cenoura.. ouch.. feijão…
Eu planejava um jantar um pouquinho diferente. Fui interrompida por um cortão no dedo e precisei chamar o marido, que veio galopante—hm, quase. Terminamos tudo daquele jeito, eu dizendo faça isso, faça aquilo e bufando, porque ele fazia tudo atrapalhado. No final o jantar vingou e até que ficou bom.
Vi a receita Carrots in Vermouth no blog Accidental Hedonist e fiz um pouco diferente. Refoguei as cenouras cortadas em palitos num pouquinho de óleo. Quando elas começaram a dourar, joguei uma dose de whiskey, mexi bem, desliguei o fogo, coloquei sal e pimenta moída e salpiquei com salsinha fresca. Não deixei cozinhar mais, porque queria manter a crocância natural da cenoura. Nem preciso dizer que eu A-D-O-R-O usar bebida álcoolica em receitas. ADORO mesmo! Se a receita tem bebida, já vai pra minha lista.
A outra receita tirei do livro The New Vegetarian Epicure – Tuscan White Beans with Garlic and Sage. É simplérrima. Coloquei umas 400gr feijão branco de molho de manhã cedo. À noite, coloquei pra cozinhar com água, folhas frescas de sálvia, um dente de alho e uma colher de sopa de azeite. Cozinhou, cozinhou, em fogo baixo e com a panela tampada. Os feijões devem ficar macios, mas inteiros. Adicione sal. Transfira o feijão e o caldo que deve ficar grosso para uma travessa. Tempere com mais azeite e com pimenta moída. Nós comemos quente, mas esses feijões podem ser comidos frios, em saladas ou antipasti.
coisas guardadas nos livros
Eu tenho essa mania de guardar coisas no meio dos livros de receitas. Quando abro um, sempre acho coisas inusitadas. Normalmente tem sempre um recorte de jornal ou um cartão com coisas anotadas na minha letra de mão garranchuda. Foi uma emoção quando abri um deles e achei essa fotografia fofa. Sempre me surpreendo. Outro dia, estava procurando uma receita e achei um 3×4 da década de 80 – eu com um MULLET horrorrripilozo! Tive até um ataque de riso, porque não pude acreditar que eu tive um corte mullet. O que eu estava pensando da vida? Ah, a imaturidade… Agora como e por que essa foto foi parar lá no meio do livro de receitas, só deus sabe…
bolo de cranberry & abóbora
Peguei essa receita na Sher, minha vizinha. Como eu ainda tinha uma abóbora grandona e um saco de cranberries frescas, decidi fazer. Optei pelos cupcakes porque queria usar essas forminhas de flores psicodélicas, que achei uma gracita!
O bolinho ficou saboroso e fofinho. Dei um para a minha amiga provar e ela achou delicioso. Então decidi levar uma dúzia deles para os meus colegas de traballho. Vira e mexe tem um “treat” deixado por alguém no balcão da nossa mini-cozinha improvisada. Hoje foi a minha vez. Sou super insegura com os meus cozinhados e fiquei meia tensa – será que eles vão comer, será que eles vão gostar? A técnica veio dizer que os cupcakes estavam deliciosos. No meio da manhã passei pela cozinha e mais da metade dos bolinhos tinham sido comidos! Fiquei tão contente! Acho que alimentar as pessoas com coisas saborosas dá tanto prazer quando dar um presente. Vou repetir a experiência e aproveitar pra melhorar os meus “baking skills”.
cranberry-pumpkin cake
1 xícara de polpa de abóbora cozida
1 xícara de açúcar
1/4 xícara de água
2 ovos
1/4 xícara de óleo vegetal
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/4 tcolher chá de canela em pó
1/4 colher de chá de gengibre em pó
1/8 colher de chá de cravo em pó
1 xícara de cranberry frescas [não descongele, se elas estiverem congeladas]
Pré-aqueça o forno em 350°F/180ºC. Unte a forma de pão ou de muffins, ou forre a forma de muffins com as forminhas de papel. Numa vasilha grande bata bem a abóbora, o açúcar, a água, os ovos e o óleo. Peneire por cima dessa mistura, a farinha, o fermento, sal, bicarbonato e as especiarias. Bata bem até a massa ficar bem lisa. Jogue as cranberries e coloque a massa nas forminhas. Asse por mais ou menos 30 minutos para as formas de muffins ou 1 hora e 15min para a forma de pão. Deixe esfriar numa grade. Essa receita faz um bolo ou 18 bolinhos.
Capinar, pra despois prantar
Fez um dia tão lindo e agradável no domingo, que finalmente eu criei coragem, vesti as galochas e fui até o quintal para avaliar os estragos do inverno na minha horta. Estava tudo um matagal! Nós não somos pessoas que praticam o gardening como hobby. Somos relapsos e do tipo que só faz por necessidade, ou pagar alguém pra fazer. Estou pensando que vou precisar novamente dos serviços de um jardineiro. As lavandas estão enormes, as roseiras ainda ostentam algumas flores deprimentes e descoloridas, e a horta – ah, a horta – estava um caos! Toda esburacada pelo malditinho do gopher que aparece todo inverno e faz um tremendo estrago por todo canto. Os pés de tomates todos secos, apodrecidos e engruvinhados, ainda ostentavam uns míseros e persistentes tomates, alguns furados de bicho. O matagal corria solto. Das ervas, sobraram um pingo de tomilho, um ramo de sálvia, uns brotos de orégano e umas cebolinhas francesas. Ah, renascendo está o hortelã, que esse você pensa que se livrou, mas ele persiste, como uma praga – o que realmente ele é. Dizem que se deve plantar hortelã em vasos e não no chão, como eu fiz, pois ele espalha como uma erva daninha, com uma raiz que toma conta de tudo. Esse é o caso de uma das caixas da minha horta, totalmente tomada por esse hortelã escuro, chamado de Menta Chocolate.
Usando minhas luvas velhas do ano passado, todas furadas e deixando os dedos pra fora, agarrei a enxada e o ancinho e mandei bala. Removi os pés secos de tomate, parte do mato, revolvi um pouco da terra. Enquanto fazia isso, pensava o que vou fazer na minha horta neste ano. Ela consiste de três caixas quadradas e largas de terra – que eles chamam aqui de “bed”, rodeadas por cerquinha de madeira com portãozinho, um mimo. Numa caixa eu sempre planto 4 ou 5 pés de tomates. Nas outras eu variava, mas neste ano estou pensando em enchê-las com ervas, nada mais. Não tô podendo me aventurar em nada que dê muito trabalho neste momento. Mas estou planejando aproveitar muito o meu quintal, como fazia em outros anos. Mas ele está precisando de um make over, porque depois do frio e das chuvas fica tudo com uma cara de desolação. Logo terei muitas flores, e já será hora de plantar coisinhas. Mas fevereiro é o mês de pegar na enxada. E dá-lhe muque!
Crops of the Americas
Volver
Fazia tempo que estava querendo ver esse filme, em cartaz no Varsity, o cinema independente bacanérrimo de Davis, com as cadeiras mais confortáveis que eu já sentei na minha vida! Domingo, já tinha tomado banho e ia deitar e ver um filme, ler, escrever – sim, faço tudo ao mesmo tempo – quando minha amiga ligou e convidou, vamos?
O filme é um primor, um novelão lindo, Pedro Almodóvar em cada frame e diálogo. Mas me chamou a atenção logo de cara os detalhes de comida – 0 lindo jogo de chá na casa da Tia Paula, os bolinhos fritos, a carne assada recheada, o caldo levinho do funeral, a carne em conserva, o pão, os mojitos [e um cartaz dizendo autêntica “caipirinã”], o maravilhoso pudim de leite e os franguinhos empanados. Volver é uma fartura para os olhos e para a alma. Nós adoramos e viemos comentando entusiasmadamente pela rua, enquanto voltávamos à pé para casa.
comi muito, bebi muito
Salada de lentilha, couscous e hortelã
O forte da revista Country Living não são as receitas, mas na edição nova de março veio uma receita que me interessou, numa matéria sobre um “get together outdoors”. Era uma salada de lentilha verde com couscous de Israel [bem diferente do couscous marroquino] e hortelã. Com a lentilha eu já tinha feito uma sopa e queria fazer uma salada. E tinha um bocado de israeli couscous na despensa – ele é uma bolota bem redonda, maior e mais duro que o couscous marroquino que é mais comum. O couscous de Israel tem que cozinhar, não basta usar a água quente. Ele tem a textura semelhante á um macarrãozinho em forma de bola – então se não houver o israeli couscous, um macarrão pode substuir. E a lentilha francesa verde pode ser substituída por qualquer lentilha. Essa salada fica “pedaçuda”, “bolotuda” e é perfeita para ser levada em containers fechados, para qualquer evento outdoors ——ai, que saudades de um bom picnic!!
Lentil and Couscous Salad with Mint
6 colheres de sopa de vinagre de maçã
4 colheres de sopa de mostarda Dijon
1/4 xícara de azeite de oliva
3/4 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de pimenta do reino moída
Bata bem esses ingredientes com o batedor de arame.
1 1/3 de lentilha francesa verde cozida, escorrida e fria
1 xícara de couscous de Israel cozido, escorrido e frio
3/3 xícara de hortelã picado
4 scallions [a cebolinha verde grossa], só a parte branca, picadinha
3 tomates picadinhos
Misture todos os ingredientes e incorpore o molho. Misture bem e sirva.
porque parou de chover
e porque eu adoro as tulipas! |