
Pensei que já tinha provado o figo mais saboroso que existe quando mordi um dos lindos candy stripes. Mas eu ainda estava por conhecer o rei dos figos, o mais gostoso que já comi.
Comprei duas cestinhas deles na banca da Good Humus Farm e voltei pra mais. A banca dessa fazenda é a mais colorida do mercado. Trabalham lá a família toda e, pela quantidade de jovens atendendo ao público, os amigos também. Eles têm sempre produtos bacanas, flores lindas, os ovos caipiras que desaparecem depois das 8:30 am de tão populares, frutas e legumes diferentes. Foi lá que comprei uma uva muito roxa, quase preta, que perguntei o nome e ninguém sabia. Me falaram que a uva começou a crescer lá num canto e deu tanto que eles resolveram vender. Pra mim, que não sou grande apreciadora dessa fruta, foi a melhor que comi em muitos anos.
Também comprei muitos morangos deles, que estavam tão, mas tão maduros que só davam pra virar geléia ou sorvete. Viraram sorvete. Um dos muitos de morango que fiz este ano. Num dos dias que comprei morangos, paguei a conta com um monte de notas de um dólar e pensei que estava tudo bem. Saquei o celular da cesta pra tirar uma foto das flores e percebi que a menina que me atendeu olhava e re-olhava a grana com uma cara de confusa. Virei minha atenção para os pêssegos e tomates de outra banca, quando senti um toque no ombro—olha seu troco, você me deu uma nota de dez no meio das de um. Eu faço dessas, sempre, o tempo todo.
No dia em que que comprei os figos verdes pela primeira vez, pensando que eles eram da variedade calimyrna muito comum por aqui, me surpreendi com a polpa roxíssima e dulcíssima daquelas frutinhas. Não poderia ser o calimyrna, que é uma variedade bem sem graça e que fica melhor seco. Por isso quando voltei para mais figos na semana seguinte, perguntei o nome e os rapazes e moças ficaram num jogo de peteca risonho, um tentando ajudar o outro a lembrar o nome do figo. Eu já estava quase indo embora sem esclarecer minha dúvida, quando um dos rapazes gritou—adriático! o nome da variedade é adriático!
Pois então, acreditem-me, esse figo adriático é na minha opinião o supra-sumo. O rei dos figos.


um tempo comecei a ler e achei que estava tendo um déjà vu do In Defense of Food, do Michael Pollan. Desanimei e só voltei a abri-lo novamente semanas atrás. Bittmam descreve todas os paradoxos e aberrações do nosso sistema de alimentação, mas o foco central do livro é reeducar e mudar a dieta, também por questão de saúde. Ele estava obeso e diabético quando resolveu fazer uma dieta com menos carnes de animais e mais grãos integrais, legumes, verduras e frutas. Apesar de parecer um livro de dieta do tipo emagreça sem fazer força, Food Matters é mais abrangente. Política, ciência e receitas. E as receitas são básicas, simples e algumas ultra interessantes, como esta—uma mistura de pudim e bolo, para ser servido morno com um purê de frutas que ajuda a equilibrar a robustez do chocolate. A framboesa pode ser substituída por pêssegos, nectarinas, damascos [descasque antes], cerejas ou morangos.









Quando fiz