berinjela com chermoula
tabule e iorgute grego

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Quando a minha amiga Valentina me enviou o link para o documentário Jerusalem on a Plate do chef Yotam Ottolenghi dizendo que eu iria gostar, eu imaginei que com certeza iria, mas não podia imaginar o quanto. Fiquei absolutamente emocionada. Nunca tinha pensado muito sobre Israel e a mistura de culturas que se entrelaçam no cotidiano daquele país. Nunca parei pra pensar quanta influência, de tantas e tantas cozinhas aquele pais reúne. Fiquei encantada e feliz em descobrir que as receitas dessa viagem do Ottolenghi já foram compiladas num livro. Reservei o meu exemplar de Jerusalem que será lançado aqui nos EUA somente no meio de outubro. Mas pra aplacar a minha ansiedade de ver e fazer as receitas, o jornal The Guardian publicou algumas delas e essa berinjela foi a primeira que eu fiz. O tabule realmente não é novidade, mas o molhinho chermoula foi e é ele que faz toda a diferença nesse delicioso prato. Usei essas lindas e fotogênicas berinjelas listradas que eu tinha comprado naquele mesmo dia no Farmers Market de Woodland.

2 dentes de alho amassados
2 colheres de chá de cominho em pó
2 colheres de chá de coentro em pó
1 colher de chá de pimenta vermelha em flocos
1 colher de chá de páprica doce
2 colheres de sopa da casca de um limão em conserva
140ml de azeite de oliva
Sal a gosto
2 berinjelas médias
150g de trigo para kibe [bulgar]
50g de passas pequenas [currants/sultanas]
10g coentro fresco picado
10g hortelã fresco picado
50g de azeitonas verdes picadas
30g de lascas de amêndoas torradas
3 talos de cebolinha picados
1e 1/2 colher de sopa de suco de limão
120g de iogurte grego

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 200ºC. Faça a chermoula colocando numa vasilha o alho, cominho, coentro, pimenta, páprica e limão em conserva, sal e 2/3 do azeite de oliva. Misture bem e reserve.

Corte as berinjelas em fatias bem grossas e faça cortes com a faca em diaginal e depois cruzando, tomando cuidado para pão perfurar até o outro lado. Coloque as fatias sobre uma assadeira forrada com papel alumínio e com uma colher coloque a chermoula por cima de cada fatia. Leve ao forno e asse até as berinjelas ficarem macxias, por uns 40 minutos.

Enquanto isso coloque o trigo de molho em água fervendo e deixe amaciar bem. Coloque as passas de molho em água morna. Escorra o trigo e as passas e misture os dois numa vasilha. Junte o restante do azeite, as ervas picadas, azeitonas, amêndoas, o suco de limão e sal a gosto. Misture bem e reserve.

Na hora de servir, coloque o tabule sobre as berinjelas assadas, coloque iogurte grego por cima, polvilhe com coentro e amêndoas torradas se quiser, tempere com mais azeite de oliva e sirva.

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sopa fria de pepino & quinoa

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Naqueles dias absurdamente quentes usar fogão é algo proíbido. Essa receita da Deborah Madison é uma sopa fria substanciosa e pode ser preparada com bastante antecedência. Fica refrescante e nutritiva, justamente o que o corpo precisa depois de um dia de bafão exaustivo.

para a sopa:
2 pepinos grandes descascados e picados
3 xícaras de iogurte integral natural
Bastante ervas frescas—usei manjericão, hortelã e orégano
3 colheres de sopa de azeite
Sal a gosto
Raspas da casca e suco de 1 limão
para a quinoa:
1 xícara de quinoa lavada
2 xícaras de água
1 pitada de sal

No liquidificador bata o pepino com o iogurte e as ervas até formar um purê bem liso. Junte o azeite, suco e raspas de limão e tempere com sal a gosto. Coloque num jarra e leve à geladeira. Pode ficar de um dia para o outro.

Coloque a quinoa com água e sal numa panela. Leve ao fogo e deixe ferver. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar até evaporar toda a água. Tempere com azeite e raspas da casca de um limão. Reserve.

Na hora de servir divida a sopa em pratos e coloque uma porção de quinoa no centro de cada um. Se quiser decore com um fio de azeite.

farofa de pinhão

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Uma das lembranças da minha infância é estar sentada na frente de um fogão a lenha na casa de uma das empregadas que trabalhavam na minha casa, abrindo e comendo pinhão assado. Eu adorava quando elas me levavam pra dormir na casa delas. Uma vez perdi um almoço num restaurante com o resto da minha família [e chorei até desidratar] porque tinha ido pousar na casa de uma delas e só voltei no domingo à tarde. Elas moravam em casas simples, geralmente feitas de madeira, num cenário bem comum da cidade onde nasci ainda no estado de São Paulo mas fazendo fronteira com o Paraná.

Posso dizer que fazia muitos anos que eu não comia um pinhão. Matei minhas lombrigas graças à imensa gentileza de uma moça que vai ter o meu afeto para todo o sempre. Ela me enviou uma caixa com uma quantidade imensa deles e mais outras várias coisinhas. Cozinhei todos ao mesmo tempo num panelão gigante de ferro com bastante água. Não tenho panela de pressão, então os pinhões ficara no fogo por umas três horas. Depois fui mantendo a panela quente e abrindo um por um ainda quentes. Como também ganhei uma utilíssima engenhoca para facilitar o descascamento, o trabalho foi tranquilo. Completei em menos de duas horas, enquanto assistia um filme no laptop da cozinha. Essa proeza rendeu um saco enorme de pinhões cozidos e descascados, que dividi em três partes, duas delas eu congelei e a outra usei para fazer essa farofa.

Não inventei muita moda, porque nem tive muito tempo de me aprofundar em pensamentos e ideias. Queria mesmo era fazer algo bem pinhãozudo, com pedaços grandes pra poder morder e sentir bem o gosto e a textura. Usei 2 xícaras de pinhão cozinho e grosseiramente picado, meia cebola picadinha, 4 colheres de sopa de manteiga, 1 xícara de farinha de mandioca crua, sal e pimenta do reino moída na hora a gosto e bastante folha de salsinha fresca picada. Numa panela derreta a manteiga em fogo médio. adicione a cebola picada e refogue até amaciar. Junte o pinhão e refogue mais um pouco. Tempere com sal e pimenta, junte a farinha de mandioca e misture bem, vai cozinhando até formar a farofa e a farinha ficar mais tostada. Desligue o fogo, junte a salsinha e sirva.

quinoa com aspargos
[& manteiga de tabasco]

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Eu adoro as receitas da Heidi Swanson, que são pra mim a epítome do natureba-chique. Ela faz uma mistura inusitada de ingredientes integrais e naturais e o resultado é sempre impressionante. Essa receita de quinoa com aspargos foi a nossa alegria no jantar que fazemos juntos no meio da semana e ainda rendeu uma marmitinha para cada um no dia seguinte. Achei a manteiga com tabasco simplesmente genial.

8 colheres de sopa de manteiga sem sal em temperatura ambiente
2 colheres de chá de mostarda Dijon
25 gotas de pimenta Tabasco [ou mais, que quiser mais forte]
2 colheres de chá de suco de limão
1/4 colher de chá de sal marinho
1/2 quilo de aspargos frescos cortados em pedaços
4 xícaras de quinoa cozida em água e sal [*2 xícaras de quinoa bem lavada, 3 xícaras de água e 1 pitada de sal. deixar ferver, abaixar o fogo, tampar e cozinhar até a água secar completamente]
1/3 xícara de pinoles tostados [*usei nozes]

No processador ou com o mixer de mão bata a manteiga até ela ficar bem clara e aerada. Junte a mostarda, o tabasco, o suco de limão e o sal e continue batendo. Se quiser uma manteiga mais apimentada acrescente mais tabasco. Reserve. Cozinhe os aspargos já cortados no vapor ou jogue em água fervendo por uns minutos. Não deixe cozinhar muito, eles devem ficar al dente. Reserve.

Numa vasilha coloque a quinoa já cozida, acrescente 3 colheres de sopa da manteiga de tabasco. Pode colocar mais se quiser. Junte os aspargos cozidos, os pinoles ou nozes, misture bem e sirva com o restante da manteiga separado para quem quiser colocar mais. Serve de 4 a 6 porções.

bolinho de quinoa

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Fazer esses bolinhos foi a melhor solução que encontrei para gastar umas sobras e transformar o que ninguém mais queria comer em algo atraente e apetitoso. Usei duas xícaras de quinoa negra já cozida e misturada com folhas verdes [chard] refogadas no azeite, mais uma batata doce cortada em rodelas e assadas. Coloquei tudo no processador de alimentos, juntei um punhado de salsinha, um talo de salsão, uma colher de sopa de mostarda Dijon e sal e azeite a gosto. Pulsei até formar uma massa. Coloquei a massa numa vasilha e fui juntando panko aos pouquinhos enquanto amassava com as mãos até dar o ponto de fazer os bolinhos. Enrolei em bolinhas que achatei com a palma da mão, coloquei numa assadeira forrada com papel alumínio e levei ao forno pré-aquecido em 400ºF/ 205ºC. Assei até que os bolinhos ficaram levemente dourados.

salada waldorf com trigo

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Fiz essa receita duas vezes pra poder gastar um estoque de trigo em grão. Não gosto de ficar guardando ingredientes por muito tempo na despensa. Gosto de ir usando, gastando e repondo. Acho que é mais seguro e saudável, mesmo com grãos secos. Essa é uma ideia da revista Gourmet de outubro de 1995 que adapta a famosa salada Waldorf numa versão mais nutritiva [e hiponga—hahaha!]. Ficou super deliciosa e bem robusta. É praticamente uma refeição.

4 xícaras de água
3/4 colher de chá de sal
1 xícara de trigo em grão [wheat berries—whole-grain wheat]
2 colheres de sopa de nozes tostadas e picadas [ou esmigalhadas]
1 maçã gala
1 maçã granny smith
1 talo de salsão em fatias
2/3 xícara de folhas de hortelã fresco
1/2 xícara de cerejas azedas secas [dried sour cherries]
Ciboulettes picadas
3 colheres de sopa de vinagre de arroz [seasoned rice vinegar]
3 colheres de sopa de suco de laranja
3/4 colher de chá de raspas da casca da laranja
Folhas de alface para servir [*opcional]

Numa panela coloque a água e o sal para ferver e então coloque o trigo em grão. Abaixe o fogo, cubra a panela e cozinhe até a água secar completamente e os grãos ficarem bem macios. Remova do fogo e deixe esfriar. Corte as maçãs em cubinhos e coloque numa vasilha grande. Junte o trigo em grão cozido e em temperatura ambiente. Junte os outros ingredientes, menos a alface. Tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Misture bem e sirva sobre folhas de alface se quiser. Eu quis.

salada de lentilha
[com camarão]

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As lentilhas são a única tradição de ano novo que ainda sigo. O restante das superstições e rituais já viraram coisa do passado. Não acredito que essas coisas vão fazer grande diferença no meu ano, então salvou-se apenas o detalhe da comida. No dia 30 de dezembro fomos almoçar num bistrozinho francês em Sacramento e eu pedi uma entrada com lentilhas e camarões. Gostamos tanto do que comemos, que eu decidi tentar replicar a receita em casa. Fiz, ficou bem parecido e foi o nosso prato com lentilhas do ano novo. Usei camarões um pouco menores do que o servido no restaurante, porque comprei o selvagem pescado na Flórida. E usei a lentilha verde de Puy, que continua bem firme depois de cozida e é ótima em pratos assim, servida como salada.

Numa panela, coloque 1 xícara de lentilhas e cubra com água. Cozinhe até as lentilhas ficarem macias. Escorra a água. Reserve. Numa outra panela refogue rapidamente um punhado de camarões em um pingo de azeite, tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Reserve. Bata 1 xícara de creme fraiche com um punhado de ciboulette picadinha, temperado com sal, pimenta do reino moída na hora e um fio de azeite. Reserve. Misture umas 2 colheres de sopa de mostarda dijon com um pouco de suco de limão, um fio de azeite e sal. Bata bem para emulsificar e reserve. Monte a salada, colocando as lentilhas cozidas numa travessa, regue com o molho de mostarda. Coloque os camarões sobre as lentilhas e o creme fraiche no centro. Sirva a seguir acompanhado de pão fresco ou torradas.

grão-de-bico com espinafre

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Nem tentem imaginar o tamanho do maço de espinafre que chegou na última segunda-feira com a cesta orgânica. Lavei folhinha por folhinha [e muitas folhonas também], guardei tudo num saco na gaveta da geladeira e nem pensei mais. Com o tempo esfriando, esfriando, esfriando, descartei por um momento a possibilidade das folhas virarem salada. Eu como salada o ano todo, com qualquer clima—frio ou quente. Mas desta vez eu não quis saber de servir as folhas cruas. Queria usar a espinafrada para fazer um prato bem quente. Só dei uma passada de olhos na aplicação para iPhone do How to Cook Everything do Mark Bittman. Nem li muitos detalhes, porque já sabia mais ou menos o que eu queria e o que iria fazer. Já tinha grão de bico cozido na geladeira, que eu faço sempre em maior quantidade pra poder ter sobras. Parte dele tinha virado duas salada diferentes. E o que restou eu coloquei nessa receita, que não tem nada de super especial, mas que ficou muito gostosa. Do Bittman eu roubei a idéia de fazer uma farofinha com farinha de pão e queijo parmesão, que completou muito bem o prato com um charme e um sabor extra.

1 mação de espinafre [bem lavado e escorrido]
1 1/2 xícara de grão de bico cozido
1/2 cebola [*usei roxa]
Sal a gosto
1 pitada de pimenta vermelha em pó
1 pitada de canela em pó
1 pitada de cravo em pó
1 pitada de cominho em pó
1 pitada de paprica ou pimenton de la vera
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado na hora
2 colheres de sopa de farinha de pão [*faço em casa com bolacha integral]

Numa panela coloque um pouco de azeite e refogue a cebola até ela ficar macia. Junte o grão de bico e refogue por uns minutos. Adicione o sal, pimenta, canela, cravo, cominho e paprica e continue refogando, até o grão de bico ficar bem dourado. Junte as folhas de espinafre e refogue mexendo com uma colher de pau até as folhas murcharem bem. Desligue o fogo e sirva salpicado com uma farofa feita com a farinha de pão e o queijo parmesão misturados.

quinoa negra com legumes verdes

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Para um ranguinho corrido no meio da semana, uma mistura de ingredientes bem auspiciosa. Quinoa negra com legumes verdes. Uma refeição nutritiva e saborosa, que fiz usando a quinoa negra [orgânica e fair trade da Bolivia] misturada com uma cornucópia de legumes verdes—kohlrabi, aspargos, alho-poró, alho verde, favas verdes e ervilhas tortas— tudo orgânico, da minha cesta.

Lave bem em água corrente 1 xícara de quinoa e deixe escorrer bem. Numa panela coloque a quinoa e 1 1/2 xícara de água, um fio de óleo vegetal e uma pitada de sal. Deixe ferver, abaixe o fogo e cozinhe até a água ser absorvida e a quinoa ficar cozida.

Numa outra panela, coloque um pouco de azeite e refogue o alho-poró e o alho verde picadinhos por uns minutos. Junte os outros legumes picados, deixe refogar até tudo ficar cozido. Tempere com sal, uma pitada de pimenta cayenne se quiser. Junte a quinoa, misture bem e sirva.

salada de grãos com aspargos

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Essa foi a salada-prato principal do almoço do domingo de páscoa. Saiu de um dos blogs que eu mais gosto, o The Kitchn. Usei spelt, couscous israeli e uns aspargos roxos, que depois de cozidos ficaram verde. Junto com as alcachofras com molho aioli e as ervilhas frescas salteadas na manteiga, essa salada formou um menu bem primaveril. Tirei a foto no dia seguinte, porque na hora da fome ninguém nem lembrou de pegar câmera. E com isso ficou provado que ela resiste muito bem à dias de geladeira, não só no sabor, mas também na aparência.

meyer lemon grain salad with asparagus, almonds and goat cheese
serve 6 porções
1 xícara de spelt, farro outro grão integral da sua preferência e disponibilidade
3 xícaras de água
Cozinhe os grãos na água, em fogo baixo, até a água absorver e os grãos ficarem macios. Reserve.
1 xícara de couscous israeli ou outro tipo de massa bem pequena
1 e 3/4 xícara de água
Cozinhe o couscous na água fervendo até al dente. Escorra e reserve.
500 gr de aspargos frescos
azeite para refogar
1 xícaras de amêndoas em fatias tostadas
100 gr de queijo de cabra esfarelado
2 limões meyer [ou o siciliano, ou o cravo] casca ralada e suco espremido
1/4 xícara de azeite
1 colher de sopa de óleo de nozes
Sal marinho e pimenta a gosto

Lave os aspargos e remova a parte dura das extremidades. Corte em pedaços grandes. Numa frigideira grande aqueça um pouco de azeite e refogue os aspargos por uns 5 minutos, até eles ficarem cozidos porém crocantes.

Numa saladeira junte os grãos cozidos, o couscous ou micro-pasta, junte os aspargos, as amêndoas, as raspas da casca dos limões e o queijo de cabra esfarelado. Misture o suco do limão com o azeite e o óleo de nozes. Tempere com sal e pimenta e misture o molho aos outros ingredientes. Deixe descansar por uma meia hora e sirva.