bolo de fécula de batata

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Comprei um pacote de fécula de batata [potato starch] pra fazer uma receita de torta salgada que minha mãe tinha comentado comigo. Ainda não fiz a tal receita, mas me lembrei dos bolos feitos com fécula de batata da minha infância, como eu aguardava com ansiedade o bolo descansar de um dia para o outro e de como eu adorava sentir os pedaços derretendo na boca, Fui atrás de uma receita que pudesse reproduzir a minha memória de criança. Achei esta aqui, bem simples. Esse bolo fica melhor no dia seguinte, mais farelento e menos esponjoso. Eu dividi a massa em formas pequenas, mas acho que ele ficaria melhor feito numa forma grande.

4 ovos
1 xícara de açúcar [*usei açúcar de limão]
1 xícara de fécula de batata
Suco de um limão
1/3 colher de chá de sal

Pré-aqueça o forno a 350ºF/ 176ºC. Unte um uma forma Bundt ou uma forma de furo no meio com manteiga. Reserve. Bata as gemas dos ovos e o açúcar até ficar cremoso. Em seguida, misture o suco de limão e a fécula de batata.

Em outra tigela, bata as claras com o sal até espumar. Coloque as claras na mistura de fécula de batata. Despeje tudo na forma untada e leve ao forno. Asse por 25 a 30 minutos ou até o bolo ficar cozido no centro. Remova do forno, deixe esfriar, cubra e deixe descansar até o dia seguinte. Sirva com frutas frescas.

we don’t speak no mexicano

A novidade saiu até no jornal da cidade—a abertura de uma lojinha de produtos indianos na Main Street de Woodland. Fui correndo conferir, porque geralmente nesses mercadinhos étnicos se acha muita coisa legal. Como eu normalmente vou no mercadinho indiano de Davis, a possibilidade de ter uma opção na cidade onde moro me pareceu perfeito. A loja fica num quadradinho minúsculo num daqueles strip malls que têm varias salas num formado de “U” com um bloco extra no centro. O dono da loja, Um indiano muito bem apessoado, estava lá ouvindo hits indus num equipamento super high tech. Assim que adentrei o micro espaço percebi que estava numa enrascada. Iria ser difícil sair dali sem comprar nada. Mas foi um pouquinho pior.

Em questão de um minuto o moço já estava no meu calcanhar, me mostrando todos os produtos [todos NUMBER ONE!] indianos e alguns chineses [uma coleção de peixe em lata] que ele herdou do proprietário anterior, que era chinês. Pra tudo ele tinha um comentário elogioso, além do fato de tudo que ele oferecia ser NUMBER ONE, melhor qualidade e barato. Me mostrou garrafas de ghee [tomo uma colher por dia!], as variedades de lentilhas [bom pra gente da nossa idade!], os feijões [esse verde é o melhor, você tem que dar pro seu marido todos os dias!] as farinhas de grão de bico [e me deu receita de um pudim] e os temperos [melhor curry! você usa curry?] e os pickles, chutneys, salgadinhos de ervilha, amendoim e pimenta, caixas com misturas para fazer todo tipo de comida indiana, eteceterá. Fui pegando uma coisa aqui, outra lá, nem sabendo se iria mesmo usar, apenas convencida pelo entusiasmo dele.

indiano—você prepara receitas indianas?
eu—na verdade eu não cozinho nada indiano.
indiano—o que você cozinha então? mexicano?
eu—também não. eu sou brasileira.
indiano—ah, brasileira! você fala mexicano então?
eu—não. eu falo português. nem os mexicanos falam mexicano. hahaha!
indiano—ah, e esse português é um dialeto mexicano?
eu—acho que não é! [mas posso estar enganada, né?]
indiano—se você não cozinha mexicano, cozinha o que?
eu—faço muita comida italiana.
indiano—ah, italiano! vem cá então…
[me leva até o freezer e me mostra pacotes com pão Naan congelado]
indiano—olha, muito parecido com comida italiana, igual pizza!
eu—ah, sim, IGUALZINHO [numa outra dimensão]
indiano—obrigado. volte sempre!
eu—com certeza! [não voltarei!]
indiano—e avise seus amigos!
eu—pode deixar! [que não avisarei ninguém!]

filho de peixe…

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Gabriel me convidou pra almoçar na casa dele numa sexta-feira. Eu estava esperando um rango simples e ele me serviu um menu todo sofisticado. Fez gaspacho com minha marca favorita de tomates orgânicos assados, salada de tomate, rúcula [da horta da Sarah] e abacate temperada com sal Maldon e azeite orgânico, outra salada morna com tiras de abobrinha, amêndoas, azeitonas e ervas e um frango cozido no sous-vide com manteiga clarificada e estragão. Para beber refrigerante de grapefruit. Estava tudo uma delicia, o frango super úmído e saboroso, fiquei muito impressionada e encantada com a destreza dele. E ele ainda me certificou que o frango era sem hormônios e humanely raised. Disse—eu não ia te servir um frango “torturado”, né? Meu filho!

shrub de cereja negra

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Logo no final do inverno me deu um faniquito, porque não tinha mais shrubs na geladeira e eu precisava repor o estoque. Então passei algumas semanas marinando frutas no vinagre. Fiz alguns com frutas frescas [abacaxi e pera] e outros com frutas congeladas [blackberries, framboesas e esse de cerejas negra]. A receita é sempre a mesma. O experimento com as frutas congeladas deu muito certo, nem precisa descongelar, apenas mistura o pacote das frutas com o vinagre e prossegue normalmente. O favorito dessa leva foi o de cereja negra. Em breve teremos uma abundância de frutas frescas e farei mais shrubs, bebida imprescindível para nos refrescar durante o verão.

alho fresco

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alho fresco alho fresco
alho fresco alho fresco

Vale a pena esperar pacientemente por um ano pela chegada do alho fresco. Não tem nada melhor do que isso. Os dentes são gigantes, macios, com aroma e sabor super forte, sem aquele broto verde no meio, apenas uma polpa cremosa. O mocinho do mercadinho onde eu compro esse alho [que é da horta deles] me disse que as tias dele comem o alho puro, como se fosse uma fruta. Eu não chego a tanto, porque esse alho é muito forte e um dente basta pra deixar qualquer receita bem alhuda. A primeira comida que fiz com ele foi um [clichê] macarrão ao alho & óleo [/clichê]—com aliche e salsinha.

sopa de amêndoas & alho

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Essa charmosa receita pode ser confundida com o ajo blanco, a famosa sopa fria espanhola feita com alho e amêndoas. O principio é o mesmo, mas esta usa os legumes assados, que acrescenta robustez ao creme. Tenho certeza que ela pode ser servida fria, mas nós comemos morna, como a receita sugere.

300gr de parsnip [pode substituir pela mandioquinha/batata baroa]
1 bulbo inteiro de alho
1 cebola grande
1 colher de sopa de óleo de oliva
1 xícara de amêndoas sem casca
4 xícaras ou mais de água fervente
1 colher de sopa de vinagre de maçã ou de vinho branco
2 raminhos de tomilho fresco ou 1 colher de chá de folhas secas
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora a gosto
20 uvas vermelhas orgânicas cortadas ao meio, sem sementes

Pré-aqueça o forno a 400° F/ 200° C. Prepare os legumes, descasque a cebola, o alho e a mandioquinha. Corte em pedaços grandes, coloque em uma tigela, regue com azeite de oliva e misture bem. Cubra uma assadeira com papel vegetal ou alumínio e espalhe os legumes. Coloque no forno e asse por 15-20 minutos ou até que os legumes fiquem dourados e tenros. Escalde as amêndoas em água fervendo para remover as cascas. Aqueça as 4 xícaras de água numa chaleira. Remova os legumes assados do forno e coloque no liquidificador ou processador de alimentos. Adicione as amêndoas, a água quente, o vinagre de maçã, o tomilho, sal e pimenta e bata até obter um creme liso. Prove e ajuste sal de acordo com sua preferência. Sirva imediatamente decorado com um fiozinho de azeite, folhas de tomilho e uvas.