bolo de cenoura & nozes
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Minha mãe sempre me conta das gostosuras que ela faz para o final de semana e do grande sucesso alcançado eteceterá e tal. Vez ou outra eu preciso pedir a receita. Foi o caso desse bolo que minha mãe viu num programa de tevê que divulga receitas dos agricultores do Rio Grande do Sul. Eu adorei a adição das nozes e cenouras, mas tenho que admitir que o toque de mestre é mesmo a cobertura de leite condensado.
5 ovos
2 xícaras de açúcar [*diminuí pra 1 e 1/2]
150 ml de óleo vegetal
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de canela em pó
1 colher de sopa de fermento em pó
1 xícara de cenoura crua ralada
1 xícara de nozes picadas
300 ml de leite condensado
suco de 3 limões
Pré-aqueça o forno em 356ºF/ 180ºC. Unte uma forma média no formato da sua preferência com óleo ou manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Reserve. Na batedeira coloque os ovos, o açúcar, o óleo, a farinha de trigo, a canela em pó e o fermento e bata bem até obter uma massa bem lisa. Acrescente a cenoura crua e ralada, as nozes picadas e misture bem com uma espátula. Coloque a massa na forma untada e leve ao forno. Asse até o centro do bolo estar firme por fora e cozido por dentro, uns 30/40 minutos. Remova do forno e deixe esfriar completamente. Vire o bolo numa travessa. Misture bem o leite condensado com o suco de limão e espalhe sobre o bolo. Fatie e sirva.
polenta de milho
[com ragu de berinjela]

No verão os milhos abundam. É quando eu aproveito pra guardar uma boa porção deles congelado e usar esse delicioso milho amarelo e orgânico em outras épocas do ano. Já tinha feito sopas, curry e cural e ainda tinha um bocado de grãos ralados na geladeira quando vi essa receita do Ottolenghi em destaque num dos meus websites favoritos. Achei a ideia super bacana e o resultado é equivalentemente aprazível.
para o ragu:
2/3 xícara de óleo vegetal
1 berinjela média cortada em cubos
2 colheres de chá de extrato de tomate
1/4 xícara de vinho branco seco
1 xícara de tomates sem pele cortados em cubos
[*usei molho de tomate fresco batido no liquidificador]
6 e 1/2 colheres de sopa de água
1/4 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de açúcar
1 colher de sopa de óregano fresco picado
Aqueça o óleo numa panela robusta e frite os cubos de berinjela. Junte o extrato de tomate e misture bem. Cozinhe por 2 minutos e adicione o vinho. Cozinhe por mais 2 minutos e junte os tomates picados [*eu usei um molho feito com os tomates frescos batidos no liquidificador e peneirado], a água, sal, açúcar e orégano e cozinhe por mais 5 minutos. Desligue o fogo e reserve.
para a polenta:
6 espigas de milho
2 e 1/4 xícaras de água
3 colheres de sopa de manteiga cortada em cubos
200 gr de queijo feta esmigalhado
[*usei o queijo de cabra]
1/4 colher de chá de sal
Pimenta do reino moída na hora a gosto
Com uma faca raspe o milho das espigas e coloque numa panela. Junte a água e leve ao fogo médio. Cozinhe com a panela tampada por uns 12 minutos. Com uma escumadeira remova os grãos de milho da panela e coloque num processador de alimentos. Não jogue fora a água. Moa bem os grãos de milho no processador. Retorne o milho para a panela com o restante da água e cozinhe, mexendo sempre, por uns 15 minutos ou até a mistura ficar com uma consistência de polenta mole. Adicione a manteiga, o sal, pimenta e o queijo e cozinhe por mais uns dois minutos. Sirva acompanhado do ragu de berinjela.

os zebras
dog days of summer
São os melhores e os piores dias. Os melhores por causa da abundância de frutas e legumes, os dias longos, o cheiro de feno seco pelas estradas, o entusiasmo pela colheita do tomate, as braçadas refrescantes na piscina [quando ela abre] sob um céu impecavelmente azul, a brisa da noite, os picnics, os almoços e jantares no quintal. Os piores porque estamos tendo um verão bem tórrido e nos dias em que o bafão se instala não acho possível cozinhar. A fome é quase que a mesma, mas o entusiasmo por fazer comida no fogão anda bem pequeno. Por isso cozinhando pouco estou.
Mas estou feliz com o inicio de agosto, pois julho foi um mês meio amargado de chatices, começando pelo gato que caiu doente logo nos primeiros dias. Fui surpreendida pela informação de que gatos e cachorros são mestres em fingir que está tudo bem e não mostrar que estão doentes. Os cachorros, porque não querem chatear, incomodar e entristecer os donos e os gatos porque são assim mesmo, orgulhosos. Pois foi então que o meu gato desmoronou de repente. Num dia estava normal—dentro do que se pode esperar de um animal com 17 anos, e no outro não conseguia se sustentar nas próprias pernas. Desde então estamos cuidando dele com o máximo de carinho e atenção. São remédios duas vezes por dia, soro um dia sim outro não, comida especial e um limpa limpa que não acaba mais, porque ele tem muitos acidentes de banheiro. Não tenho a ilusão de que ele vai voltar a ser o que era, mas pelo menos não está sofrendo. Descobrimos nesse interim que ele adora abóbora, depois que fomos aconselhados a misturar o purê do legume na comida normal para ajudá-lo com uma desagradável prisão de ventre. Quando chego em casa ele é o primeiro a aparecer, correndo todo capengueta atrás de mim, porque sabe que vou dar comida. O velho Misty Gray de sempre, o nosso gato Highlander.
Tive que parar de frequentar as classes de zumba que eu estava fazendo no YMCA da cidade por causa de uma incompatibilidade de horários e por recomendação de uma moça chamada Dolores fui experimentar uma aula com um outro grupo, que se encontra toda terça e quinta no ginásio de uma escola primária na minha vizinhança. Fiquei absolutamente chocada com a vigorosidade da coisa. Eu suo de pingar água da sobrancelha e empapar a toda a camiseta. A versão do YMCA devia ser para idosos. Já completei o meu segundo mês nessa zumba pra cabra macho e apesar de me esbaforir completamente e ainda ficar totalmente perdida nos movimentos rápidos, estou achando essa experiência super legal. Calculo que mais da metade das mulheres do grupo são hispânicas e então o ti-ti-ti é intenso. Invejo muito as moças que fazem os passos das danças com aquela graciosidade latina, sem ficar parecendo uma barata tonta no meio do salão.
Tentando estabelecer um esquema para a nossa rotina durante os dias de semana, com o Uriel em Sunnyvale, eu almoçando diáriamente no trabalho, as aulas extenuantes de zumba, a doença do gato, as restrições de um procedimento periodontal, as minhas tentativas de ver mais filmes e ler mais livros, a manutenção da casa, e os passeios e a vida social dos finais de semana—ajustei minhas investidas na cozinha para um modo mais quantitativo. Isto é, as comidas preparadas precisam gerar muitas sobras, para encherem marmitas ou virarem jantares rápidos e improvisados. Com um quilo de tomates ultra maduros fiz um molho que usei na preparação de uma lasanha gigante com camadas de abobrinha. Grelhei vários tipos de legumes e deixei na geladeira prontos para virarem uma salada ou recheio de sanduíche. Nos dias mais frescos cozinhei duas xícaras de quinoa, duas xícaras de arroz integral, uma de feijão, outra de lentilha. Minha desenvoltura fazendo comida crua ou usando a churrasqueira também está ficando notável. Os repetecos de receitas de sopa fria abundam. Bolos não tem acontecido, muito menos tortas ou pizza. E tem dias que a vontade realmente é de só de consumir um copão de sorvete, devidamente afogado em suco de laranja ou refrigerante de limão.
food & hollywood V





uma salada portátil

A salad in a jar—não é uma ideia nova, mas é uma boa ideia, que vi na revista Whole Living da Martha Stewart da qual sou assinante na versão para ipad. Fiz essa minha primeira interpretação da salada portátil usando apenas cenouras amarelas cortadas em palitos. No fundo do vidro coloquei sal, pimenta do reino moída na hora, azeite de oliva extra-virgem, suco de limão, buttermilk e alecrim fresco picadinho. Na hora de comer é só abrir o vidro e ir molhando os palitinhos de cenoura no molho e crockn’nhock! Bom pra trazer na marmita pro trabalho ou pra levar em picnics e tals.
[ from my hipstamatic ]
farofa de pinhão

Uma das lembranças da minha infância é estar sentada na frente de um fogão a lenha na casa de uma das empregadas que trabalhavam na minha casa, abrindo e comendo pinhão assado. Eu adorava quando elas me levavam pra dormir na casa delas. Uma vez perdi um almoço num restaurante com o resto da minha família [e chorei até desidratar] porque tinha ido pousar na casa de uma delas e só voltei no domingo à tarde. Elas moravam em casas simples, geralmente feitas de madeira, num cenário bem comum da cidade onde nasci ainda no estado de São Paulo mas fazendo fronteira com o Paraná.
Posso dizer que fazia muitos anos que eu não comia um pinhão. Matei minhas lombrigas graças à imensa gentileza de uma moça que vai ter o meu afeto para todo o sempre. Ela me enviou uma caixa com uma quantidade imensa deles e mais outras várias coisinhas. Cozinhei todos ao mesmo tempo num panelão gigante de ferro com bastante água. Não tenho panela de pressão, então os pinhões ficara no fogo por umas três horas. Depois fui mantendo a panela quente e abrindo um por um ainda quentes. Como também ganhei uma utilíssima engenhoca para facilitar o descascamento, o trabalho foi tranquilo. Completei em menos de duas horas, enquanto assistia um filme no laptop da cozinha. Essa proeza rendeu um saco enorme de pinhões cozidos e descascados, que dividi em três partes, duas delas eu congelei e a outra usei para fazer essa farofa.
Não inventei muita moda, porque nem tive muito tempo de me aprofundar em pensamentos e ideias. Queria mesmo era fazer algo bem pinhãozudo, com pedaços grandes pra poder morder e sentir bem o gosto e a textura. Usei 2 xícaras de pinhão cozinho e grosseiramente picado, meia cebola picadinha, 4 colheres de sopa de manteiga, 1 xícara de farinha de mandioca crua, sal e pimenta do reino moída na hora a gosto e bastante folha de salsinha fresca picada. Numa panela derreta a manteiga em fogo médio. adicione a cebola picada e refogue até amaciar. Junte o pinhão e refogue mais um pouco. Tempere com sal e pimenta, junte a farinha de mandioca e misture bem, vai cozinhando até formar a farofa e a farinha ficar mais tostada. Desligue o fogo, junte a salsinha e sirva.


