas sozinhas dentro do templo, mais estranhas e estrangeiras impossível. Uma senhora muito pequena e amável nos aproximou de nós, falou algo com gestos e nos ofereceu laranjas enormes, super suculentas. Agradeci imensamente…
Muitos anos depois conheci um casal do Sri Lanka e fui convidada para outro aniversário do Buda, desta vez num templo bem pequeno e humilde onde teve a cerimônia e depois um almoço. Foi tudo muito simples, dentro do templo mesmo, que era na verdade uma pequena casa. Na cozinha muitos pratos vegetarianos, um com a aparência mais apetitosa que o outro. Pegamos os pratos e o casal todo sem graça veio me dizer – nós não usamos talheres, comemos com as mãos. Sentamos no chão com nossos pratos no colo e eu novamente a única cara de ocidental, mal ajambrada pois tenho certa dificuldade em me sentar no chão, comi feliz da vida aquela comida deliciosa em homenagem ao Buda.