salada de tomate e ovo

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Essa é a saladinha de número 51 na lista do Mark Bittman e apesar de extremamente simples, fica muito gostosa. Foi uma das minhas favoritas até agora. Numa travessa coloque fatias de tomates super maduros [usei um heirloom] e por cima fatias de ovos caipira cozidos. Salpique um punhado de azeitona verde picadinha por cima e tempere com um molho feito com azeite extra-virgem, vinagre sherry [Jerez], uma pitada de sal e uma colherzinha de chá de páprica defumada picante [pimentón de la vera]. Sirva.

salada de tomate & pêssego

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Reorganizei minha estante e tirei de lá um livro que eu não abria há muitos anos. Quando abri achei dentro dele umas páginas, impressas da coluna do Mark Bittman no New York Times—The Minimalist. Era apenas uma lista maravilhosa com 101 saladas para o verão publicada no jornal em 2009. Eu tenho certeza que fiz algumas das saladas dessa lista, mas não fiz o suficiente. Comecei a olhar as receitas, que são explicadas com pouquíssimas palavras, e me deu um siricotico. Passei alguns dias fazendo uma salada atrás da outra e vou publicar as que mais gostei, começando por essa que ficou absolutamente divina-maravilhosa. Use os melhores tomates, os mais maduros possíveis, naquele momento crucial de madurice quase explodindo, mas ainda firme. Os pêssegos também devem estar bem maduros, mas não muito moles.

Numa travessa ou saladeira coloque alguns tomates bem maduros e cortados em fatias diagonais, adicione uns pêssegos cortados da mesma maneira, fatias finérrimas de cebola roxa, umas folhinhas de coentro fresco, salpique com pimenta vermelha em flocos, uma pitada de sal marinho [uso sempre o Maldon], um fio de azeite extra virgem, e suco de limão [usei o tahiti]. Sirva e repita.

o doce é o figo

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Esses lindos figos já aparecerem algumas vezes por aqui. Não sei que variedade é essa, mas posso afirmar que é a mais doce, suculenta e deliciosa. Eu compro de um pequeno produtor que tem uma banquinha bem pequena no Farmers Market de Woodland. No ano passado era a filha que vinha vender os produtos aos sábados [e guardava figos pra mim]. Este ano é o pai, que mal fala inglês, mas está sempre sorridente. Eles são uma familia mexicana da cidade de Esparto, a uma meia hora daqui. Quando eu vejo esses figos, que normalmente aparecem na segunda rodada da estação, em agosto, eu compro todos! E devoro assim puro, porque eles não precisam de nada. O doce já é o próprio figo.

wine country, Oregon

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Saímos de Portland na manhã do 4 de julho porque achamos que não valia a pena ficar na cidade no feriado quando tudo fecha. O Uriel queria conhecer o wine country do Oregon e fomos descendo em direção à California e olhando as vinícolas no Yelp, selecionando as que estavam abertas. O Oregon é bem famoso por produzir excelentes Pinot Gris, um vinho branco bem refrescante. A Oak Knoll foi primeira vinícola que paramos no Willamette Valley. Por uma taxa de $5 pode-se fazer um tasting de seis vinhos, eu escolhi os brancos, todos deliciosos. Seguimos para mais outras vinícolas, na David Hill eu apenas comprei uma taça de pinot gris e fizemos um mini picnic numa das inúmeras mesas espalhadas pelo local. A nossa, sobre a sombra de uma antiga macieira, dava uma vista espetacular das montanhas e do vale. Os caminhos entre uma vinícola e outra eram rusticos e tortuosos. Algumas estavam fechadas, mesmo com indicação de aberto no Yelp. Isso acontece muito. Mas foi um passeio super agradável. A Amity Vineyards, a última vinicola onde paramos, era isolada no alto de um morro, com uma vista encantadora do entardecer. Os oreganians são muito simpáticos e os atendentes de todas as vinícolas nos explicaram muitas coisas sobre as uvas, a produção e os vinhos. Valeu muito a pena o passeio, mesmo num dia em que nem tudo estava aberto. Numa parte do caminho passamos por uma fazenda de berries—o Oregon é bem famoso por suas deliciosas frutinhas silvestres. Paramos para comprar algumas e encaroçar pela lojinha cheia de coisas cheirosas, saborosas e bonitas. Dormimos nossa última noite no Oregon e no dia seguinte fizemos uma boa esticada na estrada, quando vimos já estávamos novamente na Califórnia.

bolinhos de damasco fresco

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Acho que neste momento não tenho mais nenhuma assinatura de revista impressa. Todas as que assino hoje [e são muitas!] estão no formato eletrônico para iPad. Mas isso não quer dizer que eu estou conseguindo ser mais eficiente na leitura. Muito pelo contrário. Continuo a mesma lesma-lerda lendo revistas com meses de atraso. Numa Bon Appetit de não sei quando, fiquei encantada com uma reportagem sobre um picnic e marquei absolutamente todas as receitas. Uma delas era a desses bolinhos. Sorte a minha que ainda achei damascos frescos para comprar no Farmers Market. Mas se não tivesse achado teria feito com pêssegos ou nectarinas.

1 xícara de farinha de trigo
1 e 1/2 colheres de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal kosher
6 colheres de sopa de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1/3 xícara de açúcar
1 ovo grande
1 colher de chá de raspas de casca de limão [*usei o verde, tahiti]
1 colher de chá de extrato de baunilha
1/3 xícara de leite integral
4 damascos cortados em fatias
2 colheres de sopa de açúcar demerara

Pré-aqueça o forno a 350°F/ 176ºC. Unte doze forminhas de muffins com manteiga. Reserve. Misture a farinha, o fermento e o sal em uma tigela média. Na batedeira bata a manteiga e o açúcar até formar um creme, por cerca de 2 minutos. Adicione o ovo, as raspas de limão e a baunilha e bata para misturar bem. Com a batedeira em velocidade baixa acrescente os ingredientes secos em três adições, alternadamente com o leite, começando e terminando com os ingredientes secos. Divida a massa entre as forminhas [encha apenas 1/3]. Coloque duas fatias de damasco sobre a massa e polvilhe com o açúcar demerara. Leve ao forno e asse até que os bolinhos estejam dourados, cerca de 20-25 minutos. Remover do forno, deixar esfriar e desenformar.

chá preto gelado

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Eu já tinha feito chá de frutas dessa maneira, mas nunca o chá preto. Como sempre há uma primeira vez pra tudo, fiz o primeiro chá infuso na água fria depois de ler uma micro matéria da revista Bon Appetit sobre os chás gelados do Sul dos EUA. Faz todo o sentido fazer o chá sem ferver a água, já que nos dias quentes de verão não dá muito ânimo de botar uma chaleirona de água no fogo, esperar ferver, esperar esfriar [suadeira!]. E fazer chá assim além de pratico fica muito bom. Numa jarra coloque 10 saquinhos de chá preto, junte 8 xícaras de água gelada, cubra e leve a geladeira por no mínimo 4 horas. Servir sobre gelo e fatias de limão. Adoce levemente se quiser. Eu quis.

»as marcas de chá preto de saquinho recomendadas pela revista para fazer esse chá gelado são—PG Tips, Luzianne, Tetley ou Twinnings. Eu usei o Irish Breakfast da Twinnings.

torta de abobrinha
[com ricota & tomilho]

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A autora dessa receita diz que mesmo num dia baforento de verão valia a pena ligar o forno para fazer essa torta. Resolvi seguir o conselho e tive que concordar com ela. Essa torta fica muito saborosa e super leve, quase comemos ela inteira. Servi no almoço com apenas uma salada de tomates pra acompanhar. Usei uma abobrinha verde e amarela que comprei no Farmers market e aquela ricota feita em casa.

para a massa:
1 e 1/2 xícara de farinha de trigo integral
3/4 colheres de chá de sal
1 colher de chá de açúcar
8 colheres de sopa de manteiga sem sal, gelada e cortada em cubinhos
3 colheres de sopa de água gelada
para o recheio:
150 gramas de ricota fresca [* usei a feita em casa]
Raspas ralada da casca de 1 limão [*usei o verde–tahiti]
1 abobrinha grande, cortada em fatias finas no mandoline
4 ramos de tomilho limão fresco
Um fio generoso de azeite extra-virgem
Uma pitada de páprica defumada
3 colheres de sopa de queijo pecorino romano ralado

Pré-aqueça o forno a 425º F/ 220ºC. Para fazer a massa adicione a farinha, o sal e o açúcar numa vasilha grande e misture com um batedor de arame para combinar. Espalhe a manteiga sobre os ingredientes secos e esmigalhe tudo junto rapidamente com a ponta dos dedos até formar uma textura de farofa. Polvilhe a água fria sobre a mistura e mexa com um garfo até formar uma massa densa. Pode fazer isso num processador de alimentos, que foi como eu fiz. Pressione essa massa em uma forma de 25 cm com fundo removível.

Para fazer o recheio misture a ricota e as raspas de limão em uma tigela pequena. Espalhe a mistura em uma fina camada sobre a massa já na forma. Disponha as fatias de abobrinha por cima da ricota. Regue com um fio de azeite e salpique com as folhas do tomilho limão. Polvilhe a pitada da páprica sobre as abobrinhas e por último espalhe o queijo ralado. Leve ao forno por 20 minutos, até que as bordas estejam douradas. Remova do forno, deixe esfriar um pouco, desenforme e sirva.

panna cotta de chocolate branco [com pickles de nectarina]

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Dei apenas uma bocadinha na sobremesa que o Uriel pediu no restaurante Lincoln em Portland e fiquei obstinada em tentar fazer a receita em casa. Assim que cheguei de viagem fui pra cozinha e fiz. Para a panna cotta eu apenas preparei uma receita básica e acrescentei o chocolate branco. Para o pickles de nectarina achei uma receita bem fácil na web e mandei bala. Só omiti a saba porque não deu tempo de correr atrás. Apesar disso a minha sobremesa-cópia ficou idêntica à original. Absolutamente deliciosa!

para a panna cotta:
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
1 fava de baunilha
1 envelope [7g] de gelatina em pó sem sabor
1 barra de 120 gr de chocolate branco
1 colher de sopa de açúcar

Numa panelinha coloque o creme de leite, a fava de baunilha e as sementes [corte a fava ao meio, raspe as sementes com uma faca], 1 colher de sopa de açúcar e o chocolate branco picado. Leve ao fogo médio e mexa até o chocolate derreter completamente. Enquanto isso coloque o leite numa outra vasilha e salpique a gelatina por cima. Despeje o creme de leite quente por cma do leite com a gelatina. Bata com um batedor de arame até a gelatina dissolver completamente. Coloque numa forma molhada ou em ramequins e leve à geladeira até firmar.

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para o pickles:
1/2 xícara de vinagre de vinho branco
3/4 xícara de açúcar
1 pau de canela
1/4 colher de chá de sementes de cominho
1/4 colher de chá de sal
4 nectarinas cortadas em fatias

Coloque todos os ingredientes, exceto as nectarinas, para ferver em uma panela média. Coloque as nectarinas num recipiente resistente ao calor e despeje sobre elas a mistura quente de vinagre. Deixe esfriar, cubra e leve à geladeira até a hora de servir.

eteceterá — Portland

Fizemos toda a viagem marcando hoteis pelo caminho usando o app da Expedia e conseguimos bons preços em lugares que ofereciam até “free breakfast”, o que significa aquele continental breakfast que quebra um galho, mas dependendo do lugar é pra lá de mixuruca. Quando chegamos em Portland achamos um bom hotel na região do centro de conferências, que por ser um lugar melhor não dava o tal café da manhã de graça. Eu achei isso ótimo, pois eu queria experimentar alguns lugares na cidade. Por isso dirigimos bastante em Portland, indo pra lá e prá cá das pontes, seguindo as indicações do guia da revista Sunset. Uma das indicações era o Ristretto Roasters na N Williams Ave, que é uma área bem agitada, com inúmeras lojinhas, escolas de ioga e culinária, bares, cafés e restaurantes. Fiquei bem impressionada com a qualidade dos ingredientes que eles usam no RR. Pedi um café brasileiro feito na french press e o Uriel pediu dois cappuccinos. Eles não tinha aquele mundaréu de opções de pães e bolinhos, mas o que pedimos arrasou Péris in Chammas—um scone de cevada e morango, croissant e pão tostado com manteiga e geléia de frutas.

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Outro lugar altamente recomendado foi a sorveteria Salt & Straw na NW 23rd Ave do Alphabet District, que é uma das ruas badaladas da cidade, com uma imensidão de ojas e restaurantes espalhados por uma dezena de quarteirões. Nas duas vezes que fomos à Salt & Straw, a fila dobrava a esquina, talvez pelo calor incomum que fazia ou porque o sorvete deles é mesmo o fino da bossa. Provamos morango com balsâmico e pimenta do reino, chocolate, blueberries e crispy treats, sal e caramelo, pera com queijo gorgonzola. Eu tive que pedir um float feito com um refrigerante de ruibarbo super seco [incrível, parece uma água mineral mas não é] e só faltou o milkshake feito com o drinking vinegar do Pok Pok, mas esse eu vou fazer aqui em casa. O mais legal dessa sorveteria é o atendimento feito por um batalhão de garotos e garotas super simpáticos que te abordam ainda na fila para pegar seu pedido e perguntar quais sabores você quer provar. Se você pedir um ou pedir dez, eles trazem cada um deles num colher de metal que serão depois colocadas em caixas, lavadas e esterelizadas. Na Salt & Straw não tem aquele desperdício de colher de plástico.

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Esse passeio nos deixou um pouco divididos porque te expõe a uma vista maravilhosa da cidade, mas chegando lá no topo a gente entra num hospital, o que pode ser um pouco perturbador. O Gabriel, que foi lá uns anos atrás visitar um amigo que fazia residencia no hospital da Oregon Health & Science University [OHSU], nos recomendou pegar o bonde aéreo no terminal do Portland Aerial Tram. Mas é apenas subir, visitar o jardim e descer. Não há muito o que fazer lá em cima, além de tirar fotos da vista.

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Decidimos zarpar de Portland no 4 de julho pois calculamos que toda a cidade estaria paradona, como acontece por todos os cantos nesse feriado. Saímos para tomar café e com a preciosa ajuda do Yelp [outro app que não vivemos sem] achamos um lugar muito legal para fazer um brunch, mas a espera era de 45 minutos e desistimos. Na outra esquina achamos outro lugar [Yelp recomendado] e entramos para um café da manhã americano com ovos, bacon, batatas, catchup orgânico e suco de laranja espremida na hora. Gostamos muito, sem falar que no Bijou Café esperamos menos de dez minutos para nos colocarem em uma mesa. Essa foi a nossa última experiência na cidade. Saímos de Portland ainda pela manhã e rumamos em direção ao wine country do Oregon. Vinhos e paisagens bucólicas coming up next!

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Lincoln — Portland

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O restaurante Lincoln foi recomendação das revistas Sunset e Food & Wine. Eu queria experimentar no Oregon a comida de um lugar que tivesse a preocupação e o zelo de usar ingredientes locais e sazonais, e que fosse casual e sem firulas, onde um casal brejeiro de turistas pudesse ir tranquilamente numa noite quente sem precisar se vestir como se estivesse indo à opera. Por isso fiz essa escolha e acho que decidi bem. O lugar era um antigo galpão na região modernizada da North Williams Avenue, onde os proprietários, a chef Jenn Louis e seu marido David Welch, mantiveram o máximo da estrutura original. Então para um jantar de uma noite de verão, sentamos numa parte do salão onde as paredes estavam abertas, podendo-se ver o movimento na rua e sentir a brisa do anoitecer. Não vou lembrar pequenos detalhes do que comemos, porque o menu do restaurante muda constantemente, eu não anotei nada e depois do segundo copo de licor de erva-doce caseiro com prosecco já não estava mesmo interessada em memorizar detalhes. Apenas aproveitei o jantar ótimo com o meu marido. De entrada pedimos uma omelete levíssima feita com ovos caipiras, ricota caseira, uma folha verde que eu tive que discretamente googlar o nome e flores capuchinhas. Depois comemos halibut com farro e outra verdura que estava espetacular, mais um nhoque de beterraba, aspargos selvagens e spaetzle com sálvia. Na sobremesa eu pedi o brutti ma buoni, que é um suspiro servido com creme fraiche e conserva de ruibarbo. Estava bom. Mas foi a sobremesa do Uriel que derrubou os muros de Babel, uma panna cotta de chocolate branco com pickles de nectarina e saba, que eu já saí do restaurante decidida que iria tentar fazer em casa [e fiz!]. Saindo do Lincoln fomos tomar um drink num outro lugar super recomendado, o Clyde Common. Lá eu ousei bebendo algo que nunca beberia normalmente, um cocktail Martinez envelhecido em barril de whiskey—gin, sweet vermouth, maraschino, orange bitters, lemon peel. Depois caminhamos um pouco pelas ruas da cidade. Portland fica duplamente linda à noite.