linda, útil & ecorreta

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O carteiro bateu na porta e quando ele faz isso é pacote! Happy happy, joy joy! A querida Neide me presenteou com uma das sacolas que ela e a irmã dela fazem, de lona e chita. Já foi pro uso com as outras sacolas reusáveis que ficam no carro e que carregam minhas compras onde quer que eu vá. A sacola da Ecorreta da Neide já provou que não está aqui pra brincadeiras. Além de linda ela é pau pra toda obra. Carregou meus vidros de leite, garrafas de vinho, latas e caixas. Testei com os produtos mais pesados e ela nem amarrotou. Virei ela no avesso, porque quero causar inveja e cobiça com a exibição ostentativa dessa estonteante e incomparável chita vermelha.

-2ºC

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Essa é a paisagem que eu vou admirar por muitos meses. Nosso inverno é cinza com pinceladas de verde desbotado. Chove bastante e fica assim, frio o bastante pra congelar meu cérebro de manhã cedo na bicicleta se eu insistir em não usar uma touca bem protetora. Hoje está um dia assim, gelinho nas gramas, transeuntes e bikers encapotados e também algumas criaturas provavelmente provenientes do Alaska, que acham que estão no verão. Parece brincadeira, mas ainda vejo gente de chinelo de dedo nas ruas. Pra mim é tempo de meia, tchau chinelinhos. Mas eu entendo, pois nos nossos anos no Canadá, quando fazia ZERO grau já tinha canadense nas ruas de camiseta sem manga, chinelo e shorts, aproveitandoooo o caloooorrrr, afinal…

Minha árvore ancestral, que fica entre a minha casa e o do meu vizinho, cobre praticamente todo o quintal, providenciando uma sombra muito importante e bem-vinda nos meses do verão. Agora ela não tem nem uma mísera folhazinha. Esse verdinho pendurado nela não é parte da árvore. É sim uma planta parasita muito comum e famosa chamada mistletoe. Ela suga a árvore que a hospeda e é parte de uma tradição de Natal, quando se pendura um galho de mistletoe no alto de uma porta e os casais que passarem pela planta pendurada têm que se beijar. Nós fazemos, quando lembramos. Minha árvore é muito alta para alcançarmos as parasitas e também não há muitas, pois temos um serviço de poda que acaba com elas todo ano.

I say hello, hela, heba helloa

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Dear friends,

Faz tempo que não dou minhas caras neste blog, mas é que está frio aqui no norte da Califórnia e eu ando dormindo muito, sempre nos lugares quentinhos, na minha caminha ou nas cadeiras forradas com cobertas de lã, às vezes até me enfio em baixo da cama pra tentar dar uma indireta pros humanos desumanos que habitam essa casa e não ligam o aquecedor. Mas está tudo bem, a comidinha está boa, eu bebo água na pia, corro pela casa toda manhã, continuo tentando ser amigo do gato Misty, que pelo jeito [será?] não gosta muito de mim. Anyway, life is good! Mas está frio e eu não ando muito ativo. Ah, a novidade é que ontem a fezoca ganhou um vaso de lindas poinsettias vermelhas—estou adorando! Espero que todos estejam bem, regards, cheers, meawww, tudo de bom,

do amigo Roux.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

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Será que é culpa do trânsito de Marte retrógado pegando a minha lua?

Primeiro a caixa da quinoa vazou e zilhões de sementes se espalharam rapidamente pelas prateleiras e frestas da geladeira. Depois o triturador da pia entupiu e subiu aquela água borbulhante amarelada, que gira em falso como se fosse um redemoinho gago. Liguei rapidamente pro Uriel pedindo socorro, pois apesar da pia ter duas bacias, a que tem o triturador é a mais útil, a mais fácil, e eu não posso cozinhar sem usar a torneira. Ele veio e a meleca estava realmente grande. Depois de remover tudo o que fica guardado em baixo da pia, desligar o aparelho, remover o cano, drenar a água escura cheia de pedaços semi-moídos de casca de mexirica, apareceu o grande causador do estrago: uma tampinha de plástico, que deve ter caído lá por acidente. O jantar saiu, mas antes tive que trocar os tapetes da cozinha e me descabelar na frente do fogão, pois justamente naquele dia a lentilha que estava na panela tentando virar sopa, não amolecia de jeito nenhum.

E no dia que resolvi fazer uma receita de tuna melt porque iria jantar sozinha e comecei a não achar os ingredientes—um atrás do outro. No final das contas a única coisa que eu tinha era mesmo um lata de um maravilhoso atum espanhol, que eu compro lá no Corti Brother’s. Bom, pelo menos isso, eu tinha um atum de excelente qualidade preservado no azeite, que compensou a falta de TODOS os outros ingredientes. Não tinha pita bread, não tinha salsão, não tinha pickles, nem queijo cheddar e a maionese até que tinha, mas quando eu abri o pote ela estava com uma camada amarela e um cheiro de ranço. Foi pro lixo. Fiz então o tuna melt à minha maneira, usando um pão indiano e temperando o atum com salsinha picada. Usei também uns tomates meio sem gosto, fora de época, que ainda teimam em chegar na cesta orgânica, cobri com queijo manchego ralado e assei. Não ficou nada igual a um verdadeiro tuna melt, mas ficou bom e eu comi assim, como sempre como quando estou sozinha, com uma bandeja no colo vendo um filme, na sala de tevê.

California rock ‘n’ roll

O primeiro restaurante de sushi nos Estados Unidos abriu na região de Little Tokyo, centro de Los Angeles, sul da Califórnia, em 1960. Era um pequeno bar com seis banquinhos chamado Kawafuka. Logo em seguida surgiram outros dois outros restaurantes, o Eikiku e Tokyo Kaikan. Os sushi chefs do Tokio Kaikan, Ichiro Mashita e Teruo Imaizumi receberam os créditos pela criação do primeiro sushi cross cultural, adaptado ao paladar ociental—o California roll. Na época o atum fresco em Los Angeles era sazonal, disponível somente durante o verão. Os chefs começaram a pensar no que mais poderiam usar pra fazer os sushis. E encontraram uma abundância de abacates produzidos localmente. Fresquinhos e cortados em cubos, a polpa dos abacates têm uma oleosidade natural que se aproxima muito da textura do peixe gordo. Combinado com king crab, pepino e gengibre, o sushi California era servido para ser comido com as mãos. O novo sushi se tornou bem popular e serviu de estímulo para os clientes ocidentais do restaurante, enquanto iam desenvolvendo coragem para provar os sushis autênticos, com peixe cru. Durante os anos 70, o sushi ainda era considerado uma iguaria exótica. A popularidade veio somente nos anos 80, com o estrondoso sucesso da mini-série Shogun, que colocou o país numa mania coletiva por coisas japonesas. Hoje, o sushi já entrou no cardápio oficial norte-americano e Califórnia virou sinônimo de sushi vegetariano. Não poderia ser mais apropriado!

macarrão com manteiga e queijo

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Pra quando não dá tempo de fazer nada, não se quer requentar nenhuma sobra de antonte, mas a fome é grande e o frio determina que se coma algo quente, o grande lance é um prato de macarrãozinho com manteiga e queijo. Enche a pança, esquenta, não dá bafo e ainda é tri saboroso. Eu usei o elbow macaroni feito de milho, por isso essa cor super amarela. E manteiga sem sal orgânica, mais queijo parmesão que eu ralei fininho na hora agá. Pra comer com colher, sem nenhum acanhamento ou hesitacão, se faz o favor, tá?