gelado de banana
flambada ao rum

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Fazia um tempo que uma idéia estava me cutucando. Eu queria tentar fazer um sorvete com bananas flambadas ao rum . Eu adoro banana e já tinha feito sorvete com essa fruta duas vezes, mas nunca com ela cozida. Faça uma frigideira com quatro bananas cortadas ao meio. Coma metade das bananas flambadas e coloque a outra metade na geladeira para esfriar e gelar. Depois que gelar é só colocar as bananas no liquidificador, acrescentar 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral e uma pequena dose extra de rum. Bater bem e colocar na sorveteira. Bananas nunca falham, ficam sempre deliciosas!

popover de laranja
[ops! de limão]

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Por sugestão do meu marido fomos ver juntos Julie & Julia. Eu queria muito ver esse filme na companhia dele, mas na estréia não deu pois ele estava viajando. Então quando ele propôs o cineminha na tarde do domingo, eu topei na hora. Rever esse filme não foi nenhum sacrificio pra mim e sinto que ainda vou assisti-lo mais vezes.

Exatamente como aconteceu no dia em que fui ver Julie & Julia pela primeira vez com o Gabriel, saimos atrasados—porque o cinema fica na esquina da nossa casa, então a gente abusa. Fiquei reclamando que estava em cima da hora e tal, mas o Uriel me garantiu que a cidade estava vazia naquela tarde de domingo e portanto o cinema também estaria. Pois qual não foi a nossa cara de espanto quando entramos na sala escura, com o trailer de um outro filme com a Meryl Streep já rolando, e vimos que ela estava apinhada de gente e só tinha cadeiras vazias lá na frentona. Sentamos no gargarejo mais uma vez. O Uriel ainda sugeriu pedirmos o dinheiro de volta e pegar a próxima sessão. Mas eu não quis nem discutir, me acomodei naquela posição semi-deitada, pescoção pra cima e pronto.

Foi muito engraçado a rajada de perguntas que o Uriel fez durante o filme, porque ele não é tão familiar com a Julia como eu [acho que] sou. E a Julie ele nem conhecia, me perguntou se ela realmente existia. Sim, existe, mas a verdadeira Julie não é tão singela e frágil como a Julie do filme. Até aí tudo bem, pois também duvido que a Julia fosse tão meigona cem por cento do tempo e não encarnasse uma jagunça vez em quando. Nos relatos de My Life in France Julia conta os turbilhões de chatices que aturou de sua companheira de jornada na publicação do livro, a Simca. Mas o filme só mostra os anos felizes da relação entre Julia e a geniosa amiga francesa. Se a vida fosse tão simples, como às vezes ela parece ser em certos roteiros de cinema.

Quando o filme terminou e as luzes se acenderam eu revelei aquela cara amassada com olhos avermelhados de quem tinha passado a noite em claro, consumindo substâncias ilicitas. Apesar de fingir muito bem fingido que o olho estava lacrimejante e o nariz estava fungante por causa de um recém-adquirido-ali-mesmo banal e comum resfriado, na verdade eu chorei em várias cenas durante o filme. Agora que admiti em público que sou uma manteigona abestalhada, vamos em frente.

Me digam se é possível sair de um filme como esse e não ir direto pra cozinha, tirar os livros empoeirados da Julia da estante e tentar fazer qualquer coisa no fogão, flipar uma panqueca, desossar um pato, flambar bananas, assar um suflê? Eu não precisei fazer tanto, pois já tinha uma receita engatilhada para fazer naquele domingo. Era mais uma da Food & Wine de setembro que não dava pra esperar. Tinha corrido no Co-op durante a semana para comprar duas laranjas, que já estão fora de época e portanto bem feiosas. A receita pedia ovos em temperatura ambiente, então pela primeira vez na minha vida me organizei para realmente tirar os ovos da geladeira com antecedência e não fazer os meus malabarismos e trapaças de sempre. Estava tudo pronto para preparar a receita dos popovers de laranja e eu voltei do cinema totalmente dominada pelo espirito da Julia, tão inspirada e animada que nem precisei de trilha sonora. Fui empurrando marido e gatos pra fora da cozinha e comecei a fazer o “mise en place” dos ingredientes.

—Uriel! cadê as duas laranjas murchas que estavam aqui?
—eu comi…
—como assim, comeu? as duas?
—sim, comi as duas pois eu estava muito sedento.
—mas elas eram pra fazer a receita que estou planejando fazer há dias!
—ah, eu não sabia.
—fui no Co-op especialmente pra comprar as laranjas! e agora?
—da próxima vez você põe um aviso—não coma essas laranjas!

Pois então, não tinha mais laranja. O que fazer? Como o espírito da Julia ainda estava comigo, resolvi peitar a parada e substituir a laranja pelo limão. Os limões do meu limoeiro estão despencando da árvore de tão pesados e voluptuosos e tenho colocado suco e raspinhas de casca de limão em tudo que faço. Os popovers seriam de limão então. Fiz tudo direitinho, como mandava a receita na revista. Só que não tinha forminha de muffin não-antiaderente, então usei as minhas de mini-popovers [e não era uma receita de popover?] com revestimento antiaderente. Os popover não poparam como deveriam popar e também não ficaram com um buraco no meio como estava na foto da revista. Mas eles ficaram muito gostosos, tanto na hora como no dia seguinte. Resolvi então seguir um dos grandes conselho proferidos no filme e na vida pela Julia Child—never apologize! E comi os bolinhos com a boca fechada.

faz 12 popovers
3 ovos grandes
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de raspinhas da casca de uma laranja [limão]
1 1/4 xícaras de leite
4 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
1 1/4 xícaras de farinha de trigo
1/2 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal.

Pré-aqueça o forno em 425ºF / 220ºC e unte forminhas de muffin—de preferência das que não são anti-aderentes, com uma colher da manteiga derretida. Na batedeira coloque os ovos, o açúcar e as raspinhas de laranja [limão] e bata bem. Junte o leite e as outras três colheres de manteiga derretida. Numa outra vasilha misture a farinha, o fermento e o sal. Junte a mistura de ingredientes secos à liquida e combine bem.

Coloque a forma de muffins untadas no forno por 5 minutos, até a manteiga ficar amarronzada. Retire do forno e encha com a massa, somente até a metade. Volte ao forno e asse por 30 minutos, até eles crescerem e ficarem dourados. Remova do forno, tire os popovers das forminhas e sirva imediatamente com geléia de fruta.

a melhor geléia de morango do mundo

geleia-morangoQuando a Pat Feldman anunciou que tinha feito a melhor geléia de morango do mundo, fui correndo conferir. Gosto das idéias criativas da Pat, também porque ela usa sempre os melhores ingredientes e tem o maior cuidado com os alimentos que consome. Gostei do uso da rapadura como adoçante. Mesmo não sendo muito versada fazendo geléias, resolvi me aventurar e tentar. Comprei três cestinhas de morangos orgânicos, que estavam bem maduros. Cortei em pedacinhos, acrescentei uma maçãzinha verde ralada e 1/2 xícara de rapadura, que aqui eu compro fair trade, orgânica, já ralada e ensacada. Não posso afirmar se essa geléia é ou não a melhor do mundo, mas é certamente deliciosa.

3 cestas de morangos orgânicos [dá umas 900gr]
1/2 xícara de rapadura ralada
1 maçã ralada [a Pat usa uma pera]

Pique os morangos em pedacinhos pequenos. Junte a maçã ralada e a rapadura numa panela robusta e cozinhe em fogo bem baixo por cerca de 1 hora ou até que a mistura engrosse. Deixe esfriar e coloque em vidro com tampa. Guarde na geladeira.

bolo de cacau & vinho

Bolo de cacau e vinhoA revista Food & Wine do mês de setembro chegou e no dia seguinte já acabou na cozinha, com montes de post-its cor laranja super fluorescente colados em muitas páginas. A primeira receita simplesmente não podia esperar. A idéia de usar vinho na massa do bolo era extremamente sedutora. Eu sei que existe uma afinidade entre o chocolate e o vinho, mas nunca tinha colocado isso em prática antes. O resultado foi um bolo bem denso e picante, deliciosamente agradável. Eu estava preocupada, pensando como iria fazer pra consumir o bolão, que resolvi fazer bem numa semana em que estou sozinha. Porém não precisei me preocupar muito, pois o Gabriel deu uma passadinha básica aqui em casa para lavar roupa e caiu de amores pelo bolo. Comeu muitas fatias e levou mais outras para casa dele. Sucesso absoluto e sem desperdício!

2 xícaras de farinha de trigo
3/4 xícara de cacau puro, não adoçado nem processado
1 1/4 de colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
2 tabletes [113gr cada] de manteiga amolecida
1 3/4 de xícara de açúcar
1 1/4 xícara de vinho tinto seco
2 ovos grandes
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Açúcar de confeiteiro para polvilhar

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Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC e unte uma forma bundt—ou qualquer outra dessas redondas com um furo no meio, com manteiga e polvilhe com farinha de trigo.

Numa vasilha misture com o batedor de arame a farinha, o cacau, o fermento e o sal. Na batedeira, coloque a manteiga e o açúcar e bata em velocidade média, até a mistura ficar bem fofa [mais ou menos 4 minutos]. Adicione os ovos, um por vez, e continue batendo. Junte a baunilha e bata por mais dois minutos. Vá colocando a mistura de farinha com uma colher grande e alternando com o vinho, até os ingredientes ficarem bem incorporados. Coloque a massa na forma untada e polvilhada com farinha e leve ao forno por 45 minutos. Remova do forno, deixe esfriar e então vire o bolo numa travessa. Polvilhe com o açúcar de confeiteiro, se quiser. Eu não quis. Sirva com creme de leite fresco batido em chantily, se quiser. Eu não quis.

figo grelhado com prosciutto

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A revista Martha Stewart Living de Julho de 2009 trouxe uma reportagem super bonita, com receitas de aperitivos em diversas partes do mundo. Esses figos grelhados são servidos em Veneza. São feitos com a fruta da variedade de casca verde e pancetta. Eu não achei pancetta, usei então fatias finíssimas de prosciutto. E troquei as sementes de fennel pela de anise [erva-doce], pois acho as duas bem parecidas. Ficou um aperitivo delicioso, que devoramos acompanhado de limonata no domingo à tarde.

6 figos cortados ao meio
1/2 colher de chá de sementes de fennel [*usei a de anise—erva-doce]
6 fatias finas de pancetta [*usei prosciutto]

Pré-aqueça o broiler*. Jogue as sementes sobre as partes cortadas dos figos e embrulhe cada uma numa fatia de prosciutto. Arranje numa assadeira com a parte cortada para baixo. Coloque sob o broiler e deixe por 3 minutos. Vire cada figo e deixe sob o broiler mais 3 minutos. Sirva morno ou frio acompanhado de prosecco ou outra bebida refrescante e borbulhante.

*Se não tiver broiler faça no forno, com temperatura bem alta.

currant tomatoes

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Eles são minúsculos—do tamanho de ervilhas. Eu que achava que já tinha visto todo tipo de tomate nesses meus anos vivendo aqui na tomatolândia, me surpreendi mais uma vez quando vi esses micro tomatinhos na banca de uma família de fazendeiros no Farmers Market. Fui logo fazendo mil perguntas, a moça me deu um para provar. São deliciosos, ela disse. E eu confirmei. Usei pra fazer salada, assim inteiros, pois eles são tão pequenos que não vale a pena cortar. São docinhos e quando se morde um faz ploc!

Julia comes to the rescue

Só não fui na primeira sessão do dia porque tinha que trabalhar. Combinei então com o Gabriel de pegarmos a das 7:20 pm. Ele zombou, dizendo que não teria ninguém na sala do cinema—somente um bando de velhinhas, ele afirmou. Chegamos em cima da hora e fomos avisados de que a sessão estava cheia, sobravam apenas algumas cadeiras nas fileiras da frente. Sala vazia, somente com algumas velhinhas, hein? Vamos assim mesmo, respondi prontamente. Nem pensar em esperar mais horas para ver Julie & Julia, o filme baseado no livro da Julie Powell e com o acréscimo de partes do livro biográfico e póstumo da Julia Child, My Life in France. Entramos na sala lotada, já com os trailer em ação e sentamos lá na frente, com aquela tela imensa distorcida e tivemos que praticamente deitar na cadeira até que os olhos se acostumassem com aquela imagem gigantesca na nossas caras.

Julia & Paul Child valentine's card
Julia & Paul Child valentine’s card

O filme era tudo o que eu esperava. Adorei ver Julia Child finalmente personificada, num trabalho excelente de uma atriz do calibre da Meryl Streep e me identifiquei um pouco com a blogueira obstinada que, de uma certa maneira, trouxe Julia novamente para o nosso convívio. Depois do sucesso do blog projeto Julie & Julia e seguidamente do livro Julie & Julia, os dois volumes da obra prima de Julia Child, Mastering the Art of French Cooking, voltaram a ser abertos nas cozinhas de todo o mundo e Julia, nunca realmente ausente, voltou a fazer parte da nossas conversas em blogs e na vida real.

Quem leu os dois livros—como eu, vai perceber o filme num âmbito um pouco maior, pois nos livros há muitos detalhes deixados de fora no filme. Duas horas não são suficientes para contar com todos os micros detalhes as histórias dessas duas mulheres. Mas a diretora Nora Ephron fez um filme equilibrado, com um roteiro bem articulado que conta um pouco sobre a trajetória inicial da Julia Child e do projeto de Julie Powell.

É muito mais fácil se encantar com a história de Julia Child, que se inicia na Paris do final dos anos 40 e que culminou com a publicação de um livro que virou biblia da cozinha francesa para os americanos e a transformou num mito da cultura gastronômica mundial. Julia era única, inimitável, altona e desengonçada, com uma voz de marreca, casou-se tarde numa união extremamente feliz. Tudo o que ela fez foi meio que por acaso. Era perseverante, obcecada, dedicada, honesta. Sempre tive essa imagem dela, muito feliz no casamento com Paul, fazendo tudo com naturalidade e espontaneidade, sem objetivo nenhum de ser famosa, sem forçar a barra, desabrochando já na meia idade, realmente uma mulher de personalidade. Me identifico, sem pretensão, com muitas coisinhas do percurso da vida da Julia.

A identificação com Julie Powell vem pelo fato dela ser uma blogueira contando publicamente suas histórias na cozinha, incluindo sucessos e fracassos, e por ela projetar a mesma imagem que muitos de nós fazemos da Julia. Eu conhecia a Julia Child de vídeos e livros, mas não me inspirei nela, muito menos na Julie Powell para fazer o meu blog. Reconheço porém uma certa semelhança entre o que Julia & Julie fizeram e o que estou fazendo, porque cozinhar e blogar envolve muita dedicação, mas ao mesmo tempo exige um certo desprendimento. Na sala de cinema lotada de gente de todas as idades, eu pensava quantos ali cresceram vendo os programas de tevê, preparando ou apenas comendo as receitas da Julia. E quantos só descobriram Julia Child recentemente e decidiram abrir os livros e testar algumas receitas. Acredito que essa mulher grandona alegrou e enriqueceu a vida de muita gente, com seu didatismo e bom humor, sua figura carismática e divertida. Julia indiretamente salvou Julie do tédio, da frustração, da inércia. E acabou salvando outros também, de lambuja. Os que leram e se entusiasmaram pelo projeto, resgataram seus livros de receitas, ajeitaram os aventais e colheres de pau, abriram seus laptops e começaram a cozinhar e a também contar as suas próprias histórias.

um pé fora da bolha

Ando refazendo algumas receitas, porque é normal o entusiasmo por receitas novas entrar em declínio e o cozinhar do dia-a-dia pegar carona na inércia. Num outro dia decidi que iria fazer um pão. Desempoerei a minha máquina jurássica, que é usada há cada três anos e decidi refazer esta receita de pão de cebolinha, que é a única que eu já fiz fugindo das que vieram no manual. Da primeira vez deu tudo errado. Acho que o fermento não estava muito bom. floresComprei fermento novo, farinha especial para pão e refiz, substituindo a ciboulete ou cebolinha por alecrim. Da segunda vez o pão deu certo, mas eu quero mesmo é pegar o entusiasmo para fazer pão manualmente. Já li sobre as técnicas, já separei receitas básicas, mas ainda não consegui me organizar para botar a mão na massa. Meu problema maior é a falta de tempo.

Passo meu dia em função do meu emprego, que só não é muito distante das minhas aventuras na cozinha porque eu trabalho transportando para a web guias de gerenciamento integrado de pestes, que tem uma parte enorme dividida por produtos agrícolas. Neste momento estou atualizando páginas de zilhões de pestes que atacam a alface, o algodão e a cereja e modificando uma galeria gigantesca de ervas daninhas e plantas invasivas, algumas comestíveis. Fora isso, penso nos ingredientes com que cozinho somente nas minhas horas livres, que incluí também a do almoço. Quando chego em casa no final da tarde estou cansada, muitas vezes sem idéias, sem paciência, querendo fazer outras mil coisas e também descansar, ver filmes, ler livros, dormir.

Tínhamos muito pra conversar e foi o que fizemos, enquanto eu preparei rapidamente e mais uma vez a salada de tomate com sumac e esperamos o gratinado de batatas e abobrinha cozinhar. Conversamos muitas coisas, porque estamos vislumbrando muitas mudanças e são tantas coisas para se discutir, refletir e analisar. Quando sentamos finalmente para comer ele me disse:

—você precisa repensar o seu blog, ver se não está sendo demais, pois você não precisa escrever lá todos os dias.

Concordei, pois é verdade: não preciso escrever todos os dias. O que acontece é que devo ter ligado o automático, como costumo fazer com muitas outras coisas. Vou fazendo tudo sem pensar, muito menos repensar. Vejo receitas, marco com post-its e quando dá certo preparo. Se der certo, tiro foto, se a foto ficar boa, monto o post, mas muita coisa não fica boa, ou fica boa mas a foto fica um lixo. Como o sorbet de uva que fiz noutro dia e que ficou muito bom, mas fui tirar fotos na hora do almoço, enquanto conversava com o Gabriel. Obviamente as fotos não vingaram e não teve segunda chance, pois o sorbet foi devorado rapidamente. Normalmente eu não choro por essas oportunidades perdidas, mas quando tudo fica tão automático que se tira foto enquanto faz outras coisas, pois não é mais um desafio e sim rotina, o tédio começa a tomar conta e refletir na qualidade do blog. Hora de repensar mesmo, como já repensei muitas outras coisas importantes na minha vida.