Capinar, pra despois prantar

Fez um dia tão lindo e agradável no domingo, que finalmente eu criei coragem, vesti as galochas e fui até o quintal para avaliar os estragos do inverno na minha horta. Estava tudo um matagal! Nós não somos pessoas que praticam o gardening como hobby. Somos relapsos e do tipo que só faz por necessidade, ou pagar alguém pra fazer. Estou pensando que vou precisar novamente dos serviços de um jardineiro. As lavandas estão enormes, as roseiras ainda ostentam algumas flores deprimentes e descoloridas, e a horta – ah, a horta – estava um caos! Toda esburacada pelo malditinho do gopher que aparece todo inverno e faz um tremendo estrago por todo canto. Os pés de tomates todos secos, apodrecidos e engruvinhados, ainda ostentavam uns míseros e persistentes tomates, alguns furados de bicho. O matagal corria solto. Das ervas, sobraram um pingo de tomilho, um ramo de sálvia, uns brotos de orégano e umas cebolinhas francesas. Ah, renascendo está o hortelã, que esse você pensa que se livrou, mas ele persiste, como uma praga – o que realmente ele é. Dizem que se deve plantar hortelã em vasos e não no chão, como eu fiz, pois ele espalha como uma erva daninha, com uma raiz que toma conta de tudo. Esse é o caso de uma das caixas da minha horta, totalmente tomada por esse hortelã escuro, chamado de Menta Chocolate.

Usando minhas luvas velhas do ano passado, todas furadas e deixando os dedos pra fora, agarrei a enxada e o ancinho e mandei bala. Removi os pés secos de tomate, parte do mato, revolvi um pouco da terra. Enquanto fazia isso, pensava o que vou fazer na minha horta neste ano. Ela consiste de três caixas quadradas e largas de terra – que eles chamam aqui de “bed”, rodeadas por cerquinha de madeira com portãozinho, um mimo. Numa caixa eu sempre planto 4 ou 5 pés de tomates. Nas outras eu variava, mas neste ano estou pensando em enchê-las com ervas, nada mais. Não tô podendo me aventurar em nada que dê muito trabalho neste momento. Mas estou planejando aproveitar muito o meu quintal, como fazia em outros anos. Mas ele está precisando de um make over, porque depois do frio e das chuvas fica tudo com uma cara de desolação. Logo terei muitas flores, e já será hora de plantar coisinhas. Mas fevereiro é o mês de pegar na enxada. E dá-lhe muque!

Comida de sonho e de vida

Acordei de um sonho, no meio da noite, onde eu estava almoçando no Shambhala, um centro de meditação aqui em Davis. Lá não tem almoço e o local do sonho não era o real Shambhala. Mas sonho é sonho, ninguém discute. Mas nele eu colocava arroz e outras preciosidades vegetais numa caneca branca de cerâmica bem comprida e comia com hashis azuis. Acordei com uma sensação incrivelmente boa, e levei um tempo pra pegar no sono novamente. Nesse interim, algumas histórias de comida começaram a pipocar freneticamente na minha mente, como se o sonho tivesse aberto uma gaveta fechada há muitos anos. Tive até que cantar um mantra pra conseguir dormir novamente, tal o estado de animação mental que fiquei.

Fui visitar uma amiga da Etiópia que tinha tido um bebê. Levei presentes, flores e fui recebida com comida. Ela tinha preparado uma carninha desfiada imersa num molho vermelho super apimentado, um refogado de batatas e pão achatado caseiro. Eu fiquei pasma! Ela me disse que era essa a tradição do país dela, a recém-parida servir comida para as visitas. E me ensinou como comer, cortando pedacinhos do pão macio com as mãos e usando para pegar bocados da comida.

Minha amiga indiana cozinhou um festim de comidas típicas para mim. Almoçamos juntas e eu não sabia nem por onde começar – era tudo uma delícia, vários pratos, tudo vegetariano. Comi muito um cozido de grão-de-bico, os pães fritinhos crocantes de lentilhas e as samosas.

Fui com minha amiga chinesa a um templo budista coreano. Era aniversãrio do Buda e após o ritual e celebração da manhã, teve um grande almoço. No fundo do templo armou-se toldos e muitas mesas e cadeiras. A comida era fora desse mundo de deliciosa. Tudo vegetariano. Infelizmente não lembro os detalhes, pois já faz muitos anos, mas lembro de como fiquei encantada com tudo. O detalhe é que eu era a única ocidental no lugar – altona, cara de Ana Magnani, com esse meu jeito típico desengonçado, me sentindo a girafa perdida no reino dos pinguins. Mas minha amiga sorria e dizia, fica tranquila que você é muito bem-vinda aqui.

Tempos depois voltei a esse templo com a minha mãe – as duas sozinhas dentro do templo, mais estranhas e estrangeiras impossível. Uma senhora muito pequena e amável nos aproximou de nós, falou algo com gestos e nos ofereceu laranjas enormes, super suculentas. Agradeci imensamente…

Muitos anos depois conheci um casal do Sri Lanka e fui convidada para outro aniversário do Buda, desta vez num templo bem pequeno e humilde onde teve a cerimônia e depois um almoço. Foi tudo muito simples, dentro do templo mesmo, que era na verdade uma pequena casa. Na cozinha muitos pratos vegetarianos, um com a aparência mais apetitosa que o outro. Pegamos os pratos e o casal todo sem graça veio me dizer – nós não usamos talheres, comemos com as mãos. Sentamos no chão com nossos pratos no colo e eu novamente a única cara de ocidental, mal ajambrada pois tenho certa dificuldade em me sentar no chão, comi feliz da vida aquela comida deliciosa em homenagem ao Buda.

um jantar [quase] perfeito

Como descrever uma tarde na cozinha preparando um jantar para amigos, que me deixou imensamente frustrada? Resolvi fazer frango à caçadora com polenta. Acrescentei ao menu o famoso carpaccio de abobrinha e uma torta de limão meyer que vi no NY Times. Parecia tudo muito simples, tudo muito fácil. O problema é que sou uma pessoa rebelde e mereço muitas chibatadas por isso.

Migrei da receita do The Silver Spoon para outra do The New Best Recipe by Editors of Cook’s Illustrated Magazine, porque ela parecia mais bem explicada, com mais detalhes ilustrativos e portanto dando menos chances para erros. Escolhi fazer o frango com vinho branco, porque ainda tinha muitas garrafas que sobraram do Natal.
Li e reli a receita, as micro-explicações dadas pelo livro, tudo parecia sob controle, sopa no mel. Mas dei um pequeno passo em falso – me rebelei nas quantidades dos ingredientes. Ingenuamente pensei que poderia passar a perna nas onces, xícaras, unidades, gramas. E sei exatamente onde errei: coloquei muito vinho e muito tomate, o que causou uma profusão de molho que não engrossou com o tempo regular no forno e eu tive que apurar no fogo, até o ponto desastroso em que a carne do frango descolou dos ossos e virou uma gororoba assustadora, cheia de pedaços alienígenas, ossos pelados boiando, cogumelos quase irreconhecíveis, uma aparência realmente tétrica. Deu vergonha de servir aquilo aos meis convidados.

Ninguém falou nada e todo mundo comeu a sopa à caçadora, que ficou saborosa. Mas aprendi a minha liçao. Quando decidir usar uma receita, siga os ingredientes à risca [siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca,siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca, siga os ingredientes à risca!], tamos combinados?

pet peeves
[*things that make me go awgh!]

Torneira pingando, barulho de gente mastigando com a boca aberta, gadgets tecnologicas que não funcionam como deveriam, gente que te deixa falando sozinha, papo hipocondríaco, generalizações, chegar atrasada à lugares, perder coisas, roupa apertada, receber conselhos não requisitados, telefone que toca na hora errada, gritaria, monólogo sem chance de virar diálogo, caixa de correio vazia, lero-lero de gente que sabe-tudo, criança mal educada, bagunça no banheiro, porta de armário e gaveta aberta, tentar falar com alguém pelo telefone e não conseguir, viajar longas distâncias de carro ou avião, água quente que acaba no meio do banho, papo de dinheiro, caixa de leite ou suco vazando, patrulhamento de qualquer tipo: direita, esquerda, em cima do muro, não achar a chave dentro da bolsa, falta de tempo, spams, ter que esperar…. esperar…. esperar por alguém, sala de cinema lotada, caixa eletrônico que cobra $1,50 para fazer retiradas, ficar com o pé molhado, alça de sacola de supermercado que arrebenta, água quente que acaba no meio do banho, criança dando escândalo dentro de loja, imitonildos que não têm idéias próprias, caixa de e-mail que dá pau toda hora, aquela laranja podre no meio do pacote de oferta fechado, não encontrar lugar pra estacionar, recibo de loja com códigos indecífraveis para descrever as mercadorias, livro de referência que você não pode retirar da biblioteca, caneta que falha no meio da assinatura, qualquer bebida sem gelo, gato que fica no seu pé o tempo todo e mia quando você acidentalmente pisa no rabo dele, acordar às 7am no domingo, perder cds e meias no ‘buraco negro’, esquecer de pagar contas e receber cartas de cobrança, vendedor de loja que fica toda hora te perguntando se você quer ajuda, ouvir briga de vizinhos, mentiras esfarrapadas, faca que não corta, colocar gasolina no carro, toalha suja de migalhas de pão, moscas rodeando, gente que não saca que enquanto eles estão indo com o fubá você já está voltando com o bolo.

as pessoas nos restaurantes

Fomos jantar no grego que faz a salada mais honesta da cidade. Chegamos cedo e enquanto caminhávamos no estacionamento vimos duas senhoras entrando no restaurante. Uma delas era bem velhinha, ou a menos parecia, toda curvadinha. Meu marido brincou dizendo, olha a velhinha já passou na nossa frente, vamos correr! Nesse restaurante a gente sempre espera um pouquinho pra sentar, especialmente nos finais de semana. Até que não esperamos nada para sentar, mas esperamos muito para alguém finalmente pegar nosso pedido e a comida chegar. Com a volta das aulas, os restaurantes voltam a encher e ontem o grego estava particularmente lotado! Ao nosso lado uma mesa com um pessoal falando extremamente alto, tão alto que estava nos incomodando. E discutiam política. Troço mais chato, discutir num tom tão elevado um assunto que gera tanta controvérsia. Do outro lado uma família enorme com vários adolescentes comendo muito. Virava e mexia ouvíamos uma comoçao, um woooowww geral, viámos um clarão de chamas e sentíamos um cheiro bom de queijo derretido – era um prato de queijo flambado com uma bebida álcoolica que da próxima vez que formos lá eu vou pedir. O restaurante estava aconchegante, pedi um vinho super gostoso, a salada que eu adoro, a comida estava muito boa. Quando as mesas que nos rodeavam finalmente se esvaziaram, eu pude ver as duas senhoras que chegaram na nossa frente. Fiquei observando as duas quietinhas comendo, a mais velhinha ainda vestindo seu casaco de capuz, toda curvadinha e mirradinha pediu pra garçonete colocar o resto do seu prato numa caixinha, a mais nova depois olhava a conta, examinava tirando e colocando os óculos bem séria, enquanto a outra falava umas coisinhas. Fiquei hipnotizada pela visão das duas e de repente meus olhos começaram a encher de lágrimas, e tive que pegar o guardanapo para secá-las, disfaçadamente para ninguém perceber que eu estava chorando – e chorando sei lá por que. Estou sempre pagando esses micos em público e por motivos geralmente inexplicáveis.

o prato ambulante

Eu não conheço muitos países e os que eu conheço só fui visitar, então não posso afirmar nada com relação aos outros, mas aqui no norte da América – EUA e Canadá, essa visão dos pratos ambulantes é muito comum. Digo pratos ambulantes para o pessoal que caminha em público carregando um prato e comendo com um garfo, como se estivesse numa festa, mas em movimento. Todo santo dia eu vejo muitos pratos ambulantes caminhando pelo campus da Universidade da Califórnia, onde eu trabalho. Vou ao banheiro, lá vem um prato. Vou ao correio, lá vejo outro prato. Vou esticar as pernas, mais outro prato no horizonte. Claro que esse fenômeno acontece mais próximo da hora do almoço, quando os enlouquecidos estudantes e professores mal têm tempo para bater um rango decente. Muitas vezes se alimentam andando e discutindo assuntos acadêmicos, ou sentados em qualquer cantinho ou janela, outras vezes comem na sala de aula. Pratos ambulantes competem com os estudantes munidos de laptops, livros e cadernos que infestam os cafés das cidades universitárias. Bom, pelo menos nos cafés eles sentam.

nº5

Minha amiga Eli e eu temos muitas coisas em comum, começando pelo dia do nosso aniversário. Duas librianas porretas, estamos sempre encontrando mais coisas em comum entre nós. A primeira delas, que descobrimos logo no início da nossa amizade e da qual nunca me esqueço, é a nossa paúra por estar/ficar cheirando a comida – roupa, pele, cabelo. Eu e a Eli temos uns rituais, umas maneiras de fazer as coisas na cozinha, de modo a estarmos sempre cheirosas. Acho que a maioria é como nós – uns mais obcecados, outros mais relax.

Com o meu olfato super apurado, eu sinto e cheiro de tudo e fico incrivelmente preocupada em não ser eu a figura com o cabelo fedendo a bife com cebola. Como a Eli, eu primeiro faço o rango e por último tomo um banho e lavo o cabelo. Faço verdadeiros contorcionismos e desenvolvo complicadas estratégias, pra não receber convivas cheirando a alho, ir a uma festa rescendendo a fritura, voltar pro trabalho denunciando que comi um misto quente, ou mesmo ir dormir com o cabelo cheirando a qualquer coisa que não seja shampoo e sabonete.

Já repararam que tem uns restaurantes de onde você sai fedendo? No inverno é pior, pois o casaco impregna, sem falar que nessa época os ambientes fechados abundam. Eu odeio sair de um lugar cheirando a comida. Quando faço o meu voluntariado no Mondavi Center – o teatro da Universidade – percebo quem chega vindo de um restaurante fumacê. Quando as pessoas entram no teatro e passam por você para serem levadas até as suas cadeiras numeradas, alguns cheiram a perfume, tem gente que capricha, uns cheiram muito bem, mas tem sempre aqueles que chegam parecendo que estão vindo do chinês da esquina, com um cheiro de fritura e molho de carne.

Hoje fiz um tofu frito pro jantar, dai pensei em dar uma passadinha no Co-op para pegar um pão. Cheirei e re-cheirei meu sueter de lã e decidi – no way, josé que eu vou dar esse bafão, aparecer em público cheirando a tofu frito. Fiquei em casa e fui tomar um banho – lavar bem o cabelo, que é como deve ser depois de lidar com uma frigideira!

Leite Queimado

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Há dias de inverno em que até os ossos tremem. Sei lá por que, dá aquela friaca, um telecoteco físico, que só esquenta se você mergulhar o corpão num banho fervendo, ficar com os pés em cima do aquecedor ou tomar alguma coisa quente bem substanciosa. Meu reino por um sopão! Mas na hora do almoço não tinha sopão. Beber o que, então? Chá? Nãã… Chocolate? Nããã…

Lembrei do leite que minha mãe costumava fazer e que bebíamos nas noites geladas de inverno, quando anunciavam que ia ter geada e éramos obrigados a vestir o joguinho de camisola e calça de flanela, que minha mãe mandava fazer especialmente para essas noites—caso nos descobríssemos dos acolchoados de lã de carneiro ou de penas de ganso. Com a calça por baixo da camisola não corríamos o risco de pegar friagem nas pernas. Com as crianças, o seguro morria de velho!

Então nessas noites frias, minha mãe preparava o Leite Queimado, que nós bebíamos como se fosse um néctar. Ele servia também para abaixar febre, acalmar dores de garganta, tratava do frio e de qualquer eventual achaque piriritico de criança inventadora de moda. E como aquilo esquentava, mãe do céu! Eu, que sempre fui uma pessoa avessa aos apertamentos e confinamentos de qualquer espécie, já ficava toda incomodada com tanta roupa, puxava a calça de flanela com os pés e a deslizava para fora do acolchoado. Minha mãe enlouquecia com isso!

Hoje, me esquentei na hora do almoço com uma xícarazona do Leite Queimado, que sempre que acho que preciso, faço. E é a coisa mais simples e fácil.

Derreta duas [ou três, ou quatro—dependendo do tamanho da sua gana pelas cousas dolces] colheres de açúcar numa panela em fogo médio. Eu usei açúcar demerara, mas pode usar qualquer outro, branco, mascavo. Quando o açúcar estiver derretido, jogue uma xícara de leite e mexa bem, até todo o caramelo derreter novamente e se misturar no leite. Apague o fogo, transfira o Leite Queimado para uma xícara e beba imediatamente, sentindo o vapor do leite no rosto e queimando um pouco os beiços [faz parte!]. Depois me diga se não esquentou…

Christmas Swiss Cookies

Nos meus anos no Canadá, todo dezembro a minha amiga Annemarie, uma suíça emigrada para a geleira, me trazia uma caixa com uns biscoitinhos. Eram os “guetzli” [goodies/gostosuras em dialeto suiço-alemão], uma tradição do país dela. Eu adorava aquilo! Os cookies eram simplesmente o máximo e super especiais, pois eram feitos em casa, por ela. O meu favorito era o de anis. Um pouco antes de me mudar de lá, eu comprei uma revista que tinha todas as receitas desses cookies suíços. Não tenho a menor idéia de onde ela foi parar durante o meu vai e vem entre países. Mas as receitas são facilmente encontradas online. Eu achei duas delas. Não que eu vá fazer, vocês sabem que não sou boa nessa área da culinária. Mas ficam aqui as receitas pra quem quiser se aventurar:

Basler brunsli
Faz 5 dúzia de biscoitos
1 1/2 xícaras de açúcar
1 1/2 xícaras de amêndoas inteiras
170 gramas de chocolate meio-amargo cortado em pedacinhos
1 1/2 colher de chá de canela em pó
1/2 tcolher de chá de cravo em pó
2 claras de ovo
Açúcar extra para abrir a massa
2 formas de assar cobertas com papel manteiga ou alumínio.

Misture o açúcar e a amêndoa num food processor com a lâmina de metal instalada. Pulse até a mistura ficar bem moída, como uma farofa.

Adicione o chocolate e as especiarias e pulse novamente até o chocolate ficar moído bem fininho. Adicione as claras dos ovos e pulse repetidamente até ir formando uma bola.

Coloque a massa numa superfície coberta com açúcar. Abra a massa e corte nos formatos que desejar, com moldes ou faca. Deixe os cookies secarem em temperatura ambiente por 2 horas antes de assá-los. Pré-aqueça o forno em 325ºF/162ºC. Abaixe a temperatura para 300ºF/150ºC e asse os biscoitos por 10 ou 15 minutos. Deixe esfriar numa grade, guarde em latas bem fechadas com tampa.

Mailaenderli
Faz de 4 a 5 dúzias de biscoitos.
Massa:
16 colheres de sopa [2 tabletes] de manteiga sem sal, amolecida
1/2 xícara de açúcar
3 gemas grandes
1 colher de chá de extrato de baunilha
2 1/2 xícaras de farinha de trigo
Egg wash:
1 lovo grande
1 gema grande
1 pitada de sal
2 formas cobertas com papel manteiga ou alumínio

Bata a manteiga e o açúcar numa batedeira em velocidade média por uns 3 minutos. Acrescente as gemas uma de cada vez, batendo sempre. Adicione a baunilha.

Adicione a farinha mexendo levemente com uma espátula. Coloque a massa num pedaço de filme plástico e forme um quadrado. Deixe gelar por duas horas. Essa massa pode ser feita com dias de antecedência.

Faça o egg wash. Bata todos os ingredientes e coe para um recipiente.

Pré-aqueça o forno em 350ºF/176ºC.

Vá trabalhando a massa por partes, mantendo o resto na geladeira. Abra a massa numa superfície polvilhada com farinha. Corte em forma de diamante. Quando todos os biscoitos estiverem cortados e nas formas, pincele com a mistura de ovo.

Abaixe o forno pra 325ºF/162ºC e asse por 20 minutos. Deixe esfriar em grades. Guarde em latas fechadas com tampa.

o almoço de despedida

O restaurante italiano fez uma reserva para mais de vinte pessoas para um dia em que eles estavam fechados. Chegamos lá e batemos com a cara na porta, até que alguém com uma capacidade acentuada para achar soluções rápidas e eficientes para pequenos problemas como esse, sugeriu que atravesassemos a rua e fossemos a um restaurante chamado Cantina del Cabo. Não sei definir o tipo de comida que eles servem lá: hamburguers, carne, peixe, frango, macarrão, sopa, saladas, batata frita. Nada realmente especial. Era um almoço de despedida do nosso diretor, que vai ser Dean do Colégio de Agricultura da University of Melbourne, na Austrália. Achei tudo muito pobre, mas acho que a maioria não se importou. Eu e meu colega ficamos criticando tudo. Eu expliquei que posso criticar porque eu cozinho. Bem argumentado! Discutimos a pobreza da maioria dos restaurantes de uma cidade universitária, que prioriza servir bastante comida barata para uma população de estudantes. Não é fácil! Eu pedi a Pasta of the Day, que consistia de um fettucine com molho de cogumelos, peito de frango grelhado e queijo parmesão. Acompanhava uma salada mista de saco – que eu identifico na hora, com aqueles molhos horrorríveis, que eu pedi pra vir separado. Também vinha pão de alho, que eu pedi pra trocar por corn bread, e no final não usei o molho honey mustard que pedi e temperei minha salada com sal, azeite, vinagre. A assessora de imprensa do programa, que sentou ao meu lado, exclamou – uau, você realmente costumizou o seu prato! Comemos, teve discurso com olhos cheios de lágrima, presentes, papo furado. Ninguém bebeu álcool. Cada um pagou a sua parte.