[ ha ha ha! essa foi irresistível!! ] |
quem quer bacalhau?
A Páscoa é um feriado muito mal comemorado aqui, onde não se destacam as celebrações religiosas. Falei de bacalhau no meu trabalho tantas vezes—hoje é dia de bacalhau, hoje é dia de bacalhau, que até me dei um beliscão. Até parece… Eu não como bacalhau na Sexta-feira Santa há quase duas décadas. Mas por que ainda falo nisso? Porque passei uma boa parte da minha vida ouvindo—bacalhau, bacalhau, bacalhau, e comendo o peixe, é claro. Aqui tem bacalhau pra vender, mas eu raramente me animo a comprar. No Co-op ou no Nugget se encontra uma pequeníssima caixinha de madeira, com bacalhau canadense suficiente para duas pessoas. Mas como a Sexta-feira Santa nem é feriado nem nada, quem se importa.
O diretor do programa para o qual eu trabalho falou, quase como que me dando uma rasteira, que os portugueses simplesmente dizimaram com os bacalhaus da costa de New Foundland séculos atrás, por isso agora a opção virou a Noruega. Eu não sei de nada, só sei que comer bacalhau na Sexta-feira Santa é parte da minha cultura, como a daqueles índios lá de Washington é de comer baleia.
Como o dia do bacalhau foi um dia normal de trabalho por aqui, almoçei um “já-te-vi” de espagueti que preparei na noite anterior, com essas lingüiças finas recheadas que estão na moda. À noite fomos à um restaurante tailandês, onde pedimos o trivial—sopa vegetariana com leite de coco, won-ton fritos recheados de camarão e porco, salada e pepino, arroz e camarões com cogumelos exóticos ao molho de gengibre.
Macarrão com lingüiça
Cozinhe uma porção de espagueti em bastante água com sal. Cozinhe a lingüiça na água – eu usei uma recheada de queijo asiago e cogumelos. Corte em rodelas e refogue no azeite e alho. Acrescente bastante tomate seco picado e aspargos cortados ao meio. Refogue tudo por um minutinho, coloque sal e pimenta do reino à gosto. Misture o macarrão cozido e sirva com bastante queijo parmesão fresco, ralado na hora.
apple & carrot slaw
Na minha atual situação de falta de tempo e cansaço, se eu consigo fazer uma salada criativa já está bom. Nesta semana inovei com uma receita que tirei de uma dessas revistas naturebas que pegamos de graça na porta dos supermercados.
Apple & Carrot slaw
uma maçã pequena cortada em fios
uma cenoura cortada em fios
meio repolho pequeno ralado fino
[este item não fazia parte da receita, mas tenho que usar a repolhada]
uma cebola roxa em fatias finésimas [não coloquei porque não tinha]
um punhadinho de coentro fresco picado
um punhado de cranberries secas
meio copo de suco de laranja
meia xícara de sementes de abóbora torradas
Deixe as cranberries de molho no suco de laranja.
Corte a maçã, cenoura, cebola [e repolho, se quiser me imitar]
Misture tudo. Coe as cranberries. Misture na salada. Adicione o coentro e as sementes de abóbora. Use o suco de laranja pra fazer o molho: bata bem com azeite, sal e pimenta do reino. Tempere a salada e sirva.
or-ga-ni-za-çã-o
You can get anything you want at Alice’s Restaurant
O vinho é francês, o queijo é irlandês, o chá é inglês, os biscoitos holandeses, o azeite espanhol, as azeitonas são gregas, o arroz é indiano, o macarrão italiano, o peixe norueguês, as castanhas portuguesas, o chocolate é belga, a cerveja é mexicana, o molho de salada é libanês, os snacks japoneses, o palmito costa riquenho, leite de coco tailandês. Estou na América.
BBQ
Full of baloney
Baloney poderia ser comparado com uma mortadela muito da vagaba. É cortado em fatias grossas, tem uma cor estranha, uma textura estranha, um cheiro e um gosto, hmm, estranhos. Mas é um frio muito popular, especialmente entre os membros da classe trabalhadora. E as crianças também gostam. Eu comi uma vez de curiosa que sou. Eca, bleargh! Deve ter tanto corante, anabolizante, preservativos… nem quero saber!
Mas a palavra Baloney é também parte de uma expressão que eu ouvia muito mais no Canadá, do que ouço aqui. “Full of Baloney”, quer dizer cheio de porcaria, cheio de coisa que não presta, ou não vale nada, não acrescenta nada, que não diz nada, como deve ser o valor nutritivo desse frio usado como recheio de sanduíche.
o chá branco
Sou uma novidadeira. Tudo que eu vejo de diferente ou novidade, tenho que experimentar. Quando descobri o chá branco, já fui logo comprando. Ele é um chá mais caro, mas o sabor é especial. As folhas são colhidas ainda novas e tenras e quase não sofrem nenhum processamento. O sabor é levíssimo, e os que eu comprei com um leve sabor de fruta – manga, cítricos, ou pêssego. Como ainda estamos em tempo de esquentar os ossos, com um inverno que parece não terminar nunca, eu bebo muito chá durante o dia no trabalho. O chá branco tem sido o meu favorito!
. . . . . . . . . . . . . . .
From Sean Paajanen, Your Guide to Coffee / Tea.
I’m sure you’ve heard of black and green tea, but white?
Black tea has been fully fermented during processing, and green has not been fermented at all. Oolong teas are somewhere in the middle. So what is ‘white tea’?
Well, just like those other teas, white tea come from the Camellia sinensis plant. But the leaves are picked and harvested before the leaves open fully, when the buds are still covered by fine white hair. Hence the name. White tea is scarcer than the other traditional teas, and quite a bit more expensive.
White tea is similar to green tea, in that it’s undergone very little processing and no fermentation. But there is a noticable difference in taste. Most green teas have a distinctive ‘grassy’ taste to them, but white tea does not. The flavour is described as light, and sweet. You should steep white tea in water that is below the boiling point. The UtiliTEA Variable Temperature Tea Kettle is perfect for use with white tea.
If you are drinking tea for your health, you may want to consider white teas. There is also considerably less caffeine in white tea than the other varieties (15mg per serving, compared to 40mg for black tea, and 20mg for green). Some studies have also shown that white tea contains more active cancer-fighting antioxidants than green tea.
As with all teas, there are many varieties of white tea, with poetic names such as: white peony, golden moon, silver needle and white cloud. White teas are produced mostly in China and Japan, but the Darjeeling region of India also produces some fine white teas.
. . . . . . . . . . . . . . .
eu adoro pão francês!
gosto não se discute
Fomos à um pequeno restaurante aqui em Davis, que tinha sido altamente recomendado pelo meu vizinho blogueiro culinário. Nunca tínhamos ido lá, pois o lugar nunca realmente nos chamou a atenção. É um lugar pequeno, ligado à uma loja de produtos naturais, com mesinhas cobertas de toalhas coloridas com vasinhos com flores naturais. O menu é todo orgânico, escrito com palavras muito bem escolhidas, fazendo tudo parecer muito apetitoso. O problema é que o lugar é super low profile, e não combina com o preços, que são de restaurante um nível acima do que experienciamos ali. Resumindo, comida simples, preço sofisticado. O atendimenrto foi ótimo, afinal num sábado na hora do almoço só tínhamos nós dentro do lugar. A cozinha é logo atrás do balção de atendimento e ficamos ouvindo a conversinha da atendente americana com o casal de cozinheiros mexicanos, num espanhol sofrível. E ouvimos e cheiramos a comida ser preparada, o que resultou num cheiro de fritura impregnado na minha roupa e cabelo. A comida era boa, nem ótima, nem ruim. A conta foi alta. E enquanto vestíamos os casacos para ir embora, eu vi uma BARATA saindo de trás de um quadro na parede. Nem preciso dizer que NUNCA mais voltaremos, né?
Fazia muito tempo que queríamos ir à um restaurante italiano em Sacramento, que tem pizza feita em forno à lenha. Quando queremos comer boa comida italiana temos que ir à San Francisco, porque essa região aqui, do Sacramento Valley, não deve ter recebido uma boa imigração italiana. Os restaurantes são péssimos, e eu, como neta de italianos, sempre comi a melhor pizza e pasta feita em casa pela minha mãe, que realmente faz o melhor molho e massa. Então sou exigente, percebo na hora se o molho é de lata e odeio, ODEIO, o molho de pizza que eles usam aqui, muito grosso, com cebola, uma coisa enojante. Ouvi dizer que esse restaurante em Sac tinha uma pizza boa, mas que tinha um ambiente cafona e presunçoso. Fomos, finalmente. Que surpresa boa! O lugar tem um ambiente simpatícissimo, instalado num prédio antigo na Capitol Avenue, entre Old Sacramento e o Palácio do Governo, o Capitol. Nos lembrou os restaurantes antigões de São Paulo, com os garçons de paletó branco e gravatinha preta, um estilo europeu, com pé direiro alto, super diferente e aconchegante. Fomos muito bem atendidos pelo garçon Louis e comemos muito bem, eu uma pizza muitíssimo bem servida, com mussarella, parmesão em fatias, cogumelos, rúcula e prosciutto, regada com azeite de trufas. O Uriel comeu um ravioli verde, com massa feita no local e molho apimentado de lingüiça italiana. Louis nos disse que todas as massas e os pães e crostines [deliciosos] eram feitos lá. Bebi um chardonnay do nosso quintal, segundo o Louis, uma vinícola perto de Davis. Nos sentimos tão confortáveis, que até pedimos sobremesa, o Uriel um tiramisu e eu um creme de fennel com crosta de chocolate. Saímos de lá incrívelmente felizes com a nossa experiência italiana em Sacramento e já decidimos que voltaremos em breve!