sal de laranja & alecrim

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O nosso verão é bem seco, não cai uma gota de chuva por meses e meses e esse é um clima bem propício para secar alimentos. As ervas ficam sequinhas em questão de dias. E até produtos que você não quer que sequem, acabam entrando na dança. Foi o caso de uma laranja, esquecida lá na bandeja das frutas. A casca ficou mais escura e mais densa, perfeita para ralar. Que foi o que fiz. E como rendeu raspinhas. Essa pequena laranja mais ressecada produziu o dobro de raspas que normalmente uma de tamanho regular produziria. Dai foi só misturar com um punhado de alecrim seco, que triturei no mini-processador, e juntar outro punhado de sal marinho grosso. Usei um pouquinho no mesmo dia, para temperar uma salada simples de abobrinha—misturada com a polpa da laranja, que apesar de seca por fora, estava perfeita por dentro. O resto do sal temperado com laranja e alecrim, guardei numa latinha com tampa para ir usando quando der vontade.

frogurt de pera assada & mel

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Calma lá, calma lá, estamos em pleno verão, então fiz mais um sorvete!

Usei metade das peras que assei na churrasqueira para fazer este sorvete e a outra metade investi num frogurt. Usei três peras assadas, 1 xícara de iogurte natural integral, 1/2 xícara de sour cream, 1 colher de sopa de suco de limão e 1/3 xícara de mel [coloque mais se quiser mais doce]. Uma colher de chá da vodka invisível, batedeira, sorveteira, tchans!

Ando repetindo minhas receitas de sorvetes, para aproveitar as frutas e por pura preguiça de pensar em coisas diferentes. Já fiz com pêssegos, mais manjericão, mais iogurte, mais sour cream. E a versão com o melão, usando uma variedade diferente.

pasta com molho de tomate cru

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No seu livro How to Cook Everything Vegetarian, Mark Bittman diz que infelizmente não consegue se lembrar quem foi o “santo” que o ensinou a fazer esse molho de tomates frescos e crus. Bom, todo verão eu uso meus tomates e manjericão abundantes fazendo um molho bem parecido, que preparo num minuto só cortando os tomates em cubos e jogando por um minuto na panela com azeite, depois misturando o macarrão cozido e as folhas de manjericão. Porque eu cozinho os tomates por um mísero minuto, meu molho não é exatamente de tomate cru. Mas a idéia é quase a mesma.

Para esta versão do Bittman, você vai precisar de ingredientes da melhor qualidade—tomates maduros e orgânicos [faizfavoire], folhas de manjericão, alho, queijo parmesão e azeite do melhor que você tiver na sua cozinha. Coloque um panelão com água e sal para ferver e cozinhe o macarrão da sua preferência. O Bittman sugere o linguine. Enquanto isso coloque os tomates, sem sementes e picados em cubos, numa vasilha. Junte 2 dentes de alho levemente amassados com a lâmina da faca. Junte folhas de manjericão, sal e pimenta do reino moída a gosto e amasse com um garfo ou amassador de batatas. Mas não deixe virar um purê. Adicione azeite a gosto. Você pode fazer esse molho uma ou duas horas antes e deixar descansando fora da geladeira. Quando o macarrão estiver cozido “al dente”, coe e junte um pouquinho da água do cozimento ao molho se quiser e remova os dentes de alho. Junte o macarrão ao molho, misture bem e sirva com bastante queijo parmesão ralado na hora. Na minha opinião achei desnecessário juntar a água do cozimento do macarrão no molho. Apesar do alho não ser picado, nem ser servido com o macarrão, o tempo que ele passa marinado com os tomates é suficiente para dar um sabor bem picante ao molho. Um pouco mais do que eu gostaria, mas sem reclamações.

sopa fria de ervilha

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Outra sopa fria, ainda do especial da Martha Stewart [junho/2009] e outra vez o pepino foi substituído, desta vez pela ervilha. Os pepinos não estão abundantes este ano, mas tudo bem, pois as ervilhas fizeram bonito nessa sopa super refrescante. Usei um pacotinho pequeno de ervilhas orgânicas congeladas. Em lata não serve.

Faz quatro porções.
Coloque no liquidificador 1 1/2 xícara de ervilhas congeladas, 1 xícara de sour cream, 1/2 xícara de folhas de manjericão freco, 1/2 xícara de folhas de hortelã fresco e 1 xícara de água gelada. Bata bem, se quiser pode passar pela peneira, mas eu não fiz. Coloque tudo numa sopeira, adicione suco de 1 limão, sal e pimenta Tabasco a gosto. Sirva imediatamente ou deixe gelando mais tempo na geladeira até a hora de servir.

salada de tomate com sumac

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A primeira reportagem que fisgou a minha atenção na edição de maio/julho da revista do Jamie Oliver foi sobre o restaurante Fadel, no Líbano. O restaurateur Mourad Mazouz do Momo de Londres, visita o famoso restaurante mantido pela família Fadel desde a década de 40 no alto de uma montanha, à uma hora de carro de Beirute. O lugar serve pequenas porções de comida caseira e típica. O primeiro prato que me chamou a atenção foi uma salada de tomate temperada com sumac. Como estamos em plena estação, tomates suculentos e maduros é o que não tem faltado na minha cozinha. Fiz essa salada duas vezes, o Uriel adorou. O sumac é um tempero muito interessante e intrigante que eu deveria usar mais na minha cozinha. Bem comum nas cozinhas do oriente médio, ele tem uma cor roxa linda e um sabor cítrico. Só peguei leve o alho, pois detesto ficar com aquele after taste tão peculiar, quando se come alho cru. Mas se você gostar à beça do alho cru e não se importar com o bafão, faça como a receita manda e enjoy it!

1/2 cabeça de alho [*diminuí consideravelmente]
1 colher de sopa de maionese
1 colher de sopa de azeite de oliva, mais extra para servir
2 tomates grandes [ele recomenda a variedade beef, que foi a que usei]
1 colher de sopa de sumac
Folhas de hortelã fresco picadinho
Sal a gosto

No pilão ou no processador, moa bem o alho misturado com a maionese e o azeite. Prepare a salada cortando o tomate em fatias e colocando numa travessa, Pincele cada fatia de tomate com a maionese de alho, salpique com sal e sumac, regue com um fio de azeite e decore com as folhas de hortelã picada.

trigo com cogumelos

trigo_cogumeloQuem disse que eu consigo passar pela banca dos cogumelos no Farmers Market sem comprar um pacotinho? Desta vez ataquei de shiitake e chanterelle. Na hora que compro não sei de nada. Depois penso o que fazer com eles. Cogumelos frescos são deliciosos! E com esses eu quis preparar um prato bem substancioso e decidi misturá-los com algum tipo de grão. Uma olhada geral na despensa revelou um restinho de trigo em grão [wheat berries] que mediu exatamente 1 xícara. Cozinhei essa xícara de trigo com 3 xícaras de água e uma pitada de sal em fogo baixo, até a água secar e o trigo ficar molinho. Numa frigideira refoguei cebola picadinha na manteiga e acrescentei os dois tipos de cogumelos, refoguei por uns minutos e salguei. Depois foi só misturar o trigo cozido com os cogumelos refogados, juntar bastante ciboulette picadinha e pronto. Eu servi morno, quase frio.

a revista do Jaime

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Atrás da minha casa tem um shopping center, daquele tipo strip mall, mas com muito mais charme. O estacionamento de carros fica nos fundos e na frente tem um jardinzão com espaço para bicicletas [estamos em Davis], muitas mesinhas pelo passeio e uma área que pertence ao Arboretum da UC Davis no canto, com muitas plantas, árvores e bancos. Deve ser o espaço comercial mais agradável da cidade, com algumas lojas e restaurantes. Uma das lojas é uma livraria, onde eu não vou muito frequentemente, já que compro tudo o que eles vendem lá online. Mas de vez em quando gosto de dar uma geral para ver as novidades. A seção de culinária é sempre o meu ponto final.
No sábado resolvi dar um pulo lá só para encaroçar. Dei uma geral sem muito entusiasmo e quando parei nos livros de receitas vi, num encaixe entre as prateleiras, a revista do Jamie Oliver. Já tinha dado uma olhada na versão online da revista na época do lançamento e achei legal, mas não fiquei entusiasmada ao ponto de ir procurar pela edição no papel. Mas ali estava ela, bem na minha frente, então peguei uma e comecei a folhear, ali mesmo em pé.
A revista é bacaninha, impressa num papel grossinho, bem diferente das outras revistas em geral. É também bonita, com o Jamie sempre na capa [não pude deixar de pensar na Oprah Winfrey—hahaha!] e o conteúdo é bem variado e interessante. Fui folheando, no inicio com aquela minha cara blasé de quem se recusa a ser contaminada pelos hypes da mídia. Mas aos poucos minha cara blasé foi se metamorfoseando numa cara de imensa surpresa. Fechei a revista antes de chegar ao final, porque já tinha decidido que iria comprá-la.
O que me fez decidir comprar a revista do Jaime? Um especial sobre o Líbano, com fotos e receitas maravilhosas!
Vi que aquela edição era de maio/junho e fui até a seção de revistas onde achei a edição julho/agosto. Levei as duas. Que grande surpresa! Na segunda revista, mais reportagens legais, mais fotos inspiradoras, mais receitas bacanérrimas e no final uma matéria linda sobre a cidade de Lisboa.
Gostei tambem de uma seção dobrável e removível em forma de poster no final da revista, com sugestões divertidas e interessantes de menus para um mês. Ao contrário do que eu imaginava, a revista do Jaime Oliver não é só uma ego-trip do rapaz e realmente se destaca no mundinho das revistas gourmet. Sem falar que deve ser a primeira revista que carrega o nome de um chef celebridade. Nem vamos mencionar a revista da horrorilda Rachel Ray. A do Jamie Oliver é outra história, totalmente rock n’ roll com muita classe!

gelado de amora & pera assada

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O meu farmers market é bacana o ano todo, mas no verão ele me provoca um faniquito especial, porque se enche de produtos maravilhosos, pelos quais eu esperei meses e meses, como os damascos, os pêssegos e os tomates. Vou comprando tudo como se não houvesse amanhã e muitas vezes esqueço que é também no verão que eu passo muito mais tempo sozinha, pois essa é a época em que o Uriel mais viaja. Com uma cornucópia exagerada de produtos espalhados pela bancada da cozinha, é sempre aquele ziriguidum upalêlê para consumir tudo o que comprei e não deixar estragar nada.

As peras, de casca cor de burgundy, eu tinha comprado na semana anterior seduzida pela delicadeza dessa variedade que se antecipa à estação. O rapazinho de chapéu que vendia as frutas me falou o nome da variedade, mas não consegui de jeito nenhum encontrar alguma informação sobre elas. Mas ele me falou—você tem um olho bom pras coisas boas. Pois é, mas as peras ficaram lá esperando por uma idéia, até que eu percebi que elas já estavam bem maduras, Descasquei, parti ao meio e grelhei todas elas na churrasqueira. Guardei as peras assadas e meio caramelizadas no próprio açúcar natural na geladeira, onde elas ficaram esperando pelo aparecimento de alguma idéia brilhante para poder usá-las.

Enquanto isso, eu lidava com a abundância de frutas compradas naquela semana—pêssegos que tiveram que ser congelados, ameixas de duas variedades que comi em quantidades exageradas como snack no trabalho, mais melões ultra perfumados que deixaram a minha cozinha cheirando à maracujá. E as amoras, que decidi usar para fazer sorvete. Sim, paciência, mais um sorvete!

E fiquei um bocado de tempo pensando—amora com quê? amora com quê? amora com quê? Plin—amora com pera assada!

Fiz esse sorvete numa piscada, 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral, três peras assadas, uma caixinha de amoras e mel a gosto [e a vodka invisível, claro]. Comi esse sorvete também de uma piscada. E comi tudo sozinha, nem dando chance pro Uriel experimentar esse gelado super roxo, que ficou incrivelmente gostoso.