“This summer has been a tough one for us in the pest department… and not just arthropods and diseases! We continue chasing off wild turkeys (that have decimated our second melon planting and have turned their eyes on our cucumbers!) and setting out have-a-heart traps for the jackrabbits that keep sneaking in under our fence. Aside from these crop-munchers, there is always the odd crow or ground squirrel that decides to chew a hole in our irrigation lines. Alas, this is life on an organic farm, and as a CSA subscriber you can feel good about what both you *and* those little critters are putting in your bodies!”
perus selvagens, uma das pragas que atacam a horta da minha amiga Alison |
A cartinha da cesta orgânica desta semana me fez sorrir nervosamente, pois agora eu sei que as pestes na agricultura abrangem muito mais espécies do que eu podia imaginar. Pra falar a verdade, antes de eu ter uma horta eu nem pensava em pestes ou se pensava era uma concepção tão remota, só de ouvir falar, naquele papo dos horríveis agrotóxicos. Mas eu lembro de sempre dizer com muita determinação e empáfia que eu preferia as minhas verduras com furos ou presença física de bichos [escrotos] do que pulverizada por químicos e venenos. Mas na verdade eu nunca tinha tido muito contato com as pragas e outros miserês agrícolas até então. Claro que os bichos que chegavam com os legumes e verduras da cesta assustavam, mas não me davam raiva. Ter uma praga destruindo a sua horta dá raiva e dá vontade de aniquilar tudo sem dó, rápido e de qualquer jeito—com spray desintegrante, veneno cancerigeno, pó fumegante, bomba de gás, maçarico flamejante, energia nuclear. Foi isso que eu senti quando vi o meu quintal todo esburacado por um gopher no final de um inverno. Fui atrás de uma solução e fui instruída por experts a comprar umas bombas de gás e enterrá-las acesas dentro dos túneis cavocados pelos gophers. Comprei os tubinhos mortíferos movida pelo ódio, mas não tive coragem de implementar o plano assassino. Não sei que fim teve o gopher de olhinhos sapecas. Se ele morreu, foi por qualquer outro motivo alheio à minha vontade. Praga de pensamento cármico, talvez, mas minhas mãos não se sujaram com sangue inocente e minha consciência está tranquila.
Meu trabalho no IPM também contribuiu muito para me abrir os olhos, não só para a quantidade quase incomensurável de pragas nojentas dos mais diversos tipos, mas também para as pragas fofinhas. Não são somente vermes, insetos, ácaros, cracas, doenças, pulgões, lesmas, ratazanas, aracnídeos, répteis rastejantes e ervas daninhas de diferentes procedências, que atacam como uma invasão enlouquecida de entidades devoradoras as nossas frutas, legumes e verduras. Há também o esquadrão das pragas bonitinhas. A descoberta de que coelhinhos, passarinhos, esquilinhos, veadinhos e outros bichinhos fofos podem ser realmente do mal foi um grande choque.
Ainda é muito duro pra mim encarar esses bichos realmente bonitos como inimigos. Mas já estou me acostumando a olhar aquela fauna de filme da Disney com olhos mais suspeitos e tenho certeza absoluta que não quero a visita de um esquilo ou de um coelhinho no meu quintal.