Quando o Uriel propôs de irmos até Apple Hill no domingo, para o festival da colheita da maçã, logo pensei que aquela não era uma boa idéia. Quando li o relato da Sheri no Edible Sacramento tive certeza: seria uma FRIA! Mas fomos assim mesmo. E fomos tarde, pois eu precisava nadar. Eu só consigo nadar nos finais de semana. Pegamos a estrada pensando em almoçar em algum orchard em Apple Hill. Congestionamento na freeway, congestionamente na estradinha que leva aos pomares, dificuldade para estacionar, gentarada saindo pelo ladrão, familias e mais famílias com crianças, pais, avós, bisavós, querendo desfrutar as atividades promovidas pelas fazendas. E que atividades minha gente: correr por pumpkin paths fajutos, andar de cavalo [detesto, detesto essas coisas envolvendo animais], pagar ingresso para brincadeiras de quermesse, ficar horas na fila para tudo, inclusive para comer as mil e uma sobremesas feitas com maçã. No pomar que paramos, eles vendiam de tudo—tortas congeladas de maçã, vinho de maçã, suco de maçã, descascador de macã, e muitas maçãs, é claro. Fomos procurar algo para comer de almoço. O menu maravilhoso de hamburguer, hot dog, corn dog, chili dog, fritas, e eteceterá me desanimou. Mais desânimo quando vi o cartaz na janelinha da venda—espera de 30 a 45 minutos. Esperar tudo isso pra comer um monte de fritura? O Uriel se colocou na fila dos doces de maçã e comprou donuts, tortas, dumplings. Depois pegamos a estradinha congestionada novamente, pra tentar achar um restaurante. No meio de uma floresta de pinheiros achamos um pub inglês que servia todos aqueles pratos típicos, misturados aos norte-americanos, nada que entusiasmasse. Pedimos um rango mesmo assim e saímos de lá frustrados e desapontados. Fomos até o fim da estrada que corta Apple Hill e pegamos a freeway novamente, dando de encontro com outro congestionamento. Nesse ponto meus nervos já estavam em frangalhos e o Uriel decidiu parar em Placerville, que é uma cidadezinha histórica da corrida do ouro, com um ponto de interesse peculiar—um bar que foi construído no local onde ficava uma árvore onde se enforcavam criminosos, bem no estilo old wild west. Uma coisa fantasmagórica e deprimente. A cidade, que já visitamos duzentas e trinta e sete vezes, é bem bonitinha, com um bar a cada metro e muitas lojas de antiguidade. Eu me diverti nas lojinhas, bebemos suco de maçã, café e fomos embora. Que total desperdício de um belo domingo!