bolinhos de milho e creme azedo

cornmealcupcake.JPG

Quando vi essa receita de cupcake no blog winosandfoodies.com resolvi guardá-la, pois gostei da misturinha de cornmeal, sour cream e Grand Marnier. Também me animei, porque iria poder gastar meu licor. Tonha da Lua que sou, comprei uma garrafa de Grand Marnier e uma semana depois esqueci que tinha comprado e comprei de novo. Então tenho duas garrafas e preciso usar – que venham receitas assim!

Como eu tinha um chá de bebê para ir e precisava levar um quitute, achei que esses cupcakes seriam perfeitos para a ocasião. Enrolei até quando pude, porque vocês sabem, não sou uma baker – asso pouquíssimo e não sou muito boa com bolos, cookies. Mas respirei fundo, tomei coragem e mandei bala.

Primeiro problema logo no início: as medidas em gramas. Eu não tenho uma balança. Worry no more – não tenho balança, mas tenho um marido engenheiro, que foi calculando mais ou menos a densidade dos ingredientes e a sua respectiva medida em ounces. Esse processo dele medindo densidade me irritou profundamente e fez com que eu me atrapalhasse toda, errando na medida de sal e jogando os ingredientes na batedeira sem perceber que tinha que separar os secos dos molhados e depois juntar. Aaaaah, foi tudo numa gororoba só, misturei e coloquei nas forminhas. Assou e – MILAGREEEEE – ficaram bons! Tão bons que o “you-know-who” elogiou, os cupcakes sumiram na festa e a amiga grávida pediu pra ficar com os últimos. Iaruuuu, vitória, eu fiz cupcakes e eles ficaram gostosos!!

Sour Cream Cornmeal Mini Cakes
150 g [10 oz] de farinha de trigo
150 g [10 oz] de cornmeal
200g [ 8 oz] de açúcar
2 colheres de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal
3 ovos caipiras
360 g de sour cream
170 g [um tablete e meio] de manteiga sem sal derretida
1 colher de chá de vanilla paste * não tinha, não usei
1 colher de sopa de Grand Marnier

Aqueça o forno a 350ºF/180ºC.

Unte duas formas de 12 muffins [eu usei as forminhas de papel dentro das formas de muffin]

Misture a farinha, cornmeal, açúcar, fermento e sal. Bata os ovos. Junte o sour cream. Misture bem, Adicione os ovos batidos. Adicione a baunilha e o Grand Marnier. Bata bem. Jogue essa mistura na mistura de ingredientes secos. Misture bem e coloque colheradas da massa nas forminhas. Asse por 20 minutos, ou até os bolinhos ficarem dourados. Deixe esfriar numa grade e salpique com açúcar de confeiteiro.

quanto mais eu rezo, mais assombração aparece

Vamos chamar o dia de desastre. Absolutamente tudo o que eu fiz ficou ruim. Maldita mania de querer inventar. Pago o pato quando acho que posso. Gastei uma caixa de morango e outra caixa de amoras, gastei creme de leite, fermento, farinha, tempo, expectativa.
A sobremesa de morango fez o meu marido “passar mal”, dá pra imaginar. Eu não vi nada de errado com ela, mas ele ficou se sentindo esquisito, até deitou no sofá, mise en scène total. Fiquei preocupada e me sentindo culpada.
A sobremesa de amoras ficou com gosto de nada, e pra completar o cenário tétrico, ainda ficou feia. Tentei consertar, adicionando uma mistura de creme de leite – bleargh! Me irritei com a falação de “you-know-who”, que ficava sugerindo para quem eu poderia servir a gororoba roxa.
Ainda fui fazer uma massa de pizza que começou a dar errado quando eu vi que o fermento não espumou, mas eu decidi ir em frente assim mesmo. Uma massa com farinha de trigo e semolina, ficou cheirosa, mas não cresceu. Quer dizer, na receita dizia – deixar crescendo por três horas num local arejado ou durante a noite na geladeira. Eram sete da noite quando li o detalhe das três horas, então optei pela noite na geladeira. Hoje pela manhã a massa estava um tijolo. Ainda tentei abrir, mas qual o quê?
O que mais? Não quero nem saber. Hoje pedimos comida num restaurante. Vou ficar aqui bem quietinha. Shiu….

bananas flambadas ao rum

Minha inquilina passou o final de ano no Caribe e me trouxe de presente uma garrafa de rum e uma caixa de charutos feitos a mão na República Dominicana. Eu agradeci e pensei —o que vou fazer com isso? Os charutos eu ainda não sei, mas com o rum eu decidi fazer algumas comidinhas. A primeira delas veio rapidinho enquanto eu pesquisava receitas com a bebida.

rumdominicano.jpg

Bananas Flambadas ao rum
4 bananas maduras e firmes cortadas ao meio no sentido do comprimento
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
1/4 xícara de açúcar mascavo
1/2 xícara de rum escuro
Crème fraîche ou sour cream para acompanhar
Numa frigideira larga derreta a manteiga e o açúcar, mexendo bem. Adicione as bananas e frite dos dois lados. Vire com cuidado para elas não quebrarem.
Adicione a xícara de rum e flambe – muito cuidado nessa hora – até todo o álcool evaporar. Sirva imediatamente com uma colher de creme no topo.

bananaflambada1.JPG bananaflambada2.JPG

sopa de jerusalem artichoke

jesrusalemartichokes.JPG

A primeira vez que li sobre a alcachofra de jerusalem foi no livro da Isabella Beeton. Achei que era uma variedade da alcachofra normal, mas depois que a vi que saquei que ela é uma raiz, também chamada de sunroot ou sunchoke. Tem uma explicação muito boa sobre essa raiz na wikipedia. Ela lembra muito a textura do gengibre, mas o sabor se assemelha muitíssima ao coração da alcachofra. Eu fiz uma sopa bem simples com elas e um alho poró. Mas deixo aqui a receita da Isabella Beeton para uma sopa mais incrementada, usando essa raiz interessante.

Jerusalem Artichoke Soup
(A White Soup)
3 fatias de bacon ou presunto
Talos de salsão
1 nabo
1 cebola
100 gr de manteiga
2 quilos of jerusalem artichokes
1/2 litro de leite fervendo ou 1/4 de litro de creme de leite
Sal e pimenta cayenne a gosto
2 1/2 litros de caldo de legumes

Coloque o bacon/presunto e os legumes, tudo cortado em fatias numa panela com a manteiga. Refogue tudo por uns 15 minutos, mexendo sempre. Lave e descasque as alcafrofras, corte em fatias, adicione na panela e junte o caldo de legumes. Deixe ferver até tudo virar uma polpa cremosa, adicione os temperos – sal, pimenta – deixe ferver por mais 5 minutos e passe a sopa por uma peneira [liquidificador hoje, né genteee!], Retorne a sopa para a panela e deixe ferver de novo por mais 5 minutos. Adicione o leite ou creme de leite fervendo. Sirva com pequenos pedaços de pão frito na manteiga.

Leite Queimado

leitequeimado.JPG

Há dias de inverno em que até os ossos tremem. Sei lá por que, dá aquela friaca, um telecoteco físico, que só esquenta se você mergulhar o corpão num banho fervendo, ficar com os pés em cima do aquecedor ou tomar alguma coisa quente bem substanciosa. Meu reino por um sopão! Mas na hora do almoço não tinha sopão. Beber o que, então? Chá? Nãã… Chocolate? Nããã…

Lembrei do leite que minha mãe costumava fazer e que bebíamos nas noites geladas de inverno, quando anunciavam que ia ter geada e éramos obrigados a vestir o joguinho de camisola e calça de flanela, que minha mãe mandava fazer especialmente para essas noites—caso nos descobríssemos dos acolchoados de lã de carneiro ou de penas de ganso. Com a calça por baixo da camisola não corríamos o risco de pegar friagem nas pernas. Com as crianças, o seguro morria de velho!

Então nessas noites frias, minha mãe preparava o Leite Queimado, que nós bebíamos como se fosse um néctar. Ele servia também para abaixar febre, acalmar dores de garganta, tratava do frio e de qualquer eventual achaque piriritico de criança inventadora de moda. E como aquilo esquentava, mãe do céu! Eu, que sempre fui uma pessoa avessa aos apertamentos e confinamentos de qualquer espécie, já ficava toda incomodada com tanta roupa, puxava a calça de flanela com os pés e a deslizava para fora do acolchoado. Minha mãe enlouquecia com isso!

Hoje, me esquentei na hora do almoço com uma xícarazona do Leite Queimado, que sempre que acho que preciso, faço. E é a coisa mais simples e fácil.

Derreta duas [ou três, ou quatro—dependendo do tamanho da sua gana pelas cousas dolces] colheres de açúcar numa panela em fogo médio. Eu usei açúcar demerara, mas pode usar qualquer outro, branco, mascavo. Quando o açúcar estiver derretido, jogue uma xícara de leite e mexa bem, até todo o caramelo derreter novamente e se misturar no leite. Apague o fogo, transfira o Leite Queimado para uma xícara e beba imediatamente, sentindo o vapor do leite no rosto e queimando um pouco os beiços [faz parte!]. Depois me diga se não esquentou…

para pincelar bem pincelado

pinceis.JPG

Esses pincéis que não tem muita cara de pincel, eu comprei na IKEA há uns 3 ou 4 anos. Quando vi, achei que nem iriam pincelar direito, mas como adorei o design comprei sem nem piscar. Quando chegou a hora de usá-los, me surpreendi com a qualidade das pinceladas. Eles pincelam eficientemente como qualquer pincel, sem falar que têm um visual funky e são fáceis de lavar.

Ter ou não ter?

Eu confesso que ainda olho com muita cautela e desconfiança para certos utensílios de cozinha feitos de silicone. Adoro minhas espátulas, meus pincéis sem cara de pincéis, e o meu mais novo Caco pega-panelas. Comprei outro dia um forro de silicone para assadeiras. Ainda não usei. Já vi muitas formas para bolo ou muffins, até da Le Creuset, mas sinceramente elas ainda não me seduziram. Olho, olho, coço o queixo, penso, penso, mas continuo silicon-ess em termos de formas. E não é nem questão de preço, pois aqui essas formas não custam tão super mais caro que as de metal, e algumas ainda veem acompanhadas de um suporte—uma pequena ajuda para a moleza do produto.
Hoje saiu um artigo no NY Times comentando e avaliando os utilitários de silicone. A jornalista fez até uma lista dos itens que ela recomenda e não recomenda. Acho que a minha intuição estava certa quanto às formas de bolo. Parece que na prática nem tudo funciona tão bem quanto se imagina. Vou continuar olhando, coçando o queixo e pensando…

três coisinhas boas

lemonsaltandpepper.JPG

Uma coisinha boa é um chazinho de gengibre: põe água numa panela, joga muitos pedacinhos de gengibre ralado bem fininho, uns cravos da índia e o suco de um limão. Ferve por uns minutos, coa na xícara, adoça com mel e glup, glup, glup, hmmmmmm….
Outra coisinha boa é o sal de limão, feito com a casca do limão que foi usado no chá. Raspa ele todinho com o raspador/ralador, mistura as raspas no pilão [óia tô usando!] com sal marinho e põe numa vasilha pra secar. Secando, coloque num container com tampa e use como quiser.
A última coisinha boa é essa pimentinha perdida, que eu achei no fundo da minha cesta orgânica. Tirei foto dela, porque agora só vou ver outra assim no meio do verão.