clafoutis de tomate assado

clafoutis-tomate1.jpg

É triste ver os tomates desaparecendo lentamente do mercado. Nas últimas edições do Farmers Market de Woodland, cada vez menos produtores trazem tomates para vender e alguns já encerraram sua participação neste evento sazonal. Por isso estou aproveitando enquanto posso, pois só irei comer tomate fresco novamente no próximo verão. Com os pequenos e doces tomates cerejas fiz esse clafoutis baseado numa receita da revista Whole Living.

700 gr de tomates cerejas [orgânicos]
2 dentes de alho cortados em fatias finas
2 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
2 colheres de sopa de folhas de tomilho fresco
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
5 ovos caipiras grandes
1/4 xícara de amido de milho [maizena]
3/4 de xícara de leite
30 gr de queijo Manchego
Folhas de manjericão fresco

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Numa assadeira coloque os tomates e tempere com o alho em fatias, o azeite, as folhas de tomilho e o sal e pimenta. Leve ao forno por uns 30 minutos u até os tomates ficarem meio caramelizados. Remova do forno e deixe esfriar um pouco. Abaixe a temperatura do forno para 350ºF/ 176ºC. Numa vasilha coloque os ovos, o amido de milho, o leite, o queijo manchego, uma pitada de sal e as folhas de manjericão e bata bem com um batedor de arame. Despeje essa mistura sobre os tomates assados e retorne ao forno. Asse até a superfície ficar bem dourada, por uns 35 ou 40 minutos. Remova do forno e sirva morno ou em temperatura ambiente.

clafoutis-tomate2.jpg

paletas de noz pecã

paleta-nozes_2S.jpg

Essa foi minha primeira paleta mexicana feita com receita do livro da Fany Gerson. Usei as pecans que vieram diretamente do sul dos EUA, trazidas pelos nossos primos que vivem em Atlanta. Achei a paleta gostosa mas um pouco doce demais pro meu paladar, talvez por causa do uso do leite condensado.

3 xícaras de half and half*
[*metade leite integral, metade creme de leite fresco]
1 lata de leite condensado
2 colheres de chá de extrato puro de baunilha
1/4 colher de chá de sal
2 xícaras de nozes pecans quebradas

Misture todos os ingredientes numa vasilha e deixe macerando por uma meia hora. Bata tudo no liquidificador e passe por uma peneira. Coloque o líquido numa jarra para facilitar e despeje nas forminhas de fazer picolé. Coloque os palitos e leve ao congelador por no mínimo seis horas. Para desenformar é só molhar a base das formas em água quente e voilá.

the spice rack

SPICERACK.jpg

A minha casa tem inúmeros detalhes incomuns. Algumas coisas te deixam pensando pra que será que serve [serviu] isso? Certamente o detalhe mais intrigante é o cômodo com porta de ferro construído num dos cantos do basement. Muita gente já palpitou—é um bomb shelter, é compartimento para guardar munição, é câmera fria para guardar mantimentos, eteceterá eteceterá. Mas ainda não esclarecemos o mistério.

Outra coisa que me intrigou foi esse armarinho numa das paredes da minha cozinha vintage. Pela cara da coisa acabei concluindo que fosse para se guardar temperos. Não consegui imaginar outra possibilidade de uso para esse espaço estreito e longo. E foi lá que ajeitei todos os meus vidrinhos de pozinhos, ervinhas e especiarias.

A questão foi clarificada quando uma amiga veio me visitar. Ela olhou para o armário e disse—Fer, isso aí é uma tábua de passar roupa embutida! Quer dizer, era. Ali tinha uma tábua, daquelas que abria e fechava. Como era muito comum nas casas dos tempos antigos. Passava-se roupa na cozinha, mas a tábua e o ferro ficavam escondidos nesse armarinho engenhoso. Fez todo o sentido, tem até uma tomada elétrica numa altura pouco comum e uma placa de metal para apoiar o ferro. Com o passar dos anos a tábua foi removida e acrescentaram umas madeiras extras para fazer as prateleiras. Bingo!

bircher-benner muesli

bircher-muesli

Não consigo me lembrar onde foi que vi a receita original do bircher-benner muesli, mas sei que foi há muitos anos, quase uns trinta, pois quando comecei a fazer esse cereal matinal meu filho ainda era um bebezinho. Lembro da pequena cozinha do meu primeiro apartamento e como eu colocava a aveia de molho na água numa pequena cumbuquinha e de manhã cedo ralava a maçã e preparava o muesli. Pra mim, que sou famosa por não ter apetite matinal, começar a comer esse cereal foi a epitome da mudança de hábitos. Hoje eu faço o muesli regularmente durante os meses em que encontro maçãs locais para comprar. Adoro levar para o meu snack matinal no trabalho. Não deixo mais a aveia de molho, mas costumo preparar o muesli na noite anterior e deixar guardado num potinho de vidro com tampa na geladeira.

Essa é a maneira como eu preparo o meu bircher-benner muesli, mais fiel à receita original possível: numa tigela coloque um pouco de aveia em flocos grossos, junte em camadas uma maçã ralada, suco de limão, leite condensado [prefiro normalmente o mel, ou nectar de agave, ou algum tipo de açucar mascavo], um pouco de iogurte natural e amêndoas tostadas por cima. Consuma imeditamente ou guarde num vidro para comer no dia seguinte.

bolo de avelã & chocolate

bolo-avelachoc_1S.jpg
bolo-avelachoc_2S.jpg
Como posso resistir à moça da fazenda orgânica oferecendo ovos de pata caipira, dizendo que eles eram mais “cremosos” que os de galinha? Comprei meia dúzia e segui o conselho que ela me deu de fazer bolos com eles. Essa receita já estava engatilhada, eu apenas substituí os três ovos de galinha por dois de pata. O bolo com avelã e chocolate é algo especial, fica o fino da bossa com qualquer tipo de ovo. Só fazendo e comendo pra entender. Nem preciso dizer que não sobrou migalha.
180 gr de açúcar mascavo
3 ovos de galinha caipira [*usei 2 de pata]
250 gr de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento em pó
125 gr de manteiga
150 gr de avelãs
60g de chocolate amargo [70%]
Numa panelinha derreta a manteiga [pode fazer numa tigelinha no microondas]. No processador moa as avelãs. Pique o chocolate em pedacinhos pequenos. Na batedeira bata bem o açúcar com os ovos até ficar um creme. Adicione a farinha e o fermento em pó. Bata bem. Junte a manteiga derretida, misture bem e junte as avelãs e o chocolate. Unte uma forma de assar pão com um pouco de manteiga. Pré-aqueça o forno em 355°F /180°C. Coloque a massa na forma e leve ao forno por 15 minutos. Abaixe a temperatura do forno para 320°F /160°C e continue assando até o bolo ficar com uma crosta crocante por cima e totalmente cozido por dentro, mais uns 40 minutos. Remova do forno, deixe esfriar, desenforme numa travessa e sirva.
bolo-avelachoc_3S.jpg

[na colheita]

colheita tomate colheita tomate
colheita tomate colheita tomate
colheita tomate colheita tomate

Este verão foi um bom verão para os tomates. Não tivemos quase chuva no inverno e primavera, mas quando o calorão chegou, ficou estável por meses. Dias bem quentes, noites frescas. Imagino que tenha sido um ano de excelente safra. Os campos não estão tão pertos do meu caminho como no ano passado. Mas vi bastante colheita, desta vez um pouco mais de longe e sem muita vontade de ficar correndo pelo acostamento da estrada poeirenta tentando tirar fotos. Cliquei um caminhão aqui, outro ali, outro acolá no horizonte, cruzando a ponte do outro lado da pista. Vi muitos deles indo e vindo, completamente cheios e derrubando frutas pelas curvas ou já vazios voltando para pegar mais tomates nos campos. Vi muitas carretas cheias esperando os caminhões levá-las para as enlatadoras. As grandes plantações de tomates desta região são para enlatar e fazer catchup. São tomates comuns no formato, mas impressionantes na quantidade e qualidade. Diferentes dos vendidos para o consumo, que são um outro espetáculo—um caleidoscópio de cores, sabores e formatos que alegram os nossos olhos e paladares durante todo o verão.

berinjela com chermoula
tabule e iorgute grego

berinjela-tabule_4S.jpg

Quando a minha amiga Valentina me enviou o link para o documentário Jerusalem on a Plate do chef Yotam Ottolenghi dizendo que eu iria gostar, eu imaginei que com certeza iria, mas não podia imaginar o quanto. Fiquei absolutamente emocionada. Nunca tinha pensado muito sobre Israel e a mistura de culturas que se entrelaçam no cotidiano daquele país. Nunca parei pra pensar quanta influência, de tantas e tantas cozinhas aquele pais reúne. Fiquei encantada e feliz em descobrir que as receitas dessa viagem do Ottolenghi já foram compiladas num livro. Reservei o meu exemplar de Jerusalem que será lançado aqui nos EUA somente no meio de outubro. Mas pra aplacar a minha ansiedade de ver e fazer as receitas, o jornal The Guardian publicou algumas delas e essa berinjela foi a primeira que eu fiz. O tabule realmente não é novidade, mas o molhinho chermoula foi e é ele que faz toda a diferença nesse delicioso prato. Usei essas lindas e fotogênicas berinjelas listradas que eu tinha comprado naquele mesmo dia no Farmers Market de Woodland.

2 dentes de alho amassados
2 colheres de chá de cominho em pó
2 colheres de chá de coentro em pó
1 colher de chá de pimenta vermelha em flocos
1 colher de chá de páprica doce
2 colheres de sopa da casca de um limão em conserva
140ml de azeite de oliva
Sal a gosto
2 berinjelas médias
150g de trigo para kibe [bulgar]
50g de passas pequenas [currants/sultanas]
10g coentro fresco picado
10g hortelã fresco picado
50g de azeitonas verdes picadas
30g de lascas de amêndoas torradas
3 talos de cebolinha picados
1e 1/2 colher de sopa de suco de limão
120g de iogurte grego

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 200ºC. Faça a chermoula colocando numa vasilha o alho, cominho, coentro, pimenta, páprica e limão em conserva, sal e 2/3 do azeite de oliva. Misture bem e reserve.

Corte as berinjelas em fatias bem grossas e faça cortes com a faca em diaginal e depois cruzando, tomando cuidado para pão perfurar até o outro lado. Coloque as fatias sobre uma assadeira forrada com papel alumínio e com uma colher coloque a chermoula por cima de cada fatia. Leve ao forno e asse até as berinjelas ficarem macxias, por uns 40 minutos.

Enquanto isso coloque o trigo de molho em água fervendo e deixe amaciar bem. Coloque as passas de molho em água morna. Escorra o trigo e as passas e misture os dois numa vasilha. Junte o restante do azeite, as ervas picadas, azeitonas, amêndoas, o suco de limão e sal a gosto. Misture bem e reserve.

Na hora de servir, coloque o tabule sobre as berinjelas assadas, coloque iogurte grego por cima, polvilhe com coentro e amêndoas torradas se quiser, tempere com mais azeite de oliva e sirva.

berinjela-tabule_3S.jpg