não vai passar em branco

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pros adultos..
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pras crianças..

Quando o Gabriel era pequeno, fazíamos alguns rituais de Páscoa, com as pegadas das patinhas do coelhinho feitas de giz, ovinhos e ovões escondidos. Hoje não vejo mais propósito, mas o consumismo me faz comprar algumas coisas nessa época. E como resistir à tanto apelo? Tento escolher o que acho comestível—ou seja, o que eu comeria. Isso incluí basicamente chocolate amargo, que é o que eu gosto. Pra alegria das minhas lombrigas consumistas, meus sobrinhos Fausto e Catarina estão chegando no final do mês, então aproveitei a oportunidade para afogar as saudades de comprar coisinhas pra crianças – coelhinhos, ovinhos e toda a parafernália acompanhante!

Amar é…

esperar pacientemente na frente da porta ou já dentro do carro, enquanto ele resolve no último minuto antes de sair dar snack pro gato, pôr as latas de lixo na calçada ou dar uma meditadinha no banheiro.
suportar com firmeza, sem engasgos de vômito, a visão dele passando maionese numa fatia de panetone, devorando um romeu e julieta de goiabada com polenguinho sabor alho, misturando gelatina com sour cream ou sorvete de baunilha com abacate e aveia.
não se irritar quando ele estiver dirigindo e um velhinho passar vocês na freeway, pela direita.
responder novecentas e quarenta e sete vezes a mesma pergunta.
resistir à tentação de atear fogo naquela jaqueta de nylon que ele ganhou quando fez estágio numa empresa em 1983 e que ainda usa.
escrever sobre os defeitos dele, fazendo tudo parecer singelo e simpático.

pudim salgado de aspargos

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Como estou recebendo muitos aspargos na cesta orgânica, preciso arrumar maneiras criativas de usá-los. Vi essa receita no 101 Cookbooks da Heidi, que sempre publica coisas legais e simples, que eu adoro. Esse pudim salgado não decepcionou. Reduzi as quantidades para um terço da receita original , pois achei que um prato que serve oito pessoas era muito para o nosso jantar.

Savory Asparagus Bread Pudding
150gr de pão sourdough ou qualquer outro do estilo pesado
1 xícara de leite
1/3 xícara de caldo de legumes [usei de cogumelos]
1 ovo
Sal, pimenta do reino e dried dill a gosto
Um maço de aspargos
1/4 xícara de azeitonas pretas picadas
1 xícara de queijo Gruyere ou suíço ralado [usei provolone defumado]

Pré-aqueça o forno em 400ºF/205ºC. Unte uma forma ou refratário com manteiga. Corte o pão em cubinhos. Numa vasilha misture o leite, caldo, ovo, sal, pimenta e dill e bata com o batedor de arame até ficar bem misturado. Jogue sobre o pão em cubinhos. Adicione os aspargos cortados em em pedaços e as azeitonas. Misture bem para ficar bem incorporado, pão, liquido e legumes. Coloque na forma ou refratário, cubra com o queijo e asse por mais ou menos 40 minutos, até ficar totalmente seco.

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salada de erva-doce e salsão

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Uma saladinha bem refrescante que eu tirei do Chow e adaptei um pouquinho.

Rale um bulbo de erva-doce e dois talos de salsão em fatias bem finas. Pique bastante salsinha e misture. Corte um limão em conserva, polpa e casca, em pedacinhos. Misture. Tempere com sementes de salsão – eu usei caraway seeds, pimenta do reino e sal. Finalize com um fio de vinagre de laranja ou de maçã e bastante azeite. Na receita original vai azeitona preta, que eu recomendo, mas omiti da minha desta vez. Por causa do limão em conserva, a salada fica meio amarguinha, bem refrescante para acompanhar qualquer prato.

* se não encontrar o limão pronto, dá uma olhada na receita do limão em conserva que me foi dada pela querida Gisa.

fritas de forno

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Não tem segredo, não é difícil, e praticamente todo mundo já fez – fritas de forno. Só que eu usei batata-doce, mandioquinha e cenoura. Salpiquei com tomilho e basilicão secos, pimenta do reino moída na hora e reguei com azeite. Forno médio, revira, mais forno médio, até ficar molinho por dentro, crocante por fora, retira, salpica com sal – a flor se tiver. Pra mim isso é simplesmente uma delicia! hmm_hmm_hmm!

No meio da couve-flor tem a flor, tem a flor

Que além de ser uma flor tem sabor…ôô

O inverno voltou, com ventania. Choveu florzinhas, que caiam de todas as árvores, espalhando uma densa camada de pétalas delicadas pelas ruas. Choveu granizo que, como toda chuva de granizo, atraiu as pessoas às portas e derreteu em minutos. Ventou muito, fez frio e fez sol, confundindo os passantes, que nunca sabem como se vestir apropriadamente nesses dias de transição.

O jantar foi uma fatia de pizza e um kiwi. Corri. Banho. Maquiagem. Brincos que só saem da caixinha em raras ocasiões.

Foi meu único show da temporada de inverno. Digam que foi sorte, ou pauzinhos sutilmente mexidos a meu favor. Eu não ando trabalhando muito no Mondavi Center, porque à noite estou sempre cansada, e quero tentar caminhar e tentar cozinhar, ler, ver um pedaço de filme. Mas me enlistei para trabalhar na apresentação do Gilberto Gil.

Tudo me parecia uma miragem— numa noite fria de primavera em Davis, o ícone da Música Popular Brasileira que embalou nossos anos de adolescência e inicio de vida adulta, bem ali no palco, cabelos grisalhos longos em tranças, túnica e calça branca, cantando Maracatú Atômico. Foi um show longo, delicado e bonito. Fui dormir tarde e estraguei o meu dia seguinte. Mas quem disse que não valeu a pena?