bolo de purê de maçã

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Na revista Everyday Food de abril de 2010 eu marquei inúmeras receitas para fazer e uma delas foi esse bolo. Adoro tudo que leva frutas, adoro também tudo que é prático e fácil. Quanto menos confusão, tropeções e farinha espalhada pela cozinha durante a execução da receita, mais pontos ela leva no meu ranking. Essa marcou bem alto. Conquistou a simpatia da cozinheira e também do crítico, que devorou muitas fatias e expressou alguns murmúrios elogiosos. Fica um bolo fofo, macio e úmido.

1/2 xícara de óleo vegetal [mais para untar a forma]
3 maçãs grandes, sem sementes e descascadas, cortadas em cubos
1/2 xícara de açúcar mascavo claro
2 ovos grandes
1 1/2 xícara de farinha de trigo
3/4 de colher de chá de sal marinho grosso
1/2 de colher de chá de fermento em pó
3/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 de colher de chá de canela moída
1/4 de colher de chá de noz moscada ralada
açúcar de confeiteiro para decorar [opcional]

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma redonda de 20 cm com óleo. Numa panela coloque as maçãs em cubinhos e 1/4 de xícara de água e leve ao fogo até ferver. Abaixe o fogo e cubra a panela, deixando cozinhar por uns 10 minutos ou até que as maçãs estejam bem macias. Amasse as maçãs cozidas com um amassador de batatas ou um garfo, e vá mexendo no fogo até ficar um purê bem seco. Remova do fogo.

Numa vasilha coloque o purê de maçãs e o açúcar. Misture bem com um batedor de arame. Adicione os ovos, depois a farinha, depois o sal, o fermento, o bicarbonato, a canela e a noz moscada. Bata bem e transfira a massa para a forma untada. Leve ao forno e asse por 30—35 minutos. Remova do forno, deixe esfriar uns minutos, inverta numa grade e deixe esfriar completamente. Coloque num prato, decore com o açúcar se quiser e sirva.

salada de grãos com aspargos

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Essa foi a salada-prato principal do almoço do domingo de páscoa. Saiu de um dos blogs que eu mais gosto, o The Kitchn. Usei spelt, couscous israeli e uns aspargos roxos, que depois de cozidos ficaram verde. Junto com as alcachofras com molho aioli e as ervilhas frescas salteadas na manteiga, essa salada formou um menu bem primaveril. Tirei a foto no dia seguinte, porque na hora da fome ninguém nem lembrou de pegar câmera. E com isso ficou provado que ela resiste muito bem à dias de geladeira, não só no sabor, mas também na aparência.

meyer lemon grain salad with asparagus, almonds and goat cheese
serve 6 porções
1 xícara de spelt, farro outro grão integral da sua preferência e disponibilidade
3 xícaras de água
Cozinhe os grãos na água, em fogo baixo, até a água absorver e os grãos ficarem macios. Reserve.
1 xícara de couscous israeli ou outro tipo de massa bem pequena
1 e 3/4 xícara de água
Cozinhe o couscous na água fervendo até al dente. Escorra e reserve.
500 gr de aspargos frescos
azeite para refogar
1 xícaras de amêndoas em fatias tostadas
100 gr de queijo de cabra esfarelado
2 limões meyer [ou o siciliano, ou o cravo] casca ralada e suco espremido
1/4 xícara de azeite
1 colher de sopa de óleo de nozes
Sal marinho e pimenta a gosto

Lave os aspargos e remova a parte dura das extremidades. Corte em pedaços grandes. Numa frigideira grande aqueça um pouco de azeite e refogue os aspargos por uns 5 minutos, até eles ficarem cozidos porém crocantes.

Numa saladeira junte os grãos cozidos, o couscous ou micro-pasta, junte os aspargos, as amêndoas, as raspas da casca dos limões e o queijo de cabra esfarelado. Misture o suco do limão com o azeite e o óleo de nozes. Tempere com sal e pimenta e misture o molho aos outros ingredientes. Deixe descansar por uma meia hora e sirva.

o mundialmente famoso

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Depois de quatro longos anos, a receita já espalhada pelo mundo afora, adaptada por um restaurante, testada e repassada até dizer chega, finalmente encarei o desafio de prepará-la também. Levei todo esse tempo para criar coragem, porque sempre achei que fazer pão de queijo do modo tradicional era muito trabalhoso, coisa para experts. Por a mão na massa é uma tarefa que me intimida, todos já sabem. E a dona da receita, minha cunhada Patricia, é uma cozinheira de mão cheia e essa receita é da mãe dela, que provavelmente aprendeu com outras gerações da família. Nunca esqueci da delicia que foi comer aquele pão de queijo quentinho na casa do meu irmão, mas será que iria ficar tão bom se eu mesma fizesse? Na dúvida, optei por não arriscar.

Minha vida toda só fiz apenas um tipo de pão de queijo, aqueles de liquidificador. E com esta receita absolutamente perfeita e infalível da Neide Rigo nas mãos, passei esses anos todos fingindo muito bem fingido que a receita da Patricia não era para o meu bico. Quando a Elise me disse que iria publicar a receita do famoso pão de quejo brasileiro e me pediu algumas dicas, passei a receita de liquidificador da Neide e também a tradicional da Patricia, explicando que a segunda eu nunca tinha preparado, porque tinha receio de me dar mal e me alonguei naquele interminável tralalá esfarrapado de gente enroladora. Com o meu atestado de covardia passado e assinado, fiquei muitos dias pensando naquilo—por que nunca fiz essa receita? por quê? por quê?

Nada como uma boa argumentação daquele grilo falante pra te colocar frente a frente com suas fraquezas e te dar um bom empurrãozinho em direção à ação. Num pisque comprei todos os ingredientes e numa tarde de domingo respirei fundo, fiz o mise en place e me pinchei de corpo, alma e coragem na receita do tradicional pão de queijo mineiro—o mundialmente famoso pão de queijo da Pat.

Fui juntando os ingredientes com o maior cuidado e quando coloquei os ovos achei que aquilo iria tudo pro lixo. Mas que surpresa, a massa liga perfeitinha, não precisei adicionar nada, ficou super moldável, fiz dezenas de pãezinhos. O único porém é justamente esse: a receita dá muito pãozinho, A dica seria diminuir a receita pela metade [ou até um quarto] ou congelar parte dos pãezinhos. Eu congelei uma parte e dei para o Gabriel assar quando ele quiser. Mesmo assim fiquei com muitas sobras. Como não queria jogar fora nem um cisco da minha obra prima mineira, preparada com ingredientes orgânicos da melhor qualidade, no dia seguinte cortei os pãezinhos ao meio e tostei na frigideira de ferro, Ficaram ótimos para comer com queijo cremoso e acompanhar saladas.

1 quilo de polvilho azedo [*usei a tapioca starch]
1 quilo de batata cozida e espremida
1 xícara de leite em temperatura ambiente
1 xícara de óleo vegetal
1 colher de sopa de sal
1/2 queijo de Minas curado ralado [*usei 500 gr de queso fresco mexicano]
6 ovos caipiras grandes
1 colher de sopa de erva-doce [*opcional]

Coloque o polvilho numa vasilha, esprema a batata cozida ainda quente em cima do polvilho. Coloque o sal. Misture bem com as mãos. Coloque o leite e continue misturando com as mãos. Coloque o óleo e misture, sempre com as mãos. Coloque o queijo ralado e por último os ovos. Mexer bem com as mãos até formar uma massa bem moldável. Para dar um toque especial, pode acrescentar uma colher de sopa de sementes de erva-doce.
A massa deve ficar macia como uma massa de modelar. Se estiver quebradiça, precisa acrescentar mais um ovo. Modelar os pãezinhos e assar no forno pré-aquecido em 400ºF/ 205ºC por 20 a 30 minutos. Essa massa pode ser congelada.

pão de farinha de arroz

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Fui dar uma geral na minha prateleira de farinhas e dei de cara com dois pacotes de farinha de arroz. Por mais eclética que eu seja na cozinha, tenho certeza que receita nenhuma que eu tenha feito ou pretendesse fazer necessitaria de dois pacotes de farinha de arroz. Mas vá lá, os pacotes estavam com a data de expiração se aproximando e precisavam ser usados asap.

Me falta tempo, destreza e paciência pra fazer receitas elaboradas. Por isso escolho sempre as coisas fáceis. E rápidas. Rodei a web atrás de algo vapt-vupt pra usar a farinha de arroz e caí nesta receita de pão feito com amêndoas e farinha de arroz.

Vou dizer, essa farinha tem uma textura diferente. Quando misturei os ingredientes, pensei que aquilo não iria vingar. Mas parece que vingou. Não ficou realmente um pão comum—ele não cresceu e ficou bem denso. Mas ficou ótimo até depois de muitos dias. Tostei o último pedaço em fatias na frigideira de ferro. Não ficaram mal. Troquei as amêndoas pela macadâmia, porque era o que eu tinha disponível no dia.

O resto da farinha usei pra refazer esses muffins que ficam tão estranhos quanto o pão, mas são bem saborosos. Não refiz esta receita bem interessante de creme de arroz persa, mas se alguém quiser tentar, fica a dica!

almond and rice flour bread with poppy seeds
1/2 xícara de amêndoas sem a pele [*usei macadâmias]
1 1/2 xícara de farinha de arroz
4 colheres de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal
3 colheres de sopa de sementes de papoula
1/2 xícara de iogurte
1/2 xícara de água
1 ovo grande
1 clara extra de um ovo grande
2 colheres de sopa de óleo vegetal

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma de pão com manteiga. Coloque as amêndoas com 1/2 xícara da farinha de arroz no processador e moa bem até obter uma farinha. Adicione o restante da farinha, o fermento, sal e 2 colheres de chá de sementes de papoula e misture rapidamente.
Numa vasilha separada misture o iogurte, a água, o ovo e a clara extra.

Com o processador ligado, vá adicionando a mistura liquida pelo tubo, até formar uma massa compacta. Coloque na forma untada, polvilhe com o resto das sementes de papoula e asse por 55 minutos. Remova do forno e deixe o pão esfriar numa grade. O pão corta melhor depois de algumas horas descansando ou no dia seguinte.

mousse de chocolate
[com calda de amora e mel]

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Uma sobremesa cremosa com chocolate estava me rondando há tempos. Por várias vezes comprei barras de chocolate para fazer algo diferente, mas acabava sempre usando para outras coisas, principalmente para refazer este chocolate quente parisiense, que repeti infinitamente. Procurando por uma idéia legal, vi nas últimas páginas do livro da Skye Gyngell, My Favorite Ingredients, uma panna cotta de chocolate com calda de amoras e mel. Era isso! Eu só precisava dessa visão inspiradora e a partir dali criei a minha própria receita, que chamei de mousse de chocolate. Uma mousse sem nenhum ovo e que ficou deliciosamente cremosa e, é claro, chocolatuda.

200 grs de chocolate meio amargo [*usei o 70% da Lindt]
1 colher de sopa de mel
1 pitada de sal
2 xícaras de leite integral
1 1/2 xícara de creme de leite fresco
9 grs de gelatina agar-agar

Numa panela misture o leite, o chocolate quebrado em pedacinhos, o sal, o mel e a gelatina agar-agar. Leve ao fogo baixo e mexa com um batedor de arame até o chocolate derreter e a gelatina dissolver. Deixe chegar ao ponto de fervura. Desligue fogo. Junte o creme de leite, bata bem para incorporar e coloque tudo numa forma molhada. Leve a geladeira até firmar. Desenforme e sirva com as amoras, que devem ser cozidas rapidamente com um pouco de mel. Eu usei amoras orgânicas congeladas.

bolo de amêndoa e limão

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Ainda no esforço para gastar a abundância de limões meyer, abri o livro Twelve – A Tuscan Cook Book da Tessa Kiros e procurei no index por limão. Dei de cara com esse bolo e foi ele mesmo que fiz. Vou contar que nunca vi o meu marido devorar algo com tanta animação. Só via ele cortando uma fatia, outra fatia e ainda mais uma fatia. Eu mesma me surpreendi um pouquinho com o tanto que esse bolo ficou gostoso.

torta di limone e mandorle – lemon and almond cake
125 gr de manteiga ligeiramente amolecida
125 gr de açúcar
3 ovos separados, gemas e claras
125 gr de amêndoas moídas bem fino [*usei a farinha de amêndoa]
60 gr de farinha de trigo peneirada
1 colher de chá de fermento em pó
suco espremido e raspas da casca de 2 limões
açúcar de confeiteiro para decorar *[omiti]

Pré-aqueça o forno em 355ºF/ 180ºC. Unte uma forma de fundo removivel de 20cm com manteiga e polvilhe com farinha. Bata a manteiga com o açúcar até formar um creme. adicione as gemas uma por vez e bata bem a cada adição. Numa vasilha separada misture a farinha peneirada, a amêndoa moída e o fermento com um batedor de arame e adicione ao creme de ovos. Junte o suco e raspas de limão. Bata as claras em neve e incorpore delicadamente à outra massa. Coloque a massa na forma untada e polvilhada, leve ao forno e asse por uns 30-40 minutos até o bolo ficar levemente dourado. Deixe esfriar, remova da forma, coloque numa travessa ou prato e sirva morno ou em temperatura ambiente. Se quiser decore com açúcar de confeiteiro. Eu nao quis.

classic fish chowder

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Na cesta de revistas que fica no banheirinho-lavabo, desencalhei uma Martha Stewart Living de agosto 2008, onde vi muitas receitas de chowders. Os que eu gosto são os que não levam frutos do mar, como o de milho da receita ali abaixo. Escolhi este que só leva peixe branco. É bem rápido e fácil de fazer, para jantares corridos nos cansativos dias de semana. E fica uma delícia!

2 colheres de sopa de manteiga sem sal
2 fatias de bacon
4 raminhos de salsinha amarrados com uma folha de louro
1 batata grande descascada e cortada em cubos
3 xícaras de caldo de peixe [*usei de legumes]
500 gr de peixe branco [*usei o bacalhau fresco]
1 xícara de leite integral
2 colheres de chá de sal marinho grosso
Pimenta do reino moída para servir

Numa panela funda e robusta, derreta a manteiga em fogo baixo. Adicione o bacon picadinho e frite por uns 5 minutos. Adicione as batatas e deixe cozinhar por uns minutos. Junte o ramo de salsinha com louro e o caldo. * Se quiser faça o seu próprio caldo com as partes descartadas do peixe. Deixe cozinhar por uns 10 minutos. Adicione o peixe cortado em pedaços e deixe cozinhar por mais alguns minutos, até que o peixe esteja bem firme e cozido. Junte o leite e o sal. Não deixe ferver. Desligue o fogo, remova os ramos de salsinha amarrados com o louro, adicione pimenta do reino moída na hora e sirva com bastante salsinha picada.

corn chowder

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Decidi fazer o clássico corn chowder sem receita, usando os ingredientes que eu tinha disponível. Gosto muito das variações dessa sopa, que é fácil de fazer, não tem muito rococó e fica sempre bom. Desde a mistura interessante de milho com edamame, o céu é o limite no mundo dos chowders. Até fiz uma salada de corn chowder para um certo jantar de verão. Eu realmente acredito que tudo é possível, desde que faça um algum sentido.

Para esta sopa, comece com fatias de bacon da melhor qualidade [*eu uso os da Niman Ranch, que cria os animais sem crueldade e não usa antibióticos, nitritos e nitratos] cortadas em pedacinhos e frite numa panela funda de ferro. Junte uma cebola picadinha e uma batata descascada e cortada em cubinhos, refogue por uns minutos. Junte 2 xícaras de milho verde [*eu usei um saco de milho orgânico que eu tinha congelado no final do verão], refogue por uns minutos. Acrescente uns 5 pimentón de piquillo picados [ou pimentão vermelho assado], 3 xícaras de caldo de legumes ou água, deixe ferver, abaixe o fogo e cozinhe por uns 20 minutos. Tempere com sal e uma pitada generosa de pimenta cayenne. Acrescente 1 xícara de leite integral, deixe ferver. Desligue o fogo, junte bastante coentro fresco picado e sirva.