Categoria: eventos
sete anos—it’s getting better!
at the county fair
No ano passado fizemos nossa primeira visita à uma county fair. Neste ano resolvemos voltar. Como tínhamos um outro compromisso no mesmo dia, fomos bem cedo logo depois do almoço e a feira estava bem vazia. O buxixo acontece à noite, quando uma multidão baixa nos fairgrounds da cidade para se divertir nos rides e jogos, ver shows, beber cerveja e comer porcariada frita. Foi mais um final de semana tórrido com temperaturas chegando a quase 40ºC e por isso não foi muito fácil caminhar pela feira. Mas mesmo assim aproveitamos. Tomamos apenas um sorvete de massa, bebemos litros de água e olhamos todas as exposições. Eu não curto roda gigante e quetais, nem me entusiasmo com jogos de argola ou pescaria pra ganhar bonecos de pelúcia. Gosto de ver a competição de legumes e caminhar pela feira só olhando e fotografando. Se não estivesse tão quente teríamos até ficado um pouco mais.
um banquete na era Tudor
Na sequência do documentário sobre a história da cozinha com a Lucy Worsley, assisti a essa outra realização de um grupo de arqueologistas e historiadores ingleses, que decidiram recriar um banquete da era Tudor. Eles fazem tudo numa cozinha da época, com ingredientes similares e usando as mesmas técnicas—desde trazer a água do corrego, até acender o fogo usando pedras, moer o açúcar, pescar, caçar, eteceterá. Cozinhar naquela época não era tarefa para os fracos. Na cozinha dos aristocratas abundava mão-de-obra, queimava-se muita madeira e algumas das mais simples tarefas poderiam levar muitos dias para serem concluídas. No final servia-se um banquete inigualável. Assista os quatro segmentos de 15 minutos cada para participar dessa excursão virtual pela cozinha laboriosa do século XV.
[muitas coisas novas]
Não faço nenhuma resolução ou plano de ano novo. Porque as palavras geralmente se espalham com o vento e o tempo, e acaba ficando apenas o dito pelo não dito. O meu ideal é ir fazendo o que for preciso ser feito. Com bom senso as chances de sucesso abundam. Se eu tivesse feito planos para o ano de 2011, tudo teria dado com os burros n’água, porque este foi um ano cheio de surpresas e mudanças. Nunca, nem em algum delírio alcoólico, pensei, cogitei, sonhei, imaginei que um dia estaria morando em Woodland—uma cidade que foi minha vizinha por quatorze anos, mas que eu nunca me interessei em conhecer. Todas as mudanças deste ano foram inusitadas e inesperadas. Me pegaram não só de surpresa, mas mudaram um bocado o meu cotidiano. Diminuí muito o ritmo deste blog, olhei pra muita coisa com outros olhos, adotei sem pudor as fotos toscas, aceitei minhas limitações—que não posso blogar todos os meus almoços e jantares, em casa ou em restaurantes. Gostei de ficar mais em casa, mudei meus caminhos da roça, respirei outros ares, expandi meus horizontes. E admito que até pensei, algumas vezes e bem seriamente, em encerrar minha carreira de blogueira de culinária. Porque temo um pouco a monotonia e a repetição. Mas por esse ano ter sido bem incomum, os assuntos acabaram por se distinguir. Tudo foi novidade pra mim durante os últimos seis meses, porque eu nunca tinha estado nessa cidade e vizinhança antes, e fui aos pouquinhos descobrindo as particularidades da minha nova casa. Me espantei alegremente com minha conta de eletricidade caindo em dois terços no verão, por causa das inúmeras árvores ancestrais que rodeiam a casa. Também descobri que tenho camélias no quintal. E que elas abrem nessa época do ano. Quando tudo fica com uma cara cinza, essas flores foram um colírio em tons de cor-de-rosa para os meus olhos. E no próximo ano, mesmo que nem tudo seja mais novidade, o que vier será com certeza especial. Pra mim, pra você e para todos, desejo um Feliz 2012 cheio de boas e bem-vindas surpresas!
O Natal em Columbia
O vilarejo de Columbia fica num parque histórico estadual e faz parte da rota da corrida do ouro, no condado de Calaveras. Lá todo dezembro, celebra-se o natal dos mineiros. Chegamos um pouco tarde para o segundo dia do evento e perdemos algumas das atrações. Mas mesmo assim deu pra fazer muita coisa. As crianças adoraram a peneiragem para achar ouro e pedras [preço do ingresso variando conforme a ambição de riqueza do pequerrucho] e decoraram velas, que era um dos artesanatos mais populares em 1850. Também andamos de stagecoach, a famosa diligência do velho oeste que nos levou por estradinhas íngremes pelo meio da floresta, com direito a assalto com bandido vestido a caráter. Pra quem se inscreve com antecedência, tem a disputada confeção das candy canes—um dos doces mais tradicionais do Natal. Nós só pudemos olhar pelo vidro. As crianças ganharam moedas de chocolate do Father Christmas e nós bebemos café feito na fogueira, onde os mineiros também assavam castanhas e amendoim e contavam histórias para os passantes. E tinha o ferreiro, os bombeiros, as mercearias, os bares, a livraria, as maravilhosas lojas de doces, a estação da carruagem, o jornal, o hotel, o dentista, a loja chinesa, eteceteráeteceterá. Um lugar super gostoso pra se passar uma tarde, com ou sem crianças.
os ares do natal
Parei tudo porque tinha que me preparar para a chegada da minha irmã. Parei tudo novamente porque ficamos no trancetê, fazendo coisas por aqui e por lá. Este ano resolvi que teria uma árvore de Natal de verdade, por causa dos meus sobrinhos. Então fomos numa fazenda de árvores em Placerville escolher a nossa. Foi legal ver como eles cortam e embalam uma arvorezona, que vem bem amarrada no teto do carro. Comprei até uns enfeites novos e as crianças fizeram a decoração. A árvore é gigantesca, tivemos até que cortar um pedaço extra, porque o pessoal da fazenda deixou muito grande. Precisava mesmo de muitos ornamentos. Ainda está faltando colocar as luzinhas, por isso não tirei uma foto legal. Também fomos numa celebração de Natal numa cidadezinha histórica do tempo da corrida do ouro californiana. Fotos virão a seguir. Jantamos numa pequena cidade na serra e na saída paramos numa vinícola que teve a idéia mais genial do mundo—eles disponibilizam sofás em volta de fire pits e aquecedores à gas, além de deixarem cestas com mantas macias e quentinhas por perto. Sentamos lá para beber vinho e comer sobremesa. No outro dia almoçamos no Chez Panisse, as crianças foram patinar no gelo no Embarcadero em San Francisco e depois fizemos um passeio básico no Ferry Building. É claro que estou cozinhando, mas como este não é um blog exclusivo de receitas, elas vão reaparecer somente quando eu regressar à minha rotina. Para quem passa por aqui, quero já ir desejando um Feliz Natal. Porque já estamos quase lá e antescedo do que em tempo algum.
it’s halloween [again]!
No ano passado eu estava no Brasil e perdi o que seria o meu último Halloween em Davis. Minha vizinhança lá não era muito populada por crianças, então fui diminuindo a cada ano a quantidade de doces que eu comprava, pra evitar sobras. Mas sempre tive trick-or-treaters batendo na minha porta e sempre achei essa festa super divertida, pela magnitude da coisa e pela tradição. Por isso estou na expectativa da noite de Halloween este ano em Woodland, que parece que será bem movimentada. Alguém me recomendou comprar muitos doces, porque a vizinhança é bem popular. Já percebi pela decoração das casas dos meus vizinhos que a coisa é realmente séria. Decorei a minha porta também, como sempre fazia em Davis, com a adição das algumas várias abóboras que imitei do que vi nas casas em Woodland. Será que tenho doces suficientes? Será que terei muitos trick-or-treaters? Logo saberei.
muito bem comemorado
Chegamos em casa vindos de Berkeley e quando abri a porta vi todos os meus amigos lá dentro gritando ((( SURPRISE!!!! ))). A casa estava toda decorada, a cozinha cheia com comida do meu restaurante favorito em Davis, bolos da melhor chocolatier de Sacramento, minha familia conectada em grupo pelo skype. Foi uma festa super bacana, magnificamente orquestrada pelo meu marido. Não desconfiei de absolutamente nada e tive a maior surpresa da minha vida. Foi a minha primeira festa surpresa e adorei a experiência. It was absolutely fabulous!
[pão]
A primeira coisa que vimos no evento dos 40 anos do restaurante Chez Panisse no museu da UC Berkeley foi a função do pão, liderada pelo icônico Steve Sullivan, o cara do Acme Bread. Eles tinham lá dois forninhos de barro e assavam o pão em latinhas e latonas. O Uriel foi fazer perguntas pro Steve sobre o forno e ouviu que ele mesmo construiu as estruturas arredondadas de barro, com muito cuidado e técnica especial, para não haver rachaduras e tais. Já tinha lido sobre a busca da Alice Water pelo forno perfeito para o restaurante. Tem que ser tudo feito da maneira certa.
Ouvimos umas histórias, enquanto os moços tiravam o pão quentinho do forno, que foram fatiados e servidos com mel. Uma delicia. Eu sou fanzoca absoluta da Acme Bakery que faz um pão simplesmente imbativel, iniciado com fermentação de uva. Já li toda a história do Steve e sua obstinação por fazer o pão perfeito e considero ele uma autêntica celebridade. Fiquei na frente dele ouvindo ele contar como preferiu trabalhar na cozinha naquele final de semana de celebrações e acabou pilotando o stand do pão no museu. Uma simpatia de padeiro!
»esses cliques bem simpaticos foram feitos com o meu iphone. o Steve Sullivan é o cara de camiseta cor de mostarda e cabelo grisalho e comprido.