pet peeves
[*things that make me go awgh!]

Torneira pingando, barulho de gente mastigando com a boca aberta, gadgets tecnologicas que não funcionam como deveriam, gente que te deixa falando sozinha, papo hipocondríaco, generalizações, chegar atrasada à lugares, perder coisas, roupa apertada, receber conselhos não requisitados, telefone que toca na hora errada, gritaria, monólogo sem chance de virar diálogo, caixa de correio vazia, lero-lero de gente que sabe-tudo, criança mal educada, bagunça no banheiro, porta de armário e gaveta aberta, tentar falar com alguém pelo telefone e não conseguir, viajar longas distâncias de carro ou avião, água quente que acaba no meio do banho, papo de dinheiro, caixa de leite ou suco vazando, patrulhamento de qualquer tipo: direita, esquerda, em cima do muro, não achar a chave dentro da bolsa, falta de tempo, spams, ter que esperar…. esperar…. esperar por alguém, sala de cinema lotada, caixa eletrônico que cobra $1,50 para fazer retiradas, ficar com o pé molhado, alça de sacola de supermercado que arrebenta, água quente que acaba no meio do banho, criança dando escândalo dentro de loja, imitonildos que não têm idéias próprias, caixa de e-mail que dá pau toda hora, aquela laranja podre no meio do pacote de oferta fechado, não encontrar lugar pra estacionar, recibo de loja com códigos indecífraveis para descrever as mercadorias, livro de referência que você não pode retirar da biblioteca, caneta que falha no meio da assinatura, qualquer bebida sem gelo, gato que fica no seu pé o tempo todo e mia quando você acidentalmente pisa no rabo dele, acordar às 7am no domingo, perder cds e meias no ‘buraco negro’, esquecer de pagar contas e receber cartas de cobrança, vendedor de loja que fica toda hora te perguntando se você quer ajuda, ouvir briga de vizinhos, mentiras esfarrapadas, faca que não corta, colocar gasolina no carro, toalha suja de migalhas de pão, moscas rodeando, gente que não saca que enquanto eles estão indo com o fubá você já está voltando com o bolo.

Dicionário Português-Português

Gostei imensamente da iniciativa da Elvira de colocar no final da receita um pequeno glossário de português de Portugal e Brasil. Por incrível que pareça, apesar do Português dos dois países ser oficialmente o mesmo, na prática há inúmeras diferenças que podem atrapalhar na hora de interpretar uma receita.
Também a Smas do Experiências na Cozinha, que está em Macau, preparou uma lista de tradução de termos culinários aqui e aqui. Achei muito bacana e extremamente útil!

(eu adoro esse lugar!)

Fui até Sacramento porque encasquetei que precisava ir ao Trader Joe’s. Se você não mora na Califórnia, nem em nenhum dos outros estados com a sorte de ter uma das lojas dessa rede, vai precisar primeiro entender o que significa fazer compras lá. É uma experiência única, diferente da que temos em qualquer outro supermercado comum, não só pela atmosfera do lugar, mas também pelos preços e produtos incríveis que eles oferecem. TJ vem tentando abrir uma loja em Davis há anos e não consegue. Dizem as más línguas que é pressão pesada do Co-op, que manipula o City council. A unanimidade dos habitantes da cidade quer um TJ aqui, mas enquanto isso não acontece, temos que ir até Sacramento, vinte minutos até a loja da Folson Ave.
Fui depois do trabalho, porque quero fazer um jantar no sábado e as coisas que compro lá não se acha em lugar nenhum. Peguei a hora do rush, às 5:30 na highway mais pesada do norte da Califórnia – a I80. Quase não dirijo, porque minha vida é basicamente casa-trabalho-casa, e esse trajeto eu faço de bicicleta. Na hora do rush na I-80 indo ao Trader Joe’s vi aquele monte de luzes – de um lado vermelha, do outro branca – na estrada abarrotada de carros e pensei o quanto eu sou brejeira, vivendo uma vida brejeira, numa cidade brejeira. Fiz minhas comprinhas e voltei feliz da vida, dirigindo a 80 milhas por hora pela pista da esquerda , ouvindo música e cantando bem alto, porque brejeira quando dirige na estrada sempre canta:
“Hm, my lord (hare krishna)
My, my, my lord (hare krishna)
Oh hm, my sweet lord (krishna, krishna)
Oh-uuh-uh (hare hare)”

all I got was this lousy t-shirt

Uma das coisas boas de viajar é poder provar comidas diferentes. Eu não sou fã de viagens, especialmente do trajeto ida-volta e dos confinantes avião, carro, trem, navio. Mas curto ficar uns dias fora, deixo bem claro: UNS DIAS! Quando viajo – e até que tenho viajado, pois apesar de cabrita empacada quero conhecer o mundo, me divirto com a parte de alimentação. No Brasil é sempre uma farra gastronômica, um empanturramento pantagruélico. Em outros países é aquele excitante e zeloso pisar em ovos, um cuidado com o que pedir, decifrar os hieróglifos da escrita e fala desconhecida, morder com curiosidade e temor, se surpreender e se deleitar com novos sabores. Sempre que viajo faço uma visita ao supermercado local. Pra mim é uma diversão, tanto quanto bater ponto nos cartões postais turísticos, ou pensando bem, melhor! Fico horas vagando pelos corredores, olhando ou lendo embalagens, descobrindo coisas novas, ou até mesmo a grande surpresa: isso tem lá em Davis!
Mas minha visita mais longa e inesquecível à um supermercado, foi a segunda que fiz ao Real Canadian Superstore. Na primeira, fui acompanhada pela pentelhuda da prima do meu marido, que deu palpite em tudo e me guiou pelo supermercado conforme o esquema dela, jogando coisas que ela comprava mas que eu nunca compraria no meu carrinho, falando pelos cotovelos e não me deixando ver, nem decidir nada. Fomos pra casa, eu guardei as trancas que ela me fez comprar e no dia seguinte voltei lá de bicicleta. Passei quase três horas dentro do lugar, que era enorme, olhando corredor por corredor, prateleira por prateleira, produto por produto, tentando me familiarizar com as diferenças, me inteirar das novidades, decifrar ingredientes e planejar os novos rumos da minha maneira de cozinhar dali pra frente.

Biddy e o homem do abacate

Eu vou pulando de livro em livro. Não tenho vergonha de confessar a minha volubilidade. Pulei desta vez para Serve it Forth da M.F.K.Fisher, e li um capítulo muito apropriado entitulado On Dining Alone, onde a autora primeiro conta a divertida aventura gastronômica de Biddy, uma garota de dezesseis anos que descobre os prazeres da mesa soziinha num restaurante kosher em Los Angeles.
Logo a seguir, Fisher descreve o homem que sempre jantava sozinho num restaurante que ela frequentava. Ele sentava-se num mesa de canto, vestido de maneira formal e antiquada. O homem comia frugalmente e bebia meia garrafa de vinho acompanhando a comida. E para sobremesa ele sempre pedia a mesma coisa: um abacate, que era trazido até ele envolto num guardanapo. O homem apalpava a fruta delicadamente e a cheirava, então fazia um sim com a cabeça, aprovando. O abacate era então cortado ao meio com uma faca de prata e o homem retirava a casca e a semente de um lado, colocava a fruta delicadamente no prato e enviava a outra metade de volta para a cozinha. Açúcar de confeiteiro era então trazido e colocado na cavidade da fruta. Finalmente o Sommelier aparecia com uma garrafa de kümmel russo em formato de urso e colocava um copo cheio da bebida sobre açúcar, esperava o homem aprovar e se retirava. O kümmel desaparecia na montanha de açúcar colocada no centro do abacate, enquanto o homem mexia e amassava a fruta com delicadeza. Finalmente ele comia, colherada após colherada…
Adorei essa história, e fiquei incrivelmente inspirada par testar novas maneiras de comer o abacate!