A Califórnia é um grande produtor de pistachio. Meu marido tem um projeto de colheitadeira mecânica e faz testes todo verão na maior fazenda de pistachio do estado, a Paramount Farms. Ele costumava trazer para casa os pistachios frescos, que comíamos cru e depois eu tentava processar. Não é difícil processar pistachio, mas requer um pouco de prática, que eu nunca adquiri. Primeiro voce dá uma cozida nos pistachios em água com bastante sal. Daí tem que retirar a casca mole e depois torrar no forno. Eu nunca consegui acertar o ponto exato do forno e os pistachios ficavam sempre ou pouco torrados ou muito torrados. Desisti.
Mas eu uso os pistachios torrados que compro no supermercado em uma receita ótima que aprendi a fazer anos atrás: pesto de pistachios. Fica uma delícia e ajuda a gastar os maços de basil que recebo em abundância no verão. Adaptei uma receita que eu peguei de um livro de receitas italianas da década de 60.
Pesto alla Genovese
3 dentes de alho
1/4 a 2/3 de folhas frescas de basil
1/4 de queijo Romano e Parmesão ralados
1/4 de pine nuts [eu substitui por pistachios]
6 colheres de sopa de azeite de oliva
Triturar os ingredientes no food processor, o azeite vai por último. Para guardar, pãe num potinho e cobre com mais azeite. Dura muito tempo se guardado na geladeira. Misturar no macarrão cozido e salpicar com queijo ralado.
Mês: novembro 2005
letra de mão
sopa de abóbora
Restos do Halloween ou elemento clássico do Thanksgiving, a abóbora reina no outono norte-americano. Mas o que fazer com elas, nas suas mais variadas formas, sabores e cores? Bem, aquela abóbora típica, carruagem de Cinderela, que usamos para fazer jack-o-lanterns, eu transformo em sopas. Uma americana que nem cozinha [ironia] me ensinou a assá-la no forno invés de cozinhar na panela com um pouco de água. Técnica inteligentérrima de gente que não cozinha, não tem tempo nem saco, pois evita a ardorosa tarefa de descascar a abóbora [haja muque!].
Eu coloquei uma abóbora pequena no forno alto [400F] partida ao meio e sem as sementes por trinta minutos. Depois retirei a polpa cozida com uma colher e misturei à um pouco de alho e azeite fritos numa panela. Juntei uma maçã verde descascada e ralada bem fina, refoguei por um minuto e acrescentei um caldo de legumes e um pouco de vinho branco. Sal à gosto. Deixei cozinhar por uns vinte minutos, bati tudo num creme com o mini-mixer, deixei engrossar mais uns minutos e servi bem quente, como sopa deve ser servida.
Uma variação é fritar cubinhos bem pequenos de bacon de excelente qualidade e nele fritar um quarto de cebola picadinha. Dai acrescentar a abóbora cozida, a maçã e etc.
Ótima pedida para um jantarzinho rápido numa noite fria……
na mosca
all you can eat at jusco
Se na minha cidade falta bons restaurantes italianos, certamente tem uma abundância de restaurantes asiáticos. Só pra se ter uma idéia da demanda, a cidade tem sessenta mil habitantes e quase quarenta por cento da população de estudante na UC Davis é asiática. Então é um restaurante em cada esquina para servir a clientela faminta e já à postos segurando chopsticks ou hashis. Lembrando de cabeça são pelo menos dois vietnamitas, uns três coreanos, uns cinco tailandeses, uns sete japoneses e incontáveis chineses, fora os indianos, nepalianos e alfaganistaneses que não sei se dá pra contar como asiático, e os lugares que só vendem suco ou chá com bolotas de tapioca, mas que também são bem populares. Então quando saimos pra comer fora, opções para comida oriental não faltam. O Uriel sempre sugere os tailandeses, dos quais eu ando meio enjoada. Fazia muito tempo que não íamos à um japonês. Em downtown, perto da minha casa, tem uns três. Um deles abre às onze da manhã e às dez já tem fila na porta. Não sei o que eles servem lá, mas o restaurante tem uma fila enorme na calçada todo-santo-dia. Resolvemos ir num outro logo a frente, que nos foi recomendado pelo Gabriel e Marianne, o Jusco.
O lugar é pequeno e bem antigo, no velho e bom estilo ‘sujinho’, que à primeira vista nem anima. Mas como eu e o Uriel temos um histórico de indecisões em porta de restaurante, quase caímos fora no último segundo. A família inteira trabalha no restaurante, cozinham, servem, limpam. Não sabíamos que eles faziam o ‘all you can eat’ e nunca tínhamos ido à um ‘all you can eat’ japonês. Ficamos meio perdidos no inicio, mas recebemos as intruções para marcar o que queríamos numa fichinha com os nomes dos sushis, rolos e comida quente. Fui marcando tudo o que não tinha peixe cru. Marquei muita coisa, naquele entusiasmo de quem está com fome. A comida começou a chegar em pequenos pratinhos e não parava mais… Comemos muito e estava tudo delicioso. Só uma coisa nos deixou um pouco estressados: pra não haver desperdício, eles avisaram num cartaz na parede e no menu que CADA SUSHI NÃO COMIDO E DEIXADO NO PRATO CUSTARIA 0,50 CENTS EXTRA! Raspamos os pratos e abandonamos pra trás somente os rabinhos do camarão…
Cinema & Comida
* vou roubar um post antigo do Cinefilia, porque hoje estou sem tempo de pensar e escrever….
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setembro 05, 2002
Cozinha no Cinema
Duas coisas que eu adoro! Cinema e Gastronomia. E quem já não viu um personagem de filme fazendo ou saboreando alguma comida e não quis saber a receita? Wonder no More! No site Cinema & Co tem receitas dos sushis de Blade Runner, dos Muffins de Gone with the Wind, Spaghetti do The Postman, Peixe com vinho e cogumelos de Out of Africa, Suflê de queijo de Sabrina e muito mais!!
E AQUI , as receitas do banquete do filme Babette’s Feast! Trés Jolie!
comida & história
[*repeteco]
Livros de receitas também são literatura e história. Eu adoro ler sobre os hábitos alimentares do passado e como as pessoas cozinhavam e se alimentavam. Sem querer, encontrei três livros diferentes, de autores diferentes e de épocas diferentes, que fazem essa viagem ao passado. Ler essas histórias é uma atividade extremamente deliciosa, quem diria poder experimentar todas as receitas descritas pelos autores.
O primeiro livro, que comprei usado numa loja em Novato, é o relato de Margaret Rudkin, hoje famosa por ter sido a fundadora da marca Pepperidge Farm, que começou vendendo pães e hoje tem uma variedade interessante de bolachas finas. Margaret escreveu o The Pepperidge Farm Cookbook no inicio da década de sessenta, relatando toda a sua experiência dentro de uma cozinha, que se iniciou quando ela ainda era uma criança, no início do século vinte. O relato da cozinha da infância de Margaret é simplesmente delicioso. Como eles conservavam os alimentos no basement, sem o auxílio de freezers e geladeiras, como os alimentos que seguiam a regra da ‘temporada’ eram preparados em cozinhas simples, sem grandes tecnologias, mais muito eficientes.
O segundo livro é um original, reproduzido exatamente como foi publicado pela primeira vez em 1913. Escrito em linguagem literária e em sequência, como se fosse um romance, por Martha McCulloch-Williams, uma nativa do estado do Tennesse, que tornou-se uma pioneira dos livros de receita. McCulloch-Williams ensina receitas básicas consumidas no sul do país em seu livro Dishes & Beverages of the Old South. Muitas receitas são difíceis de serem preparadas hoje, pois se usava outras maneiras de assar e fritar, em utilitários domésticas que já não existem mais.
O terceiro livro é mais recente, mas o autor Victor M. Valle, um americano descendente de mexicanos, volta muito mais no tempo, republicando receitas de suas avós e bisavós, datadas do meio do século dezenove. Receitas mexicanas maravilhosas, porém difíceis de serem replicadas, tanto por causa dos ingredientes quanto pelas técnicas antiquadas de processar os alimentos. Valle descreve como a avó Delfina matou dois coelhos com uma só cajadada, livrando-se de uma imensidão de pombos que infestava o sótão da casa e ao mesmo tempo reunindo a família para um farto almoço onde prato principal era sopa de pichones [filhotes de pombo no arroz de açafrão]. Todas as receitas das mulheres da família foram preservadas na memória dos que trabalhavam na cozinha. O livro, publicado em 1995, tem o sugestivo título de Recipe of Memory e já me deixou com vontade de fazer uma viagem histórico-gastronômica ao México.
O famoso sanduba do Elvis
Apesar de não ser uma consumidora frequente do produto, tenho que ter sempre um vidro de peanut butter na despensa, para a eventualidade de dar uma vontade de comer o sanduiche favorito do Elvis Presley!
As receitas:
Peanut Butter and Banana Sandwich
do The Presley Family Cookbook
3 colheres de sopa de peanut butter
2 fatias de pão branco
1 banana — amassada
2 colheres de sopa de margarina — derretida
Misture a peanut butter com a banana amassada. Toste o pão levemente. Espalhe a peanut butter com a banana amassada na torrada. Frite na margarina derretida, virando dos dois latos até ficar dourado.
Elvis’s Favorite Peanut Butter Sandwich
2 fatias de pão branco
2 colheres de sopa de peanut butter cremosa
1/2 banana – bem madura
2 colheres de sopa de manteiga ou margarina
-Espalhe a peanut butter sobre uma das fatias de pão
-Coloque fatias da banana sobre a peanut butter
-Cubra com a outra fatia de pão
-Derreta a margarina numa frigideira sobre fogo médio.
-Frite o sanduiche até ficar dourado dos dois lados
NOTA : Elvis comia esse sanduíche com garfo e faca. Não é a toa que ele ficou bem gordutchinho nos seus últimos anos de vida!
Minha versão do Sanduiche Favorito do Elvis
Espalhar peanut butter em duas fatias de pão branco de forma. Cortar uma banana em rodelas e colocar entre as fatias. Tostar o sanduiche fechado, numa frigideira ou aparelho de fazer sanduiche. Devorar com direito a lamber os dedos!!
cogumelos galore!
Cogumelos são interessantes e saborosos, mas eu tenho pouquíssima experiência com eles. O máximo que faço é refogar criminis, shitakes ou os cogumelos brancos comuns com azeite e alho. Ou colocar enokis na sopa. Mas já ousei com os portobellos, que fiz assados.
A receita é da revista Everyday Food nº 14 – julho/agosto de 2004:
Portobellos com alho-poró e espinafre
4 cogumelos limpos
3 colheres de sopa de azeite
3 coilheres de sopa de vinagre balsâmico
sal grosso e pimenta do reino à gosto
2 alhos porós – somente a parte branca – cortados em fatias bem finas
2 xícaras de espinafre fresco picado
1 xícara de queijo de cabra em pedaços
Aqueça o forno no alto [450F]. Coloque os cogumelos num refratário de cabeça para baixo, a parte das fibras pra cima. Molhe com azeite e vinagre e tempere com sal e pimenta. Asse por mais ou menos 10 minutos. Coloque as fatias de alho poró, o espinafre e o queijo no topo de cada cogumelo. Tempere com mais sal e pimenta e asse por mais dez minutos, até o espinafre murchar e o queijo começar a derreter.
pimentãozada
Outro legume de verão que precisa ter um pouco de criatividade para usar é o pimentão. Eu recebo muitos pimentões, verdes, vermelhos e amarelos na cesta orgânica, mas este ano fiz a besteira de plantar dois pés no meu quintal, então passei o verão inundada por pimentões que ainda tenho na geladeira.
Os pimentões vermelhos e amarelos eu grelho na churrasqueira ou tosto na chama do fogão. Vou virando até ele ficar todinho preto e embrulho numa folha de papel toalha ou coloco num saco de papel e deixo esfriar embrulhado. Depois de frio, desembrulho e vou tirando a pele preta com uma folha de papel toalha. Não precisa colocar embaixo da água. Tiro as sementes, corto em fatias e tempero com vinagre balsâmico, sal, pimenta do reino, azeite e ervas secas. Faz uma salada bem saborosa para comer com pão.
Já o pimentão verde eu ponho no molho pra cachorro-quente ou corto em fatias bem finas pra salada. Fora isso tenho apenas uma outra receita, que é da minha tia, irmã da minha mãe, uma autêntica cozinheira frugal que faz as melhores receitas italianas do planeta!
A receita:
Pimentão Recheado – da Tia Dirce
Fritar no azeite bastante alho picado. Adicionar miolo de pão amanhecido. Refogar até o pão ficar bem úmido. Deixar esfriar e adicionar azeitonas picadas [pode ser verde ou preta], uma latinha de aliche escorrido e picado e orégano à gosto. Tirar as sementes dos pimentões verdes, rechear com essa mistura e assar.
Fica muito bom!