Misty na janela

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Essa foto foi feita durante os nossos primeiros dias morando nesta casa. Quando mudamos pra cá, nós só tinhamos o Misty. A vida ainda era pacata para esse pobre gato, que hoje vive sendo perseguido pelo enlouquecido Roux. Bom, não tínhamos cortinas na cozinha, e as roseiras que hoje cobrem praticamente toda a parte de baixo das janelas – nos dando um bocado de privacidade, tinham sido podadas pelos jardineiros que cuidam da vila. Então essa bay window foi a televisão do Misty por alguns meses. Eu sempre enroladora, não sabia como iria cobrir essas janelas. Quando compramos a casa ficamos extremamente durangos por um bom tempo. Um dia, quando minha mãe estava aqui me visitando, ela me disse que uma amiga dela foi lhe contar – ah, passei pelo Aggie Village ontem à noitezinha e vi você, sua filha e seu genro jantando! Quando eu ouvi isso, falei – agora chega, vou pôr qualquer cortina nessas janelas. E assim fiz! Comprei três cortinas azuis, que estão até hoje penduradas ali. Agora chegou a hora de trocá-las. Muita coisa mudou, as roseiras cresceram, as cortinas desbotaram de sol, e o Misty perdeu o seu sossego e a sua televisão.

amorous duo

Dando uma geral na minha cozinha outro dia, achei umas revistas Cooking Light, que eu não folheava há anos. Numa delas, de novembro de 1999, achei uma receitinha para uma sobemesa refrescante que fez a minha cabeça. É um sorvete, mas a receita é light. Pode ser adaptada para não ser, se esse for o gosto do freguês. É só trocar o low-fat frozen yogurt por um regular, ou um simples sorvete de baunilha.
3 colheres de sopa de xarope de romã
2 colheres de sopa de amaretto
1 xícara de low-fat frozen yogurt sabor baunilha
1/2 xícara de gelo picado – eu achei que isso deixou o sorvete muito líquido. fiz sem o gelo e achei que ficou melhor, mais consistente
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até ficar bem misturado. Serve duas porções. Também achei que bater no liquidificador foi uma tarefa árdua. Na segunda tentativa eliminei o gelo e somente misturei bem os ingredientes com um batedor, e ficou perfeito.

Found Julia

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Quando o livro póstumo da Julia Child sobre os anos em que ela e o marido Paul Child viveram na França, escrito pelo seu sobrinho-neto, foi lançado em abril, todo mundo – eu inclusive – correu pra comprar o seu exemplar. Uma pena que a minha falta de tempo, adicionada à lista infindável e sempre crescente de livros que eu pretendo ler, me faz acabar não lendo nada. Mas outro dia puxei um livro de uma pilha sobre uma mesinha e achei My Life in France, que estava esquecido e soterrado por outros volumes. Vamos ver se agora eu tomo vergonha e me organizo pra começar a pôr as leituras em dia. Esse livro da Julia vem cheio de fotos em P&B da americana desengonçada fazendo aulas no Le Cordon Blue na década de 50. Como eu pude soterrá-lo por tantos meses!

um nabo para todos

De um blog que eu adoro, o Monólogo da Isabel:

a necessidade, o hábito e a falta de planeamento, fazem de mim uma frequentadora diária de mercados, supermercados, mercearias, talhos. hoje, descurei e já falta água, uvas e café. criados em tempos de abundância dificilmente as crianças da casa concebem não ter à disposição milhentos produtos e variedades de alimentos.eu lembro-me de iogurtes, bolos, compotas e marmelada feitos em casa, e dos supermercados serem dois corredores pequeninos onde se ia comprar leite do dia que tinha que se ferver (e tinha nata, esse pesadelo da infância).

curioso, em tempos de abundância, é ouvir os filhos cantar a aterradora história de Pollicino, história de fome que mete pais lenhadores que abandonam os filhos na floresta, lobos e ogres.

-o que há para jantar?
-há um nabo. às fatias
-só um nabo?
-um para todos

imaginas o que é não ter nada para comer? perguntei-lhes. não imaginam, nem eu… (porque a dieta a que me obrigo – é fome, mas não é essa fome).

sopa cremosa de cogumelos

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Fazia tempo que eu queria tentar fazer em casa a sopa de cogumelos que comemos num restaurante no Napa Valley. Comecei a buscar por uma receita que tivesse o profile que eu precisava. Procurei, procurei e tudo que eu achava ia creme de leite, sherry. No final achei uma receita no French Country Cooking da Elizabeth David, que eu usei como base. Ela pedia bacon, que eu eliminei. E não pedia cebola, que eu adicionei, pois precisava gastar uma metade que estava na geladeira.
300 gr. de cogumelos crimini
2 xícaras de água
2 1/2 xícara de leite
3 colheres de sopa de farinha de trigo
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
sal e pimenta do reino a gosto
1/4 de uma cebola branca.
Coloque os cogumelos limpos numa panela com a água e deixe ferver. Enquanto isso refogue a cebola bem picadinha [pode moer, se quiser, pra não ficar pedaços na sopa] na manteiga. Dissolva a farinha no leite e acrescente à cebola refogada. Vai mexendo com o batedor até engrossar ligeiramente. Bata os cogumelos cozidos no liquidificador até eles virarem uma pasta bem leve. Acrescente a pasta de cogumelo e a água do cogumelo ao molho branco. Mexa bem para incorporar e cozinhe por um minuto. Adicione sal e pimenta do reino a gosto. Desligue o fogo, acrescente chives picadas e um fio de azeite de trufas brancas. Sirva quente ou morno.
Mas posso acreditar que essa sopa ficou parecidíssima com a do restaurante, muito deliciosa, com um sabor bem pungente dos cogumelos crimini. Missão cumprida!

Scones de damasco seco com sálvia

Essa receita veio numa edição da revista Martha Stewart Living. Quando eu vi, achei super interessante a mistura da fruta com a erva. Sálvia, para mim, é uma erva bem difícil de usar por ela ter um cheiro e sabor muito forte e enjoativo. Eu costumo colocar no frango de vez em quando, mas não ouso inovar muito com ela. Essa receita me deu a chance de usar essa erva, que misturada com o ácido/doce do damasco ficou perfeita.

Sage & Dried Apricot Scones
2 xícaras de farinha de trigo
1/4 xícara de açúcar
1 colher de sopa de fermento em pó
3/4 colher de chá de sal
5 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada cortada em pedacinhos
1 xícara de damascos secos picados
2 colheres de sopa, mais 1 colher de chá de folhas de sálvia fresca picadinhas
1 xícara de creme de leite fresco [heavy cream], mais um pouco para pincelar
Açúcar demerara – opcional
Pré-aqueça o forno em 375ºF [190ºC].

Numa vasilha grande, misture a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Vá colocando a manteiga aos poucos e amassando com os dedos ou faça no food processor, com a lâmina para massas. Misture bem até a massa ficar com uma consistência grossamente granulada. Misture os damascos e a sálvia. Adicione o creme de leite e amasse com as mãos até a massa ficar compacta. Coloque a massa numa superficie enfarinhada e molde num círculo de uns 20 cm e não muito grossa [3 cm]. Corte o círculo em triangulos sem destacá-los. Coloque o círculo cortado em triângulos numa assadeira forrada com papel manteiga. Pincele toda a massa com o creme de leite e salpique com o açúcar demerara. Asse por 30 minutos, até a massa começar a ficar dourada. Deixe esfriar numa grade por 10 minutos.