salada de beterraba e maçã com molho de curry

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No momento eu estou marcando frenéticamente as páginas do livro de receitas da Deborah MadisonThe Greens Cookbook. Essa salada me interessou, porque tenho recebido beterrabas constantes e porque às vezes gosto de arriscar com algo diferente. E o diferente aqui é o molho, preparado com curry, que é um condimento pelo qual eu não tenho grandes simpatias. Mas quis testar os sabores e fui em frente. Pra mim esse é um molho para comer uma vez por ano. Talvez se não tivesse alho eu encarasse mais vezes. Mesmo assim achei interessante e gostoso. Valeu a pena!

Num prato arranje folhas de agrião ou rúcula, fatias finíssimas de maçã verde, fatias de beterraba assada ou cozida e algumas nozes ou pecãs tostadas. Prepare o molho num pilão ou no processador. Esmigalhe um dente de alho com uma colher de chá de sal marinho grosso até formar uma pasta. Acrescente duas colhere de sopa de curry e misture bem. Acrescente uma colher de chá de gengibre fresco descascado e ralado bem fininho. Junte duas colheres de sopa de suco de limão e seis colheres de sopa de azeite. Bata bem para incorporar e formar um creme bem grosso. Tempere a salada e sirva.

bolo de laranja & cranberry

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A receita desse cranberry orange cornmeal cake with ricotta me interessou enormemente, não só pelas fotos lindas, mas também pela mistura de ingredientes—cranberries frescas, cornmeal, laranja, ricota. Foi uma adição ligeira para a minha infinita lista de receitas por fazer e que ainda recebeu o privilégio de passar na frente das outras. Por que muitas vezes tem que ser assim.

No domingo à tarde finalmente consegui me organizar, colocar o avental e arregaçar as mangas. Porém, quando comecei a fazer o mise en place pra receita, achei que tinha ingrediente demais ajuntado em cima da pia. No final concluí o seguinte: o bolo é massa, quer dizer, massudo. É um bolo bom, mas tem muitos sabores e texturas: a crocância do cornmeal, a cremosidade da ricota, a doçura do maple syrup, a efervescência das raspas da laranja—eteceterá. Pra completar, juro que segui a receita nos micro-detalhes, mas o bolo demorou muito para assar no centro, então ficou feio a beça, com as bordas mais escuras e tostou algumas cranberries que ficaram no topo da massa. Ficou gostoso, mas muito massudo, com muitos elementos, sem falar que dá um bolo enorme, então estou me dedicando para não deixar ocorrer nenhum desperdício e, sem cometer exageros é claro, levando fatias generosas na lancheira para o snack da manhã no trabalho.

Fotos, só de longe, para não encabular o bolo feio.

cranberry orange cornmeal cake with ricotta
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de cornmeal
1 colher de sopa de fermento em pó
½ colher de chá de bicarbonato de sódio
3 ovos
¼ xícara de maple syrup
¼ xícaras mais 2 colheres de sopa de óleo vegetal
1 ½ colher de sopa de extrato de baunilha
¾ xícara mais 2 colheres de sopa de manteiga [1 ¾ tablete]
1 ½ xícara de açúcar
2 ¼ colher de chá de sal
Raspas da casca de uma laranja
2 xícaras de ricota
2 2/1 xícara de cranberries frescas *usei as congeladas

Pré-aqueça o forno em 375ºF / 190ºC e unte uma forma redonda de 22 cm com manteiga e depois forre com papel vegetal. Numa vasilha misture com o batedor de arame a farinha, o cornmeal, o fermento e o bicarbonato. Numa outra vasilha bata os ovos com o maple syrup, o óleo e a baunilha. Na batedeira, com a pá atachada bata a manteiga com o açúcar, o sal e as raspas de laranja até formar um creme, mas não bata demais. Com a batedeira em velocidade baixa, junte a mistura de ovos. Logo em seguida junte metade da mistura de farinha. Desligue a batedeira e junte o resto da farinha, a ricota e 2/3 das cranberries. Misture bem em velocidade baixa. Coloque a massa na forma untada, coloque por cima o resto das cranberries. A massa fica bem DENSA, ajeite na forma com uma espátula. Salpique o bolo com 2 colheres de sopa de açúcar e leve ao forno por 1 hora e 15 minutos. Cubra as bordas com papel alumínio se começar a ficar muito escuro—que foi o que eu não fiz. Usei cranberries congeladas porque as frescas já não há. Use outra fruta, não muito molhada como as cranberries, se não achar nem frescas nem congeladas por aí.

salada marroquina de cenoura

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Uma salada simples, refrescante e aromática. Saiu do livro The Greens Cookbook da Deborah Madison. Usei minhas cenouras orgânicas psicodélicas, que deixaram a salada com um visual incrível.

Com um descascador de legumes, descasque umas quatro cenouras grandes e continue ralando tiras até não dar mais—e coma os restinhos como aperitivo saudável, enquanto prepara o jantar. Coloque as fitas da cenoura numa vasilha. Prepare o molho com:

1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de chá de azeite [*coloquei um pouquinho mais]
1/2 colher de sopa de açúcar
1/2 colher de chá de sal [*usei flor de sal]
Água de flor de laranjeira a gosto

Misture todos os ingredientes do molho e bata bem com um batedor de arame. Coloque a água de flor de laranjeira até dar gosto. Misture o molho na cenoura, cubra a vasilha e leve à geladeira por uma hora. Sirva sozinha ou acompanhada de azeitonas pretas curtidas no azeite.

Delfina Restaurant

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Eu tinha o Delfina Restaurant na minha lista de lugares para ir em San Francisco há muito tempo. Já tinhamos testado a pizza do Delfina Pizzeria, que é a irmã siamesa do restaurante, pois os dois são colados parede a parede, com a diferença que a pizzaria é menor, mais casual e não faz reserva. No restaurante, reserva é estritamente necessária e o cardápio é mais extenso e sofisticado. Combinei com a Maryanne de jantarmos lá no sábado à noite e ela fez a reserva. Nos encontramos no restaurante já lotado às seis da tarde, para um jantarzinho muito agradável—excelente comida e excelente companhia.

Pedimos entradas, prato principal e sobremesa. Dividimos as azeitonas castelvetrano servidas mornas e o azeite olivestri olio extra virgine 2008, que veio numa latinha muito simpática com bico para servir, acompanhado de bastante pão quentinho. Eles mergulharam no grilled fresh calamari with warm white bean salad e na ribollita, que eu pensava ser uma sopa, mas o que chegou à mesa foi um tipo de bolo. Eu e o Uriel pedimos a mesma salada de puntarella alla romana with salt-packed anchovy, extra virgin olive oil and parmigiano. Puntarella é um tipo de chicória, uma verdura meio amarguinha muito boa. Depois eu comi o roasted fulton valley chicken with olive oil mashed potatoes and king trumpet mushrooms, que estava perfeito, o Uriel mandou bala num prosciutto-mascarpone ravioli with lemon-herb burro fuso e nossos amigos pediram o gnocchi al ragu e a pancetta-wrapped sonoma rabbit saddle with saba roasted fennel and carrots. Eles beberam dois diferentes vinhos italianos e eu um cabernet savignon do Napa Valley. Dividimos a sobremesa—uma delicada panna cotta de laranja vermelha e profiteroles. Foi um jantar realmente delicioso, num restaurante charmoso no distrito da Mission em San Francisco.

*Único porém foi que esqueci minha câmera em casa—fato totalmente incomum e inexplicável. Mas confiei que a Maryanne fosse levar a dela, já que ela também está sempre numa missão blogueiristica. Portanto, as fotos deste post são dela, que também escreveu sobre o Delfina, num texto com muitos outros detalhes interessantes, além da experiencia gastronômica. Não deixem de ler!

lá vem ela…

Sempre tomo um susto quando me vejo em fotos. E com essa, clicada pelo paparazzi, não foi diferente. Entendo que nunca nos vemos como realmente somos, temos uma idéia meio fantasiosa sobre a nossa figura, de como nos mostramos ao mundo. FerPortanto me surpreendi mais uma vez, ao ver a imagem de relance e ter mais uma pequena revelação. Primeiro é muito incrível o tanto que eu estou ficando parecida com a minha mãe. Esse é um fato concreto que não precisa de foto para se mostrar, o espelho já é suficiente. Mas com fotos podemos analisar outras informações importantes, como nesse click casual ai ao lado, que mostra algumas peculiaridades da minha personalidade. O imperturbável descabelamento, as mil caretas que faço inconscientemente, o visual eclético com roupas folgadonas arranjadas em várias camadas, e é lógico, a indefectível câmera fotográfica sempre em mãos.

Esse detalhe da câmera é revelador. Sempre carreguei minha câmera comigo, mesmo antes do advento das digitais. Lembro que carregava a câmera na bolsa e sempre tinha um acidente qualquer, porque uma das minhas mais fortes características é ser desajeitada e atrapalhada. Então detonei muitas câmeras porque a bolsa caia no chão ou a câmera caia da bolsa. Nem digo mais. E com as digitais não foi muito diferente. A minha primeira câmera digital caiu no chão tantas vezes que num belo dia simplesmente pediu arrego, parou de funcionar, aposentou-se sumariamente. Também já protagonizei algumas cenas tragicômicas com a câmera na mão, como quando levei um tombo espatifante numa rua movimentadíssima em Fan Francisco enquanto tirava uma foto. Eu quebrei umas costelas, mas a câmera permaneceu intacta, num lance de pura sorte! Mas posso dizer com muito orgulho que melhorando muito nessa parte de deixar coisas cairem no chão. Aprendi que conforme a situação, o mais seguro é pendurar a câmera no pescoço, no mais infame estilo turistão. Aqui ninguém repara.

Desde que criei meu blog jurássico que a câmera virou acessório primordial, junto com caderninho e caneta, no mesmo nível do lipbalm e do pacotinho de lenço de papel. Na minha viagem a Portugal carreguei até lentes, uma grande angular e outra macro, que eu trocava conforme a necessidade. Deu um cansaço, mas o resultado, nas fotos lindíssimas, fez tudo valer a pena.

Carregar a câmera é tão praxe, que as pessoas que convivem comigo já se adequaram e não me deixam esquecer ou passar nada em branco. Estou sempre ouvindo daqui e dali—cadê a câmera? não trouxe a câmera? não esquece a câmera!