Desde que comi as ameixas no Zuni Cafe que encasquetei que iria tentar fazê-las em casa. Elas ficam ótimas acompanhando presunto ou outro tipo de carne de porco. Inventei bem inventado. Misturei as especiarias: cardamomo, aniz estrelado, sementes de erva-doce, cravo da india, gengibre em pó, coloquei até uma pitadinha de lavanda. Misturei numa boa dose de brandy e mergulhei as ameixas nesse liquido. Coloquei num vidro, fechei e deixei macerar por dois dias. O brandy absorve o aroma das especiarias e as ameixas absorvem o brandy. Eu errei um pouco na mão e pus muito brandy, mas as ameixas estão bem saborosas, macias e impregnadas – hic! Coma com moderação.
ranguinho oriental
Eu costumo fazer esse tofu com verdura, quando preciso gastar as verdinhas acumuladas. Mas nem é só por isso, mas sim porque é bom! Hmm! Normalmente eu frito o tofu dos dois lados e cubro com um molho teryaki, desses prontos. Eu comprava um picante feito por um restaurante japonês daqui de Davis, que infelizmente fechou. Mas qualquer outro serve. Depois eu refogo a verdura no azeite e alho, temperando com sal a gosto no final.
Hoje eu fiz diferente, pois cozinhei o tofu no broiler – que é aquela parte do fogão que cozinha com um foguinho por cima da comida, excelente para gratinar, e também ótimo para assar. Para fazer o tofu no broiler, aqueça o forno bem quente – 500ºF/260ºC e coloque uma frigideira de ferro no centro. Quando o forno atingir a temperatura desejada, coloque o tofu cortado ao meio na frigideira, desligue o forno e ligue o broiler. Coloque a frigideira na grade de cima do forno, mais próximo da chama. Asse por uns quinze minutos. Retire a frigideira do forno com cuidado, coloque o tofu num prato e cubra com o molho teryaki. Sirva com a verdura cozida, eu fiz um maço de bok choy.
Também acrescentei um macarrão soba de chá verde, que eu precisava experimentar. Cozinhei normalmente e fiz um molhinho com shoyo, suco de um limão, raspas desse mesmo limão, sake, um raminho de cebolinha picada bem fininha e um punhadinho de gergelim branco torrado.
it’s girls scout cookies time!
Elas estão por todos os cantos, nas portas das lojas, nas feiras ou batendo de casa em casa, sempre acompanhadas dos pais. São as escoteiras, que nessa época do ano têm que cumprir uma meta de vendas dos famosos cookies. Então aguentemos as investidas – e elas são tão lindocas e fofas que fica difícil dizer não. Meu marido já comprou seis caixas de filhas de colegas e da nossa pequena vizinha da frente. Eu compro os cookies da escoteira filha do meu colega programador. Os cookies de chocolate e menta são bem populares. Eu já comprei os samoas e os lemonades. Não sou chegada em cookies, então fico naquela situação, só comprando mesmo porque é cookie time!
um pão na minha sopa
Foi há tantos anos, eu nem era casada, tinha acabado de entrar na faculdade de psicologia, conhecera um grupinho odara e tinha iniciado uma daquelas terapias inovadoras e alternativas que abundavam na época. Essa era importada da Califórnia e chamava-se Fisher-Hoffman. No primeiro dia me senti incrivelmente perdida e no intervalo para o almoço – que nesse dia teve – fui levada por uma garota para uma república de estudantes hiponguissimos, daquelas onde não tinha geladeira, o sofá era um colchão forrado de panos indianos e os armários eram caixotes de maçã empilhados. A menina ferveu uma água e abriu um envelope de sopa Knorr ou Maggi, daquelas bem ruizinhas sabor canja de galinha. Preparou e serviu em dois pratos, um pra mim, outro pra ela, acompanhados por uma bisnaga de pão francês da fornada de ontem da padoca da esquina. Estávamos sorvendo a sopa e conversando quando chegou um outro habitante da república, um indivíduo realmente espaçado, que na boa, enquanto conversava comigo e com a menina, partia pequenos pedaços do pão que estava na mesa com as mãos, molhava NA MINHA SOPA e comia. Se eu tinha qualquer ilusão ou sonho hiponguitico naquela época, ele deve ter morrido ali mesmo, com aquela magnífica demonstração de displicência. Tive outras experiências absurdetes com comida no grupo do processo Fisher-Hoffman, mas essa foi a mais memorável.
pastinha de edamame
Encontrei um pacotão de edamames no congelador. Às vezes eu esqueço coisas lá dentro. Não sei como esqueci esse, pois eu adoro as edamames – a soja verde – e as devoro animalisticamente às colheradas, depois de fervê-las na água e sal, ou mesmo só na água. Desta vez tive uma idéia, baseada no pequeno trecho de um programa de culinária que vi na tevê, onde a chef Annie Somerville do restaurante vegetariano Greens em San Francisco preparava uma pastinha de favas verdes. Resolvi me inspirar nessa receita e usar as edamames no lugar das favas verdes.
Coloquei as edamames já cozidas só na água no food processor. Adicionei bastante tomilho – de três variedades diferentes, casca ralada e sumo de um limão meyer pequeno, sal marinho grosso e azeite. Triturei tudo até formar uma pasta. Comi com crackers, mas acredito que essa pasta fique boa como base de sanduíche, ou como acompanhamento para legumes crudités. O céu é o limite para essa delícia verde!
Pão de banana com coco
Assim que eu vi essa receita, apressei o passo e sem delongas me pus a fazê-la. Imagina só que a Molly, dona do blog, está testando receitas para o seu livro de culinária – pressinto que na minha próxima encadernação chegarei lá também, escreverei um livro com minhas próprias receitas, testadas e aprovadas. Bom, essa é outra história. O negócio é que esse pão de banana é o que há! Fica pesado, mas com um sabor cremoso – não dá pra explicar – faça o seu, coma e me diga se o sabor não é mesmo cremoso.
banana-coconut bread
3 bananas bem maduras
2 xícaras de farinha de trigo
¾ colher de chá de fermento em pó
½ colher de chá de noz moscada ralada na hora
Uma pitada de sal
1 tablete de manteiga sem sal na temperatura ambiente
1 xícara de açúcar
1/8 colher de chá de vinagre
1 ½ colher de sopa de rum escuro
½ xícara de coco seco ralado
1 colher de sopa de açúcar demerara ou mascavo
Pré-aqueça o forno em 350ºF/180ºC.
Unte uma forma de pão com manteiga.
Amasse as três bananas com o garfo até formar um purê.
Numa vasilha separada misture a farinha, fermento, noz moscada e sal.
Na batedeira bata o açúcar com a manteiga até formar um creme. Adicione o rum e o vinagre. Adicione o purê de banana e a mistura de farinha alternadamente e batendo sempre. Ajude com uma espátula, pois a massa fica grossa. Misture o coco ralado e mexa bem com a espátula. Coloque a massa na forma e espalhe o açúcar demerara por cima. Asse por 50-60 minutos. O açúcar vai dar uma casquinha crocante ao pão e a mistura de coco e banana é simplesmente perfeita. Tire do forno e deixe esfriar bem antes de cortar e servir.
salada de inverno
Essa é uma salada de inverno porque foi feita e consumida no inverno, mas se for feita e consumida no verão, pode ser chamada de salada de verão – isso é que é um prato versátil!
A verdade é que no inverno eu consumo muito menos salada, pois meu corpo pede, implora, suplica por uma comida substanciosa, encorpada e quente. Parece mentira, mas qualquer coisa quente – uma fatia de pizza, um bife com batatas, uma sopa cremosa, um pratinho de macarrão – qualquer coisa, desde que seja quente, faz milagres quando se está tiritando de frioooooooo….
Essa salada não é quente, mas é bem substanciosa, apesar de ser de folhas. Pra acompanhar e encorpar o verdinho da rúcula, cubinhos de double cream brie, nozes carameladas e figos cozidos no vinagre balsâmico. O tempero é um básico limão, laranja, vinagre de vinho branco, sal, pimenta e muito azeite.
earl grey pots de créme
Ainda estou com a idéia do Caramel Pots de Créme na cabeça, mas folheando uma Martha Stewart Living de Maio de 2003, me deparei com essa receita fantástica dos Potes de Creme de Earl Grey. Esses potes são umas fofuras, geralmente parecendo uma mini-panela com tampinha. Na falta dos originais, fiz numa xícara de chá, mas pode ser feito em potinhos comuns de sobremesa, desde que possam ir ao forno. Gostei dessa receita também porque ela só faz quatro potinhos, o que é uma quantidade mais que suficiente para duas pessoas. Aqui em casa as sobremesas sempre sobram.
Earl Grey Pots de Créme
1 xícara de creme de leite fresco – heavy cream
1 xícara de leite integral
2 colheres de sopa de folhas de chá Earl Grey
4 gemas de ovos
1/2 xícara de açúcar
1/2 colher de chá de raspas de limão bem fininhas
1/8 de colher de chá de sal
Numa panela pequena misture o creme de leite, o leite e as folhas de chá. Leve ao fogo médio e deixe ferver. Apague o fogo, tampe e deixe descansar por no mínimo 30 minutos.
Pré-aqueça o forno em 325°F/165ºC.
Numa vasilha média bata bem as gemas com o açúcar, as raspas do limão e o sal. Aqueça novamente a mistura do chá e coe numa peneira bem fininha por cima da mistura de ovos. Bata bem, até ficar uma mistura bem cremosa.
Arrume os potinhos ou xícaras num refratário fundo. Coloque água fervendo até atingir metade dos potinhos. Distribua o creme igualmente nos quatro potinhos. Cubra com papel alumínio bem fechado. Faça dois furos no papel, para o vapor escapar. Asse nesse banho-maria por 30 minutos/
Remova o refratário do forno coloque os potinhos numa grade para esfriar. Deixe gelar bem e sirva.
*nota: o Earl Grey tem uma história peculiar na minha família. durante toda a sua adolescência, o Gabriel bebia esse chá com a maior abundância e pose por causa de um de seus ídolos, o Capitão Jean-Luc Picard. meu filho era [ainda é? não sei!] um trekkie.
comprar, papear e coçar, é só começar
Parando pra pensar, é incrivel constatar que eu passei o dia de sábado fazendo coisas relativas à comida. Pela manhã fui ao Kim’s Market, que é a loja que simboliza a nossa Chinatown. São apenas três corredores abarrotados de ingredientes orientais. Comprei umas cumbuquinhas pra missô soup, que procurei na Chinatown de San Francisco e não achei. Dali fui para o Farmers Market, de onde achei que não sairia nunca mais, de tantos amigos que encontrei por lá. Com a minha cestinha em punho, fiquei horas caminhando e conversando e até que consegui comprar pão, tangerinas, morangos. À tarde fiz outra maratona, num outro mercado internacional, mais o supermercado normal. Fui comprar mais ervinhas para a horta também. Em todos os lugares em que estive, encontrei amigos ou gente conhecida e parei pra conversar! Davis é um small town mesmo.
No intervalo entre entre as saídas e papos, fiz um macarrão integral com abóbora assada, rúcula, tomate seco e azeitona preta pro almoço. E pizza calabresa pro jantar. Derrubei um tupperware cheio de sopa de cebola na geladeira, que se espatifou e melecou geladeira e chão da cozinha numa sujeirada simplesmente atroz! Felizmente alguém limpou pra mim, num ato de incrível delicadeza e bondade.
Hoje, domingo, não vou sair de casa e tudo vai ser muito simples, pois às três da tarde vou subir para a sala de tevê carregando o meu laptop para poder conversar com o Moa e comentar os micro-detalhes de tudo. Hoje é aquela noite que todos já sabem: não posso ser perturbada, pois vou estar entretida assistindo ao Oscar!
sopa de abóbora e alho assado
Asse a abóbora e o alho. Bata no liquidificador com caldo de frango ou legumes. Tempere com sal, pimenta do reino moída, um fio grosso de azeite. Acrescente uma ervinha a gosto – eu usei o manjericão. Ferva. Sirva com uma bolota de sour cream ou iogurte natural.
