israeli couscous com abóbora e limão em conserva

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Gostei imensamente desta receita executada pelo David Lebovitz. Fiz exatamente e ficou uma delicia. Como ele diz, não dá pra substituir o limão em conserva. Para quem não tem acesso à essa iguaria pronta, tenho aqui uma receita que é muito fácil de fazer. A butternut squash pode ser substituída por outras variedades de abóbora ou por batata doce.

israeli couscous with butternut squash and preserved lemons
serve 8 porções
1.25 quilos de abóbora butternut squash descascada e sem sementes cortada em cubos
3 colheres de sopa de azeite
Sal a gosto
1 cebola picadinha
1 3/4 xícara [280 gr] de israeli couscous ou algum tipo de pasta pepe italiana
1 pau de canela pequeno
1 limão em conserva
1/2 xícara [60 gr] de passas brancas
1/4 xícara [30 gr] de cereja ou cranberry seca [*usei cranberry]
1/4 colher de chá de canela moída
1 xícara [60 gr] de salsinha picada
2/3 xícara de pinoles tostados no forno ou frigideira

Pré-aqueça o forno em 475ºF / 245ºC. Tempere os cubos de abóbora com 1 colher de sopa de azeite e com sal a gosto e espalhe numa forma forrada com papel alumínio. Asse por uns 15 minutos ou até que a abóbora fique bem macia. Cuidado para não deixar assar demais.

Numa panela aqueça as duas colheres restantes de azeite e cozinhe a cebola picada até ela ficar bem macia. Junte a abóbora assada, remova do fogo e reserve. Cozinhe o couscous israeli numa panela com bastante água fervendo com o pauzinho de canela.

Corte o limão ao meio, remova a polpa e pique a casca em cubinhos. Reserve a polpa. Misture a casca do limão picadinho com a abóbora e usando um coador esprema a polpa do limão na mistura.

Coe o couscous cozido, remova o pau de canela e misture o couscous com a abóbora. Adicione as passas, as cranberries, a canela moída, as folhas de salsinha e os pinoles tostados. Sirva morno ou em temperatura ambiente.

fatias de maçã
com frogurt de leite de cabra

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Assim que comecei a sentir os primeiros ventos friorentos do outono e percebi a discreta, porém determinante, aparição das maças nas prateleiras das feiras e mercados, me enchi das vontade de fazer uma torta de maçãs. Cheguei a ficar um tanto obsessiva, procurando pela receita perfeita e satisfatória por semanas a fio. Procurei muito, pois já fiz algumas tortas de maçãs ótimas, mas eu queria algo diferente. Queria uma torta que surpreendesse, que fosse interessante e que tivesse uma massa sem gordura vegetal, com algum toque diferencial. Não foi fácil. Busquei em livros, em revistas, em sites e blogs online. As maçãs aguardavam impacientes e eu fui ficando irritada e frustrada, até que caí nesta receita de apple slices with frozen sheep’s milk yogurt da Clotilde do blog Chocolate & Zucchini. Aaa-lee-luu-iaa!

E a receita ainda trazia de bônus um sorvete de iogurte de leite de ovelha, que eu logo adaptei para leite de cabra. Eu tinha comprado iogurte de leite de cabra por causa das sopas da Anna Thomas. Ela usa bastante esse ingrediente e eu realmente me entusiasmei. Já tinha secado um potão, que fiz um queijo cremoso temperado com flor de sal e azeite [*coloque o iogurte numa peneira forrada com pano de queijo sobre uma vasilha e deixe escorrendo na geladeira por uma noite ou alguns dias, até obter a consistência desejada. use o liquido que acumular na vasilha pra usar no lugar do buttermilk ou leite em bolos, pães, biscoitos, etc]. No final encasquetei de fazer um sorvete. E a receita da Clotilde veio com o sorvete de brinde.

Essa tortinha de maçãs foi muito mais fácil de fazer do que eu imaginava. A massa fica deliciosa, graças à adição das amêndoas. E ela combina incrivelmente bem com o sorvete de iogurte de leite de cabra, que é bem forte e proporciona um delicioso contraste com a doçura discreta da maçã. Fiz essa torta para servir de sobremesa no almoço que fiz para o meu filho e a namorada dele no domingo pós-thanksgiving. Servi morninha, com uma bola do sorvete e ficou simplesmente o fino da bossa!

para a massa:
1 1/4 xícaras [150 gr] de farinha de trigo
1/3 xícara [35 gr] de amêndoas moídas ou farinha de amêndoa
[*usei amendoas que moí na hora no processador]
1/4 colher de chá de fermento em pó
1 pitada de sal
6 colheres de sopa [80 gr] de açúcar de cana não refinado
6 coheres de soap [80 gr] de manteiga amolecida
1 gema de ovo

para as maçãs:
1/4 xícara [35 gr] de uvas passas
3 coheres de sopa de licor de baunilha ou rum escuro [*usei rum]
600 gr de maças de assar [* usei as black arkansas]
1/2 colher de chá de canela moída
1 pitada de noz moscada ralada na hora
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
4 colheres de sopa de lascas de amêndoas
Açúcar de confeiteiro para polvilhar

Serve de 10 a 12 porções

Coloque as passas de molho no licor ou rum e deixe por um tempo, se puder deixe durante uma noite.

Pré-aqueça o forno em 320ºF/ 160ºC e unte uma forma retangular [20 x 30 cm ou 9 por 13 inches] com manteiga.

Numa vasilha misture a farinha de trigo, as amêndoas moídas ou farinha de amêndoa, o fermento e o sal. Na batedeira, processador ou usando uma espátula de arames, misture o açúcar, a gema e a manteiga até formar um creme. Adicione os ingredientes secos e misture com uma espátula, sem misturar exageradamente. A massa deve ficar com a consistência de farofa. Espalhe essa massa pela forma untada e pressione levemente com as costas de uma colher. Não aperte, senão a massa ficará muito dura.

Descasque e remova as sementes das maçãs e corte em fatias grossas. Coloque numa vasilha e polvilhe com a canela, a noz moscada e a pimenta do reino. Misture bem com as mãos. Coe as passas que estavam imersas no rum. Separe o rum que sobrar pra usar na receita do frogurt. Misture as passas com as maçãs, revolva bem com as mãos e espalhe por cima da massa na forma. Espalhe as lascas de amêndoas por cima das maçãs.

Cubra com papel alumínio sem fechar dos lados. Deixe o papel meio solto. Asse por 50 minutos, removendo a folha de papel alumínio nos 15 últimos minutos. As maçãs devem ficar bem cozidas e as amêndoas tostadas. Polvilhe a torta com açúcar de confeiteiro e sirva morna ou em temperatura ambiente acompanhada do frogurt de leite de cabra.

frogurt de leite de cabra
2 xícaras [500 gr] de iogurte de leite de cabra ou o grego
1 colher de sopa de licor de baunilha ou rum
[*use o que sobrou do molho das passas]
1/4 xícara [80 gr] de nectar de agave, mel ou maple syrup
[*usei mel de blackberries]

Misture todos os ingredientes e coloque na sorveteira. Para quem não tem sorveteira, coloque o recipiente com o iogurte no freezer, remova de uma em uma hora e misture vigorosamente com um garfo, retornando ao freezer e assim sucessivamente até o sorvete ficar pronto.

bolinho de berinjela

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Outra vez o Mark Bittman e o seu versátil How to Cook Everything Vegetarian me socorreram quando tive uma berinjela nas mãos e nenhuma idéia de como usá-la na cabeça. A receita é para bolinho de cogumelo, adaptada e incrementada para berinjelas. Apesar de ser fritura, fui em frente. Rendeu bolinhos para outras refeições. Eles são gostosos quentes, mornos ou mesmo frios. Servidos com um molho de iogurte.
1 1/4 de xícara de farinha de trigo
2 colheres de chá de fermento em pó
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
3/4 xícara de leite
1 ovo
1 1/2 xícara de berinjela cozida no vapor e picadinha
1/4 de tahini
1/4 xícara de sementes de gergelim torradas
1/4 de xícara de folhas de hortelã fresca picadas [*usei salsinha]
Numa frigideira, coloque uns 5 cm de óleo neutro, tipo de milho ou semente de uva, e deixe esquentar bem em fogo médio-alto. Mistute os ingredientes secos numa vasilha. Em outra bata o ovo com o leite. Junte à mistura de ingredientes secos. Misture a berinjela cozida e picada, o tahini, as sementes de gergelim e as ervas picadinhas. Misture bem.
Usando uma colher de sobremesa, vá colocando a massa no óleo quente, fritando de qiatro em quatro e virando até que os dois lados estejam dourados. Remova do óleo e seque em toalhas de papel. Mantenha os bolinhos fritos num formo morno, enquanto vai fritando os outros.
Sirva com um molho de iogurte feito com 1 xícara de iogurte natural, sal e pimenta do reino a goto, rapinhas da casca e uso de um limão. Se quiser pode adicionar um alho picadinho, mas eu não quis.

bolo de lavanda e limão

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Ler a palavra limão numa receita me dá um snap instantâneo. Coloco imediatamente na minha lista de receitas para fazer. Receitas com limão ou laranja nunca me escapam. E esta é a melhor época pra começar a fazer delicias citricas. Dois dos meus vizinhos já estão com árvores envergadas ecarregadas de limão Meyer, uma variedade que me agrada muito, pois é bastante aromática. Ganhei alguns e usei nesta receita simples e simpática que peguei no excelente blog da Monica Hering. Ficou um bolo no estilo do pound cake, muito macio. Todo mundo que comeu gostou. O aroma e sabor da lavanda predomina sobre o limão. Mas isso não é um defeito.

3/4 xícara de leite integral
1 colher de sopa de flores de lavanda
1 3/4 xícara de farinha de trigo
1 1/4 colher de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal
1/2 xícara [113gr] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar
1 colher de sopa de raspas de limão
2 ovos grandes

Misture o leite e a lavanda em uma panela pequena e leve ao fogo médio. Assim que ferver, transfira para uma vasilha de vidro, e deixe esfriar em temperatura ambiente. Pré-aqueça o forno em 355ºF/ 180°C. Unte e enfarinhe uma forma para bolo inglês média [12,5 x 22,5cm].

Misture a farinha, fermento e sal em uma tigela. Misture a manteiga, açúcar e raspas em uma tigela grande e bata com a batedeira até ficar cremoso e fofo [velocidade média por 3 minutos], raspando as laterais da tigela vez por outra. Junte os ovos, um de cada vez, raspando as laterais da tigela após cada adição.

Com a batedeira em velocidade baixa, adicione 1/3 da mistura de farinha e bata até incorporar. Adicione metade do leite e bata mais. Repita com o restante da farinha e do leite, terminando com a farinha. Após a última adição, bata por mais 30 segundos em velocidade média.

Coloque a massa na forma preparada e alise a superfície com uma espátula. Asse até que o bolo esteja dourado, 50 a 55 minutos. Faça o teste do palito. Deixe o bolo esfriar na assadeira por 10 minutos, vire sobre uma grade e deixe esfriar completamente antes de servir.

as pequenas arbequinas

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Outro dia o Uriel me trouxe da fazenda um ramo das azeitonas arbequinas, que são as que produzem o nosso azeite favorito. Foi uma grande surpresa ver como elas são pequenas—muito pequenas! Mas que sabor. Ele me fez esmagar uma na mão, esfregar o liquido e sentir o cheiro de fruta fresca, que é o mesmo do azeite. Ele também me disse que o azeite é feito exatamente assim: as azeitonas são prensadas e nada mais.

mulled red wine

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Na primavera planejamos assistir à montagem de A Midsummer Night’s Dream que o grupo de teatro da UC Davis estava apresentando ao ar livre, na área mais bonita do arboretum, num corredor de red woods. Nas minhas caminhadas ao entardecer, observei todo o processo dos ensaios do grupo, depois tive que fazer um pequeno desvio no meu caminho durante as apresentações, passando por trás dos camarins e ouvindo e vendo um pouquinho da ação. Por razão desconhecida ou ausente, só explicada pela nossa onipresente capacidade para procrastinação, acabamos não indo e perdendo de ver essa montagem da bucólica peça de Shakespeare.
No inicio do outono o mesmo grupo anunciou que montaria uma versão modernex de MacBeth e desta vez não iríamos dormir de touca, pois teríamos um motivo particular para estar na fileira do gargarejo na estréia. Na trama sangrenta, onde o enlouquecido casal, sir e lady MacBeth, se embola numa matança sem fim, na ambição de chegar ao poder no reino da Escócia, há muitas lutas. E essas lutas precisam ser coreografadas. Nunca tinha pensado nisso até o Gabriel nos dizer que ele iria fazer a coreografia das lutas de espada e adagas para a peça.
Fiquei muito curiosa com essa história do meu filho coreografar lutas e animada para ver os resultados. O único problema é que o grupo faz as montagens ao ar livre e as noites de outono são bem frias. Três horas de peça, sentados nas arquibancadas de cimento, expostos ao frio e vento, não iria ser bolinho. Prevenida, me preparei para uma caminhada pelas planicies alasquianas. Levei um acolchoado macio, almofadas, vesti meu casacão longo de fake fur super duper quentinho, levei luvas, manta de lã, touca, uma garrafona térmica com chá de laranja e outra menor cheia de vinho quente. O chá encalhou, mas o vinho foi bebido em goles largos e felizes durante o intervalo por mim e pela namorada do meu filho. A bebida forte e fumegante nos aqueceu e nos animou para a segunda parte da peça, que teve muito, mas muito sangue e até rolou uma cabeça.
Vi a receita para esse vinho quente na edição de novembro da revista Food & Wine e deixei marcada, pois concordei que era mesmo uma idéia fantástica para detonar restos de vinho das festas. Na minha casa sempre sobra vinho, porque só eu bebo. Fiz da primeira vez usando restos de Cabernet Sauvignon e refiz uma semana depois usando o Zinfandel. Adorei a possibilidade de poder preparar tudo com dias de antecedência e depois só requentar. Esses mulled wines, assim como as cidras, são bebidas muito comuns por aqui durante as festas de final de ano. Eu já comprei as especiarias prontas para fazer essas bebidas quentes, mas achei essa misturinha feita em casa, com pimenta e erva doce, altamente picante e deliciosamente auspiciosa!
mulled red wine with muscovado sugar
2 colheres de chá de pimenta do reino inteiras [black peppercorns]
1 colher de chá de sementes de erva doce [fennel seeds]
1 pau de canela de mais ou menos uns 7 cm
1 1/2 litro de vinho tipo Zinfandel ou Merlot
[*fiz com Cabernet Sauvignon e depois com Zinfandel]
3 folhas de louro
Raspas da casca de uma laranja
1 1/2 xícara de açúcar muscovado ou outro açúcar escuro
Num pilão junte as pimentas e as sementes de erva doce e moa levemente. Numa panela coloque o vinho e todos os outros ingredientes, menos o açúcar. Tampe e ferva em fogo baixo por 10 minutos. Remova do fogo e deixe descansar, tampado, por 30 minutos. Coe para remover todos os ingredientes aromáticos. Junte o açúcar e mexa até dissolver bem. Sirva morno ou reaqueça para servir quente, em taças ou canecas. Esse vinho pode ser feito com antecedência e guardado numa jarra na geladeira por até três dias, Reaqueça na hora de servir.