bolo de chocolate [com farinha de espelta]

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Outro dia eu me estressei no trabalho por causa de uma pessoa sem educação e sem consideração. A maioria dos meus colegas não são assim, mas tem um que vale por trinta. Nesse dia reposicionei o meu zen e re-alinhei meu chakra fazendo um bolo de chocolate. Procurei uma receita que não fosse complicada nem festiva, porque era um dia de semana, eu estava cansada e precisava trabalhar no dia seguinte. Queria algo que eu pudesse comer no café da manhã e usar uma farinha de espelta germinada que eu tinha. Achei uma receita na dáblio dáblio web que parecia muito simples pra ser verdade. Achei, sinceramente, que iria dar tudo errado. Mas não deu! Ficou um bolo bem rústico, super gostoso e posso até dizer, saudável! Adaptei algumas coisinhas e voalá. Depois de fazer esse bolo me senti muito, muito melhor! OMMM!

1 xícara de farinha de espelta [ou farinha integral]
1/4 xícara de cacau em pó [sem açúcar]
1/2 xícara de açúcar [*usei o demerara orgânico]
1 pitada de sal marinho
1 pitada de canela
1 pitada de pimenta caiena
1/2 colher de chá de fermento em pó
3/4 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colheres de sopa de azeite extra virgem
1 e 1/4 de xícara de buttermilk [ou iogurte]
1 colher de chá de extrato de baunilha

Pré-aqueça o forno a 350ºF/176ºC. Peneire todos os ingredientes secos numa tigela grande. Em uma tigela separada, misture o buttermilk e o resto dos ingredientes molhados. Junte os ingredientes seco ao molhado e misture bem. Despeje a massa numa forma redonda de bolo untada com azeite e polvilhada com farinha ou cacau. Leve ao forno e asse por 20 minutos. Remova do forno, espere esfriar um pouco e desenforme.

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bolinho de peixe com limão [e mostarda feita em casa]

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No Thanksgiving eu trouxe pra casa um pirex cheio de sobras de halibut assados, que foi um dos pratos deliciosos que meu amigo Heg fez pra ocasião. Comemos uma parte requentada e o resto eu decidi reciclar fazendo outro prato. Com sobras de peixe é bom fazer bolinhos! O halibut é um peixe carnudo e delicioso, fica muito bom pra fazer bolinhos, mas só for sobras mesmo, pois esse peixe é muito caro e especial pra ser comprado só para esse fim. Qualquer outro peixe carnudo serve como substituto. Improvisei meio a olho uma receita, com batatas doces que eu já tinha cozidas e com o limão conservado no sal, com o qual estou obcecada não paro de usar. As medidas são mais ou menos como eu me lembro, mas não tem como errar fazendo esse tipo de bolinho. Eu fritei, mas quem quiser pode assar. Servi com mostarda feita em casa.

3 xícaras de peixe cozido
2 xícaras de batata doce cozinha
1/2 xícara de panko [*usei integral]
1 colher de sopa de mostarda [*usei a feita em casa]
A casca picadinha de 1 limão conservado no sal
[jogue a polpa fora ou use em molho de salada]
Bastante ervas frescas [*salsinha, coentro, cebolinha]
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Misture todos os ingredientes bem com as mãos até ficar bem incorporado. Se precisar pode acrescentar um pouco mais de panko, mas não muito pra não ficar massudo. Modele os bolinhos e leve à geladeira até a hora de assar ou fritar. Eu fritei no óleo bem quente, coloque apenas uma camada rasa de óleo na frigideira e frite bem dos dois lados. Sirva bem quente.

mostarda feita em casa
1/4 xícara de vinagre de maçã
3 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
2 colheres de sopa de sementes de mostarda [amarelas]
1/4 xícara de mostarda em pó
1/2 colher de chá de pimenta vermelha em flocos
1 e 1/2 colher de sopa de mel
1 colher de chá de raiz forte—horseradish [*opcional, pode diminuir ou eliminar]

Bata bem todos os ingredientes no liquidificador, coloque num vidro esterilizado e leve à geladeira. Deixe maturar por pelo menos 2 semanas antes de usar. No inicio a mostarda vai parecer bem líquida, mas com o tempo ela dá uma espessada.

Minha amiga inglesa me deu essa receita de mostarda feita em casa que é um sucesso com a família dela e amigos. Eu fiz a primeira vez com 1 colher de sopa de raiz forte, que era como estava na receita original e HOLY COW, não foi possível comer, de tão picante. Decidi refazer só com uma colher de chá e mesmo assim achei o picante da raiz forte muito pra mim. Mas como quadrupliquei a receita, dei um vidro de presente e estamos comendo o outro. Da próxima vez que fizer vou eliminar a raiz forte por completo. Fica a seu critério, colocar ou não.

bolo de caqui

A temporada dos caquis está bem prolífica por aqui. Colhi muitos caquis na fazenda do azeite, ganhei caquis do meu chefe e ganhei caquis de uma amiga. Os dois primeiros lotes foram da variedade fuyu, bem durinhos, come-se como se fosse uma maçã ou pera. Sequei os menores, comi outros. Ainda tenho muitos. Os do último lote, da variedade hachiya, precisam estar muito maduros para serem consumidos. Se não estiverem praticamente se desfazendo são muito marrentos, simplesmente não dá pra comer. Mas se passarem um pouquinho do ponto, ficam muito moles e é difícil come-los de uma maneira civilizada. O limite entre a fruta estar comestível e totalmente despedaçada é quase imperceptível, pisca-se e o caqui desmilingue. E foi mais ou menos o que aconteceu comigo. Quando vi tinha muitas frutas tão ridiculamente maduras que eu não conseguiria consumir de uma só vez. Eu sei que a polpa do caqui congela bem, mas resolvi fazer um bolo. Ou como eles chamam aqui, bread. Essa receita foi a primeira que aportou no resultado da minha rápida busca. Fiquei um pouco decepcionada com o resultado, o bolo não me emocionou tanto. Mas meu marido adorou e adoraram também os colegas de trabalho com quem dividi o que restou. O bolo úmido e denso foi devorado como sobremesa.

1 tablete [113gr] de manteiga sem sal
3/4 xícara de farinha de trigo
3/4 xícara de farinha de trigo integral [*usei spelt germinada]
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de canela em pó
4 caquis bem maduros [*usei os hachiya]
1/3 xícara de buttermilk
2 colheres de sopa de raspas de laranja
1 xícara de açúcar
2 ovos caipiras grandes
1/2 xícaras de uva passas [*usei das brancas]

Pré-aqueça o forno a 350°F/ 176°C. Unte uma forma de assar pão com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Coloque as passas numa vasilha com 2 colheres de sopa de água e leve ao microondas por 15 segundos. Reserve.

Em uma tigela média, coloque a farinha de trigo comum, a farinha de trigo integral, o bicarbonato de sódio, o sal e a canela. Misture com um batedor de arame e reserve.

Remova a polpa dos caquis e se precisar bata no liquidificador até formar um purê. O meu não precisou. Meça 1 xícara de purê de caqui e coloque numa tigela média. Misture o buttermilk e as raspas da casca de laranja. Reserve.

Na batedeira elétrica bata a manteiga até ficar cremosa, por cerca de 2 minutos. Adicione o açúcar e bata até formar um creme, 3 ou 4 minutos. Adicione os ovos, um de cada vez, batendo bem sempre. Adicione gradualmente a mistura do caqui, batendo continuamente. Adicione a mistura dos ingredientes secos em 3 lotes, batendo apenas até incorporar. Coe as passas e junte à massa.

Despeje a massa na forma de pão preparada. Leve ao forno e asse por cerca de 1 hora. Deixe o bolo esfriar na forma por 20 minutos. Desenforme e deixar esfriar completamente numa grade de arame.

Hachiya Hachiya
os caquis hachiya

salsa de cranberries frescas
[com queijo brie]

cranberry-brie

Toda primeira sexta-feira do mês tem um evento na downtown de Woodland chamado Friday Art Walk. Algumas lojas têm bandas tocando, comidinhas e bebidinhas de graça, o centrinho histórico da cidade fica agitado. Eu não vou sempre, mas em novembro chamei uma amiga e fomos caminhando. Numa galeria de arte eles serviam vinho e esse canapé, de queijo brie com uma salsa de cranberries frescas. Pedi a receita e o cara me deu o cartão dele, mandou eu mandar um e-mail pra ele. Ah, mandar email, esperar ele responder, muito trabalho, peloamor, estamos no século 21! Fui no Google e achei essa receita da Elise, bem similar. Fiz para servir de entrada antes de um jantar com amigos. A combinação do queijo brie com a cranberry fresca é muito auspiciosa.

1 e 1/2 xícaras de cranberries frescas [ou congeladas]
1/2 maçã descascada e picadinha
1/2 pimenta jalapeño [ou serrano] sementes removidas e picadas
2 cebolinhas verdes picadas, incluindo parte branca e verdes
4 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de coentro fresco picado
1 colher de sopa de gengibre fresco picado
1 colher de sopa de suco de limão
Sal a gosto

Coloque todos os ingredientes num processador de alimentos. Pulse várias vezes até formar um molho bem homogêneo. Transfira para uma vasilha e deixe descansar por pelo menos 15 minutos. Guarde na geladeira até a hora de servir. Sirva acompanhado do queijo brie.

conserva de figo em vinho do Porto

Inacreditável que esqueci completamente de publicar essa receita que a Manuela Cruz do Tertúlia de Sabores me passou no verão, quando tive a posse de uma árvore carregada de figos por três semanas. Foram dias horrivelmente quentes e fiquei com medo de que o doce descansando na panela por três dias fosse azedar, mas deu tudo certo. O bom é que os figos não ficam cozinhando por um período muito longo, então fazer esse doce não esquenta a cozinha. Fiz a receita como a Manuela ditou, com um quilo de figos e deu dois vidros e meio de compota. Uma eu dei de presente pra moça que me deu todos os figos, os outros comemos nós. Servi os figos para amigos que nos visitaram e o Uriel se encumbiu de devorar o que sobrou. A Manuela contou que comeu essa compota em Trás-os-Montes, terra da família do meu pai. Os figos dulcíssimos devem ser servidos com queijo.

1 quilo de figos inteiros com casca e cabinhos
1/2 quilo de açúcar
1/3 de xícara de vinho do Porto

Coloque os figos, o açúcar e o vinho do Porto numa panela grande. Leve ao fogo médio e quando levantar fervura conte dez minutos e desligue o fogo. Repita a mesma operação por 3 dias, de manhã e à noite. Deixe ferver, conte 10 minutos, desligue. Na noite do terceiro dia coloque os figos e a calda em vidros esterilizados com tampa. Eu mantive os meus na geladeira, mas foi embora tão rápido que não vou poder predizer quanto tempo essa conserva dura.