sorvete de estragão

estragao_nectarina_2S.jpg
A idéia veio daqui, via the kitchn. Eu só mantive mesmo a presença do estragão no sorvete, o resto fiz do meu jeito.
Deixei um punhado de estragão de molho em 1 xícara de creme de leite fresco de um dia para o outro, na geladeira. No dia seguinte bati tudo no liquidificador com mais 1/2 xícara de leite integral e nectar de agave [ou mel] a gosto. Coei bem e coloquei na sorveteira. O estragão é uma erva muito delicada e aromática, tem um sabor que lembra muito o do anis. Mas esse sorvete é claramente um acompanhamento para frutas, porque sozinho ele fica um pouco enjoativo. A combinação da fruta assada ou grelhada com um sorvete de ervas é prá lá de interessante. Eu usei nectarinas colhidas no meu quintal, fresquíssimas, que cortei ao meio e coloquei na grelha da churrasqueira por uns minutos, somente até elas ficarem um pouquinho moles, mas sem exagero. Servi as metades das nectarinas grelhadas com o sorvete de estragão. Décadence, avec élégance!

Panisses

panisses_2S.jpg

Marquei essa receita, assim que a vi publicada no blog do David Lebovitz. Fanzoca que sou de polenta frita e de grão-de-bico, vi as duas delicias combinadas numa friturinha parecida com a polenta, só que feita com farinha de grão-de-bico. Esperei um tempo para me aventurar, pois uma receita com duas etapas e fritura se encaixa na categoria de receitas para um dia especial. Esse dia chegou com uma manhã refrescante, quando primeiro abri todas as janelas da casa e então mandei bala!

1 quarto/ 1 litro de água
2 colheres de sopa de azeite
3/4 de colher de chá de sal grosso
2 1/4 xícaras [285g] de farinha de grão-de-bico
azeite ou óleo para fritar
sal grosso ou flor de sal e pimenta moída fresca para servir

Unte uma forma com azeite e reserve. Aqueça a água numa panela, com o azeite e o sal. Quando estiver quente, mas não fervendo, junte a farinha de grão-de-bico e bata bem com uma batedor de arame, até dissolver e engrossar, por mais ou menos uns 3 minutos. Troque o batedor por uma colher de pau e continue batendo, por mais ou menos uns dez minutos, até a mistura ficar bem firme. Coloque a massa na forma untada e espalhe com uma espátula. Deixe esfriar bem. Quando esfriar corte em tiras compridas como os do Lebovitz ou em retangulos gordos, como os meus.

Aqueça uns 2 cm de óleo ou azeite numa frigideira robusta, de preferência de ferro. Lebovitz usa azeite, mas eu usei óleo de canola. Frite os pedacinhos cortados, virando para dourar dos dois lados. Coloque numa travessa forrada com papel, para absorver o excesso de óleo. Salpique com sal e pimenta e sirva imediatamente.

albacore com tomate

albacore_tomate2s.jpg

O Wild Pacific Albacore não é um peixe que eu vejo pra vender regularmente na barraca do pescador do Farmeirs Market. Comprei uma posta, porque atum fresco é na minha opinião um dos peixes mais saborosos que já provei. Esse eu fiz na churrasqueira embrulhado em papel alumínio grosso. Forrei o papel com uma camada de cebola roxa ralada bem fininha no mandoline e salpicada com sal grosso. Por cima, confortavelmente instalado, a peça de albacore. Sobre o peixe coloquei uns quatro tomates orgânicos bem maduros cortados em cubinhos. Salpiquei com mais sal grosso e pimenta do reino moída. Uns vinte minutos de churrasqueira e pronto. Rápido, saudável e delicioso.

assado de abobrinha e tomate

abobrinha_tomate_S.jpg
Coisas abundantes no verão de Davis—solão, céu azul, tomates e abobrinhas. E quando as abobrinhas começam a chegar numa profusão descontrolada, fico exasperada para usá-las sem desperdício. Tenho algumas receitas coringas, que uso, reuso, reinvento. E estou sempre procurando por idéias novas. No dia anterior eu tinha feito uma salada muito simples, com as abobrinhas amarelas cortadas no sentido do comprimento como se fossem tiras de fitas, e temperei com um vinagrete básico e folhinhas secas de menta chocolate esmigalhadas com as mãos. As abobrinhas casam muito bem com molhinhos de salada adocicados. Uma boa oportunidade para se usar aquele vinagre de framboesa encalhado ou o xarope de romã. Mas nesse dia eu quis fazer um prato substancioso, algo para esquentar, não refrescar. E fiz então um assado, que não tem absolutamente nada de especial, mas que propiciou um jantar amplamente reconfortante.
No mandoline corte as abobrinhas em fatias finas. Eu usei três patty pan squash. Tempere com sal, pimenta moída, azeite e folhas de orégano seco esmigalhadas com a mão [eu seco o meu orégano, que no nosso verão implica apenas deixar a erva lavada espalhada num prato por uns dias]. Reserve. Num refratario, regue o fundo com azeite, espalhe rodelas de um tomate grande orgânico, cubra com queijo ralado—eu usei uma mistura de mussarela, asiago, parmesão e romano. Cubra com a abobrinha temperada. Outra camada de queijo, outra de fatias de tomate, outra de queijo. Salpique com mais folhas de orégano seco esmigalhadas e leve oo forno pré-aquecido em 385ºF/196ºC por uns 30 minutos, ou até que o cozido comece a borbulhar e o queijo fique gratinado.

benditos frutos

As árvores estão assim, como uma mulher grávida de quadrigêmeos no último mês de gestação, curvadas pelo peso dos delicados frutos. O pé de nectarina já estava amparado com dois suportes de madeira há algum tempo. Ela é uma árvore mais madura, com um tronco mais robusto. O pessegueiro não. É uma arvorezinha mirrada, plantada num barril de plástico, mesmo assim está carregada de frutos e ontem o Uriel teve que colocar um suporte, porque queremos deixar as frutas amadurecendo lá por mais uns dias e não confiamos que o tronquinho magrelo fosse aguentar. No processo de amparar os galhinhos, dois pêssegos se soltaram. O Uriel comeu um e eu trouxe o outro cortado em fatias para comer durante a manhã no trabalho. Que maravilha de fruta doce e delicada! Acho que já podemos colher todos eles neste final de semana e dar um descanso para a árvorezinha!
»Imagens do lindo processo de transformação que todo ano nos encanta com FLORES , FLORES e mais FLORES e depois os FRUTOS, que ADOÇAM o nosso verão.

[meu] bolo de milho e coco

bolo_milho_coco_s.jpg

Então estavam lá o milho e o coco que eu queria usar. E a receita já estava decidida na minha cabeça, mas eu sou insegura, preciso de medidas, de quantidades, graus exatos de aquecimento do forno, minutos exatos de assagem, não posso arriscar deixar nada solto, porque comigo as catástrofes culinárias estão sempre na iminência de se realizarem—não só podem acontecer, como geralmente acontecem.

Mas quem diz que encontrei a receita exatamente como eu queria? Até o limite do meu cansaço, fiz buscas online, folheei livros, até que gruni pra mim mesma, sabe de uma coisa, vou arriscar fazer do meu jeito, a minha própria receita. Roleta russa é isso meus camaradas. Só que ali eram cinco balas implicando tragédia, contra apenas um cartucho vazio—o salvador da pátria. Arrisquei jogar todos os excelentes ingredientes no lixo e ainda ter que lavar a tralha suja com muita tristeza e revolta no coração. Mas nem todo dia é um mau dia e meu bolo de milho e coco ficou lindo e delicioso! Segue a receita para quem também quiser arriscar, pois afinal o que é a vida sem uma boa dose de emoções fortes?

1 xícara de milho verde
1/2 xícara de coco ralado
1 ovo caipira
1/2 xícara de açúcar
1/4 xícara de óleo
1 xícara de CORNMEAL
1 xícara de kefir [ou iogurte] integral
1 colher de chá de fermento em pó
Bater tudo no liquidificador, colocar numa forma untada com margarina e salpicada com açúcar demerara, assar em forno pré-aquecido em 385ºF/196ºC por uns 30 minutos, ou até a massa ficar firme e dourada.