mais feijão

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Feijão é uma delicia! Eu gosto de todos os tipos, servidos em pratos frios ou quentes, temperados de todas as maneiras, mas até sem tempero o feijão é gostoso, carnudo e substancioso. Eu gosto especialmente de cozinhar os feijões e servir de maneira simples, ainda quente, como se fosse uma salada.

Para essa receita eu usei os cranberry beans, que deixei de molho na água de um dia para o outro. Cozinhei na panela de terracota em fogo baixo por mais ou menos uma hora. Os grãos devem ficar tenros, mas não podem desmanchar. Removi os grãos da panela com uma escumadeira e temperei com sal, pimenta do reino moída, um pingo de vinagre de laranja, bastante azeite e ervas frescas. Gosto da salsinha fresca no feijão, mas como só tinha coentro, foi coentro mesmo, que eu também adoro.

Você pode cozinhar o feijão com um raminho de sálvia, ou um raminho de alecrim, ou folhas de louro. Também pode jogar lá na água uns dentes de alho. Só não pode colocar sal. Depois de cozido os feijões podem ser temperados com qualquer outro tipo de erva fresca ou seca. Feijões são gentis e dóceis, além de naturalmente ultra-saborosos.

stir fry com bok choi & bambu

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Esses bok choi chegam toda semana e às vezes me deixam cansada, pois verdura é uma coisa que pode acabar numa repetitiva mesmice. Essa verdura chinesa é bem delicada e suave. Desta vez fiz uma espécie de stir fry, ou poderia dizer um fry xadrez. Usei uma frigideira de ferro por pura preguiça de pegar a wok, mas funcionou bem. Azeite mais uns pingos de óleo de gergelim, refoguei meia lata de fatias de broto de bambu, acrescentei o bok choi picadinho, temperei com sal, joguei uns amendoins turbinados com chili. Nhocnhocnhoc!

tanto talento desperdiçado

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Um doce para quem adivinhar qual das três sou eu. Algumas dicas para ajudar no prognóstico: uma é minha prima, a outra é minha irmã; o tio da minha mãe apertava nossas bochechas e dizia pra minha irmã que ela era mais linda, pra minha prima que ela era a princesa, e pra mim, cof cof, que eu era a artista. Eu poderia ter virado um Jim Carrey de saias e poderia ter feito fama e fortuna caindo de cara no pudim nos filmes de Hollywood, mas invés disso acabei apenas dandos meus tropeços privativamente no tapete da minha cozinha e caindo com a cara no pudim sem público pagante aplaudindo.
**update revelador: a única com talento pra Jim Carrey nesse trio é a primeira, altona e careteira! e é claro que eu sou a primeira. a segunda charmosinha é minha prima. e terceira fofíssima é minha irmã.

11:39 – hora de encher linguiça

Mergulho num estado de estagnação por um momento, olhando para a tela, mente vazia, nenhuma idéia, nenhum pensamento, nada. Quando então começo a pensar no almoço, no que irei comer. Não são pensamentos sofisticados, pois meu rango é sempre composto de restos requentados ou algo feito rápidamente no improviso. Mas quando chega perto do meio dia meu estômago ronca e eu começo a fazer uma avaliação mental do que tenho na geladeira, decidindo o menu du jour, porque é no almoço que eu sinto mais fome. A caixinha do calendário pula, avisando que está quase na hora de montar na bicicleta e atravessar o campus impregnado pelo cheiro de carne assada, sopa e frango frito. Passo pela horda que carrega pratinhos e caixinhas com comida, pedalo rápido pois estou com fome e os restos de ontem me esperam—delícia de rangabofe, que fica melhor ainda porque é devorado no conforto e na tranquilidade da minha casa.

O que podemos fazer

A divulgação de um video perturbador pela Humane Society precipitou o maior recall de carne da história deste país. Eu não vi o vídeo, porque não consigo. Mas não preciso ver o horror pra me sentir completamente enraivecida e desolada. O excelente food blog The Kitchn listou alguns links úteis e outros importantes para alargar os horizontes da discussão. O que importa é que o video chocou e que o USDA tomou uma atitude, que deveria se expandir e multiplicar. Pra quem ainda não sabia desses horrores, fica a pergunta—e agora, o que fazer? Pra mim a resposta é muito simples: diminuir o consumo de carnes e buscar produtos de fontes confiáveis. Eu não quero contribuir com nem UM CENTAVO para essa indústria baseada em brutalidade e crueldade. Além do meu já declarado compromisso com os fazendeiros e pequenos negociantes do Farmers Market e com os supermercados locais, ainda posso contar com uma grande ajuda—o Eat Well Guide, um mecanismo de busca para ajudar a encontrar os bons produtores na sua área. Funciona otimamente, para EUA e Canadá.

bolinhos de chocolate
[com pêssego & damasco]

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Receita do How to Be a Domestic Goddess, da Nigella Lawson, originalmente chamado de Chocolate Cherry Cupcakes, mas como eu fiz com geléia de peach-apricot, virou Chocolate Peach-Apricot Cupcakes. Ela usa a morello cherry preserve e aconselha diminuir a quantidade de açúcar caso se use uma geléia de qualidade inferior. Assumindo que a minha geléia de pêssegos e damascos poderia não ser tão sofisticada quanto a da Nigella, eu fui logo diminuindo a quantidade de açúcar de 1/2 xícara, para 1/4 xícara. Mesmo assim achei que ficou um pouco doce pro meu gosto. Se um dia eu fizer esses cupcakes novamente, vou eliminar totalmente o açúcar.

Fiquei com medo de encher totalmente as forminhas e fazer cupcakes mushrooms, e acabei não enchendo o suficiente. Deram mais bolinhos, mas eles ficaram meio baixolas. Sempre um erro de tática, levando ao acréscimo da feiura nos resultados. Mas tudo bem.

No livro, os cupcakes têm uma cobertura feita com creme de leite fresco e chocolate amargo, mas eu achei melhor pular essa parte, já que vou levar os bolinhos para os meus colegas no trabalho e cobertura melequenta não combina com container e bicicleta.

1/2 xícara – 4 oz – 113gr de manteiga sem sal
1/2 xícara – 4 oz – 113gr de chocolate meio amargo em pedaços
1 1/2 xícara de geléia de cereja – usei de pêssego e damasco
1/2 xícara de açúcar – usei 1/4, mas poderia eliminar esse item
Uma pitada de sal
2 ovos grandes batidos
1 xícara de farinha com fermento – como não uso esse produto, acrescentei 1 colher de chá de fermento em pó à farinha

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC.Coloque a manteiga numa panela de fundo grosso e leve ao fogo médio. Quando a manteiga estiver quase totalmente derretida, acrescente o chocolate picado e mexa uns minutos até ele derreter quase totalmente. Remova do fogo, continue mexendo até ficar um creme bem liso. Transfira para uma vasilha, acrescente os ovos, a geléia, o açúcar e o sal. Misture bem, com um batedor ou colher de pau. Acrescente a farinha e fermento e incorpore bem. Divida a massa entre doze forminhas de muffins e asse por 25 minutos. Deixe esfriar, transfira para uma grade.

Se for fazer a cobertura, derreta mais 113gr de chocolate meio amargo numa panela, acrescente 1/2 xícara mais 1 colher de sopa de creme de leite fresco [heavy cream], continue batendo até levantar fervura, retire do fogo e continue batendo até ficar um creme grosso. Decore os bolinhos e coloque uma cereja em calda no topo de cada um.

party of three

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Finais de semana são preciosos pra mim. Se eles forem prolongados, com um feriado na segunda então, eu aproveito cada minuto. Na segunda, feriado do dia do presidente que nas atuais circunstâncias poderia ser equiparado com o dia de finados, foi um dia ensolarado e tranquilo. Convidamos o Gabriel pra almoçar e ele veio feliz bater um ranguinho da mamãe. A Marianne estava visitando o pai em San Luis OBispo, então ele veio sozinho. Colheu uns dez limões do limoeiro e com o seu muque de quebrador zen de tábuas de taekendo espremeu todos eles com a maior naturalidade, sem nem se curvar ou suar. Fizemos uma super limonada, adoçada com nectar de agave, que eu acho que é um adoçante que fica bem suave em limonadas. Eu adoro olhar o prato que meu filho faz quando almoça aqui em casa. É uma coisa impressionante. Fico feliz pensando que ele gosta da minha comida, mas também penso o quanto ele gasta de energia e o quanto precisa repor. Meu filho come como um estivador das docas! Nesse feriado comemos, conversamos, bebemos limonada e vinho, não teve sobremesa mas ninguém se importou. Um almoçinho em família num final de semana prolongado é uma das melhores coisas dessa vida.
* comprei uma linda toalha de plástico florida para colocar na mesa do quintal e acabei usando na mesa da cozinha. achei que ficou vistosa e festiva, e deu uma atmosfera quase primaveril ao ambiente.

bolinhos de farinha de arroz
[Sue’s rice muffins]

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Para gastar a farinha de arroz que comprei para fazer a sobremesinha persa, resolvi preparar uma receita de muffins que veio impressa no próprio pacote. Ficou diferente. Não arrasou Paris em chamas, mas agradou o suficiente para virar a atração principal do chá da noite do domingo. O que eu gostei mesmo é que essa receita faz apenas 6 unidades, o que evita o desperdício.

Numa vasilha coloque:
1 ovo da galinha feliz
1/2 xícara de liquido—água, suco de fruta, leite, iogurte *usei leite
2 colheres de sopa de açúcar
1 xícara de farinha de arroz
2 colheres de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de nozes picadas ou 1/4 xícara de passas ou outro tipo qualquer de fruta seca *usei black currant berries

Bata tudo muito bem, coloque em seis formas de muffins untadas ou cobertas com forminhas, asse em forno pré-aquecido em 425ºF/ 220ºC por 20 minutos.

croxetti com molho de nozes

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O Edu apelidou o empório Santa Luzia em São Paulo de sex-shop e eu concordo plenamente com o cognome, mesmo sem nem conhecer o lugar. Não querendo ser uma imitonilda invejozinha, mas vou ter que contar que também tenho o meu sex-shop, que freqüento uma vez por mês. O meu chama-se Corti Brothers e fica em Sacramento. Lá se pode encontrar absolutamente de tudo. Darrell Corti, o atual proprietário e filho de um dos irmãos que abriram o negócio juntos em 1947, é considerado pelo editor da revista Saveur como o cara que mais entende de comida e vinho, como nenhum outro no mundo. Isso já diz tudo sobre o meu fabuloso e excitante sex-shop—pisc!
Talvez por causa da ascendência de Darrell Corti, os produtos italianos abocanham um espaço bem influente dentro do supermercado. A seção das massas de macarrão é um bom exemplo. É um corredor inteiro dedicado às pastas, das artesanais às industriais, das simples às sofisticadas, as tradicionais e as modernas, de todos os preços, mais da metade delas importadas da Itália. Eu fico lá, naquele imenso corredor, andando pra lá e pra cá completamente atordoada. Minha famosa librianice fica atacada quando estou no Corti Brothers, porque simplesmente não sei o que escolher com tantas opções e variedades.

Desta vez trouxe um estoque de pasta que vai durar um tempo. A primeira, que não dava para esperar pra preparar, foi a croxetti, uma massa artesanal típica da Liguria, no norte da Itália. É recomendado que ela seja servida com pesto. Mas no pacote tinha uma receita de molho de nozes, que foi o que eu decidi fazer. Ficou bem interessante. A pasta parece uma hóstia grossa e cozinha bem rápido. Achei bem leve. O molho também ficou incrivelmente delicado. Eu preferiria que tivesse ficado mais cremoso e menos pedaçudo. Se fizer outra vez vou colocar um pouco mais de azeite e de creme e vou bater tudo junto no processador.

molho de nozes – walnut sauce
Coloque 2 xícaras de nozes numa vasilha e encha com água fervendo. Deixe descansar por 3 minutos. Escorra e moa as nozes no processador. Acrescente 4 colheres de sopa de azeite, 2 colheres de sopa de creme de leite fresco [heavy cream]. Tempere com sal e pimenta do reino moída a gosto. Misture bem e tempere o macarrão cozido com esse molho, misturando bem para incorporar. Sirva com bastante queijo parmigiano peggiano ralado na hora.