torta de iogurte [& ruibarbo]

torta de ruibarbo

Para o almoço do feriado de Memorial Day eu encasquetei de fazer uma receita leve, fresca, sem precisar usar o forno e onde eu pudesse usar alguns talos de ruibarbo. Achei essa aqui deveras interessante e adaptei, troquei os morangos frescos pelo ruibarbo cozido levemente numa calda de mel. Olha, talvez eu deva refazer usando os morangos. Eu gostei do resultado, mas nem todo mundo dividiu o meu entusiasmo. O crítico foi um deles, que experimentou só uma lasquinha e deu o veredito—não gostei! E não comeu mais. Não estou aqui para desanimar ninguém, mas talvez essa torta não seja mesmo pro gosto de todo mundo, ou seria melhor fazer mesmo com os morangos.

para a crosta:
2 xícaras de nozes tostadas
1 e 1/2 xícaras de tâmaras sem o caroço
1/4 colher de chá de sal marinho
1/2 colher de chá de canela em pó
para o recheio:
2 colheres de chá de gelatina em pó [1 envelope]
1/2 xícara mais 2 colheres de sopa de leite integral
1 e 1/2 xícaras de iogurte grego integral
1/4 xícara de açúcar mascavo [*usei o meu açúcar de limão]
1/4 colher de chá de extrato de baunilha
1 pitada de sal marinho

No processador de alimentos coloque todos os ingredientes da crosta e pulse até obter uma massa grossa e com aderência e que possa ser moldada na forma. Pressione a mistura em uma camada uniforme no fundo e nos lados de uma forma de 22 cm com fundo removível. Reserve.

Numa tigela pequena polvilhe a gelatina sobre 2 colheres de sopa de leite frio e deixe repousar por 5 minutos. Em uma panela pequena em fogo médio esquente o leite. Quando começar a formar pequenas bolhas nas bordas, retire do fogo e adicione à mistura de gelatina. Mexa bem até dissolver completamente. Em uma tigela média, misture o iogurte, o açúcar mascavo, a baunilha e uma pitada de sal. Misture com o iogurte com a gelatina dissolvida. Despeje essa mistura sobre a massa da torta. Leve à geladeira até endurecer, por mais ou menos 2 horas. Remover a torta da forma e servir com o ruibarbo que foi cozido numa calda de mel e limão.

A calda de mel eu fiz à olho: meia xícara de mel, uma colher de sopa de água e uma colher de sopa de suco de limão. Cozinha em fogo baixo até engrossar e joga os ruibarbos cortados em palitos. Cozinha só por um minutinho e desliga o fogo. Não deixe o ruibarbo desmanchar. Se decidir usar morangos, apenas decore os fatias da fruta fresca.

torta de ruibarbo

shake de ruibarbo

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Essa foi uma das bebidas mas deliciosas que já experimentei nos últimos tempos. Servi como sobremesa. Estamos na estação do ruibarbo [que é bem curta] e estou encontrando talos muito bonitos e baratos no meu supermercado local. Estou aproveitando. Mas se ruibarbo for difícil de achar, substitua por outra fruta. Acho que deve ficar muito bom com morango ou pêssego. A receita saiu no novo NYT Cooking.

500gr de ruibarbo cortado em fatias finas
5 colheres de sopa de mel
1/2 xícara de iogurte grego [ou o iogurte comum]
2 xícaras de cubos de gelo
Um pouquinho de água de rosas, para dar sabor
Um punhadinho de pistachios picados, para decorar

Misture o ruibarbo, o mel e 2 colheres de sopa de água em uma panela. Leve ao fogo, deixe ferver, abaixe o fogo e cozinhe, mexendo sempre, até o ruibarbo derreter, uns 8 minutos. Remova do fogo e deixe esfriar. No liquidificador adicione a compota de ruibarbo, o iogurte, os cubos de gelo e um pouquinho de água de rosas [não exagere]. Bata bem até ficar homogêneo. Se quiser pode adicionar mais mel e água de rosas. Despeje em dois copos, decore com os pistachios e sirva.

bolo de fécula de batata

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Comprei um pacote de fécula de batata [potato starch] pra fazer uma receita de torta salgada que minha mãe tinha comentado comigo. Ainda não fiz a tal receita, mas me lembrei dos bolos feitos com fécula de batata da minha infância, como eu aguardava com ansiedade o bolo descansar de um dia para o outro e de como eu adorava sentir os pedaços derretendo na boca, Fui atrás de uma receita que pudesse reproduzir a minha memória de criança. Achei esta aqui, bem simples. Esse bolo fica melhor no dia seguinte, mais farelento e menos esponjoso. Eu dividi a massa em formas pequenas, mas acho que ele ficaria melhor feito numa forma grande.

4 ovos
1 xícara de açúcar [*usei açúcar de limão]
1 xícara de fécula de batata
Suco de um limão
1/3 colher de chá de sal

Pré-aqueça o forno a 350ºF/ 176ºC. Unte um uma forma Bundt ou uma forma de furo no meio com manteiga. Reserve. Bata as gemas dos ovos e o açúcar até ficar cremoso. Em seguida, misture o suco de limão e a fécula de batata.

Em outra tigela, bata as claras com o sal até espumar. Coloque as claras na mistura de fécula de batata. Despeje tudo na forma untada e leve ao forno. Asse por 25 a 30 minutos ou até o bolo ficar cozido no centro. Remova do forno, deixe esfriar, cubra e deixe descansar até o dia seguinte. Sirva com frutas frescas.

we don’t speak no mexicano

A novidade saiu até no jornal da cidade—a abertura de uma lojinha de produtos indianos na Main Street de Woodland. Fui correndo conferir, porque geralmente nesses mercadinhos étnicos se acha muita coisa legal. Como eu normalmente vou no mercadinho indiano de Davis, a possibilidade de ter uma opção na cidade onde moro me pareceu perfeito. A loja fica num quadradinho minúsculo num daqueles strip malls que têm varias salas num formado de “U” com um bloco extra no centro. O dono da loja, Um indiano muito bem apessoado, estava lá ouvindo hits indus num equipamento super high tech. Assim que adentrei o micro espaço percebi que estava numa enrascada. Iria ser difícil sair dali sem comprar nada. Mas foi um pouquinho pior.

Em questão de um minuto o moço já estava no meu calcanhar, me mostrando todos os produtos [todos NUMBER ONE!] indianos e alguns chineses [uma coleção de peixe em lata] que ele herdou do proprietário anterior, que era chinês. Pra tudo ele tinha um comentário elogioso, além do fato de tudo que ele oferecia ser NUMBER ONE, melhor qualidade e barato. Me mostrou garrafas de ghee [tomo uma colher por dia!], as variedades de lentilhas [bom pra gente da nossa idade!], os feijões [esse verde é o melhor, você tem que dar pro seu marido todos os dias!] as farinhas de grão de bico [e me deu receita de um pudim] e os temperos [melhor curry! você usa curry?] e os pickles, chutneys, salgadinhos de ervilha, amendoim e pimenta, caixas com misturas para fazer todo tipo de comida indiana, eteceterá. Fui pegando uma coisa aqui, outra lá, nem sabendo se iria mesmo usar, apenas convencida pelo entusiasmo dele.

indiano—você prepara receitas indianas?
eu—na verdade eu não cozinho nada indiano.
indiano—o que você cozinha então? mexicano?
eu—também não. eu sou brasileira.
indiano—ah, brasileira! você fala mexicano então?
eu—não. eu falo português. nem os mexicanos falam mexicano. hahaha!
indiano—ah, e esse português é um dialeto mexicano?
eu—acho que não é! [mas posso estar enganada, né?]
indiano—se você não cozinha mexicano, cozinha o que?
eu—faço muita comida italiana.
indiano—ah, italiano! vem cá então…
[me leva até o freezer e me mostra pacotes com pão Naan congelado]
indiano—olha, muito parecido com comida italiana, igual pizza!
eu—ah, sim, IGUALZINHO [numa outra dimensão]
indiano—obrigado. volte sempre!
eu—com certeza! [não voltarei!]
indiano—e avise seus amigos!
eu—pode deixar! [que não avisarei ninguém!]

filho de peixe…

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Gabriel me convidou pra almoçar na casa dele numa sexta-feira. Eu estava esperando um rango simples e ele me serviu um menu todo sofisticado. Fez gaspacho com minha marca favorita de tomates orgânicos assados, salada de tomate, rúcula [da horta da Sarah] e abacate temperada com sal Maldon e azeite orgânico, outra salada morna com tiras de abobrinha, amêndoas, azeitonas e ervas e um frango cozido no sous-vide com manteiga clarificada e estragão. Para beber refrigerante de grapefruit. Estava tudo uma delicia, o frango super úmído e saboroso, fiquei muito impressionada e encantada com a destreza dele. E ele ainda me certificou que o frango era sem hormônios e humanely raised. Disse—eu não ia te servir um frango “torturado”, né? Meu filho!

shrub de cereja negra

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Logo no final do inverno me deu um faniquito, porque não tinha mais shrubs na geladeira e eu precisava repor o estoque. Então passei algumas semanas marinando frutas no vinagre. Fiz alguns com frutas frescas [abacaxi e pera] e outros com frutas congeladas [blackberries, framboesas e esse de cerejas negra]. A receita é sempre a mesma. O experimento com as frutas congeladas deu muito certo, nem precisa descongelar, apenas mistura o pacote das frutas com o vinagre e prossegue normalmente. O favorito dessa leva foi o de cereja negra. Em breve teremos uma abundância de frutas frescas e farei mais shrubs, bebida imprescindível para nos refrescar durante o verão.

alho fresco

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alho fresco alho fresco
alho fresco alho fresco

Vale a pena esperar pacientemente por um ano pela chegada do alho fresco. Não tem nada melhor do que isso. Os dentes são gigantes, macios, com aroma e sabor super forte, sem aquele broto verde no meio, apenas uma polpa cremosa. O mocinho do mercadinho onde eu compro esse alho [que é da horta deles] me disse que as tias dele comem o alho puro, como se fosse uma fruta. Eu não chego a tanto, porque esse alho é muito forte e um dente basta pra deixar qualquer receita bem alhuda. A primeira comida que fiz com ele foi um [clichê] macarrão ao alho & óleo [/clichê]—com aliche e salsinha.