panna cotta de chocolate

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Essa panna cotta ficou realmente surpreendente, pois apesar de ser chamada de panna cotta, não tem creme nenhum nos ingredientes. Pra quem quer se jogar numa sobremesa suntuosa, sem esquentar a moringa. Eu não escolho receitas por porcentagem de calorias, gorduras ou açúcar. Escolho por causa dos ingredientes interessantes ou das misturas inusitadas. E essa sobremesa tem todas essas qualidades. Além de ser levinha. Saiu de uma folha rasgada de uma das minhas revistas Sunset antigas. Fica absurdamente cremosa e chocolatuda. Experimente fazer e depois me conte o que achou. Comemos acompanhados de morangos madurinhos.

2 colheres de chá de gelatina em pó sem sabor
2 xícaras de leite [low-fat/ 1%] dividido
3/4 xícara de açúcar
85 gr de chocolate meio amargo picado
1/4 xícara de cacau em pó puro, sem açúcar
1 e 2/3 xícara de iogurte grego natural
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Raspinhas de chocolate para decorar

Numa vasilha pequena coloque 1/2 xícara de leite e polvilhe a gelatina por cima. Deixe descansar por 1 minuto, daí mexa com uma colher e deixe descansar mais 10 minutos.

Numa panela média coloque o restante 1 1/2 xícara de leite, o açúcar, o chocolate meio amargo e o cacau e leve ao fogo médio até ferver, por uns 3 minutos. Adicione a mistura de gelatina e bata bem até dissolver completamente. Deixe esfriar, por uns 15 minutos.

Numa vasilha grande bata o iogurte com o extrato de baunilha até formar um creme liso. Pode bater com o batedor de arame. Junte a mistura de chocolate, passando o liquido por uma peneira. Misture bem e despeje em 8 ramequins levemente untados com óleo vegetal. Cubra com plástico e gele até ficar bem firme. Para desenformar passe uma espátula de metal nas bordas do ramequin e vire num prato ou travessa. Decore com raspinhas de chocolate e sirva.

salada de pepino & melão

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Um melãozinho dulcíssimo e um monte de pepinos chegaram na cesta orgânica. Foi o sinal de largada pra eu finalmente fazer essa incrível salada. A receita pede pepinos kirby. Use qualquer pepino que tenha a polpa bem firme, os melhores são as variedades recomendadas para fazer pickles.

faz 6 porções
4 pepinos descascados e cortados em cubos
3 xícaras de melão maduro, descascado e cortado em cubos
2 colheres de sopa, mais 2 colheres de chá de açúcar
1 colher de sopa de sal
Pimenta do reino moída na hora a gosto
2 fatias de prosciutto de excelente qualidade cortado em fatias
[ou queijo feta esmigalhado, para quem não come carne]

Misture os cubos de pepino e melão numa vasilha. Salpique com o açúcar e o sal e misture bem. A salada vai começar a “suar” e soltar liquido. Reserve por uns 20 minutos. Coe usando uma peneira. Coloque a peneira com a salada sobre uma vasilha e leve à geladeira. Na hora de servir, remova da geladeira, junte o prosciutto [ou o feta cheese] e tempere com pimenta do reino moída. Divida em porções e sirva.

salada de tomate & erva-doce

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A época mais feliz do ano pra mim é quando os tomates californianos começam a aparecer nas feiras e mercados. Eu só como tomate nesta época, porque no resto do ano os tomates vêm da Flórida ou do México, onde a industria usa práticas absurdamente insustentáveis e faz uso de mão de obra escrava. E pra piorar, esses tomates são uma farsa, isto é, não têm gosto de nada. Me recuso a fazer parte dessa parada, por isso me contento com o festim do verão, quando consumo os tomates orgânicos plantados e colhidos na minha região. É por isso que de julho a setembo receitas com tomates frescos abundam por aqui. Essa receita de salada eu pesquei do jornal britânico The Independent. Ficou realmente uma delícia.

serve de 4 a 6 porções
350 gr de tomates orgânicos maduros [pode misturar variedades]
1 bulbo de erva-doce cortado em fatias bem finas no mandoline
80 gr de queijo parmesão ou pecorino em fatias finas
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
1 colher de sopa de vinagre de vinho branco ou cidra de boa qualidade
4 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem

Corte os tomates e misture com a erva-doce. Junte também algumas folhinhas verdes da erva-doce. Misture o vinagre com o azeite e tempere a salada. Tempere com sal e pimenta, junte o queijo—eu usei o parmesão, e sirva.

peixe empanado [de forno]

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Do livro Apples for Jam da Tessa Kiros. É um peixe tão fácil de fazer, que ela até diz que não é receita, mas sim sugestão. Pra fazer no forno, mas eu fiz na churrasqueira, porque estamos naquela época do ano em que é preciso evitar usar o fogão o máximo possível. Ela sugere embrulhar o peixe no papel vegetal [parchment] ou o alumínio. Usei o alumínio por razões óbvias e preferi o heavy duty, que é mais resistente. Ela também sugere usar outras ervas, dependendo da disponibilidade e do gosto do freguês. Eu segui a dica do tomilho que tenho plantado em casa. Usei um peixe pescado de maneira sustentável porque acho isso muito importante—optei pelo bacalhau selvagem do Alaska, que comprei congelado no meu Co-op.

Filés de peixe branco
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
Farinha de pão
Azeite de oliva
Dentes de alho
Rodelas bem finas de limão
Raminhos de tomilho fresco

Tempere os filés de peixe com sal e pimenta do reino. Passe os dois lados na farinha de pão para empanar—eu faço a minha farinha na hora usando o processador e torradas de qualquer tipo, pra esse usei torradas de pão francês. Coloque os filés empanados sobre uma folha grande de papel vegetal ou alumínio. Dobre a folha ao meio e coloque o peixe uma metade. Por cima do peixe coloque rodelas de limão cortadas bem fininho, pedacinhos de alho e raminhos de tomilho. Regue com um fio de azeite, feche os pacotes torcendo bem as bordas e coloque sobre uma assadeira ou refratário, se for fazer no forno. Como fiz na churrasqueira usei uma assadeira de metal. Leve ao forno pré-aquecido em 400ºF/ 205ºC e cozinhe por mais ou menos uns 20 minutos ou até que o peixe esteja bem cozido. Abra uma beirada do envelope para testar, com muito cuidado porque sai vapor. Remova os pacotinhos do forno e sirva imediatamente.

picnic em Bodega Bay

Eu adoro fazer picnics. E se o picnic for na praia fico tri animada, porque pra mim não tem nada mais delicioso que comer sentada sobre uma toalha esticada na areia fofinha olhando para o mar e ouvindo o barulhinho das ondas. Sou caipira do interior, então pra mim qualquer excursãozinha para o litoral é um verdadeiro treat. O único porém é que aqui no norte da Califórnia as praias são muito frias. Mesmo durante o verão, a quantidade de banhistas dando mergulhos de sereia [ou de baleia] na água é bem pequeno. Já fiz alguns picnics de verão na praia e num deles não conseguíamos nem comer os sanduiches de tanto que ventava gelado e revoava areia.

Desta vez decidimos almoçar numa praia em Bodega Bay. Para os cineaficionados essa cidade remete à cenas memoráveis de um dos filmes mais famosos do A. Hitchcock—que foi todo filmado lá e na cidade vizinha de Bodega. Eu adoro Bodega Bay, não só porque me sinto num cenário cinematográfico, mas também porque adoro a beleza natural da costa de penhascos, com um mar super azul, praias cheias de pedras e encostas íngremes.

Bodega
Bodega Bodega
Bodega Bodega

Obviamente que no feriado do 4 de julho, muitos outros amantes dos picnics tiveram a mesma idéia que a nossa e tivemos que dirigir bastante para achar uma área em que pudéssemos estacionar e descer até a praia com relativa facilidade. Preparei uma cesta de picnic bem leve, porque sabia que em Bodega Bay iriamos ter que descer pelos barrancos. Tivemos sorte de aportar uma pequena baia tão fechada que nem o vento lá chegava. Eu consegui ficar só de camiseta e esticamos nossas toalhas numa parte mais alta, protegida por um tronco de árvore e rodeada de pedras.

Levei sanduíche feito com liguiça italiana grelhada e acomodada num filão de pão ciabatta untado com pasta umami. Também levei uma salada de alface romana com azeitonas, temperada com suco de limão e azeite de laranja. E muitas frutas frescas de verão, queijo, marmelada, bolachinhas e mini tortinhas de frutas e de noz pecã. Pra beber levei chá gelado de limão e gengibre na garrafa térmica, uma garrafinha de vinho branco e água.

Também levei pratos e talheres de bambu, guardanapos de pano e copos de vidro. E um saco para colocar o lixo que voltou comigo. Aproveitamos a praia, mas não deixamos nada pra trás. O dia estava absolutamente lindo, ostentando um céu azulzissimo e fazendo um calorzinho muito agradável. Aproveitamos!

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Bodega Bodega

pudim de limão & framboesa

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O nosso verão é um verdadeiro festival de frutas. As de caroço, como pêssegos, damascos, nectarinas e cerejas; as refrescantes, como melancias e melões; e as berries, que nem consigo enumerar. São tantas variedades e tonalidades de vermelho, rosa, roxo e azul, que fico até aflita, achando que nunca vou conseguir experimentar todas. É uma esbórnia! E as berries são muito delicadas, temos que nos apressar para consumí-las o mais rápido possível. As framboesas são uma das minhas favoritas, ultra uber suaves. Essa receita estava numa folha rasgada da revista Sunset, que guardei provavelmente para poder usar os limões que colhi da árvore da casa em Davis e que ainda tenho guardados na geladeira do basement. Tinha pensado em fazer com cerejas e acho que deve ficar bom usando qualquer outra berry. Os pudins ficam com uma consistência meio de bolo no topo e bem cremosa no fundo, mais ou menos como esta receita de pudim de limão.

2 ovos grandes, clara e gemas separadas
1/2 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de farinha de trigo
2 colheres de sopa de manteiga derretida
Raspas da casca de 1 limão
3 colheres de sopa de suco de limão
1 xícara de leite
1/8 colher de chá de cream of tartar [cremor de tártaro]
350 gr de framboesas frescas, de preferência orgânicas
Açúcar de confeiteiro para decorar
Pre-aqueça o forno à 350°F/ 176ºC. Coloque 6 ramequins numa forma de assar.

Bata as claras com o cream of tartar até formar picos. Reserve. Numa outra vasilha bata bem as gemas com o açúcar até obter um creme grosso. Adicione a farinha, a manteiga, as raspas e suco de limão e o leite, batendo bem até todos os ingredientes ficarem bem incorporados. Junte metade das claras em neve na massa, misture delicadamente com uma espátula, daí junte a outra metade e misture novamente. Coloque metade das framboesas na massa. Coloque colheradas da massa nos ramequins. Despeje água quente na forma até atingir uns 3cm dos ramequins. Coloque a forma com os ramequins no forno e asse por 35 minutos. Remova a forma do forno [com MUITO cuidado pra não derramar a água quente] , remova os ramequins e deixe esfriar bem. Na hora de servir polvilhe com açúcar de confeiteiro e decore com algumas framboesas frescas. Pode guardar na geladeira coberto com filme plástico. O sabor do limão se intensifica de um dia para o outro.

sopa fria de pepino
[com buttermilk]

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Fiz tanto essa receita nas últimas semanas, que praticamente já tomei posse dela. É a minha sopa fria de pepino favorita! Tenho feito muito para trazer pro meu almoço-picnic no trabalho, alternando com uma versão simplificada da deliciosa salmorejo, sem ovo ou presunto. Levo assim mesmo, acondicionadas em potes de vidro com tampa de rosca. Na hora de comer uso a colher ou apenas bebo usando o pote como se fosse um copo. Acompanho com crakers e uma salada, às vezes umas fatias de queijo. É um almoço leve, delicioso e cheio de sustança. Segura você animada o resto do dia, sem pesar nem causar aquela sonolência vespertina. Uso um buttermilk da melhor qualidade. Aliás, todos os ingredientes devem ser da melhor qualidade. Adiciono por minha conta um punhado de ervinhas—ciboulettes ou manjericão fresco, dependendo de qual eu tiver mais abundante no dia. Uma sopa fria perfeita para os dias tórridos, e para os não tão tórridos também.

da revista Everyday Food
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faz 4 porções
2 pepinos médios descascados e cortados em pedaços
[se tiver muita semente, remova]
2 xícaras de buttermilk
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
Azeite de oliva extra-virgem
Um punhado de ciboulettes ou folhas de manjericão fresco

Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até obter um liquido uniforme. Coloque numa jarra e leve à geladeira. Na hora de servir acrescente mais pimenta do reino moída e um fio de azeite. Pode decorar com fatias bem finas de pepino. Essa sopa se conserva por um dia ou dois, bem tampada e dentro da geladeira.

The Automat

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Um dos meus passatempos favoritos no iPad é ficar navegando pelo app da revista LIFE, que tem um arquivo imenso de imagens atuais e antigas. Numa dessas viagens achei essa galeria de fotos de automats. Adoro os automats, que só conheci em fotos e filmes. Esses restaurantes/cafeterias foram muito populares entre os anos 20 e 50 e alguns ficaram imortalizados em cenas de alguns filmes clássicos. Nos automats os comensais entravam e colocavam moedinhas nas janelinhas escolhidas, de onde tiravam sanduíches, sopas, fatias de torta e bolos, frutas e sorvetes, além das torneirinhas que serviam café, chá e leite dia e noite. Os automats desapareceram do mapa, mas ficaram registrados na cultura popular através de fotos e filmes. Eles também deixaram descendentes—as maquinetas de bebidas, comidas e até de gadgets, que hoje pipocam por todos os cantos do mundo. Tenho guardado no meu diretório de memória de filmes inúmeras cenas passadas dentro de um automat, mas a mais divertida pertence ao fofíssimo filme Easy Living de 1937, protagonizado pela minha atriz favorita de todos os tempos, Jean Arthur e por um jovenzinho Ray Milland. Esse filme é absolutamente delightful e eu recomendo para qualquer um que goste de cinema e filmes clássicos. Mas a cena no automat é impagável, quando a Arthur entra lá faminta e desempregada [usando um casaco carésimo, que é o pivô de toda a trama] e só consegue comprar um café. Milland é um moço rico experimentando a vida de um trabalhador comum, fazendo serviço de busboy dentro do restaurante. Ele tenta ajudar a charmosa e engraçada Arthur, abrindo umas janelinhas pra ela poder comer sem pagar. O que acontece depois você só vai acreditar assistindo toda a cena. E depois de ver essa cena, vai com certeza querer ver o filme inteiro!