cooking matters

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We will always make time for things that MATTER. Cooking matters.

A artista Maira Kalman ilustrou a edição especial do livro Food Rules: An Eater’s Manual do Michael Pollan. Essa ilustração, que peguei no website dela, sumariza quase tudo o que penso sobre a importância de cozinhar. Administro assim o tempo que preciso para alimentar minha família [onde estou incluída]. Depois disso estar feito, eu vejo séries, leio revistas, navego pela internet.

bolo de cenoura e gengibre
[com sementes de gergelim]

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Fiquei louca quando vi a receita desse bolo, tive que fazer. Fui até comprar umas cenourinhas orgânicas especialmente para isso. Não vou dizer que não ficou gostoso, mas achei um pouco úmido e molenga pro meu gosto. Mesmo assim comemos tudo. Adoro sementes de gergelim, mas preferi essa receita aqui, de bolo de banana.

1/2 xícara de óleo vegetal
2 xícaras de farinha de trigo
1 e 1/2 colheres de chá de fermento em pó
2 colheres de chá de canela em pó
1 xícara açúcar mascavo
1/2 xícara de purê de maçã [não-adoçado]
1/3 xícara de leite de amêndoa [ou outro leite]
Um pedaço de 5cm de gengibre descascado e ralado fino
1 colher de chá de extrato de baunilha
3/4 colher de chá de sal
2 cenouras grandes [200gr] raladas no grosso
2 colheres de sopa de sementes de gergelim preto

Pré-aqueça o forno a 350°F/ 176°C. Pincele o interior de uma forma de pão com um pouco de óleo. Polvilhe com a farinha de trigo, batendo bem para remover qualquer excesso. Em uma tigela pequena misture a farinha de trigo, o fermento em pó e a canela. Em uma tigela grande misture o açúcar, o purê de maçã, o leite de amêndoas, o gengibre, a baunilha e o sal. Usando uma espátula coloque a mistura de farinha sobre a mistura liquida, seguida das cenouras e finalmente o óleo. Despejar a massa na forma preparada e polvilhe a superfície do bolo com as sementes de gergelim. Cubra completamente, se precisar ponha um pouco mais de sementes. Leve ao forno e asse por cerca de 1 hora e 10 minutos. Remova do forno e deixe esfriar completamente dentro da forma antes de cortar.

revani — bolo de semolina
[com calda de camomila]

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Adorei a ideia desse bolo de semolina encharcado com um xarope de camomila. Ele é conhecido como revani na Turquia e na Grécia, mas tem versões similares em outros países do Oriente Médio. É mais como uma sobremesa, porque é muito doce e não conseguimos comer mais do que dois quadradinhos. Pode ser servido com iogurte batido ou frutas. Se um dia eu refizer essa receita, cortarei a calda de açúcar na metade. Achamos doce demais para o nosso paladar.

para o bolo:
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 xícara de farinha de semolina
1 colher de sopa de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal kosher
1 xícara iogurte grego natural
Raspas da casca de 2 limões [*usei o verde]
1 colher de sopa de extrato de baunilha
3 ovos caipiras em temperatura ambiente
1/2 xícara de açúcar
1 xícara de óleo vegetal
1 xícara de pistache torrado e finamente picado para servir [*omiti]

para a calda de camomila:
1 e 1/2 xícaras de água
1 colher de sopa de flores de camomila [*ou do chá]
2 xícaras de açúcar
1 colher de sopa de suco de limão

Pré-aqueça o forno a 350°F/ 176ºC. Unte com manteiga uma assadeira quadrada. Coloque a farinha, o fermento em pó e o sal em uma tigela e bata com um batedor de arame para misturar. Reserve. Misture o iogurte, as raspas de limão e a baunilha em uma tigela pequena. Reserve. Coloque os ovos e o açúcar na tigela de uma batedeira equipada com o batedor de claras. Bata em velocidade média até formar um creme pálido e amarelo que deve aumentar em volume, por cerca de 5 minutos. Abaixe a velocidade e lentamente despeje o óleo vegetal. Em seguida adicione a mistura de iogurte em duas partes. Raspe bem as laterais da tigela com uma espátula. Adicione então os ingredientes secos e misture com a espátulas apenas para combinar os ingredientes. Misture manualmente com uma espátula até a massa ficar Lisa. Despeje a massa na forma untada. Asse por 35 a 40 minutos. Enquanto o bolo assa, prepare a calda. Leve a água para ferver em uma panela pequena. Retire do fogo, adicione a camomila, tampe a panela e deixe descansar por 5 minutos. Coe e descarte as flores. Retorne o líquido para a panela e adicione o açúcar e suco de limão; leve para ferver. Abaixe o fogo e cozinhe por 8 minutos, até reduzir a 1 e 1⁄4 xícaras. Assim que o bolo sair do forno, despeje a calda de camomila quente uniformemente sobre o bolo. O bolo vai encharcar. Deixe o bolo esfriar e absorver a calda completamente. Inverta o bolo em uma travessa. Fatie e sirva com uma colherada de iogurte e pistache picado.

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galette de maçã

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Fomos colher maçãs em Apple Hill e é claro que tive que fazer uma torta, no caso uma galette. Porque galettes são sempre muito mais fáceis pra quem não tem talento abrindo massa como eu. Eu tinha uma receita do livro Everyday Greens da Annie Somerville marcada, por causa da massa com cream cheese. A receita é com marmelo e maçã, mas eu fiz só com maçã. Gostei do fato da maçã já estar cozida antes de ir pro forno. Essa galette fica bem sequinha.

massa:
2 xícaras de farinha de trigo
1/3 de cornmeal bem fina [pode ser fubá]
3 colheres de sopa de açúcar
1/2 colher de chá de sal
16 colheres de sopa ou 2 tabletes [de 113gr cada] de manteiga sem sal gelada e cortada em cubos
230 gr de cream cheese

Peneire os ingredientes secos na vasilha da batedeira. Encaixe a pá e em velocidade baixa vá juntando os cubos manteiga até formar uma farofa bem grossa. Adicione o cream cheese e continue girando a pá até tudo se incorporar na massa. Não trabalhe muito essa massa, ela vai ficar mostrando partes com cream cheese. Embrulhe numa folha de filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Remova da geladeira uns minutos antes de abrir. Essa massa pode ser feita com antecedência e mantida no congelador por até 1 mês.

recheio
1 colher de sopa de manteiga sem sal
1/4 xícara de açúcar
1 pitada de sal
1 colher de chá de suco de limão
4 maçãs grandes, descascadas e cortadas em cubos
1 xícara de suco de maçã [não-filtrado, não processado se for possível]
2 e 1/2 colheres de sopa de polvilho ou maisena
Canela em pó a gosto

Derreta a manteiga numa panela grande e robusta. Adicione o açúcar, o sal e o suco de limão. Cozinhe até que o açúcar se dissolva completamente. Adicione as maças em cubos e o suco de maçã misturado com o polvilho ou maisena. Deixe cozinhar por uns 5 minutos ou até as maças ficarem tenras e o caldo engrossar.

Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 200ºC. Remova a massa da geladeira e abra com um rolo sobre uma folha de papel vegetal. Transfira a massa aberta para uma assadeira. Coloque o recheio no centro, polvilhe com canela. Dobre as bordas em direção ao centro, deixando o centro aberto. Pincele a massa com um pouco de leite. Polvilhe açúcar cristal e canela em pó e leve ao formo pré-aquecido por 25 minutos ou até a massa ficar bem dourada.

o n z e !

Onze anos, hein? Quem diria. Passei o marco da década e comemorarei o décimo primeiro ano do Chucrute já de cara nova, o que eu sempre achei que nunca iria acontecer. Mas é necessário mudar. E como teve mudança nestes últimos onze anos. Como eu mudei desde este primeiro post onde quase tudo que eu dizia já não é mais tão real. Hoje gasto muito mais tempo cozinhando do que precisaria, mas gosto tanto de cozinhar e de ficar praticando minha meditação preparando, descascando e picando ingredientes, que até aboli outros hobbies. Nestes onze anos posso dizer que evoluí e que fiz muito mais comidas gostosas do que gororobas. Mudou cidade, mudou casa, mudou gato na cozinha, mudou panelas, mudou louça, mudou objetivos, mudou rotina, mudou tanta coisa, mudou, evoluiu e melhorou, não concorda? Então, acho que onze é um excelente número pra se comemorar!

Mallorca — uma estrela no Mediterrâneo

Assim que saímos do aeroporto eu vi as figueiras carregadas de frutas e pensei—meudeuso, cheguei no paraíso! Daí eu vi o mar azul esverdeado e as oliveiras, e os sycamores, e os ginkgos, e as magnólias, e todos os arbustos, flores e árvores que vejo todos os dias aqui no meu pequeno rincão no norte da Califórnia. Do outro lado do mundo tem um lugar muito parecido, muito quente no verão, muito lindo no outono, muito popular com os turistas, com diferença que Mallorca é uma ilha medieval cheia de influencias árabes. Nós ficamos num resort em Alcúdia e visitamos Sóller [e Port de Sóller], Pollença [e Port de Pollença] e a Serra de Tramuntana, que é parte do patrimônio mundial. Aproveitamos muito as praias por perto e visitamos com nossos primos que moram em Pollença. Lá também tivemos a chance de fazer compras num mercado aberto, no centro da pracinha medieval. Foram dias deliciosos, com muita comida e vinho, um sol gostoso, uma água de mar tão agradável, onde podíamos ficar por horas boiando, nadando e conversando. Aproveitamos bastante o resort também, que tinha um spa sensacional onde batíamos ponto todo final de tarde. A ilha é muito grande, não deu pra conhecer muito, por isso um dia vou querer voltar.

nhoque de abóbora
[com molho pesto de nozes]

nhoque abóbora

Eu faço massa de macarrão sem problema e dá sempre certo. Nunca tive problema. Mas é só falar a palavra nhoque eu já tremo, porque sei que vai dar xabu. E o pior é que eu A D O R O nhoque, sempre adorei, mas acho que devo ter feito um nhoque excelente umas duas vezes na vida. Isso não quer dizer que eu desisto de tentar, também porque sempre enfrento desafios por mais frustração que eles possam me trazer. Desta vez segui essa receita à risca. A adição da batata ajudou bastante para a consistência mais leve da massa e a abóbora precisa ser drenada muito, muito, muito bem. O resultado foi bom, não vou dizer que ficou ótimo, porque achei que tive colocar mais farinha do que eu imaginava que teria, mas mesmo assim achamos gostoso e comemos tudo. As nozes são locais, daqui da minha região, então estavam fresquinhas. O colheita das nozes e castanhas acabou de acontecer aqui nas imediações. A salsinha veio na cesta orgânica. A abóbora foi o restante daquela que ganhei na loja de antiguidades.

para o pesto
100 gr de nozes
3 colheres de sopa de salsinha picada
1/2 xícara de azeite de oliva
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Coloque todos os ingredientes no liquidificador ou processador de alimentos, pulse até formar uma pasta. Adicione mais azeite se precisar, até o pesto ficar com a consistência desejada.

para o nhoque de abóbora:
600 gr de abóbora cortada em cubos
200 gr de batatas cortada em cubos
2 gemas de ovo caipira
2 colheres de sopa de manteiga
280 gr de farinha de trigo
3 colheres de chá de sal
Noz-moscada ralada a gosto
Pimenta do reino moída na hora a gosto

Cozinhe os cubos de abóbora e batata em uma panela grande com água e sal até ficar macio, cerca de 15 minutos. Escorrer bem, o máximo que puder para remover toda a água. Passe as batatas e abóbora cozidas por um espremedor. Para se certificar que não tem mais água, vire o espremedor ao contrário antes de começar a espremer e se tiver água ela vai sair pelo outro lado. O purê tem que ficar bem firme, não pode ficar aguado. Misture o purê de abóbora e batata ainda quente com as gemas e a manteiga e coloque na geladeira até que fique completamente frio. Coloque uma panela grande com bastante água salgada a leve para ferver. Misture delicadamente a abóbora e batata com a farinha de trigo, o sal, a noz-moscada e a pimenta do reino até ficar uma massa. Se a textura ficar muito pegajosa, misture mais um pouco de farinha de trigo. Polvilhe as mãos com farinha e vá enrolando pequenas quantidades da massa. Faça rolinhos, corte os nhoques em pequenos retangulozinhos e coloque-os em uma assadeira enfarinhada. Jogue os nhoques aos poucos [de 10 em 10] na água fervendo e cozinhe até os nhoques começarem a flutuar na superfície. Remova com uma escumadeira e coloque numa travessa. Repita até que todos os nhoques estejam cozidos. Sirva temperado com o pesto.