sábado é dia de peixe

 

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Não é um esquema rígido, mas sábado é geralmente o dia de fazer peixe aqui em casa. Eu compro na barraca do pescador no Famers Market, que é o único lugar onde eu confio que o peixe é super fresco. Neste sábado eu voltei quente para comprar o tubarão, que comemos na semana passada, mas não tinha. Em compensação tinha sole [linguado] e halibut, que é um peixe simplesmente delicioso. Fiquei pensando uns minutos e acabei optando pelo sole. Preparei de uma maneira bem simples, que gosto, pois é rápido e saudável. Faço o peixe embrulhado no papel.

Primeiro fiz uma manteiga de limão, com um tablete de manteiga levemente salgada da melhor qualidade e raspinhas da casca de 2 limões [amarelos]. Temperei o peixe com o suco do limão, sal e pimenta. Ralei várias batatinhas novas no mandoline, fiz uma cama com as batatas e cobri com um lençol de erva-doce, também ralada fininho no mandoline. Deitei o peixe ali e salpiquei com pedaços da manteiga de limão e salsinha fresca picada. Fechei o papelote e são 15-20 minutos de forno alto. Servi com uma salada de alface.

Fereni

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Vi essa receita de origem persa no caderno Comida da Folha de São Paulo que é aberta à plebe—não assinantes, como eu. Achei super interessante e, principalmente, fácil. Não entendi bem o que é o creme de arroz, se é um preparado tipo para mingau, então substituí pela farinha de arroz. Para ficar chiquezinho e coloridinho como o da foto do jornal, usei Grenadine, um xarope de romã usado em cocktails. Não achamos o fino da bossa, mas é bem gostosinho.
250 g de açúcar
40 ml de água de rosas
250 g de creme de arroz * usei farinha de arroz
1 litro de leite integral
Pistache picado
Pétalas de rosa para decorar *não usei
Misture o leite com a farinha de arroz e leve ao fogo médio, mexendo sempre com um batedor de arame ou uma colher de pau. Acrescente o açúcar e continue mexendo. Quando começar a engrossar, acrescente a água de rosas e cozinhe por mais uns minutos. Retire do fogo. Coloque um pouco de Grenadine no fundo de copinhos de vidro, acrescente o creme, decore com pistaches picados e leve à geladeira. Sirva frio.

deu na lata

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Uma das minhas [muitas] manias é comprar latas. Tenho latas e mais latas, que na maioria das vezes acaba num canto da cozinha, ou no fundo do armário, sem uma verdadeira utilidade. Se a lata vier com biscoitos dentro, eles acabam velhos e ressecados, porque eu não sou de biscoitos. Mas as latas, ah, as latas são irresistíveis—como essas, que eu comprei no século passado e estavam perdidas no buraco negro da minha cozinha. Foram resgatadas ontem.

azeitonas secas

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Pra mim elas não substítuem as azeitonas comuns, na salmora. Mas são bem interessantes, realmente secas, com um sabor bem mais concentrado e até um pouco áspero. Acompanham aperitivos, combinam com saladas, ainda não usei elas em nada cozido, mas tenho certeza que dariam um toque especial à um frango ou carne de panela. Logo irei testar.

macarrão integral com limão meyer, rúcula e pistacho – take II

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Receita da Martha S. que eu fiz num final de ano, quando meu irmão, minha cunhada e minhas sobrinhas estavam aqui. Resolvi refazer, porque a receita é supimpa e não tinha foto. Agora, devidamente fotografado, aqui está o whole-wheat spaghetti with meyer lemon, arugula, and pistachios, que certamente merecia um remake. A única mudança que fiz na receita foi usar um espaguete comum [porém orgânico], porque as sobras de um integral bom pra danar que eu tinha, feito com de farinha de spelt, não dava quantidade suficiente para duas pessoas. O resto fiz idêntico. Esse macarrão ficaria perfeito durante o verão, mas é no inverno que temos abundância da rúcula e do delicioso limão meyer.

quem ri por último…

Rir é com certeza a melhor maneira de expurgar idéias ou sentimentos negativos. Quem pensa que a comicidade das minhas histórias é depreciativa, está muito enganado. Rir é terapêutico e nos ajuda a ver uma determinada situação através de uma nova perspectiva. A visão do ridículo é purificadora e mostra que até os mais absurdos defeitos podem ser divertidos. É por isso que eu escrevo sobre as minhas patetadas com frequência. Se elas me fizerem rir, todo o efeito negativo de sentir-se um peixe fora d’ água, uma esquisita, uma atrapalhada, sempre metida numa gafe, se diluí.

Histórias não faltam. Tenho material para um livro. Não é pra não rir do episódio em que eu beijei a boca de uma mulher sem querer, enquanto tentava cumprimentá-la desengonçadamente numa festa? E até teve gente que se identificou com a talentosa Splashy e suas estripulias aquáticas. Quantas vezes eu revi na minha memória, como se fosse um filme pastelão, a cena que protagonizei quando visitei uns amigos no Brasil: estava sentada num sofá e fui descruzar a perna longa distraidamente, quando chutei uma bacia cheia de cascas e sementes de mexericas, que voou pelos ares e aterrisou do outro lado da sala, fazendo uma sujeirada tremenda no chão.

Depois que eu escrevo e dou muita risada, não me sinto mais tão esdrúxula, não acho que sou diferente, ou que estou sempre dando foras ou espetáculos patetescos, caindo das cadeiras, tropeçando, rolando pelas escadas, batendo com a cara no poste. Depois que eu choro litros de lágrimas de tanto rir, tenho certeza de que sou abençoada com essa capacidade de conseguir rir saudavelmente de mim mesma.

*texto reciclado do The Chatterbox

torta de maçã [fácil]

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Pega lá umas seis maçãs—eu usei as verdinhas ácidas Granny Smith orgânicas. Descasca e corta essas maçãs em fatias grossas. Pega lá uma frigideira de 22 cm / 9 inch que possa ir ao forno. Põe no fogo médio. Pega lá uma colher de manteiga e coloca pra derreter na frigideira. Quando derretida, coloca as fatias grossas das maçãs em círculo, até acabar. Deixa cozinhar um minuto. Pega lá um açúcar legal—eu usei um baunilhado que eu mesma faço com as favas secas, e sapeca sobre as maçãs. Como eu usei maçãs bem ácidas, coloquei mais açúcar, mas se usar maçãs doces não coloque muito, só o suficiente para caramelizar. Deixe cozinhar por uns 5 ou 6 minutos, até o açúcar começar a ficar dourado. Pega lá qualquer massa pronta para torta, porque estamos sem tempo. Mas se o tempo pra você abunda, faça uma massa caseira ao seu gosto. Corte a massa num circulo de 22 cm / 9 inch e cubra as maçãs na frigideira. Ajeite bem a massa na borda, para ficar bem firme. Deixe cozinhar no fogo mais uns 3 minutos e então coloque no forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC. Asse por 30 minutos. Retire do forno, deixe esfriar por uns minutos. Só então vire a torta num prato. Sirva morna ou fria, au naturel ou com sorvete ou chantily ou creme de leite. Para mim uma fatia simples, por favor.

pão é o meu chocolate

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A atual secretária do nosso programa é uma gracinha de pessoa. Antes dela nós tivemos uma secretária que fugiu com o namorado bandido e nunca mais deu as caras, depois um secretário que fumava, usava as calças caídas e ostentava uma cara de quem não parecia muito contente com o emprego. Mas essa nova foi um achado. Ela é simpática, conversadeira, educadíssima. Uma coisa fofa que ela faz é decorar o front desk. Eu raramente passo por lá, só vou quando preciso de alguma coisa e outro dia fui pedir umas pilhas recarregáveis e notei a decoração de valentine’s day, cheia de coraçõeszinhos, cupidos, eteceterá. Ela mantém também um vidro com treats, que variam conforme a celebração. Desta vez são chocolates em formato de coração, que a nossa técnica estava atacando e no entusiasmo me ofereceu um:

[E]— esses são os melhores chocolates que eu já comi, prova um…
[F]— ahn, eu não sou muito chegada em chocolate.
[E]— você não come chocolate? que tipo de pessoa é você?
[F]— sou normal. mas não morro por um chocolate.
[E]— mas você gosta do que então?
[F]— gosto de outras coisas…

Sim, gosto de outras coisas. O que por exemplo? Gosto de PÃO. Adoro PÃO. Troco qualquer chocolate por uma fatia de pão, como esse da foto com cranberries e nozes da Acme Bread Company de Berkeley. Eu posso ser considerada normal, apesar de não ser a maior fanzoca de chocolate. Porque eu tenho uma paixão, que é o PÃO. PÃO é o meu chocolate.