






Depois de fazer aquela receita de nhoque de batata doce da minha irmã, fiquei animada para tentar outras variações. Comprei dois potes de uma ricota fresca muito boa para fazer essa torta com abobrinhas que meu chefe trouxe da horta dele. Levei a torta para dividir com meus colegas no trabalho, mas essa é outra história. Com o pote de ricota que sobrou decidi fazer novamente um nhoque e segui as instruções dessa receita. Fui bem devagar na farinha e não usei nem 1 xícara no total. Os nhoques ficaram extra fofos e macios, fiquei até com medo que eles fossem se esfarelar na água quente, mas eles se mantiveram nhoque e ficaram uma delicia, super levinhos, servidos com o mesmo clássico molho de tomate de sempre.
faz 4 porções
500 gr de ricota fresca de leite integral
1 ovo grande
1/2 xícara de queijo parmesão ou pecorino ralado finamente
1/2 colher de chá de sal
de 3/4 a 1 xícara de farinha de trigo
Forre uma peneira com pano de queijo, filtros de café ou papel toalha e coloque sobre uma tigela. Adicione a ricota e deixe escorrer por cerca de uma hora. Isto pode ser feito com dias de antecedência.
Em uma tigela grande misture a ricota drenada, o ovo, o queijo e 3/4 xícara de farinha de trigo, que deve ser acrescentada aos poucos até todos os ingredientes ficarem bem incorporados. Cubra e leve à geladeira por 15 minutos.
Verifique a massa rolando um pouco na sua mão. Se estiver muito mole e pegajosa, acrescente mais farinha, uma colher por vez. Coloque uma panela grande com bastante água e sal no fogão e deixe ferver. Polvilhe uma assadeira forrada com papel vegetal com farinha de trigo. Polvilhe as mãos e a superfície de trabalho com um pouco de farinha. Tire um pedaço da massa e role até ficar com um dedo de espessura. Corte com uma faca em pedacinhos. Vá colocando os nhoques na assadeira.
Quando a água ferver vá colocando os nhoques delicadamente na água. Quando boiarem estarão cozidos. Retire os nhoques com uma escumadeira e transfira para um escorredor sobre uma tigela para terminar a drenagem. Vá repetindo até acabar o lote de nhoques. Coloque tudo numa travessa, tempere com o molho e sirva imediatamente.

Tive a ideia para essa salada quando vi essa receita bem antiga, resgatada de uma daquelas caixas com cartões, que era muito comum em outros tempos. Uma salada feita com camarões e ervilha em lata, macarrão de conchinha e maionese não é muito o meu estilo, mas gostei da mistura de camarão com o salsão e a maçã. Fiz uma adaptação e ficou bem gostosa. Essa salada sobrevive bem na geladeira e foi o nosso almoço por mais dois dias. Usei um camarão que já veio cozido, daqueles bem pequenininhos, pescado de maneira sustentável na costa dos EUA.
500 gr de camarões bem pequenos cozidos
3 talos de salsão picadinhos
1 maçã verde picadinha
Coentro fresco picadinho a gosto [ou salsinha]
1 xícara de sour cream
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
Suco de limão e azeite para temperar
Misture todos os ingredientes e sirva sobre uma fatia grossa de pão que foi tostado na frigideira com um fio de azeite.

Essa é AQUELA época do ano quando começam as desovas de legumes e frutas. Muita gente tem horta em casa e não consegue dar conta de consumir tudo o que produz. O verão é uma época de abundância e eu estou sempre disponível para receber o surplus alheio. Em uma semana tivemos desova de ameixas, tomates, abobrinhas e berinjelas no meu trabalho. Meu chefe me deu três berinjelas, ganhei outra enorme de uma colega e outra gigantesca veio na cesta orgânica. Pra dar conta de tanta fartura, recorri às receitas guardadas nos meus alfarrábios eletrônicos. A escolhida foi retirada da revista Bon Appetit e estava guardada por dois anos. Usei duas berinjelas bem grandes e o resultado fica parecendo um bife, só que bem melhor, porque não é carne. Uma delícia!
2 berinjelas grandes cortadas no sentido do comprimento
3 colheres de chá de pimenta do reino moída na hora
5 colheres de sopa de azeite
2 limões cortados pela metade
1 chalota pequena picada
1 dente de alho médio picado
1/4 xícara de conhaque
6 colheres de sopa de caldo de legumes
3 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada
2 xícaras de folhas de espinafre fresco
2 colheres de sopa de alcaparras escorridas
Sal Kosher a gosto
Pré-aqueça o forno a 400ºF/ 205ºC. Tempere os lados cortados da berinjela com 1 e 1/2 colher de chá de pimenta do reino moída. Numa frigideira grande aqueça 1 e 1/2 colher de sopa de azeite em fogo médio-alto. Se as berinjelas não couberem todas juntas na frigideira, frite em dois turnos. Coloque as berinjelas na frigideira com o lado do corte para baixo e frite até dourar, aproximadamente 2 minutos de cada lado. Transfira as berinjelas para uma assadeira, com o lado do corte para baixo e leve ao forno pré-aquecido. Asse até as berinjelas ficarem macias quando perfuradas com uma faca, por uns 10-20 minutos dependendo do tamanho.
Enquanto isso, aqueça 1 colher de sopa de azeite na mesma frigideira que fritou as berinjelas. Frite os limões com o corte para baixo, até caramelizar, cerca de 4 minutos. Transferir os limões para um prato. Aqueça outra 1 colher de sopa de óleo na mesma frigideira em fogo médio-baixo. Adicione 1 e 1/2 colher de chá pimenta, metade da chalota e alho e refogue até ficar macio, cerca de 1 minuto. Retire a panela do fogo e cuidadosamente adicione o conhaque [cuidado pois pode pegar fogo!]. Retorne a panela no fogo e cozinhe até conhaque ficar reduzido pela metade, cerca de 1 minuto. Adicione o caldo de legumes e deixe cozinhar até reduzir um pouco. Adicionar a manteiga e mexer bem. Tempere com sal e misture as alcaparras. Num prato ou travessa arrume uma pequena pilha de espinafre ao lado de berinjela. Esprema os limões caramelizados por cima e tempere com sal. Cubra com o molho e sirva.

Hoje a máxima é de 108ºF/ 42ºC aqui na roça. Mas não foi por isso que fiz picolés. Esses, aliás, fiz faz tempo, quando ainda tinha cereja no Farmers Market. Esse não foi um bom ano pra safra de cerejas e quando o meu chefe disse que não iria comer cerejas nessa temporada porque elas não estavam boas tive um momento sad trombone. Essas foram as últimas que comprei, as lindas cerejas rainier.
Para fazer os picolés, bater no liquidificador um bocado de cerejas frescas descaroçadas, um tanto de kefir, adicione umas gotas de água de flor de laranjeira, adoce com o adoçante da sua preferência—eu usei o açúcar de limão. Coloque nas forminhas, leve para congelar, desenforme e plá.

Estou tentando vencer meus medos e receios na cozinha, um passinho de cada vez. Comecei com o macarrão e desta vez foi o nhoque. Minha irmã me passou essa receita e eu adorei a ideia, mas tive um pouco de medo do resultado ficar uma droga. Acho que só fiz um nhoque bom uma vez, uns 30 anos atrás, quando num belo dia decidi preparar um nhoque de inhame que ficou uma delicia. Depois disso não acho que consegui fazer um nhoque ficar bom, todas as tentativas ficaram bem maromeno. O segredo é não encher a massa de farinha, pro nhoque não ficar pesado nem borrachudo. Desta vez fui acrescentando farinha bem devagarinho, só até dar pra enrolar. Fiz sem medidas super exatas, como minha irmã me passou. Desta vez deu certo e ficou muito bom!
3 batatas doces grandes
1 ovo caipira
Sal a gosto
Um pouquinho de noz moscada ralada na hora
Um pouquinho de canela em pó
Farinha de trigo o quanto baste [1 xícara mais ou menos]
Cozinhar as batatas numa panela com água. Depois de cozidas amassar com um garfo ou passar pelo espremedor e deixar esfriar. Acrescente o ovo batido, sal a gosto, noz moscada a gosto e canela a gosto, vá acrescentando farinha até o ponto que não grudar mais nas mãos. Enrole tiras finas corte em pedaços de mais ou menos um 1 cm, formando o nhoque. Coloque uma panela com bastante água e sal para ferver . Quando a água estiver fervendo vai colocando os nhoques na água—quando cozidos eles sobem para a superfície e devem ser retirados imediatamente com uma escumadeira. Coloque os nhoques cozidos numa travessa e sirva com molho de sua preferência—eu escolhi fazer esse de tomates super simples—e salpique com bastante queijo parmesão ralado.

No farmers market de Woodland, depois de uma semana de calorão:
—posso ter uma duzia de ovos?
—não tenho ovos hoje. as meninas resolveram não botar nada essa semana.
—é o calorão!
[ quando faz muito calor as meninas descansam. tive que entrar na lista de espera pra conseguir comprar essa dúzia, que estou usando com muita parcimônia. ]

Exagerei na compra do damasco fresco no último sábado, porque a temporada é bem curta e piscou, acabou. Daí que fica difícil de consumir uma quantidade de frutas absurda antes delas amadurecerem demais ou estragarem. A solução é sempre fazer alguma receita com elas. Adorei essa versão do clafoutis com respingos de brandy e uma massa que parece um pudim. E não fica muito doce, exatamente como nós gostamos!
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
500 gr de damascos frescos sem caroço e cortados ao meio
2 colheres de chá de brandy ou conhaque
2 ovos caipiras
3/4 xícara mais 2 colheres de sopa de leite integral
6 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de raspas da casca de limão
1 colher de chá de extrato de baunilha
Uma pitada de sal kosher
1/3 xícara de farinha de trigo
Açúcar de confeiteiro para decorar, se quiser
Pré-aqueça o forno a 375°F / 190°C. Numa forma de 23 cm derreta a manteiga. Disponha os damascos cortados ao meio em uma camada uniforme no fundo da forma e regue com o conhaque.
No liquidificador, processar os ovos, o leite, o açúcar, as raspas de limão, a baunilha, o sal e a farinha até ficar homogêneo. Despeje a massa sobre os damascos.
Leve ao forno e asse até que o clafoutis é ficar dourado, aproximadamente 45 minutos. Deixe esfriar um pouco sobre uma grade. Polvilhe com açúcar de confeiteiro e sirva imediatamente.